Resenhas -

Michela Wakami 06/09/2023

Angustiante
Um livro que não deve ser lido por todos, pelo seu alto grau de perturbação.

Aqui temos um escritor que cometeu suicídio e que fala sobre suicídio de uma maneira que chega ser obsessiva.
Inclusive ele relata no livro, a maneira que ele viria a se suicidar.

As causas e suas dores relatadas nesse livro, nos faz refletir o quanto estamos atentos, a quem pede socorro em silêncio ou de maneiras que nem imaginamos, fazendo pessoas rirem enquanto choram por dentro.

Dyllan.Johnny 15/01/2024

O declínio
?Minha infelicidade era a de um homem incapaz de recusar. Tinha medo de que, ao recusar algo que me fosse oferecido, uma fissura eterna e irreparável surgisse em meu coração, e no coração da outra pessoa.?

A jornada de alguém que tentou. Cada vez mais, vejo a relevância do abandono na infância, para a construção de um trauma eterno. Um livro muito bem escrito e difícil de aceitar. É angustiante perceber, durante a leitura, o alter ego do autor ficando encurralado, sem saída e acabando rejeitado por completo. Bom livro!

SraLisStark 21/02/2024

ENTRE A REALIDADE E A LITERATURA
Ao revisar este texto, busquei informações sobre a vida do autor para estabelecer uma conexão entre a realidade e sua obra literária. No entanto, quanto mais me aprofundava nessa busca, mais sutil essa linha se tornava.

Osamu Dazai, cujo verdadeiro nome era Shuji Tsushima, é reconhecido como um dos expoentes da literatura japonesa do século XX, especialmente no estilo Watakushi Shosetsu. Esse estilo, desenvolvido durante o período Taisho, caracteriza-se pela narrativa em primeira pessoa e pela incorporação de elementos autobiográficos.

O caráter autobiográfico de suas obras é notável, enriquecido pelo tom irônico e pessimista que permeia sua escrita de ponta a ponta.

Ao explorar as marcas biográficas presentes em suas obras, deparei-me com descobertas mais desafiadoras do que inicialmente imaginava. É doloroso compartilhar esses fatos, pois mesmo na literatura, eles têm o poder de causar dor. É como se saltassem das páginas para a realidade, cruzando um véu delicado.

Um incidente particular da vida de Dazai, exposto em seu trabalho, foi sua tentativa de suicídio em companhia de uma mulher. Isso me levou a questionar se o evento ocorreu exatamente como registrado ou se a tragédia foi suavizada para o leitor, já que ele mesmo expressa em seu trabalho: "Um dos meus defeitos trágicos é a compulsão de adicionar algum tipo de embelezamento a todas as situações...". Esta qualidade, por vezes, lhe rendeu o rótulo de mentiroso, mas ele alega que raramente a utilizava para obter vantagens pessoais, e sim por um medo sufocante da mudança cataclísmica que se segue ao enfraquecimento de uma conversa.

YOZO:
Um personagem emblemático, sua forma de ver a si e ao mundo são muito peculiares, muita dor é carregada e o peso que o personagem carrega é um fardo pesado, pois a própria existência o incomoda. Seu declínio, é percebido em diversos âmbitos, mas se tornam gritantes físico e mentalmente. Um diálogo marcante é o momento em que está jogando com Hokiri, o nome do jogo é antônimo, onde busca o antônimo das coisas existentes e ele se pergunta qual seria o antônimo de Crime, e o incomoda que Dostoiévski tenha elegido castigo, pois ele o considera como sinônimo.

"Goodbye" foi a última obra de Osamu Dazai, uma obra incompleta, pois deixaria este mundo ao lado de sua esposa, afogando-se no Canal Tamagawa, em um trágico duplo suicídio.

Sua obra é muito maior do que as minhas palavras e análise, claro que em meu caderno deixei minhas questões mais profundas como muitas das cenas emprestadas ao livro vem em parte da sua própria, como a vida de Yozo e Dazai se misturam e o título "o declínio de um homem" ressoa sobre o próprio autor e sua autoavaliação.


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belle 22/01/2024

Confesso que foi um livro bem difícil de ler por diversos motivos, não sei se conseguiria ler novamente. é um livro bem profundo, filosófico e trágico e deixa muitas reflexões... (o livro é literalmente a frase só deus sabe como tá a mente do palhaço)

Bruxinha.leitora 27/05/2024

Existência miserável e consequências de suas ações.
Antes de ler o livro, eu esperava que ele fosse mais um daqueles livros que te destroem internamente, trazendo tristeza e reflexões profundas. No entanto, o livro não atingiu todas minhas expectativas. Não estou dizendo que não seja um livro profundo e triste, ele é, mas eu esperava mais. Acreditei que ele iria passar por uma situação traumatizante, uma vida no começo difícil, mas era apenas mais um rico que fez escolhas ruins e teve consequências negativas de suas ações.

Yozo tem uma família rica, poderia ter uma vida cheia de boas oportunidades, mas seus questionamentos, sua incapacidade de ser empático, de compreender como a sociedade funciona, sua má escolha de amizade e sua farsa, ele era um personagem. Isso tudo fez com que sua existência fosse um poço de miséria, vícios e infelicidades.

