Resenhas - Meu Filho Dahmer

Bell 16/05/2023

"Meu Filho Dahmer é um livro polêmico, instigante, extraordinário, incômodo e inesquecível. Uma obra que vibra em duas frequências condizentes com as emoções de seu autor: o mais fremente sentimento de culpa entremeado ao sofrimento de descobrir quem seu filho realmente é."

Eu gostei bastante dessa leitura, o caso DAHMER talvez seja um dos mais chocantes do mundo #truecrime, depois de saber de tudo é fácil falar: eu teria notado, ele era estranho, culpa dos pais, da avó, dos amigos, etc. Mas,ali, vivenciando, era só um menino introvertido, meio estranho, que começou a beber demais. DAÍ a um assassin0 canibal é um longo caminho né?

Enfim, poucos se permitem sentir empatia pela família do assassino, Fico imaginando a dor desse pai, que precisa lidar diariamente com a culpa, com a dor, a decepção, o julgamento alheio,
é muito desolador ler o relato de Lionel, ele sequer se permite dividir boas lembranças sobre o filho, não que não existam, claro que houveram bons momentos, as fotos do livro mostram isso. Mas como expor algo bom sobre alguém tão odiavel quanto Jeffrey?

Um livro triste.
Do início ao fim!

Leitor Noturno 14/05/2023

Resenha Noturna
?Meu Filho Dahmer?

Autor: Lionel Dahmer
Editora: @darksidebooks
Estilo: True Cr1me
Páginas: 256

?A história de Jeff Dahmer, de seus cr1mes e de suas vítimas já é conhecida, filmes, séries, livros, podcasts, todos os tipos de mídia já adaptaram a b@rbárie provocada pelo monstro em suas mídias, não existe quem seja fascinado por True Cr1me que não tenha ouvido falar no caso Dahmer. Mas casos tão famosos parecem atrair cada vez mais curiosidade.

?Mas as curiosidades que envolvem este livro vão além do que já vimos, todo consumidor do assunto já se perguntou como as famílias envolvidas ficam, a parte das vítimas seguidamente ficamos sabendo, mas são poucos os relatos da família dos cr1minosos, e por mais mórbido que possa parecer, querer dar voz à pessoas ligadas a quem cometeu atrocidades, devemos sim saber o que se passou na educação e na criação de seres que se tornam monstros, e é aí que esse livro pega de verdade.

??O pai de um ass@ssino em série falando como foi vê-lo crescer, sem saber, amando aquela criança que ia se tornar o que se tornou. O pós também é detalhado no livro, um pai recebendo a ligação da polícia avisando que o filho está na c@deia, descobrindo aos poucos qual era sua acus@ção, quantos cr1mes tinham acontecido e ver cada vez mais m0rtes sendo ligadas a alguém que criou.

?O livro me tocou bastante, não acho que Lionel seja perfeito e que possamos eximi-lo de da culpa, mas é notável que ele sentiu o baque e deixa isso claro em vários momentos, como por exemplo quando tem que encontrar as famílias de v1timas ou quando ele concorda que o melhor para o mundo seria que seu filho m0rresse.

?Uma obra diferente, real, original, chocante e necessária, que faz você refletir e pensar nas pessoas que estão por perto e em como você reagiria se passasse por uma situação semelhante, até mais que isso, em como você poderia agir para evitar que algo horrendo acontecesse. O livro tem uma edição fabulosa, criado como se fosse um diário de anotações do Lionel, e conta até com fotos dele ao lado de Jeffrey, em momentos de pai e filho, que, sabendo no que Jeffrey se tornou, fica até difícil de imaginar que são reais.

Nota: ??????????

Johanna.Rodrigues 13/05/2023

Tristeza
O que dizer sobre esse livro, a mais profunda tristeza, chorei em muitos momentos, como Lionel se culpa por tudo o que o filho fez, um pai que amava tanto o seu filho que até depois do Jeffrey ser morto ele tentou se culpar. Shari foi quem esteve sempre ao lado de Lionel mesmo o Jeffrey não sendo seu filho, deu apoio a ele e sofreu junto.

