Como se fosse um monstro

Como se fosse um monstro Fabiane Guimarães




Resenhas - Como se fosse um monstro


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Bookster Pedro Pacifico 25/12/2023

Como se fosse um monstro, de Fabiane Guimarães
É muito bom encontrar obras que abordam temas pouco encontrados na literatura. Nunca tinha lido uma narrativa que envolvesse o tema da barriga de aluguel. No Brasil, a prática remunerada é ilegal e muitos brasileiros acabam tendo que recorrer a países que regulamentaram a barriga de aluguel. Na história construída por Fabiane Guimarães, encontramos uma situação peculiar: uma jovem, que vive em condições de escassez, acaba aceitando uma oferta quase que irrecusável - e totalmente ilegal - para gerar um ser humano que logo após o parto seria retirado de seus braços.

Damiana sai do interior de Goiás, onde nasceu em uma família pobre, para tentar uma vida melhor Brasília ao lado de uma prima. O destino é uma residência de um casal rico, para quem Damiana trabalhará de empregada doméstica. Depois de perceber visitas pouco comuns de mulheres na casa, a protagonista descobre que seus patrões buscam uma mulher para carregar um filho deles, um sonho que sozinhos eles não conseguiram alcançar. E, quando menos espera, Damiana acaba recebendo a proposta do casal: deixar de trabalhar como doméstica e receber um valor muito alto em troca de gerar um bebê.

A autora traz não apenas o tema da barriga de aluguel, mas um ambiente de desigualdade social e falta de oportunidades. A maternidade também é discutida de forma pouco comum: qual seria o sofrimento daquela que carrega uma nova vida para outra pessoa, enfrentando uma separação imediata após o parto? A narrativa nos faz questionar se a maternidade seria um instinto ou uma criação social.

Toda a história de Damiana é contada a partir de uma entrevista feita por uma jornalista, Gabriela, que deseja investigar e revisitar a história dessa senhora. Gabriela também vive uma situação peculiar e traumatizante, que acaba despertando um paralelo com os temas tratados na obra.

Damiana aceitou a oferta porque não tinha escolhas? E qual o limite de nossas escolhas? A proibição não teria a ver com um juízo moral? A protagonista é, sem dúvidas, uma vítima de uma sociedade desigual. Recomendadíssimo!

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Kleilson.Torquatto 08/02/2024

Um livro pra ser devorado de tão bom! ?
É um história de ficção mas que facilmente poderia ser uma história real, por se tratar de uma temática que acontece não muito visível para sociedade, mas acontece por de baixo dos panos, que é relacionada à venda de bebês e tráfico humano, além da questão da maternidade.

A história tem uma proposta interessante, uma escrita fácil, fluida e dinâmica, e a leitura me pegou demais. A autora é muito habilidosa e traz uma história com várias camadas, e é surpreendente o que ela faz em poucas paginas.

É uma leitura que foge do eixo Rio/ SP, pois acontece no Distrito Federal entre Goiás e Brasilia. A autora traz uma escrita muito direta e consegue penetrar muito bem nos assuntos, na construção dos diálogos e dos personagens. Uma coisa legal é que ela traz um cunho jornalístico a história, com partes que intercalam entre passado e presente.

É uma leitura potente e sensível, que me hipnotizou e me fez querer saber a todo momento o que iria acontecer em seguida. Traz um tipo de plot twist, mas eu achei bem previsível.

É um livro com uma temática interessante, que nós faz refletir e que vale muito a leitura.

Eu adorei essa leitura!! Fiquei curioso para ler o outro livro da autora, com certeza vai ficar no meu radar.
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Matheus656 08/04/2023

Narrado de um modo que entrecruza as narrativas de duas personagens, ‘como se fosse um monstro’ traz a surpreendente narração de mulheres que geram filhos para outras pessoas, mais conhecidas como ‘barrigas de aluguel’.

o ponto mais forte do texto é, com certeza, a escrita da fabiane guimarães. extramemnte fluida, com capítulos curtos que facilitam demais a experiencia da leitura. ademais, a história de vida de damiana (além de outros temas presentes na obra, como por exemplo maternidade, barriga de aluguel, estupro e exploração) é contada de uma maneira crua; me senti completamente envolvido pela protagonista e por todas as suas memórias.

