Lorenna
11/01/20242 estrelas pela coragem que a autora teve de publicar uma coisas dessasEu gostei do primeiro livro, MESMO (ainda que precise de uma certa suspensão de descrença em alguns aspectos), mas esse aqui não tem a menor condição de achar que seja uma história razoavelmente aceitável. Um grande show de absurdos sem sentido algum. Terminei dando gostosas gargalhadas e só não me irritei por que ele é fácil de ler, rápido, com capítulos curtos e terrivelmente mal escritos.
Sou uma grande hater de continuações, mas pelo final do livro 1 imaginei que a abordagem seria justamente a Millie sendo a Robin Hood das mulheres em apuros e realmente ajudando elas a sair de situações de abusivas. Esqueçam! Até por que a Millie aqui nem parece a mesma, ela só está muito resmungona e boazinha e parecendo mais a vítima do que a vilã, desprovida de qualquer carisma e sem saber como agir em todas as situações. O leitor mal sabe o que ela fazia, além de ser uma empregada, por que não há menção de nada.
Temos uma nova abordagem com outra "vilã", com uma história sem pé nem cabeça onde a esposa quer matar o marido e ficar com a fortuna dele, pra isso vai usar a Millie e fazer ela parecer a culpada.
Mas a verdade mesmo é que todos os personagens são deprimentes e não servem pra nada na história, nem mesmo a Millie. Aliás, de uma grande irresponsabilidade, pegar um tema tão sério como violência contra a mulher e a personagem FINGIR que apanha só pra levar adianta um plano.
Millie arranjou um namorado muito bonzinho mas que passa várias páginas falando que ama ela e não serve de nada na história. Ele é advogado, mas não prestou nem pra fazer uma defesa quando ela precisou (isso por que amava!).
Enzo, lembram dele? O jardineiro do primeiro livro? Ele também não vai servir de muita coisa, além de ter muitos contatos, mas que também não vai servir pra nada!
Amber, uma patroa que dava emprego pra Millie, isso mesmo, serve pra nada. Aliás todos os personagens nesse livro parecem os mesmos, não tem como leitor das personalidade ou características, são desprovidos de qualquer coisa que aproxime eles de pessoas.
Douglas, a vítima, morreu por que foi um grande idiota. O suposto CEO mais inteligente e rico da face da terra não conseguiu descobrir que era casada com uma louca.
Wendy, a "louca", nem sei se essa é a palavra. Psicopata não serve, por que ela é burra demais, sei lá essa personagem só faz o que dá na telha, ignorando câmeras, polícia, localização do celular, pessoas ao redor, ela só age livremente e ninguém impede, inclusive dar um tiro no marido dentro do próprio apartamento e se safar, por que ela acha que criou o plano ideal.
Russel, o amante dela, um bobalhão, só serviu pra morrer no final.
Marybeth, a corna, foi convencida pela Millie em algumas horas a matar o marido infiel e a amante dele, de uma maneira absolutamente hollywoodiana e se safar também.
Resumindo, isso mais parece o rascunho de uma história, e não indico nem pra quem não tem experiência com thriller. Acho um crime algo tão horrendo ser publicado, me pareceu que a autora não podia perder a hype do primeiro livro e pediram pra ela escrever qualquer coisa. Eu teria vergonha, mas paciência. Parece que agradou muita gente.
Muitos furos na narrativa, muito simplória, diálogos mecânicos, situações super convenientes que levam a personagem exatamente onde se espera, mudança de ponto de vista pra tentar confundir o leitor e uma grande confusão que passa por cima da inteligência das pessoas, sinceramente.
Perdi meu tempo e não recomendo.