A terra dá, a terra quer

A terra dá, a terra quer Antônio Bispo dos Santos




Resenhas - A terra dá, a terra quer


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Raoni Pereira 12/05/2024

Na cidade grande só tem valor o que vira mercadoria
É uma obra que emana sabedoria ancestral através das palavras habilmente entrelaçadas por Nego Bispo. O autor desafia as convenções ao contar histórias que mergulham nas confluências da memória, da identidade e da resistência. Contrariando as narrativas coloniais, Nego Bispo nos convida a refletir sobre a contracolonialidade, destacando a importância da confluência entre as favelas e os quilombos para desafiar estruturas opressivas.

Com uma linguagem que mescla causos e reflexões profundas, Nego Bispo nos leva a questionar as noções de adestramento e colonização, ressaltando a necessidade de recuperar nossa agência e resistir aos sistemas de opressão. Sua narrativa não segue uma linearidade convencional, mas sim uma circularidade que reflete a essência da vida, com começos, meios e recomeços constantes.

Ao abordar temas como a privatização da terra, a alienação humana e a valorização da cultura popular, Nego Bispo nos convida a reconectar com nossas raízes e a buscar formas de viver em harmonia com a natureza e com nossas comunidades. Sua mensagem ressoa como um rio que continua a fluir, mesmo diante das adversidades, convidando-nos a encontrar força na confluência e na resistência coletiva.
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malubsballarotti 23/04/2024

"Somos povos de trajetórias, não somos povos de teoria. Somos da circularidade: começo, meio e começo. As nossas vidas não têm fim. A geração avó é o começo, a geração mãe é o meio e a geração neta é o começo de novo."

Esse livro é um grande contraponto do modo de vida quilombola em relação ao modo de vida colonialista. Para mim, a forma como Antônio Bispo dos Santos posiciona a arquitetura e a cidade e as interpreta como ferramentas que podem ser utilizadas na reprodução da lógica colonialista, trouxe um entendimento de crítica a uma determinada prática alienada da arquitetura e do planejamento urbano. Além disso, a narrativa, transformada a partir da oralidade, resgata um conhecimento tradicional que elucida conceitos que têm se popularizado na academia, como a ideia de ecologia, por exemplo.

Os trechos que falam da relação entre a comida, a casa e a comunidade vão ficar guardados comigo: projeto é se relacionar com a natureza para entendê-la.

Essa linda edição da editora ubu e da piseagrama apresenta as reflexões acompanhadas das xilogravuras de pássaros de Santídio Pereira, o que torna o conjunto ainda mais bonito.
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Mariana113 16/04/2024

Um livro revolucionário. Um tapa na cara da comunidade civilizatória e acadêmica. As reflexões sobre como ainda passamos por uma colonização, sobre o racismo ir muito além dos humanos e de nós humanistas termos na verdade medo de gente... Valem ler novo.
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lucaismaia 15/04/2024

Sobre saberes, saberes e saberes contracoloniais

"Nossa geração avó dizia que a gente planta o que a gente quer, o que a gente precisa e o que a gente gosta, e a terra dá o que ela pode e o que a gente merece. Então jogávamos todo tipo de semente no mesmo local e a terra fazia a seleção das sementes que ela deixaria germinar."
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duda 14/04/2024

Uma obra que discute afundo a questão dos Quilombos e da vida cotidiana de quem vive nele. Sobre os saberes ancestrais afro-indígenas do início ao fim, ressignificando tudo que se conhece pelo ser nascido nas grandes capitais.

Fala sobre o cotidiano do ser humano da cidade grande, passando pela perspectiva e pelas influências negativamente impactantes do colonialismo. Sobre a falta da confluência e do compartilhamento, sobre a falta do orgânico. Sobre como continuar a ser agora e para as gerações futuras, se baseando no Contracolonialismo.

SIMPLESMENTE SENSACIONAAAAL!!!
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valmir 13/04/2024

A Terra dá...
" O que é a cidade? É o contrário de mata. O contrário de natureza. A cidade é um território artificializado, humanizado. (...) Os humanos excluíram todas as possibilidades de outras vidas na cidade."

" Se um quilo de carne orgânica é muito caro, o pobre não pode comprar; e se o pobre não pode comer, não é orgânico. Orgânico é aquilo que todas as vidas podem acessar .O que as vidas não podem acessar não é orgânico, é mercadoria - com ou sem veneno."

" Processos colonialistas como esses tentam nos enganar transformando os nossos saberes em mercadoria ."

Perfeito! Leiam!
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Ninja 11/04/2024

Sabedoria pura
Que sabedoria fantástica presente em poucas páginas nesse livro de Nêgo Bispo!! Nossa sociedade tá longe ainda de conseguir apreender os conhecimentos de povos originários ou quilombolas como os pertencentes ao quilombo de Nêgo Bispo. Apesar de morarmos em mesmo solo brasileiro, parece que estamos completamente descolados da realidade deles. Nossa sociedade é pautada exclusivamente no desenvolvimento (ou falta de envolvimento, como diz Nêgo) e nossas relações sempre baseadas na troca (sempre fazemos algo esperando uma recompensa) ao invés do compartilhamento sincero de vivências que nos levaria à confluência das nossas existências.

Recomendo muito a leitura, ela nos mostra que existem sociedades com modo de vida completamente diferentes do nosso e intrinsecamente conectada com a terra e a natureza, ainda que no mesmo "território" brasileiro.
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emileandrade 06/04/2024

Com potência, urgência e ternura,
Bispo denuncia as atrocidades de uma realidade brasileira dita livre do colonialismo ao mesmo tempo em que cede colheradas de afeto com memórias do seu passado, do passado da sua gente, dos quilombos e de um Brasil com outros modos de vida.

