Raoni Pereira 12/05/2024
Na cidade grande só tem valor o que vira mercadoria
É uma obra que emana sabedoria ancestral através das palavras habilmente entrelaçadas por Nego Bispo. O autor desafia as convenções ao contar histórias que mergulham nas confluências da memória, da identidade e da resistência. Contrariando as narrativas coloniais, Nego Bispo nos convida a refletir sobre a contracolonialidade, destacando a importância da confluência entre as favelas e os quilombos para desafiar estruturas opressivas.
Com uma linguagem que mescla causos e reflexões profundas, Nego Bispo nos leva a questionar as noções de adestramento e colonização, ressaltando a necessidade de recuperar nossa agência e resistir aos sistemas de opressão. Sua narrativa não segue uma linearidade convencional, mas sim uma circularidade que reflete a essência da vida, com começos, meios e recomeços constantes.
Ao abordar temas como a privatização da terra, a alienação humana e a valorização da cultura popular, Nego Bispo nos convida a reconectar com nossas raízes e a buscar formas de viver em harmonia com a natureza e com nossas comunidades. Sua mensagem ressoa como um rio que continua a fluir, mesmo diante das adversidades, convidando-nos a encontrar força na confluência e na resistência coletiva.