Gabriel M 17/11/2023
A montanha que pariu o rato
Creio que meus sentimentos após o término deste clássico alemão são mistos. Num primeiro momento, a trama é atraente, especialmente sua premissa estranhamente instigante.
No entanto, depois de um início empolgante, o decorrer da trama é por si só, enfadonha. Afinal, o que você pode esperar de um protagonista que se transformou num monstro insetoide? Sim, exatamente aquilo que você imagina. Dificuldades físicas, rejeição dos familiares e coisas do gênero.
Por isso, vejo que o livro possui muito valor naquilo que cerca as possibilidades interpretativas do enredo, numa camada menos primária de leitura. O valor da pessoa humana, sua organização familiar dentro desse contexto problemático, o dinheiro, além dos demais infortúnios desenvolvidos na trama. Isso, no livro, é ouro, mas você precisará garimpar, ir além das pouco mais de 100 páginas, percorrer uma tradução por vezes truncada, confusa que não flui perfeitamente e creio ser mérito (ou seria demérito?) do autor. Assim sendo, é um livro que vale a leitura, há pontos de reflexão e uma grande margem para diferentes abordagens na interpretação. Só não é tudo isso.