a maternidade bem descrita de uma forma que geralmente não é falada, personagens intensas e uma escrita corajosa e sincera: ‘como se fosse um monstro’ é uma obra para se atentar à nova literatura contemporânea brasileira.

recomendadíssimo.
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Pedro 10/03/2023

Com seu gravador, bloco de notas e várias perguntas a serem respondidas, a jornalista de origem argentina Gabriela Suertegaray segue em busca de preencher uma pauta sobre o escândalo na década de 90 envolvendo barriga de aluguel e contrabando de bebês.

É com essa motivação jornalística que a jovem então se encontra com a personagem principal da pauta: Damiana, uma mulher madura, de criação simples, humilde e que desde cedo foi trabalhar para uma família de classe alta como empregada doméstica a fim de contribuir na renda de casa. Mensalmente, com a ajuda de sua prima Rose, praticamente todo o dinheiro ganho era enviado para o interior.

Como as condições financeiras não eram muito boas na época, Damiana recebe uma proposta invasiva: gerar um filho para os patrões em troca de uma quantia considerada de dinheiro. Com a expectativa de mudança de vida, é então que ela aceita, mas sem entender bem todos os trâmites desse processo que é gerar uma vida e logo em seguida ter que ceder a outros.

Acompanhamos então, por meio das informações coletadas por Gabriela, os sentimentos e o relato das gestações que Damiana passou e um sistema mafioso de contrabando internacional de bebês financiado por gente extremamente rica, além de um afeto no meio do seu percurso de ser um transporte para outros.

'Como se fosse um monstro', segundo romance de Fabiane Guimarães que a editora Alfagura lança, é um livro sobre as oportunidades que a vida oferece e também nos mostra que as circunstâncias de uma vivência, seu contexto social e cultural moldam as escolhas que, na maioria das vezes, são tomadas pelo impulso da necessidade, seja financeira ou de afirmação pessoal.

Damiana, apesar de no presente narrado ser uma personagem adulta, a princípio ela foi de muita ingenuidade, encantada com o novo, com as perspectivas que o dinheiro traz e a possibilidade de viver com qualidade de vida, nos fazendo refletir sobre o peso da maternidade; para algumas mulheres trata-se de uma graça divina, embora para outras um fardo a ser carregado sem apego emocional e o que chamam de instinto materno. No caso de Damiana um imbróglio que ao passar, apesar dos estragos de ter um corpo como incubadora, trata as bênçãos que o dinheiro compra.

Além disso, o poder que muito dinheiro traz para alguns. Homens com suas necessidades de validação masculina, a frequente sensação de acharem que podem tudo apenas sacudindo um talão de cheque branco para aqueles necessitados como um adestrador oferecendo petiscos ao seu cãozinho.
A obra é enxuta, sem grandes rodeios ou proximidades com ritmo e fluidez agradável. A autora entrega aos poucos detalhes que vão moldando no leitor que pode ter uma visão do desfecho final antes do tempo, porém, traz uma informação que complementa a reflexão sobre maternidade.

Uma obra para se atentar à nova literatura contemporânea brasileira e para acompanhar a evolução da Fabiane Guimarães desde 'Apague a luz se for chorar', podendo interessar aos leitores de 'Os sete maridos de Evelyn Hugo' (Taylor Jenkins Reid, Ed. Paralela, 2019), por trazerem a relação envolvendo jornalista e fonte, mesmo que tenham contextos extremamente distintos, aqui bem mais do anonimato e a pobreza.
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leobalarin 19/02/2024