Às vezes, a leitura se torna angustiante, deprimida e torturante. O livro apresenta diversas concepções suicidas, pessimistas e machistas.

Ele culpava todos, sobretudo as mulheres, por sua existência miserável e cheia de declínios que, na verdade, ele mesmo criou. Suas escolhas o colocaram em tal posição.

miigu3el 18/05/2024

Duríssimo
Realidade nu, crua, mastigada e cuspida de forma tão íntima, na mente de um cara, sob perspectiva limitada, em um determinado contexto. O cara é terrivelmente depressivo. Possui suas questões moralísticas e narra seu definhamento. Não agradaria a todos este tipo de leitura, mas é essencial que tenhamos ciência sob a individualidade do personagem, e sua conjutura.

mtzskoob 01/05/2024

A leitura em si não me agradou muito. Yozu é um sujeito unidimencional, e todos parecem ter profunda influência sobre suas perturbações, mesmo essas mesmas pessoas não representando nada, ou quase nada na história. Seria interessante se o Yozu refletisse sobre sua própria condição e suas perturbações, como o Dostoievski faz em "Notas do Subsolo", inclusive ele é citado nesse livro, mas parece que um homem completamente perturbado não consegue nem divagar sobre si mesmo com substância. A parte mais interessante foi a parte autobiográfica do Osamu Dazai. É um livro medíocre no que tenta ser, mas não acho que ele quer ser alguma coisa de verdade.

Morfeu3 11/01/2024

O desfecho é tão esperado quanto o curtíssimo conto de Jorge Luís Borges: "Um homem se propõe a tarefa de desenhar tudo o que viu no mundo. Ao longo dos anos preenche o espaço com imagens de cidades, de reinos, de montanhas, de baías, de mares, de ilhas, de peixes, de casas, de instrumentos, de astros, de cavalos e de pessoas. Pouco antes de morrer, descobre que esse paciente labirinto de traços compôs a imagem do seu próprio rosto." É nisso que a constante incompreensão do Yozo é uma constantemente incompreensão de si mesmo, não dos outros; o problema, por mais que se esquivasse e apontasse para a sociedade, sempre esteve na síntese do que é

Pedro.Dalle 07/07/2023

Melancólico
Assim que o livro termina, temos acesso ao epílogo. Onde é apresentado a história real do autor.
O livro retrata bem os acontecimentos melancólicos de sua vida, de uma forma diferente porém o final semelhante.
Um livro de grande aprendizado, com toda certeza uma leitura interessante do meu ano de 2023.
Espero consumir mais obras do autor, que teve um final triste de uma carreira até então de sucesso.

bongars 15/05/2024

Chato e com tradução péssima
O que leva uma editora a traduzir um livro sem ao menos se dar ao trabalho de revisar?
Erros grosseiros que jamais deveriam ter passado.
O verbo haver conjugado de forma errada: ?haviam? no lugar de ?havia?.
?Há dez anos atrás?, quando o correto seria somente ?há dez anos? ou ?dez anos atrás?.
?Mau? utilizado no lugar de ?mal?, pois era uma oposição a ?bem? e não a ?bom?.
Erros grotescos que se repetiram por diversas vezes.
Isso sem contar que é um livro enfadonho que não me prendeu em nada. Ainda bem que é e-book emprestado da Amazon e que será devolvido com todo prazer.

Auene 03/05/2024

A fase "Se você não comer, você morre" sempre soou para mim como uma ameaça detestável...

O livro fala sobre a realidade dura da vida e da depressão, sendo literalmente o declínio de um homem ao descrever os sentimentos de desconexão com a humanidade, solidão e a forma como ele buscou se refugiar nas drogas. Esse livro traz uma importante conscientização sobre a depressão e de como o fim poderia ter sido evitado se ela não fosse algo tão estigmatizada. Simplesmente amo esse livro! Pela forma como eu me senti compreendida ao ler, o livro sempre me passou a sensação de conforto e acolhimento

ellysky 14/04/2024

Eu nem sei como descrever, a forma tao real que as coisas sao descritas, a visao dele do mundo e da sociedade, me identifiquei bastante, que livro foda e extremamente triste

Ingrid664 23/09/2023

Vivendo agradando o próximo
Conhecemos Yozo, em sua infância, adolescência e vida adulta, na infância buscando agradar e com tendências depressivas, sentindo que para ser aceito precisa agradar as pessoas a sua volta, na adolescência da mesma maneira, sempre desenvolvendo suas relações de maneiras distantes e maquiando sua personalidade para "facilitar" o convívio com as pessoas, passando ser insuportável para ele, vida adulta se encontra sendo um viciado, acabando com sua saúde em prol de vícios e fugas da realidade, para não ter que lidar com o fato de ser um miserável.
Considerei um personagem complexo de condutas questionáveis do começo ao fim .

Icaro 10/06/2023

Um livro intenso, niilista total e super conectado com a história do autor. Achei pesado e particularmente não me arrebatou, mas não quer dizer que não seja um excelente livro, clássico japonês.

Jurema Jurássica 05/05/2024

Enviando forças para o homem rico niilista no patriarcado, de fato, houve um declínio da minha paciência de ler suas reclamações.