Cris 12/06/2023
Um enredo genérico que mesmo assim emociona e arranca lágrimas!
Conheci Maya e Wade quando li a duologia Nebolusos da autora Tay Ferreira no ano passado. E durante a leitura dos livros, não consegui me afeiçoar a nenhum deles. A Maya é a típica garota rica com fama de megera e com um câncer de estômago em seu currículo; o Wade por sua vez não fede nem cheira. É só um cara bonitão que tem uma moto bacana... sua única relevância no enredo foi se envolver com a Max, protagonista da série.
Antes de mais nada preciso dizer que Maya Westorm tem câncer em fase terminal ( não, não é spoiler!) e o livro todo segue aquele cronograma já lido por aí em muitos livros. O leitor acaba prevendo os acontecimentos dos próximos capítulos e mesmo assim se envolve e enxerga beleza em algo completamente manjado. Acho que a escolha do mocinho ajudou bastante, afinal, Wade Westwick é perfeito ao quadrado, deu muito além do que a Maya esperava.
Basicamente o enredo se resume aos dois viajando para muitos lugares montados na moto do Wade sem nem ao menos ele saber da gravidade do estado de Maya. Bem, a construção da relação deles soa meio blasé no início... ele é o caipira que fica a fim da patricinha esnobe que no fundo só é uma menina mal-compreendida. Ela, que tem o mundo aos seus pés, não tem o principal: um amor verdadeiro para chamar de seu. Embora não tenha amado como gostaria, adorei poder ler todos os itens de últimas vontades da Maya serem riscados. Também adorei presenciar as ruínas de suas barreiras tão bem erguidas por n motivos.Tay não entregou 1/3 da caosidade que encontrei lá na trama da Max e do Chace ( saudades dos meus surtos na madrugada!!), mas entendi que Maya não precisava de mais drama ou problemas, ela precisava de um conto de fadas... de uma conclusão. E o Wade mesmo não chegando num cavalo branco ou tendo um castelo com muitos súditos, foi o mais lindo e apaixonado príncipe. Foi clichê? Para mais de metro. No fim valeu a pena? Cada página.
O destaque positivo de 'Efêmero' fica por conta da dinâmica e fluidez da escrita e narrativa da autora. Eu fui que fui e quando menos percebi já estava lendo o epílogo com os olhos marejados e feliz pelos dois, ou melhor, pela família que eles constituíram. O enredo em si é genérico por demais e pode, sim ter me atrapalhado um pouco, sabe aquela sensação de história já lida e chorada diversas vezes? Contudo, entretanto, todavia não colocarei a previsibilidade da obra como destaque negativo, ela foi bem contada estruturalmente falando e isso em 2023 conta e muito para mim. Se tenho que criticar algo, vou criticar a bolha que foi o livro. Senti falta de rever os outros tantos personagens de Nikho e a participação de todos, enfim.
Por fim indico a leitura sabendo que ela facilmente cairá no gosto de muitos e de quebra arrancará muitos soluços daqueles mais sensíveis. 'Efêmero' embora seja estereotipado em demasia, toca o coração ao mostrar que o amor quando verdadeiro, transcende a linha que divide a vida da morte. Mostra que apesar de efêmero também pode ser perpétuo. ??
(...) O caminho até o que você mais deseja pode ser longo e difícil, mas, enquanto estiver na estrada, olhe ao redor: você pode encontrar coisas, pessoas, momentos extraordinários. É preciso curtir a viagem o máximo que puder, porque às vezes o percurso é muito mais incrível do que o próprio destino.