Aline Navarro 21/08/2023
Ideia boa, personagens fracos
Quando fui ler esse livro, minhas expectativas estavam muito altas. Amo histórias passadas na pandemia, me parecem muito mais reais.
The Spare Room (O quarto extra) incorpora a pandemia e seu isolamento de pessoas - e que são obrigadas a conviverem juntos o tempo todo, diferentemente de em circunstâncias normais. Esses desafios sociais, combinados com um relacionamento fracassado, fazem com que Kelly, a protagonista, deixe o namorado (Mike) na Filadélfia e se mude para os subúrbios de Washington, DC, para morar com uma ex-colega de escola (Sabrina) e seu marido (Nathan). Essa mudança foi meio sem noção, Kelly terminou seu noivado (ela havia abandonado sua vida para acompanhar o noivo em uma nova cidade) e pela internet, se reconecta com uma antiga amiga de colégio (Sabrina). Do nada, ela se muda pra mansão de Sabrina e seu marido. Isso eu achei meio estranho. Vc vai se isolar em plena pandemia com estranhos?
Nenhum desses personagens principais é particularmente atraente: todos não são confiáveis, ninguém é totalmente quem parece ser e os relacionamentos em que se envolvem são tóxicos. Kelly, aos 34 anos, é chata, principalmente porque tem toda a maturidade emocional de uma garota de 12 anos. Seus pensamentos ioiô entre a tristeza por terminar com Mike (embora ela admita sua imaturidade emocional e problemas de temperamento) e alegria em descobrir um novo relacionamento com Sabrina e Nathan (sim, ela se torna o terceiro elemento na vida do casal, um trisal). O problema é que ela não seria a primeira a ser inserida na vida deles. E isso é um segredo que incomoda e nos traz o suspense necessário para a história.
Os capítulos finais revelam uma reviravolta totalmente inesperada, para a qual a base não foi lançada o suficiente. Um epílogo preenche um monte de espaços em branco que o leitor pode ter.
Particularmente eu gostei bastante, e vou ler o livro dessa autora que foi lançado no Brasil; ?Nunca Estivemos Aqui?. Recomendo.