A terra dá, a terra quer

A terra dá, a terra quer Antônio Bispo dos Santos




Resenhas - A terra dá, a terra quer


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Halana.Katrine 23/03/2024

Começo, meio e começo
Esse livro me surpreendeu muito e provavelmente eu não leria e não teria conhecimento se não fosse através do clube.

Ele me trouxe respostas de perguntas que eu nem tinha, e me deixou novos questionamentos. Boa parte da leitura me despertou memórias que estavam bem adormecidas dentro de mim, principalmente da minha infância, isso me fez ver essas lembranças com outros olhos.

Coisas que eram comuns, e que eu não dei a devida importância, agora ganharam novos significados. Essa leitura me trouxe aprendizados que eu não sabia que precisava; refletir por exemplo sobre a nossa relação quanto ser humano tanto para com a natureza, quanto para outros seres humanos, não só a nós, mas qualquer outro ser vivo.

Obviamente algumas coisas, alguns pontos do livro eu não concordo, principalmente quando ele fala sobre o compartilhamento forçado, e sobre o desenvolvimento como algo extremamente negativo, acredito que quase tudo na vida tem seu lado bom e ruim. Mas foi interessante ver esse assunto pelos olhos e vivências do autor.

Fica aí minha indicação, pode ser que a capa ou o título não te atraía, mas é inegável que o conteúdo é um tesouro riquíssimo.
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Gabi 19/03/2024

Eu precisava conhecer obra de Antônio Bispo e isso se tornou mais forte após seu falecimento, em dezembro de 2023. No mesmo mês, conheci o perfil Lendo escritores negro-brasileiros e um dos desafios visados para 2024 era livro sobre quilombolas, e pra mim, não havia outra opção. Pra arrematar, A terra dá, a terra quer foi escolhido pelo clube Leituras Decoloniais, e nada melhor do que ir além da leitura comum, ter um acompanhamento com materiais, reflexões e aprofundamentos sobre as interpretações de mundo do saudoso Nego Bispo. É um livro curto, mas com muito valor. É muito interessante enxergar a vida com outras perspectivas. Nego Bispo era certo de si, de onde veio e o que precisava fazer para descolonizar. Seu mundo de palavras novas para contrapor e competir com as expressões capitalistas, suas idealizações sobre infância, mercadoria, moradia me tocaram tanto com o que eu já conhecia, compreendia e concordada, quanto com coisas que eu nunca tinha pensado sobre e não sei o quanto concordo, mas pondero, e muito. Um livro pra aprender e sair do comum - do meu comum. Pra repensar, fortificar e deixar a curiosidade com fome de mais.
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julhiasz 18/03/2024

Nego Bispo deu o papo de mais nesse livro aqui, o homem falou sem medo, sem enrolos, simplesmente entregou uma das maiores lições da Terra.

Obrigada pelo compartilhamento eterno Nego Bispo??
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Rebeca 15/03/2024

Saberes quilombolas
Nesta obra, Nego Bispo mostra alguns saberes quilombolas na questão sócio-ambiental e política. Achei interessante a forma como os quilombolas respeitam os demasiados seres vivos da Natureza e suas relações e habitos para com a mesma, com semelhanças que podem ser encontrada na visão dos povos indígenas. Gostei bastante do livro, só não dei 5 estrelas porque discordo do autor em alguns pontos específicos, como na perspectiva do "compartilhamento", eu vivi em comunidade indígena e posso dizer que o ato do compartilhamento não é o "mar de rosas" que ele descreve, até porque o ser humano é meio egoista por natureza. Outro ponto que também não concordei, foi na fala dele sobre restaurantes, pois acho que ele deveria criticar o sistema e não as pessoas, até porque os trabalhadores que habitam os meios urbanos não tem tempo nem pra fazer a própria comida, quem dirá psra visitas. No entanto, achei plausível a visão dele sobre as universidades, é bem coerente com a realidade acadêmica, pois o saber dos brancos acaba sendo o majoritário no meio acadêmico, infelizmente.
Halana.Katrine 21/03/2024minha estante
Um ponto que me deixou intrigada, é quando ele fala do "compartilhamento forçado".