Jorge.Raitz 08/05/2023

Muito bom
Para quem gosta da história dos serial killers, vale muito a pena a leitura, assim conhecemos os bastidores do que acontece na família do serial killer

Bianca Valim 08/05/2023

Resumo - Amei a Série
Durante sua gravidez, Joyce sofria de náuseas contínuas, o que a impedia de segurar qualquer alimento no estômago, vivia constantemente irritada, também sofria com cheiros insuportáveis de comida azeda dos vizinhos (que não era verdade), barulhos de potes e panelas a incomodava o que a impedia de dormir. Joyce havia desenvolvido rigidez (diminui a velocidade e amplitude dos movimentos como câimbra), ela usava remédios e injeções como Barbitúricos, (utilizado como antiepilépticos, sedativos, hipnóticos e anestésicos) e Fenobarbital (utilizado como anticonvulsivante, hipnótico e sedativo). O pai, Lionel Dahmer, quando criança desenvolveu uma obsessão ao longo do tempo, se tornou obcecado, em certo sentido até mesmo hipnotizado pela presença do fogo. Essa obsessão cresceu ao longo dos anos, ele manteve uma grande coleção de caixa de fósforos e até mesmo chegava a roubar palitos de fósforos, e então se escondia em algum lugar deserto e acendia-os, um por um. Essa obsessão por fogo se chama Piromania (transtorno psicológico em que a pessoa tem fascinação pelo fogo e, muitas vezes, um desejo incontrolável por causar incêndios) e quase o fez incendiar a casa do vizinho. Lionel achava que os problemas de Joyce, os remédios que ingeria durante a gravidez, e a sua Piromania na infância seria os motivos para o futuro tomado por Jeff.
Jeffrey Lionel Dahmer, conhecido apenas como Jeffrey Dahmer, nasceu na cidade de West Allis, Wisconsin em 21 de maio de 1960, aproximadamente às 16h30 no Deaconess Hospital. Jeff teve a infância como a de qualquer outra criança, feliz, empolgado, expressivo, brincava com a sua cadela Frisky e amava que brincassem com ele ou que lessem um livro antes de dormir. Em 1964, aos 4 anos de idade, Jeff continuava brincalhão, mas suas brincadeiras tinham passado a ter um padrão bem definido, ele não se interessava por jogos competitivos ou que envolvessem contato físico, não gostava de brincar de lutinha ou de cometer atos de agressividade infantil. No outono de 1966, Jeff parecia ter se fechado, era capaz de ficar sentado em silêncio por longos períodos, quase sem se mover e o rosto estranhamente imóvel. Na primeira série do ensino fundamental em Hazel Harvey Elementary School, Jeff era educado e fazia todas as lições embora as fizesse sem interesse, porém era muito recluso e exageradamente tímido, dava a impressão de uma profunda tristeza, não interagia com nenhuma criança, não se interessava às tentativas de aproximação que faziam, ficava sempre sozinho no recreio andando pelo pátio. Jeff era incapaz de fazer alguma coisa por muito tempo. Chegou a tentar jogar Futebol, Tênis, Arco e Flecha, Viagem com os escoteiros para o Novo México, Banda de Música na escola, mas sempre desistia logo, a única coisa que o interessou foi a Musculação aos 16 anos. Jeff parecia monótono e plano, seus diálogos e respostas se resumiram em apenas uma palavra. Além do mais, ao fim do ensino médio, Jeff era um alcoólatra, com o olhar distante, sorriso artificial, não tinha vida social. No fim de 1976 o casamento de 16 anos de Lionel chegou ao fim. Jeffrey fez sua primeira vítima no verão de 1978. No mesmo ano entrou na faculdade em Columbus da Ohio State University, suas notas eram baixas e sem interesse algum, e novamente não ficou por muito tempo, logo desistiu da faculdade. Jeff se alistou às Forças Armadas dos Estados Unidos em janeiro de 1979, ele não parecia triste, apenas conformado, ao decorrer dos meses ele mudou completamente, não havia cheiro de álcool em seu hálito, sorria de forma radiante, parecia feliz em ajudar no geral na casa, falava com mais liberdade. Nos 2 anos seguintes, 3 meses antes do fim do serviço militar, Jeff saiu. Chegou a trabalhar como Flebotomista (que conhece as técnicas de coleta de material, principalmente de sangue), e participou de reuniões do AA (Alcoólatras Anônimos), e em 6 anos seguintes ele foi promissor, o que novamente não durou. No outono de 1988 Jeffrey havia assassinado 4 pessoas, 2 foram no porão da casa da avó. Também havia sido preso duas vezes por atentado ao pudor, primeiro em 1982 e depois em 1986. Em 1988 Jeff foi morar sozinho, e logo no primeiro dia da nova vida, se aproximou de um adolescente de Laos, de 13 anos chamado Somsack Sinthasomphone e o levou para seu apartamento, número 204, na North 24th Street, em Milwaukee, e ofereceu 50 dólares para o fotografar nu, e o drogou com uma mistura de café, creme de licor irlandês e benzodiazepina, fotografou e o molestou. Ainda sob o efeito da droga, Sinthasomphone conseguiu fugir. Jeffrey foi preso em Milwaukee Country House of Correction por 1 ano, mas saiu em Março de 1990 e cumpriu apenas 10 meses. Jeff foi morar no prédio Oxford, na North 25th Street, no apartamento 213. Na manhã em 23 de julho de 1991 Jeffrey Dahmer foi preso. No dia 10 de setembro, Lionel Dahmer deu sua primeira entrevista televisiva pelo Inside Edition, conduzida pela Nancy Glass. O julgamento de Jeffrey começou no dia 30 de janeiro de 1992 e teve fim em 14 de fevereiro de 1992, sua sentença foi declarada no dia 17 e Jeff foi sentenciado a prisão perpétua sem possibilidade de entrar com um pedido de liberdade condicional. Em dezembro de 1992 Catherine Dahmer, avó de Jeff, morreu enquanto dormia. Jeff e Jesse (outro presidiário) foram deixados ao trabalho às 8h da manhã, no dia 28 de novembro de 1994 Jeffrey Dahmer morreu, porém no dia 10 de maio por volta das 14h, foi batizado em Cristo.

