@eu_rafaprado 19/02/2024
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? Resenha do Livro ?A Menina Que Eu Não Fui? ?
????? (5 de 5 estrelas)
Autor: Han Ryner
Data de publicação: 1903 (256 páginas, tempo médio de leitura: 8 horas)
?Desejada? por todos, ciente de sua Beleza.
O personagem principal deste livro narra sua própria história, primeiro nos contando seus dias em um internato, onde é perseguido constantemente, sendo chamado de ?Mulherzinha? e ?Rainha Françoise? por seus colegas. Eles, ao mesmo tempo em que sentem repulsa, se veem desejando os carinhos e a companhia de François.
?Não me desagradava ser o objeto de desejo para alguns, o sonho, nem ver que, para usar uma expressão coloquial de meus colegas, gozavam pensando em mim?.
No meio do livro, mais especificamente na segunda parte da história, François, através de um diário, conta os dias que viveu longe do internato, já um jovem adulto, tentando mostrar como foram suas tentativas de viver ao lado de uma mulher.
?Esta noite, tentei... Oh! Fui tão modesto, não tive a presunção de querer ser um homem. Tentei, como posso dizer?... Ser uma mulher que ama outra mulher?.
Eu gostei MUITO de mergulhar nesta história e da complexidade que o autor dá à psique do personagem, abordando o tema de gênero naquela época. Quantas obras não foram apagadas por seu conteúdo? E aqui quero destacar o trabalho primoroso da editora @ercolanoeditora , que além de trazer uma tradução maravilhosa, fez justiça com esta edição linda em capa dura, com notas de rodapé, prefácio e posfácio, além de um caderno de imagens com obras de arte citadas pelo personagem. To doido pra ler os outros títulos da casa, principalmente ?O beijo de Narciso? ??
Aos meus amigos leitores, que amam um clássico, que gostam de histórias inteligentes, provocativas ?? e gostosas de ler, comprem essa obra de arte e deleitem-se.?????
O autor, Han Ryner, era um intelectual anarquista que cultivava a vertente peculiar do anarquismo individualista, na qual se incluía a liberdade sexual para além das normatizações socialmente impostas.
?? #AMeninaQueEuNãoFui #HanRyner #LiteraturaClássica #liberdadedeidentidade