Resenhas - Vita contemplativa ou sobre a inatividade

Icaro 08/05/2024

Contemplar a vida
"Vita Contemplativa" de Byung-Chul Han é uma obra profunda e reflexiva que explora a importância e a natureza da contemplação na vida moderna. Byung-Chul Han, um filósofo contemporâneo renomado, argumenta que a sociedade atual está dominada pela ação e pelo rendimento, deixando pouco espaço para a contemplação verdadeira e profunda.

No livro, Han lamenta a perda da capacidade de contemplar em uma era de consumo excessivo de informações e estímulos constantes. Ele discute como a contemplação, uma vez vista como a essência de uma vida rica e significativa, foi marginalizada pelo imperativo de eficiência e produtividade que define o neoliberalismo. Han defende uma redescoberta da contemplação, não apenas como um antídoto contra o esgotamento e a alienação, mas como uma forma essencial de resistência contra as forças desumanizadoras do capitalismo tardio.

Uma das forças do livro é como Han consegue conectar sua teoria com exemplos cotidianos e históricos, mostrando como a contemplação tem raízes em várias tradições filosóficas e espirituais. Ele também critica a tendência moderna de reduzir o tempo de lazer ao consumo, em vez de usá-lo para o cultivo do espírito e da mente através da reflexão e do silêncio.

"Vita Contemplativa" é tanto um chamado ao despertar quanto um guia para uma vida mais reflexiva e significativa. Han escreve de maneira clara e acessível, tornando suas ideias relevantes não apenas para acadêmicos, mas para qualquer pessoa interessada em explorar a profundidade de sua própria existência e resistir à superficialidade da cultura contemporânea.

Este livro é altamente recomendado para aqueles que sentem que a vida moderna é esmagadoramente frenética e superficial, e para quem busca caminhos para reconectar com a riqueza da vida interior através da contemplação.

Fernanda.Kaschuk 24/04/2024

Uma reconexão com a inatividade
Como somos absolutamente absorvidos pela sociedade do desempenho, não vemos mais sentido nas atividades não produtivas ou na própria inatividade, o que nos leva ao extremo cansaço e vazio absoluto pelo excesso de produtividade. Afinal, para que produzimos tanto?

Giovana 24/03/2024

Sempre reflexões incriveis nos livros do byung-chul han. Nesse em particular ele passou por temas que eu não esperava, como por exemplo no final a conexão do humano com a natureza. No fim, um livro que me fez voltar a pensar na necessidade de desacelerar, ficar quieta no meio do mato apenas relaxando

Michael Alves 29/02/2024

Um momento de calma
Já pensava sobre o tema apresentado, principalmente por ser o sétimo livro do Byung-Chul que leio.

Neste ele apresenta a importância de ter momentos mais simples e menos ativos no que se diz ação hoje em dia, onde cada um é livre para fazer suas próprias escolhas e ações mas fica preso a produtividade, acreditando ter uma vida boa por ter cada minuto preenchido, vivendo sem um instante de perceber a si e a natureza.

Precisamos de mais instantes de inatividade, onde podemos nela, compreender e viver de forma real nossas atitudes, dando mais significado, sem precisar a todo instante de um holofote ou uma câmera, apenas o olhar, o respirar, o agradecer.

helena azevedo 05/02/2024

Divo lacrudo
Várias reflexões muito boas rolaram por aqui. me perdi um pouco no final mas acho que ainda sim foi uma leitura muito frutífera. com certeza quero ler mais desse autor! não-coisas dele também é bom, mas vita contemplativa é melhor :)

eurenato 31/12/2023

É preciso descansar
Nada melhor do que não fazer nada. Entretanto, a sociedade de consumo e desempenho sempre nos empurra uma inquietude internalizada de que estamos perdendo tempo. De que o descanso é vadiagem, de que fazer as coisas sem propósito é ruim, que tudo é urgente e precisa ser instantâneo. Perde-se o exercício contemplativo. É preciso resgatar e aprender a inatividade.

Noany0 09/11/2023

?A inatividade é o ideal da existência humana?
Livro no qual, reúnem-se breves capítulos falando sobre a importância de uma vita inativa e em como a ?sociedade do desempenho? acaba por degradar cada vez mais esse ideal.
Nessa obra, o autor aborda sobre como é importante a essência da contemplação, como um meio de se desenvolver um gênio do daimon grego que está na essência humana; e também da importância política e social da contemplação.
Ademais ele utiliza de diferentes autores e artistas para embasar sua fala e sobretudo de uma maneira muito enfática e incisiva, uma ótima experiência de leitura e acredito que acessível também para aqueles que não são da área!
Entre todos os capítulos apresentados, daria ênfase aos intitulados: ?a absoluta falta de ser? e ?o pathos da ação?; nos quais se encontram o cerne do desenvolvimento do livro!
Em geral gostei muito e altamente recomendo, principalmente aos não leitores de filosofia e estarei lendo outras obras do autor no futuro!