Sabrina.Raimondi 06/05/2023

A Father's Story
Um livro o qual um pai expressa sua eterna culpa em relação aos atos do filho e compartilha memórias comoventes que exploram o relacionamento do autor com seu filho, Jeffrey Dahmer, um dos assassinos em série mais notórios da América. Lionel Dahmer investiga as complexidades da mente de seu filho e os eventos que levaram a seus crimes hediondos, ao mesmo tempo em que examina seus próprios sentimentos de culpa e responsabilidade. Ele narra os desafios de criar uma criança que exibiu um comportamento problemático desde tenra idade, mas ainda assim conseguiu esconder as profundezas de sua depravação daqueles mais próximos a ele. A prosa do autor é clara e direta, e ele apresenta sua história com uma honestidade crua que é ao mesmo tempo admirável e comovente. Ele não se esquiva dos momentos difíceis e dolorosos, mas também consegue transmitir um sentimento de profunda compaixão por seu filho, apesar das atrocidades que cometeu. Em última análise, é uma leitura comovente e instigante que lança luz sobre as complexidades do comportamento humano e o poder do amor incondicional.

Thalita351 01/05/2023

A Father's Story
O livro escrito por Lionel Dahmer, intitulado "A Father's Story", é uma obra autobiográfica que narra a história pessoal do autor e seu relacionamento com seu filho, Jeffrey Dahmer, um dos mais notórios serial killers da história dos Estados Unidos.

Lionel Dahmer apresenta uma narrativa honesta e emocionalmente carregada, que descreve sua vida pessoal e profissional, assim como o desenvolvimento de seu filho Jeffrey e as circunstâncias que levaram a seus crimes terríveis. O livro é uma tentativa de compreender as escolhas de seu filho e examinar como uma família pode lidar com a culpa e a dor.

