Jamily.Gervasio 16/02/2024
O amor que partiu meu coração
Emily Henry é uma das autoras mais influentes dos últimos anos, não é à toa que dos nove livros escritos, três são best-sellers. Seus romances tocaram o coração do público de maneira relativamente rápida.
Dito isso, olhando todo o alvoroço em torno do nome de Emily Henry decidi ler um dos seus nove livros. E qual a melhor forma de começar se não pelo começo? O primeiro livro publicado pela autora ?O amor que partiu o mundo? traz a história de Natalie, uma menina que recém passou na faculdade dos sonhos e não vê a hora de sair da cidade que viveu toda sua vida. Enquanto a nossa protagonista vive o fim do High School, situações estranhas começam a acontecer com ela, logo Natalie descobre que precisa salvar alguém em três meses, durante esse tempo ela conhece Beau e percebe que ele está ligado a todas essas coisas que estão acontecendo.
Já no primeiro capítulo a autora introduz uma das principais personagens, a Avó, e junto com ela a situação principal que a história vai rodear em volta. Essa decisão faz com que o leitor fique tão confuso quanto Natalie. Quando a Emily joga a informação principal do livro na cara do legente faz com que ele busque compreender a obra com um objetivo e não ao contrário
A escritora começa essa busca para tentar entender o ponto principal, mas chega em um momento em que ela começa a jogar várias informações sem desenvolvê-las, principalmente nas consultas de Natalie com a Dr. Chan. É ali que o leitor se perde totalmente na história, isso porque ele não consegue seguir o raciocínio que Emily está querendo passar através da psicóloga, e esse raciocínio é fundamental para o entendimento da história.
Essa obra tem discussões muito interessantes. A que mais me chamou atenção foi a busca de identidade da Natalie sendo indígena criada por uma família branca. Ao meu ver a Emily desenvolveu muito bem esse assunto, deu para perceber que ela teve uma sensibilidade e uma empatia muito grande para descrever os sentimentos de Natalie. Entretanto há uma discussão interessantíssima que não foi bem desenvolvida pela escritora, aqui estou falando do alcoolismo do Matt. Ele é um personagem importantíssimo para a história e enquanto vamos o conhecendo é claro a sua situação, mas quando isso é verbalizado nada acontece, é mais uma informação sem desenvolvimento.
Falando em personagens está aí uns dos piores erros da autora, sua protagonista tem o carisma de uma porta. E na minha opinião não dá para ler um livro no qual o protagonista não te conquiste. Em carisma eu não estou me referindo a personagens perfeitos, ao contrário disso, mas não dá para chegar no final da obra e achar os personagens seculares mais interessantes que os principais, afinal, eles que carregam a história.
Um dos plot's finais foi tão previsível que no meio do livro eu já tinha descoberto, e o romance muito mal construído. O amor que Natalie e Beau sentiam um pelo outro foi tirado do além, em momento eles se conhecem e no outro já agiram como se amassem a anos, muito irreal e superficial.
Apesar de alguns pontos positivos, como a escrita da autora, não foi um livro que mexeu comigo e essa obra foi claramente criada para mexer com o leitor, mas é com pesar que digo que isso não aconteceu.