Rebeca 21/03/2024minha estante
esse tbm foi um dos pontos que não gostei, não concordo, pois uma pessoa de baixa renda, na maioria das vezes, parcela o celular, pra vir um trombadinha e tomar e ela que trabalhou meses pra arrecadar a grana e acabar ficando sem??? isso é, no minimo, desrespeitoso com o próximo que sobrevive nas grandes cidades


Halana.Katrine 21/03/2024minha estante
Ficou uma fala bem hipócrita da parte dele, sem contar que passa uma vibe de romantização né? ?????


Rebeca 21/03/2024minha estante
sim sim!




Marie Dias 08/03/2024

Grande Mestre Nêgo Bispo!
Tudo o que eu conhecia de Nêgo Bispo vinha da oralidade. Sempre que podia, colocava um vídeo em que ele estava falando para assistir no YouTube. Infelizmente, não pude vê-lo antes de ele passar para a ancestralidade, mas é uma grande honra poder lê-lo. A terra dar e a terra quer.

"O nosso povo também dizia que a terra dá e a terra quer. Quando dizemos isso, não estamos falando da terra em si, mas da terra e de todos os seus compartilhantes. No plantio triangular, quando a correnteza vem, ela bate numa planta e vai para outra."
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Alyne Lima 06/03/2024

Repensando vivências
Por estarmos, muitas vezes, completamente imersos em uma cultura colonial, acabamos assimilando modos de viver, ser, agir que são - em certa medida - sintéticos, isto é, se distanciam dos modos operados pelos indivíduos que vivem próximos, confluindo, com a natureza.


Evidentemente, a dissimulação de saberes africanos, indígenas e quilombolas têm como intuito à supremacia de saberes coloniais, e esse processo é constantemente legitimado pelas instituições universitárias que focam em determinados campos de pesquisa, relegando outros ao esquecimento, ao inapropriado ou mesmo ao mitológico. Em consonância com esse processo, as escolas e os livros didáticos, pouco abrem espaço para a discussão e valorização desses conceitos e saberes. O que cria uma nação alienada no sinteticismo colonial. 


Essa relação de dissimulação e assimilação, portanto, só pode ser quebrada quando estamos voluntariamente dispostos a nos inserir em leituras, discussões e espaços que visem nos provocar uma reflexão sobre as várias formas de ser e estar no mundo, ou mais especificamente, no Brasil.

 

Nesse livro, o filósofo, poeta, quilombola e ativista político Antônio Bispo dos Santos nos faz refletir sobre a desconexão entre o ser humano e a natureza - que ele conceitua como cosmofobia - e postula que esse distanciamento cria um ambiente artificial, embasado por teorias também artificiais, isto é, não se preocupam em compreender o cosmos.


Apesar de todas as críticas ao ambiente citadino, Bispo reitera que não se interessa com as artificialidades dos indivíduos colonizados, mas pede que esses conhecimentos não tentem, também, colonizar o quilombo ou ainda que tentem levar ao quilombo políticas e saberes, tentando institucionalizar e "gourmetizar" o que eles já sabem ou fazem a anos.


Ler sobre essas vivências me faz de certa forma repensar meus modos de viver e ainda me distanciar do sintético - ou do colonial - a que somos expostos.
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lacklusterstarchild 04/03/2024

Contracolonizando mentes de concreto
Foi uma leitura rápida e imediatamente impressionante. A obra me apresentou uma nova maneira de pensar a natureza, os animas, a arquitetura colonial, a cultura quilombola e a ganância extrativista em menos de dois dias, De fato, é necessário contracolonizar a estrutura organizativa. Descance em paz, Nêgo Bispo. Que comece o próximo ciclo.
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Thayssa.Tannuri 03/03/2024