Uau
Foi a primeira história sobre a temática de barriga de aluguel que tive contato.?Damiana vive no interior de Goiás e na esperança de ter um oportunidade, acaba sendo indicada por sua prima para trabalhar como doméstica em Brasília e ali acaba conhecendo um casal um pouco excêntrico, pois nunca havia tido contato com pessoas tão diferentes dela e ali acaba recebendo uma proposta que poderia ajudar a transformar de forma financeira sua vida, gerar um filho para o casal, ela aceitou e partir dai começou a ter essa como sua profissão e seu sustento. ?Além desse tema central a autora coloca em pauta a desigualdade social, falta de oportunidades e pressão da sociedade entorno da maternidade. ?Conhecemos bastante sobre a história de Damiana, temos Gabriela que é uma jornalista que está entrevistando a personagem principal para fazer um livro sobre o tema, e ali vamos descobrindo várias vertentes dessa jornalista que foi criada por dois homens na Argentina e uma revelação que talvez seja meio óbvia fecha a história de forma bem interessante. ?Um livro que prende e faz a leitura mesmo abortando temas fortes ser bem leve. ?Recomendo muito.
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nay.gba 09/05/2024

CICATRIZES DO CORPO
É um livro muito bom, gostei do tipo documental.
De início, Damiana conta a infância pobre e vulnerável e continua até a sua vida como barriga de aluguel.

É muito difícil julgar qualquer personagem aqui, simplesmente aceitei as escolhas de cada, eles foram tudo o que podiam ser.
Veja, é nítido o quanto Damiana se esforçou para dar dignidade à sua família. Mesmo que para isso, tivesse que perder, para sempre, a sua própria.

Uma vida que não merece ser vivida, não costuma fazer vínculos. Por isso, Damiana fica sem a prima, sem as irmãs, sem os filhos e sem o amor de sua vida.
As repetidas violências que essa mulher vive anestesiam suas emoções. Ela não é um monstro, apenas se protege fugindo de suas dores.

Dito isso, percebi que a escrita variou bastante em alguns momentos. Essa alternância faz muito sentido se considerar que quem conta a história é Damiana já idosa.
Começou descritiva, quando chegou no romance principal se tornou poética com muitas metáforas e no fim, fechou de modo seco e direto.
Leitura Recomendada.
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oiamandah 27/04/2024

Iniciei essa leitura sem grandes expectativas e informações, sabia apenas do tema central.
Confesso que demorei um pouco a me apegar a história e personagens, isso rolou lá pelos 40% hehe. A Fabiane escreve lindissimamente bem, com delicadeza, profundidade e ao mesmo tempo (nessa historia) um distanciamento absurdo da personagem. É um livro com uma escrita mt fluida porém o conteúdo não é super leve, tem pontos mais densos.

De maneira geral achei o tema mt bem trabalhado, super interessante e foda, mas pessoalmente não me conectei tanto com as dores delas, talvez isso tenha impactado na nota e experiência. Apesar disso é um livro mt mt bom, o final (se vc não descobrir antes kkk) tem uma reviravolta super daora e pequenas reflexões o livro todo sobre o maternar, família, pertencimento e amor. Inclusive sobre a idealização disso tudo :]

É isso, mais um nacional que curti demais...quero ler o outro dela pra ver como é :}
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Marcia 04/07/2023

Minhas impressões sobre o livro
"As pessoas julgam muito, minha filha - completou
- Julgam mesmo, Damiana... mas isso é problema delas."
Conhecendo mais uma escritora brasileira através do livro "Como se fosse um monstro" da escritora Fabiane Guimarães.
Barriga de aluguel é o tema central desse livro. E que livro! Escrita que flui e nos prende desde o início com capítulos curtos porém intensos.
Nesse livro vamos conhecer um mercado ilegal de barriga de aluguel, tráfico de bebês, precariedade do sistema de saúde público, preconceito, aborto...
A protagonista é Damiana " uma das barrigas de aluguel mais produtivas da década -- e sua relação com a maternidade, o próprio corpo e com a sociedade..."
Também conheceremos Gabriela, filha de dois pais - Pepe e Arthur. É atraves de Gabriela que conheceremos Damiana e toda sua história.
A história de Gabriela vai nos ensinar muito sobre relação pais x filhos, maternidade, cuidados, empatia, preconceitos...
Esse livro é arrebatador, vale muito a leitura. História curta e intensa.
Leiam mulheres! Leiam escritoras brasileiras!
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Martony.Demes 06/02/2024

Um livro impactante e reflexivo
Mais um forte livro de Fabiane. Ela sempre tem uma escrita simples, fluida, que impacta. Isso mantem o leitor curioso ao texto, mesmo com uma temática tão polêmica.