Ao longo do livro, Lionel Dahmer examina sua vida como pai e sua relação com Jeffrey, desde a infância até a adolescência, incluindo momentos que antecederam o início de seus crimes. O autor também explora suas próprias falhas como pai e o impacto emocional que o comportamento de Jeffrey teve sobre sua família e amigos.

"A Father's Story" é um livro de memórias angustiante, que oferece uma visão única da perspectiva de um pai que se esforça para entender as escolhas horríveis de seu filho. Lionel Dahmer é honesto sobre suas próprias lutas e sentimentos contraditórios, e sua voz como narrador é comovente e ao mesmo tempo fascinante.

Em resumo, "A Father's Story" é uma obra literária impressionante e tocante que oferece uma perspectiva diferente e emotiva sobre um dos crimes mais chocantes da história recente dos Estados Unidos. A honestidade e a coragem do autor em explorar seus sentimentos, bem como o retrato emocionalmente carregado de sua relação com seu filho, tornam o livro um relato profundamente humano e fascinante.

Gabybadgirl 30/04/2023

Nesse livro o autor nos conta como era o relacionamento e a dinâmica familiar dos Damher.
Em algumas partes,o pai do serial killer se compara com o filho,e tenta colocar culpa nos medicamentos que a primeira esposa tomava durante a gestação do Jeffrey.
O que na minha opinião,isso só serve como desculpa pela falta de atenção para com o Jeffrey,ele não sofreu nenhum tipo de abuso,mas também a família não era a mais funcional.
Entretanto,isso não é desculpa pelas mortes brutais que o Jeffrey cometeu,e a ironia disso tudo,e que ele foi assassinado com o mesmo objetivo que ele matou sua primeira vítima.
Essa falta de atenção familiar pode ter sido um gatilho no Jeffrey,visto que ele não suportava ser abandonado.

Bibi Felix 15/04/2023

Acho surreal ver como os pais do dahmer não sabiam NADA sobre ele. isso me lembra uma parte de meu amigo dahmer que o derf backderf fala sobre como seria se os adultos tivessem notado tudo que tava acontecendo com o jeff e como ele tava se afundando aos poucos.
achei que ia ler esse livro mais rápido por ser curtinho, mas precisei dar longas pausas pra conseguir "absorver" o conteúdo. achei angustiante ler os pensamentos do lionel.

Larissa 12/04/2023

Um relato visceral de um pai de um serial killer
O mais novo lançamento da editora Darkside foi esse livro, que trás um relato impactante e que deixará os leitores perplexos com os detalhes da vida de um pai de um serial killer.

Após a séria da Netflix ter abordado esse crime chocante, que o Jeffrey Dahmer assassinou diversos jovens, e ter feito o maior sucesso, agora temos esse livro para quem gosta de thrue crime, vai precisar ler para tentar desvendar os mistérios da mente doentia do assassino.

Lionel, conta a sua vida desde o começo, conta como era a relação com a mãe do Jeffrey, como foi a gestação, conta em detalhes o que pensava e como se portava diante de todas as situações problemáticas em que se encontrava.

Aparentemente, nos demonstra, que a gravidez precoce com seu ex-esposa, desencadeou uma desestruturação da família. Vários problemas emocionais, e comportamentais vieram à tona, antes mesmo do nascimento do Jeffrey.

Após o nascimento, podemos acompanhar que essa família, já não tinha muita solução e o que acabou deixando a criação do pequeno Dahmar de lado.

Mas, apesar de tudo, nada é justificável o suficiente para compreendermos o que levou Jeffrey a cometer com tanta crueldade os crimes de assassinato.

Nesse livro, Lionel traz um relato visceral e direto de como foi lidar com todo o transtorno que Jeffrey causou, mesmo antes de saber dos crimes que seu filho cometeu. O quanto a família foi afetada. Lionel, tenta ao relembrar desde o nascimento do seu filho, onde que errou na criação de seu próprio filho. Onde foi que Jeffrey se desvirtuou e levou o mesmo a ser um assassino.