Bispo nos conduz numa reflexão obrigatória e que já extrapola o urgente sobre aspectos colonizados da nossa sociedade desde linguagem até arquitetura e compartilha os saberes quilombolas como uma contra colonização. Muito bom!
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Mateus 28/02/2024

Ser vivente
Ler mestre bispo trás um carinho grandão aqui ele ensina sobre casas, oralidade, afetos e residir em um sonho

Cuidado e afetos não se trocam, se compartilham, afeto é confluencia "a gente não deixa de ser a gente, a gente passa a ser a gente e outra gente ? a gente rende"

"Somos povos de trajetórias, não somos povos de teoria. Somos da circularidade: começo, meio e começo. As nossas vidas não têm fim. A geração avó é o começo, a geração mãe é o meio e a geração neta é o começo de novo"
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Rafael Ramos da Rocha 27/02/2024

Brilhante
Eu me nego a fazer uma resenha sobre esse livro, sem que eu reflita por muito tempo a respeito e o leia mais algumas vezes. Eu não lembro de um livro que eu tenha lido duas vezes, eu guardo alguns que imagino que em algum momento irei faze-lo, mas, este com certeza. Ele simplesmente transcendeu o que eu considero o efeito que causa uma ótima leitura, este livro deveria estar em todo lar brasileiro, em toda sala de aula. É de uma potência que não ouso descrever.
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Ingrid752 22/02/2024

@ameninaquelelivross
Foi sem dúvida muito rico conhecer um pouquinho da cultura do quilombo pela voz de Nego Bispo, e com certeza conhecer em primeira mão um outro ponto de vista de uma história que nos é contata a séculos pelos "predadores" foi mais do que esclarecedor e necessário. Conhecimento é vida.
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Alexandre de Omena 17/02/2024

Nó na cabeça, no melhor sentido do termo
A leitura dessa obra curta e impactante traz muitas perguntas à mente e nos faz pensar sobre nossa filosofia ocidental eurocristã de vida, tão alardeada como a única possível enquanto tantas pessoas vivem outras invisibilizadas. Não é leitura para fracos e inexperientes.
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Mouallem 17/02/2024

O melhor livro que já li na vida
Nego Bispo é daqueles autores que agradecemos por tamanha intelectualidade compartilhada. Contra-colonização de verdade você encontra aqui! Conceitos importantes e claros sobre comunidade, compartilhamento e um olha coletivo para vida também. Incrível!
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phaejam 14/02/2024

Precisamos saber de onde viemos para poder saber onde ir
Em suas inúmeras analogias sobre o descobrimento do Brasil, cultura e ocupação indígena e quilombola, ancestralidade, moral e poder, Antônio Bispo traz pensamentos que a maioria de nós, minorias, nunca verbalizamos ou fomos impedidos de continuar pensando. "A terra dá, a terra quer" se tornou um dos meus livros prediletos por lutar pela nossa representatividade e história não só pela gente, mas lutar contra aqueles que nos veem como inferior. O poder de dar nome às nossas injustiças é tão poderoso e nos dá contra quem e como lutar, o que Antônio Bispo mostra com força e realidade. É sobre Contracolonização. Não tenho palavras para expressar o sentimento que esse livro me trouxe, me fazendo pensar em cosmofobia por tempo demais durante meus dias. Sei que quero conhecer mais da minha história, ter contato pele a pele para saber, pela minha própria experiência, o que nos foi tirado, para entender exatamente como lutar contra isso.
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Amanda Silva 13/02/2024

Contracolonizar é compartilhar vida
Nego Bispo, um ancestral, quilombola em terra da, a terra quer, possibilita enxergarmos o mundo por uma nova ótica.

Aquela não vista e não apresentada pelos colonizadores, aquela de quem não se deixou colonizar, que lutou e se fez contra colonial.

Os modos de ser, viver e estar em comunidade é um elo diretamente ligado com a comunidade, com a terra, com a natureza e com a vida. Confluir, transfluir, confluir.

Este livro nos permite ser resistência, ao passo, que possibilita nos aproximarmos de nossos antepassados.
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