Resenhas -

Michela Wakami 06/09/2023

Angustiante
Um livro que não deve ser lido por todos, pelo seu alto grau de perturbação.

Aqui temos um escritor que cometeu suicídio e que fala sobre suicídio de uma maneira que chega ser obsessiva.
Inclusive ele relata no livro, a maneira que ele viria a se suicidar.

As causas e suas dores relatadas nesse livro, nos faz refletir o quanto estamos atentos, a quem pede socorro em silêncio ou de maneiras que nem imaginamos, fazendo pessoas rirem enquanto choram por dentro.

Blackthorne 16/10/2023

Confusão de pensamentos
Mano, nesse livro a gente acompanha o relato da vida de um cara chamado Yozo, e em como ele tem dificuldade de entender as pessoas, além da sua didiculdade em dizer não pros outros desde criança. Nisso, quando ele cresce, ele se entrega à vícios e a vida dele é uma merda pq *DEPRESSÃO, ANSIEDADE e excesso de AUTO-CONSCIENCIA*.

Eu gostei do livro, mas ele me deixou extremamente incomodada; me deu a mesma sensação de ler "Nos Cumes do Desespero" do Cioran, pq parece um livro escrito por um adolescente edge do tiktok.

Mas quando vc ultrapassa isso, é só um livro difícil de ser digerido pq ele é real. Pessoas deprimidas e perdidas são assim... o que não faz eu ter empatia com o Yozo, mesmo sabendo bem como é estar no lugar dele. Mas ainda assim, ele é real.

Sei la, mano... eu preciso de um tempk pra entender pq eu gostei e odiei esse livro ao mesmo tempo e com a mesma intensidade, talvez por ser algo que pode ser mal interpretado demais... enfim.

mtzskoob 01/05/2024

A leitura em si não me agradou muito. Yozu é um sujeito unidimencional, e todos parecem ter profunda influência sobre suas perturbações, mesmo essas mesmas pessoas não representando nada, ou quase nada na história. Seria interessante se o Yozu refletisse sobre sua própria condição e suas perturbações, como o Dostoievski faz em "Notas do Subsolo", inclusive ele é citado nesse livro, mas parece que um homem completamente perturbado não consegue nem divagar sobre si mesmo com substância. A parte mais interessante foi a parte autobiográfica do Osamu Dazai. É um livro medíocre no que tenta ser, mas não acho que ele quer ser alguma coisa de verdade.

SraLisStark 21/02/2024

ENTRE A REALIDADE E A LITERATURA
Ao revisar este texto, busquei informações sobre a vida do autor para estabelecer uma conexão entre a realidade e sua obra literária. No entanto, quanto mais me aprofundava nessa busca, mais sutil essa linha se tornava.

Osamu Dazai, cujo verdadeiro nome era Shuji Tsushima, é reconhecido como um dos expoentes da literatura japonesa do século XX, especialmente no estilo Watakushi Shosetsu. Esse estilo, desenvolvido durante o período Taisho, caracteriza-se pela narrativa em primeira pessoa e pela incorporação de elementos autobiográficos.

O caráter autobiográfico de suas obras é notável, enriquecido pelo tom irônico e pessimista que permeia sua escrita de ponta a ponta.

Ao explorar as marcas biográficas presentes em suas obras, deparei-me com descobertas mais desafiadoras do que inicialmente imaginava. É doloroso compartilhar esses fatos, pois mesmo na literatura, eles têm o poder de causar dor. É como se saltassem das páginas para a realidade, cruzando um véu delicado.

Um incidente particular da vida de Dazai, exposto em seu trabalho, foi sua tentativa de suicídio em companhia de uma mulher. Isso me levou a questionar se o evento ocorreu exatamente como registrado ou se a tragédia foi suavizada para o leitor, já que ele mesmo expressa em seu trabalho: "Um dos meus defeitos trágicos é a compulsão de adicionar algum tipo de embelezamento a todas as situações...". Esta qualidade, por vezes, lhe rendeu o rótulo de mentiroso, mas ele alega que raramente a utilizava para obter vantagens pessoais, e sim por um medo sufocante da mudança cataclísmica que se segue ao enfraquecimento de uma conversa.