Ao ler esse relato, vemos que talvez essa história que mais parece filme de terror, pode ter mais de um culpado. E querendo ou não, é algo que nunca vamos descobrir.

Valeu super a pena ler esse livro! E super recomendo!

INSTAGRAM: @mundoliterariodalari

nanaths 11/04/2023

"Há coisas das quais não podemos proteger os nossos filhos."
Estar na cabeça e nas lembranças do Lionel é algo muito forte, li esse livro em um dia porque eu simplesmente não conseguia parar de ler. É tudo muito confuso e muito triste, eu sinto muito por todo o sofrimento que o Jeff causou não só nas vítimas e em suas famílias, mas no pai dele também.

Tah_baddauy 08/04/2023

Uma leitura justa do ponto de vista de um pai que não tenta amenizar os crimes do seu filho e sim traçar correlação entre o ocorrido e sua própria conduta como pai.

Gabriel Morais 03/04/2023

O relato de um homem comum de vida pacata que se tornou o pai de um dos maiores serial killers da história. No livro, Lionel conta, desde a gestação até a morte de Jeffrey, sobre as coisas que o filho passou, além de suas características pessoais, como alcoolismo, introversão, vícios em pornografia, atração pelo ocultismo, entre outros. O autor, por meia dessa vista panorâmica, tenta entender todos os sinais estranhos que o filho deu desde jovem e como ele pode ter sido falho como pai. Eu já tinha assistido a série da Netflix, que é muito fiel ao livro, pouquíssimas coisas que foram descritas aqui não foram para série, mesmo assim, vale a pena a leitura

Juju 29/03/2023

E se...
Jeffrey Lionel Dahmer nasceu em Milwaukee nos anos 60 e até hoje é lembrado pela sombria identidade de um terrível assassino em série, talvez um dos mais sádicos e cruéis. Um verdadeiro predador sexual, sem remorso ou consciência e cuja busca incessante por prazer e controle lhe impulsionaram a cometer os atos inomináveis, sem dúvida vis, que terminariam por consagrar sua fama nefasta sob o arquétipo de "O Canibal de Milwaukee". Figura esta que a mídia se recusa a esquecer e resgata de tempos em tempos através da cultura pop, a exemplo da série "Monster: The Jeffrey Dahmer Story" (ou adaptada para o português - Dahmer: Um Canibal Americano) lançada pela Netflix em 2022, cujo sucesso estrondoso é bastante difícil de ignorar, bem como o de inúmeros outros documentários produzidos ao longo dos anos.
Mas em "Meu Filho Dahmer" como o próprio título sugere você irá conhecer detalhes da história familiar de Jeffrey Dahmer a partir da ótica de uma pessoa extremamente próxima: seu próprio pai. Neste livro Lionel Dahmer divide com o leitor memórias privadas e íntimas de sua convivência extremamente deficiente com o filho desde os estágios iniciais de sua existência, questionando, relembrando e destrinchando partes de sua vida em busca de respostas para perguntas complexas como: será que eu poderia ter impedido os crimes do meu filho?

