bella 09/04/2024
Nunca antes li um livro tão enrolado.
O segundo livro de Reino das Bruxas traz a continuação da história de Emilia que ainda busca por vingança pela morte de sua irmã, Vittoria.
Acho que a primeira coisa que eu gostaria de dizer é que esse livro foi MUITO enrolado. Eu entendo, até certo ponto, que os livros de fantasia no geral precisam ser mais lentos e cuidadosos em sua construção de universo, muito por conta de serem mundos construídos do 0 e precisarem de uma atençãozinha maior. Dito isso, eu acho que a autora fez uma enrolação desnecessariamente grande ao desenvolver esse livro.
Eu ficava esperando todo momento que a narrativa ia ter uma virada de eventos e as coisas iam ficar mais aceleradas e? simplesmente não aconteceu. Ao longo das 384 páginas, a gente tinha menos perguntas respondidas e mais questionamentos, e tudo bem livros de fantasia fazerem isso, é uma das coisas que eu aprecio em Trono de Vidro num geral, por exemplo, mas quando o autor decide tomar esse caminho, ele precisa de uma narrativa que vá segurar a atenção do leitor, e Natureza Sombria, infelizmente, não tem.
Kerri Maniscalco decide prolongar partes do livro que não precisavam ser tão longas e acelerar partes do livro que precisavam muito serem mais lentas. Você termina a leitura do livro insatisfeito porque parece que você terminou no lugar que começou e com ainda mais dúvidas.
O segundo quesito que eu gostaria de falar é sobre como a personagem da Emilia foi mal construída. Ela, teoricamente, era para ser essa personagem super inteligente e que consegue fazer ligações rápidas e que vai passar por cima de tudo e todos para descobrir a pessoa por trás da morte de sua irmã, mas todas as ações dela demonstram exatamente o contrário dessas características.
Ela é uma personagem imprudente, egoísta, confusa, pouco confiável e até infantil, muitas vezes. Você se irrita com ela durante a leitura porque, considerando o final do primeiro livro, era para nós sermos apresentados a uma personagem mais forte que pensa antes de tomar uma decisão, mas assim que você começa o livro você vê que não é bem assim.
Minha impressão foi que a autora quis passar uma vibe de Aelin com seus planos sendo descobertos de última hora, mas seus planos não fazem sentido algum simplesmente porque eles não têm construção. Ela age como se estivesse dois passos a frente quando a narrativa em si não mostra em nenhum momento como possivelmente ela estaria dois passos a frente. A cena final é patética, porque ela age como se tudo aquilo fosse seu plano inicial e as coisas, simplesmente, não tivessem dado certo ao acaso.
Enfim, eu não tenho nenhuma vontade de ler a continuação desse livro, sinceramente, mas vou dar um tempo e pensar um pouco. Quem sabe eu dou mais uma chance.