YOZO:
Um personagem emblemático, sua forma de ver a si e ao mundo são muito peculiares, muita dor é carregada e o peso que o personagem carrega é um fardo pesado, pois a própria existência o incomoda. Seu declínio, é percebido em diversos âmbitos, mas se tornam gritantes físico e mentalmente. Um diálogo marcante é o momento em que está jogando com Hokiri, o nome do jogo é antônimo, onde busca o antônimo das coisas existentes e ele se pergunta qual seria o antônimo de Crime, e o incomoda que Dostoiévski tenha elegido castigo, pois ele o considera como sinônimo.

"Goodbye" foi a última obra de Osamu Dazai, uma obra incompleta, pois deixaria este mundo ao lado de sua esposa, afogando-se no Canal Tamagawa, em um trágico duplo suicídio.

Sua obra é muito maior do que as minhas palavras e análise, claro que em meu caderno deixei minhas questões mais profundas como muitas das cenas emprestadas ao livro vem em parte da sua própria, como a vida de Yozo e Dazai se misturam e o título "o declínio de um homem" ressoa sobre o próprio autor e sua autoavaliação.


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My skin 03/05/2024

Ladeira a baixo
Odiei, é só um homem rico sem problemas na vida, entediado foi atrás de problemas. Culpa o mundo todo por sua decadência menos ele. O cara so se afunda, nunca vi alguém ser tão incompetente em tudo que se propoem a ser na vida.

"Eu pensava, ?enquanto eu conseguir fazer com que eles riam, não importa como, ficará tudo bem comigo. Se eu conseguir fazer isso, os seres humanos provavelmente não se importaram muito se eu ficar fora de suas vidas. A única coisa que eu devo evitar é me tornar ofensivo aos seus olhos: eu devo ser nada, o vento, o céu.? Minhas atividades como um bobo, um papel nascido do desespero, se estendiam até para os servos, a quem eu temia ainda mais do que minha família porque os achava incompreensíveis."

Morfeu3 11/01/2024

O desfecho é tão esperado quanto o curtíssimo conto de Jorge Luís Borges: "Um homem se propõe a tarefa de desenhar tudo o que viu no mundo. Ao longo dos anos preenche o espaço com imagens de cidades, de reinos, de montanhas, de baías, de mares, de ilhas, de peixes, de casas, de instrumentos, de astros, de cavalos e de pessoas. Pouco antes de morrer, descobre que esse paciente labirinto de traços compôs a imagem do seu próprio rosto." É nisso que a constante incompreensão do Yozo é uma constantemente incompreensão de si mesmo, não dos outros; o problema, por mais que se esquivasse e apontasse para a sociedade, sempre esteve na síntese do que é

trdll 31/05/2024

13º leitura de 2024
O adjetivo que caracteriza esse livro é agonizante. Praticamente você vê o autor discorrer sobre a miséria de sua própria vida. Não sei muito o que falar mais. Não senti pena, nem nada do tipo, de Yozo, mas me despertou um sentimento de injustiça. Como se as atrocidades acontecessem tão rápido que difícil seria ele não se entregar aos vícios.

Não sei se sairia recomendando aos montes essa leitura, pelo seu peso emocional. Porém, talvez por estar falando de si mesmo, Dazai foi impecável em transmitir os sentimentos de Yozo, realmente um mergulho no personagem.

emmi 14/03/2024

"Eu tinha medo até de Deus. Eu não conseguia acreditar em Seu amor, só em Sua punição. Fé. Isso, eu sentia, era o ato de enfrentar o tribunal da justiça com a cabeça curvada para aceitar o flagelo de Deus. Eu conseguia acreditar no inferno, mas era impossível para mim acreditar na existência do paraíso." De fato uma obra prima, senti as vezes como se eu tivesse lendo algo que escrevi e não lembrava .

belle 22/01/2024

Confesso que foi um livro bem difícil de ler por diversos motivos, não sei se conseguiria ler novamente. é um livro bem profundo, filosófico e trágico e deixa muitas reflexões... (o livro é literalmente a frase só deus sabe como tá a mente do palhaço)