A bem da verdade quando Lionel escreveu e publicou este livro pela primeira vez ele ainda estava passando por um longo processo de aceitação e reflexão que não lhe permitia enxergar talvez os fatos como eles realmente eram, assim ele passa a maior parte do livro se culpando pelas ações de Jeff e encontrando paralelos entre a própria personalidade distante emocionalmente com a do próprio filho que viria a exacerbá-la de uma maneira assustadora no futuro. Apesar de ter sido um genitor presente no sentido físico da palavra, Lionel Dahmer era extremamente introvertido e passava horas e horas enfiado em seu laboratório priorizando a carreira, insistindo em um casamento falido e fazendo vista grossa para os evidentes problemas de cunho psicológico do filho. Era apenas um reflexo de sua criação à moda antiga em que o sinônimo de amor era comida, teto e dinheiro na mesa. Mas afinal seria ele culpado de algo? Seria a sua mãe extremamente instável e dependente de medicamentos controlados culpada por colocar a vida de Jeffrey em risco e alterar partes de sua genética? Poderia a genética explicar grande parte dos problemas de Jeff ou teria sido o ambiente o fator determinante? Até que ponto a cultura pop da época (filmes, revistas, músicas) pode ter interferido na formação da personalidade de Dahmer? Seu vício em álcool teria contribuído para exacerbar comportamentos violentos e voláteis? E por último: seria Jeffrey Dahmer insano? Sinceramente eu não acho que algum dia saberemos as respostas exatas para tais perguntas, é por isso que tantos livros continuam a ser escritos sobre a figura tão controversa deste assassino em específico, afinal sua mente foi e permanece sendo uma incógnita digna de estudo. Porém são essas as perguntas que um pai aflito, angustiado e tomado pelo esmagador peso da culpa continuará a se fazer ao longo das quase 300 páginas de sua obra, a sua própria espécie de catarse em que ao narrar a vida pregressa de Jeffrey estaria auxiliando a si mesmo a encontrar de certa forma paz, se é que isso será possível para ele algum dia ainda em vida.

No geral é um livro bastante triste e que nos leva a refletir bastante sobre toda a situação de uma forma geral, analisando vertentes e formulando teorias sobre aqueles fatores que podem ou não ter sido importantes na construção da personalidade psicótica do assassino, e também sobre como a figura de Jeffrey Dahmer apesar de falecido (ele foi assassinado dentro da prisão em 1994, ano da publicação de "Meu Filho Dahmer") permanecerá para sempre imortalizada no imaginário popular coletivo. Ainda assim, vale lembrar que "Meu Filho Dahmer" apenas fornece o ponto de vista de Lionel Dahmer, portanto, nada deve ser tomado como uma verdade absoluta e imutável sobre os fatos, afinal ele tende a assumir o seu lado paternal e preservar da melhor maneira ou da única maneira que encontrou a integridade do filho, a exemplo disso Lionel realmente acredita que o mesmo encontrou a salvação em Cristo em seus dias finais. No entanto, é inegável a afirmação de que o único que poderia explicar melhor tudo isso seria o próprio Jeff caso ele fosse capaz de compreender com exatidão as coisas que se passavam dentro de sua mente sombria. Obviamente ele não era.

Uma leitura demasiadamente rápida, profunda e densa que apresenta gatilhos e que deve ser encarada com respeito, atenção e cuidado. Acredito que grande parte do material utilizado para reconstituir a infância, adolescência e juventude de Jeff a fim de produzir a série de Ryan Murphy foi retirada desse livro, pois as semelhanças são inegáveis. Ainda assim, como eu disse anteriormente, relatos emocionais e impactantes que são encontrados nessa obra na série servem à função de humanizar a figura de um serial killer, nesse caso Jeffrey Dahmer. Sendo assim, é arriscado, pois como observado no ano passado uma grande maré de pessoas surgiram interpretando de forma equivocada os crimes de Dahmer, como se o fato de ele ter sido uma criança solitária, um adolescente aflito e um adulto silencioso possam isentá-lo de suas responsabilidades ou das mortes cruéis que perpetrou. Não podem. Esta é, portanto, mais uma fonte de estudo e análise que fornece uma oportunidade ao leitor de true crime compreender um pouquinho melhor, a partir de um outro ângulo, a história de Jeffrey Dahmer.

Ju Rocha 26/03/2023

Eu não assisti a série e nem tinha lido nada a respeito do caso de forma mais profunda e entender como a coisa se desenrola para a família de um serial killer se mostrou muito interessante para mim. Fiquei triste em ver como as coisas se saíram para o Jeffrey, pois apesar de tudo, também era hm ser humano, fiquei muito triste em saber do quanto a família sofreu com tudo isso e o quando o pai se culpava por não ter chegado na conclusão de que seu filho precisava de ajuda.