AliJu 07/05/2024
Disque T para titias é uma festa que virou um enterro
Supostamente Disque T para Titias é uma comédia com crime e com romance, então eu já estava desde o começo errada em escolher esse livro. Mas tentei dar uma chance genuína a ele porque a premissa da família de imigrantes é algo que me interessa muito.
No momento este livro entra no meu top 5 piores deste ano.
E o que mais pega nem é o gênero, ou a autora no idioma original ser limitada a ponto de usar mais de 740 vezes as palavras say/says para indicar seus diálogos, chegando a repetir por múltiplas vezes na mesma página. Sinceramente, isso é ruim e ainda assim passou longe dos piores problemas que pessoalmente tive com a leitura.
Começamos com a protagonista que é intankável e passamos por diversos personagens que não despertam nenhum interesse, até chegar na tia que faz tai chi a cada momento que fica estressada, quem age assim na vida real?
Imagina seu chefe te pede para fazer hora extra e você começa um tai chi, seu pedido no restaurante chega errado e você já começa um movimento, alguém te corta no trânsito e lá vamos nós... Ops, você bateu o carro! Kkkkkkk
Mas o que me incomodou real foi que autora criou todo um conceito de que a família está sempre ali para você, que nunca te abandonam mesmo que discordem, que vão te ajudar em qualquer situação, mesmo que façam ou falem coisas péssimas entre si, ou ainda que haja um monte de desrespeito, família é família, certo?
Erradoooo!
Isso é tampar o sol com a peneira, relacionamento tóxico pode ter lado bom também, sabiam? É assim que o ciclo funciona, ter algo bom faz as pessoas permanecerem no relacionamento ruim.
Além do mais se a sua família te coloca em um mega problema, o mínimo que podem fazer é te ajudar a resolver...
Toda a bagunça se inicia com a falta de responsabilidade e respeito da mãe. "Ah mas ela tinha boas intenções", vocês me dizem. E ainda sim está errada!
A Meddy devido a tanto controle e medo de desapontar sua família desenvolve uma personalidade de chuchu cozido na água sem sal. Isso não é normal, não é legal!
Se nossa família é boa, vamos sim querer estar por perto, dividir momentos com ela, mas parar de viver? Abrir mão de oportunidades, sonhos, do amor da sua vida?
Aonde isso é okay?
O livro exige muita suspensão da descrença, e se passa quase todo numa janela de aproximadamente 3 dias. O que gera uma enrolação sem fim, é vai e volta na mesma coisa 10x, porque não tem mais nada para abordar, então o jeito é permanecer trazendo o mesmo problema o tempo todo.
Eu já tenho o 2º e provavelmente não vou ler, nem para reclamar eu quero.
Até porque eu poderia escrever 3x sobre este aqui se fosse mais afundo em diversas questões, mas quis poupar quem for ler a minha opinião e não deixar ainda maior do que já está.
Não tenho paciência para essa romantização de família tóxica disfarçada de comédia. Sinto muito, amigos, não contem comigo para continuar essa série nem pelas resenhas.
Não que eu não leia ou não goste de livros com personagens perturbados, eu os adoro na verdade. Só o que eu quero é que a narrativa seja honesta e me mostre o lixão não reciclável que eles são.