Valério 05/10/2023

Drama psicológico
Senti alguma semelhança com as obras de Dostoievski. O personagem principal no início do livro aparenta ser promissor com sua inteligência. Contudo, ao avançar em sua vida vai fazendo escolhas. E as piores são em relação às companhias. Sim, é clichè, mas não deixa de ser verdade. Influencias nos puxam para cima ou nos arrastam para a lama. E esse foi talvez o principal motivo para que o protagonista se visse em declínio constante e acelerado. Em determinado ponto do livro, imaginei que ele já teria em torno de 45 anos, tendo em vista tudo que já havia vivido e seu estado se saúde. Que nada. Ainda em seus vinte e poucos, mas já no auge da decadência. Junte-se às cias o vício, a apatia e sua participação nas reuniões secretas do partido comunista. Que ele bem depressa entendeu ser uma ilusão, mas permaneceu para se sentir vivo.
Enfim, um livro bem escrito que, assim como Dostoievski faz tão bem, nos leva a nos imaginarmos no lugar do protagonista. Bastariam algumas escolhas ruins na nossa vida que nos direcionariam a outras.
Vale muito a leitura desta obra japonesa.

Auene 03/05/2024

A fase "Se você não comer, você morre" sempre soou para mim como uma ameaça detestável...

O livro fala sobre a realidade dura da vida e da depressão, sendo literalmente o declínio de um homem ao descrever os sentimentos de desconexão com a humanidade, solidão e a forma como ele buscou se refugiar nas drogas. Esse livro traz uma importante conscientização sobre a depressão e de como o fim poderia ter sido evitado se ela não fosse algo tão estigmatizada. Simplesmente amo esse livro! Pela forma como eu me senti compreendida ao ler, o livro sempre me passou a sensação de conforto e acolhimento

Giovana463 17/09/2023

Melancólico, de vdd.
Esse livro foi literalmente uma montanha russa, de uma forma positiva. O Yozo (protagonista) tem muita dificuldade em se comunicar com outras pessoas, se achando diferente, como se ele não fosse um "humano" de verdade. O que, ironicamente, eu achei bem humano. Bom, definitivamente uma experiência que eu recomendaria kk. Eu repensei várias vezes na nota desse livro, por causa da complexidade dele. Desde o começo eu consegui me conectar muito bem com o protagonista (apesar de ele ser sim um 🤬 #$%!& várias vezes ). Eu não tinha acreditado até que eu li, porém de verdade, esse livro não é para todo mundo; Em várias partes é possível ver os claros pensamentos antigos da época em que foi escrito, que de nenhuma forma é aceitável. E eu ficava me perguntando se tal coisa realmente aconteceu com o Dazai, pelo livro ser bem parecido com a vida dele (como as tentativas de desviver, e o fato bem aleatório de que ele também esteve envolvido com o comunismo na vida real). Com certeza recomendo, porém cuidado para não se identificarem demais, viu...kk

Nicolas 09/07/2023

Uma perspectiva pesada sobre uma vida que em muitos aspectos pareceu incompleta. É um dos livros que me deixou reflexivo em muitos momentos, e com certeza irei ler novamente em breve.

lluizxw 05/06/2024

Ter tudo nem sempre é ter tudo.
Uma leitura que nos faz entrar na mente do personagem principal e sentir certos vazios que ele sente, assim como, se alarmar com a forma com que esses vazios gradualmente são preenchidos.

São muitas questões sem respostas que culminam no declínio desse homem.

Ellen_Ragno 18/07/2023

Top mas...
O cara não reajustou o pensamento dele, ele ficava preso às próprias ideias sobre a forma como ele via os outros, e se sentia o único no mundo sendo assim. Não que ele esteja errado, mas se alguém com depressão ler este livro, não vai se sentir melhor, eu acho, mas pelo menos não vai se sentir único. Apesar disso eu gostei muito, pq até então eu nunca tinha visto algo do ponto de vista de alguém depressivo, gostei, só que ele parece querer justificar ter abandonado a mulher solteira com os filhos dela. É o tipo de livro que eu gostaria de ler de novo, futuramente.