?Somos povos de trajetórias, não somos povos de teoria. As nossas vidas não têm fim. A geração avó é o começo, a geração mãe é o meio e a geração neta é o começo de novo.?

A Terra Dá, A Terra Quer é uma compreensão.
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Camila.Ferreira 04/04/2024

Ensinamentos ancestrais
Que leitura incrível e cheia de cultura. Um deleite! Para quem procura algo para se informar e viajar no tempo ancestral, recomendo!
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Nine 27/03/2024

A terra quer, a terra dá
Livro poderoso, abrange esferas e panoramas muitos interessantes que confesso terem me despertado um estado de atenção a particular vida.
Aponta assuntos importantes e necessários, mergulhei tão profundamente na leitura que o devorei em pouco tempo, mas que o degustei devagar por cada página e pela arte ilustrada.
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Halana.Katrine 23/03/2024

Começo, meio e começo
Esse livro me surpreendeu muito e provavelmente eu não leria e não teria conhecimento se não fosse através do clube.

Ele me trouxe respostas de perguntas que eu nem tinha, e me deixou novos questionamentos. Boa parte da leitura me despertou memórias que estavam bem adormecidas dentro de mim, principalmente da minha infância, isso me fez ver essas lembranças com outros olhos.

Coisas que eram comuns, e que eu não dei a devida importância, agora ganharam novos significados. Essa leitura me trouxe aprendizados que eu não sabia que precisava; refletir por exemplo sobre a nossa relação quanto ser humano tanto para com a natureza, quanto para outros seres humanos, não só a nós, mas qualquer outro ser vivo.

Obviamente algumas coisas, alguns pontos do livro eu não concordo, principalmente quando ele fala sobre o compartilhamento forçado, e sobre o desenvolvimento como algo extremamente negativo, acredito que quase tudo na vida tem seu lado bom e ruim. Mas foi interessante ver esse assunto pelos olhos e vivências do autor.

Fica aí minha indicação, pode ser que a capa ou o título não te atraía, mas é inegável que o conteúdo é um tesouro riquíssimo.
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Gabi 19/03/2024

Eu precisava conhecer obra de Antônio Bispo e isso se tornou mais forte após seu falecimento, em dezembro de 2023. No mesmo mês, conheci o perfil Lendo escritores negro-brasileiros e um dos desafios visados para 2024 era livro sobre quilombolas, e pra mim, não havia outra opção. Pra arrematar, A terra dá, a terra quer foi escolhido pelo clube Leituras Decoloniais, e nada melhor do que ir além da leitura comum, ter um acompanhamento com materiais, reflexões e aprofundamentos sobre as interpretações de mundo do saudoso Nego Bispo. É um livro curto, mas com muito valor. É muito interessante enxergar a vida com outras perspectivas. Nego Bispo era certo de si, de onde veio e o que precisava fazer para descolonizar. Seu mundo de palavras novas para contrapor e competir com as expressões capitalistas, suas idealizações sobre infância, mercadoria, moradia me tocaram tanto com o que eu já conhecia, compreendia e concordada, quanto com coisas que eu nunca tinha pensado sobre e não sei o quanto concordo, mas pondero, e muito. Um livro pra aprender e sair do comum - do meu comum. Pra repensar, fortificar e deixar a curiosidade com fome de mais.
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julhiasz 18/03/2024

Nego Bispo deu o papo de mais nesse livro aqui, o homem falou sem medo, sem enrolos, simplesmente entregou uma das maiores lições da Terra.

Obrigada pelo compartilhamento eterno Nego Bispo??
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Rebeca 15/03/2024

Saberes quilombolas
Nesta obra, Nego Bispo mostra alguns saberes quilombolas na questão sócio-ambiental e política. Achei interessante a forma como os quilombolas respeitam os demasiados seres vivos da Natureza e suas relações e habitos para com a mesma, com semelhanças que podem ser encontrada na visão dos povos indígenas. Gostei bastante do livro, só não dei 5 estrelas porque discordo do autor em alguns pontos específicos, como na perspectiva do "compartilhamento", eu vivi em comunidade indígena e posso dizer que o ato do compartilhamento não é o "mar de rosas" que ele descreve, até porque o ser humano é meio egoista por natureza. Outro ponto que também não concordei, foi na fala dele sobre restaurantes, pois acho que ele deveria criticar o sistema e não as pessoas, até porque os trabalhadores que habitam os meios urbanos não tem tempo nem pra fazer a própria comida, quem dirá psra visitas. No entanto, achei plausível a visão dele sobre as universidades, é bem coerente com a realidade acadêmica, pois o saber dos brancos acaba sendo o majoritário no meio acadêmico, infelizmente.
Halana.Katrine 21/03/2024minha estante
Um ponto que me deixou intrigada, é quando ele fala do "compartilhamento forçado".


Rebeca 21/03/2024minha estante
esse tbm foi um dos pontos que não gostei, não concordo, pois uma pessoa de baixa renda, na maioria das vezes, parcela o celular, pra vir um trombadinha e tomar e ela que trabalhou meses pra arrecadar a grana e acabar ficando sem??? isso é, no minimo, desrespeitoso com o próximo que sobrevive nas grandes cidades


Halana.Katrine 21/03/2024minha estante
Ficou uma fala bem hipócrita da parte dele, sem contar que passa uma vibe de romantização né? ?????


Rebeca 21/03/2024minha estante
sim sim!




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