Ela não poupa o leitor que não vir preparado para a leitura. Damiana causa angústia e pena ao mesmo tempo. Ficamos com medo dos desdobramentos. E em paralelo ela solta temas delicados como suicídio, tráfico de crianças e outras violências!

O livro é excelente! Só vá preparado!
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@literatoando 19/06/2023

Não sei se dizer que o livro trata sobre maternidade é justo
Não sei se dizer que o livro trata sobre maternidade seria justo com Damiana. Essa é uma narrativa que, na verdade, vai expor as muitas camadas de domínio sobre o corpo de mulheres cis, os estigmas que podem ser atribuídos a ele a depender de suas escolhas individuais, como essas escolhas são limitadas e não são livres, pois não há liberdade se as opções estão entre a cruz e a espada.

O livro inicia com Damiana recebendo Gabriela, uma jornalista, que quer saber mais sobre sua vida. E, nesse vai e vem no tempo, ficamos sabendo sobre a trajetória das duas personagens. Damiana ainda era uma garota quando saiu de sua casinha no interior, onde vivia com mãe e irmãs, para trabalhar como empregada doméstica na casa de um casal bem de vida na capital. Érico e Daniela são receptivos, principalmente a esposa e, depois de umas visitas estranhas, Damiana recebe a proposta de ser barriga de aluguel do filho do casal em troca de dinheiro.

Todos os desdobramentos que ocorrem após esse primeiro evento nos provoca a pensar sobre questões relacionadas aos desejos femininos e como o domínio sobre o próprio corpo pode ser visto como algo associado à monstruosidade. Vemos temáticas que atravessam vivências comuns e invisibilizadas entre mulheres cis, sendo que a única coisa que se sabe é que não podemos várias coisas.
Não pode o aborto; não pode inexistir um inato ?instinto materno?; não pode expôr a permissividade de homens mais velhos com relação à meninas jovens para não manchar a reputação deles e não pode se sentir aberta para relatar situações de abuso sexual e pedofilia sem sentir vergonha ou culpa; não pode ter acesso à educação sexual; não pode não se sentir reprimida com relação ao seu corpo e suas escolhas; na verdade, quem é você para acreditar que pode fazer alguma escolha? Se você, mulher cis, achar que pode, é porque é um monstro, uma aberração, não ?natural?.

Ao mesmo tempo essa história me lembrou o livro ?Sem Gentileza?, de Futhi Ntsingila, porque nos provoca a pensar: quais são as mulheres que são autorizadas a terem filhos e serem mães? Quantas vezes não vimos ecoar, inclusive através de políticas públicas ou insinuações de políticos, de que mulheres negras e pobres não deveriam ter filhos? Quantas vezes já vimos o nascimento de uma criança, filha de mães pobres ou sem as condições de vida adequadas, serem relacionadas a dinheiro, valor ou como uma mercadoria?

Conhecemos nesse livro histórias diversas, de mulheres diversas que atravessam a trajetória de Damiana. São mulheres que têm relações distintas com relação aos próprios planos de vida e o que significa ter uma família, como essa família deve se constituir. É o sangue que determina quem é sua família? Quem deve definir quais são as mulheres que podem ou não ter acesso a algo? Se uma mulher negra e pobre quer e decide ter um filho, ainda que não seja nas melhores condições, a revolta deve ser direcionada a ela ou tem algo maior que está errado ao não garantir a ela acesso aos direitos básicos? A quem se permite, o que se permite, por quem se permite?

A leitura não surpreende, conseguimos saber desde as trinta primeiras páginas onde que a história nos levará, mas o que torna todo enredo interessante não são reviravoltas mirabolantes, mas a capacidade da autora em nos fazer refletir sobre temáticas necessárias que dialogam com as vivências de muitas mulheres cis. Vale a pena a leitura.

