Mariana Dal Chico 08/04/2024
“Azul quase transparente” de Ryū Murakami com tradução de Ayumi Anraku foi publicado no Brasil pela @darksidebooks
Essa é uma leitura que causa muito desconforto desde as primeiras frases, se você é sensível aos temas sexo, abuso de drogas e violência, talvez esse não seja o livro ideal para você. Seu mérito fica por conta da objetividade do autor, que não romantiza ou repreende seus personagens e não há lições de moral mal disfarçadas por redenções e finais felizes.
O livro se passa em Fussa - Japão -, no período do pós-guerra. Ainda que a ocupação estadunidense tenha se encerrado em 1952, eles mantiveram bases militares na ilha de Okinawa.
Os personagens são amigos com pouco mais de 18 anos que estão perdidos, sem saber qual caminho seguir na vida adulta, presos no fundo de um poço sombrio onde só querem a próxima dose para ficarem entorpecidos e esquecerem momentaneamente do tédio que toma conta de suas vidas.
O enredo não é mirabolante e nem tem grandes cenas de ação, o foco é nos personagens que carregam angústia, confusão e medo, muitas vezes são desumanizados e horríveis uns com os outros, ainda que se considerem amigos.
A escrita do autor é caótica como a situação de seus personagens, diálogos se misturam com monólogos internos permeados de alucinações, paranóias e surrealismo.
A trilha sonora me trouxe um sentimento nostálgico já que muitos álbuns citados fizeram parte da minha adolescência e me acompanham até hoje.
site:
https://www.instagram.com/p/C5g2fhavkCa/