Annagavinho 26/05/2024
"(Eu sou a bolsinha de plástico com uma mancha de pasta de dente no fundo porque a tampa escapou, e Penny é uma nuvem felpuda feita para ser tocada e amada.)"
Um livro que peguei só pra sair do tédio... e foi uma ótima leitura.
O livro gira em torno das jovens Tate, sua mãe Anna que durante anos passa por uma doença séria, Penny que além de ter sobrevivido a um acidente quase fatal, é tenta lidar com estresse pós traumático, sua mãe Lottie afundando em um luto, e Marion, avó de Penny que perdeu seu filho.
Tudo junto é a receita para a catastrofe, Tate e Penny não são amigas, mas também não são inimigas, todos conseguem sentir a tensão que gira em torno de ambas.
Depois de ter sido anunciado que Lottie vai doar uma parte do seu fígado para salvar Anna, Penny não poderia estar mais assustada, ela ainda não consegue lidar com a morte do seu pai, não conseguem nem imaginar perder sua mãe. Tate esta feliz com a cirurgia e com isso a possibilidade de sua mãe ser salva.
"? Você não é difícil de amar ? sussurro no escuro, as palavras encostadas no alto da cabeça dela sobre meus dedos, como se fossem capazes de entrar na mente e no corpo e no coração dela? para que ela mesma veja o que vejo. ? Sim, você às vezes é mandona, mas também é boa em tudo, então quem liga? E todo mundo é irritante às vezes. Mas você nunca foi difícil de amar. E eu sei, Penny. Sei porque te amo. Te amo desde antes de saber o que era isso."
Anna e Lotie são melhores amigas desde a infância, ambas presenciaram as maiores tragédias e dores uma das outras. Lotie perdeu seu marido em um acidente, e mesmo estando em um luto profundo, age como se a culpa fosse de Penny, e não conseguisse a perdoá-la, a ponto de poder ser considerada uma péssima mãe.
"? Não desenho mais porque minhas habilidades motoras finas são péssimas. Não consigo fazer o tipo de detalhe que eu conseguia. Então passei para as colagens. E, sim, a agenda é a única coisa que faço hoje em dia. Porque é a única coisa que consigo fazer sem que meus dedos comecem a doer depois de vinte minutos.
O horror inunda seu rosto. Nem me importo se é ou não sincero. Estou brava demais.
? Penny? desculpa. Não pensei?
? Pois é, você nunca pensa.
Dou seta com violência e volto para a estrada.
Ficamos sem nos falar por mais de trezentos quilômetros."
Esse livro conta sobre o luto, estresse pós-traumático, luto, dores, ao meu ver em muitos momentos ele é muito raso, você não sente muita aprofundamento, tudo o que aconteceu com a Lottie é narrado pelo ponto de vista da Penny, a Tate está sempre lidando com o problema dos outros, a doença da sua mãe, que não tem tempo pra falar sobre o abandono do seu pai, a Marion perdeu seu filho, se mudou para um trailer no quintal da sua casa por não conseguir ficar no mesmo teto que sua nora, teve que cuidar da sua neta, e da "tentativa de suicídio".
Anna está no olho do furacão de tudo, tentando diminuir o impacto que sua doença afeta sua filha, e uma figura maternal para Penny.