@literatoando
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Joanne.G.P. 21/03/2023

Eu amei!!
O ponto mais forte desse livro é com certeza a escrita da Fabi, achei de uma fluidez extraordinária! Capítulos curtinhos que me fizeram ler super rápido! A história de vida da Damiana é relatada como uma verdade nua e crua, assim como seus sentimentos. Maternidade, barriga de aluguel, estuprø, exploração, muito bom!
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Fabíola 18/11/2023

Li por causa da recomendação da Isa do Ler antes de morrer e adorei!
É uma história interessante, prende desde o início.
E que final foi esse? não esperava por isso, talvez eu tenha sido bem ingênua.
Jessica.Laviere 09/02/2024minha estante
Tbm li por recomendação dela.




clairee 03/03/2024

Para fazer existir era preciso deixar de ser
"era uma barriga de aluguel. e todos os aluguéis eram temporários"

Nesse livro a autora goiana, Fabiane Guimarães nos remete a uma das diversas realidades a que são submetidas a população pobre do nosso país.
Na história uma jornalista argentina Gabriela, quer entrevistar Damiana uma ex- presidiária acusada de atuar como barriga de aluguel por um grande período de tempo há décadas atrás.
Damiana que advém de origem humilde, com a morte do pai se vê na obrigação de ajudar sua família agora sem provedor, com uma oportunidade de trabalho na cidade grande ela logo parte para Brasília, por grande influência de sua prima Rose. Neste emprego, Damiana é doméstica de um casal que está tentando sem sucesso ter filhos, até que uma proposta sorrateira surge a ela, em troca de uma exorbitante quantia de dinheiro a jovem é aliciada a engravidar servindo assim de barriga de aluguel para o casal.
Este será seu primeiro "trabalho" de muitos, numa trama envolvente e escandalizadora Fabiane escreve um fluxo temporal passado/presente, e acima de tudo uma história brutal, verdadeira e também belíssima!
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Lili 21/05/2024

Caramba, que livro bom! Não é uma narrativa feliz, não bonita, mas é potente demais e rapidamente fui fisgada.
O livro anterior da autora eu achei ok, mas esse é muito bom.
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Lurdes 10/05/2023

Muitos livros têm abordado a maternidade e eu mesma tenho trazido várias indicações e resenhas de excelentes livros sobre o tema, mas nada me preparou para Como se fosse um monstro, de @fabicguimaraes recebido em parceria com a @companhiadasletras

Fugindo de relações de amor ou ódio entre mães e filhos - que costumam ser as abordagens mais comuns - aqui temos um olhar sobre a maternidade que beira a indiferença, se formos observar o ponto de vista da protagonista e do núcleo que a cerca.

Damiana é a mais velha de 8 irmãs, com quem vive no interior de Goiás, com a mãe, abandonada pelo marido. A vida é duríssima e quando uma prima oferece a ela a oportunidade de trabalhar como empregada doméstica em uma casa luxuosa em Brasília, morando no emprego, ela aceita e embarca em uma viagem que mudará sua vida.

Muito jovem, pouco mais que uma menina, ela acaba recebendo uma proposta tentadora financeiramente, para ser barriga de aluguel de seus patrões. Preocupada com sua mãe, que precisa urgente de tratamento médico, ela aceita.

A partir desta primeira gestação, Damiana não será mais dona de seu corpo e de sua vida e vamos acompanhá-la, dividida entre gestar, parir e se recuperar para hospedar a próxima encomenda.

Uma rede de comércio e tráfico de bebês cerca Damiana que, muito ingênua, somente com o tempo vai descobrindo outros desdobramentos.

Muitas questões emocionais e éticas permeiam a narrativa e a autora sabe conduzir com muito cuidado e delicadeza as implicações de cada decisão, tanto dos futuros pais, desesperados por ter filhos que não conseguem gerar, quanto das mães de aluguel, que nem sempre conseguem se separar sem traumas dos bebês gerados.

Vamos conhecendo a estória de Damiana através de seus relatos à jornalista Gabriela, que resolve escrever um livro sobre sua vida.

Gabriela recentemente passou por uma gravidez indesejada e interrompida e tenta processar seus próprios sentimentos.

O plot no final é algo.
Recomendo muitíssimo.
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