Mau hábito

Mau hábito Alana S. Portero




Resenhas - La mala costumbre


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Cris609 27/04/2024

Sufocante
A história de uma mulher trans que se amordaçou por anos. Super bem escrito, com muitas metáforas e frases bem construídas, o livro é um constante aperto no peito. Essencial para entendermos um mundo diferente do nosso. Indispensável para quem vive nesse mundo.
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Toni 18/04/2024

Leituras de 2024 | Cortesia

Mau hábito [2023]
Alana Portero (Espanha, 1978-)
Amarcord, 2023, 288 pág.
Trad. be rgb

“Meus primeiros passos de travesti foram os de uma transformista de um metro e vinte que imitava uma anciã bruxa e revendedora de velharias que tinha cheiro de funerária”. Assim, com uma gestação amaldiçoada, começa a história da protagonista de "Mau Hábito", jovem trans nascida em um bairro operário de Madrid. Entre usuários de heroína, misteriosas figuras femininas e a necessidade de performar uma masculinidade que não lhe vinha com facilidade, o romance acompanha sua jornada por algumas décadas em busca de um lugar numa sociedade que muitas vezes se mostra intolerante ou indiferente a suas dores. Para além da protagonista, as personagens são ricamente desenvolvidas, de maneira que não é difícil compará-las às mulheres dos filmes de Almodóvar.

O risco temporal de “Mau hábito” compreende a epidemia de HIV e a efervescência que se seguiu à Movida Madrileña, com várias referências à cultura pop. Nesse cenário, os desafios da protagonista são enfrentados com a coragem de quem trilha um caminho construído a duras penas por quem lhe precedeu, mas sem mapas ou bússolas para o que virá a seguir. O filtro da experiência da protagonista — que se confunde com a autora que também é trans — transforma até mesmo um rito de passagem relativamente “universal”, o primeiro beijo, em uma experiência anticlimática, inadvertidamente marcada por estigmas sociais e demônios internos. Como lidar com os primeiros sinais de desejo do outro por um corpo não sentido como seu?

Com humor afiado, mas sem se furtar a uma sensibilidade única e por vezes poética, a narrativa de Portero é tanto perspicaz quanto comovente. Impossível não carregar por um bom tempo após a leitura a inesquecível personagem Margarida (outra mulher trans) que protagoniza as passagens mais doídas do romance. No cerne de “Mau hábito”, adversidade e aprendizagem compõem um romance de formação por excelência, atravessado, sim, por violências transfóbicas estruturais, mas que não devem — nem serão — capazes de roubar às pessoas trans o direito à narrativas complexas e representações multifacetadas.
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bobbie 18/04/2024

Que OBRA!
Como Alana S. Portero conseguiu construir - a palavra é construir mesmo - uma obra dessa em sua primeira publicação? A resposta é simples: estudos literários e dor, muita dor ao longo da vida. O resultado é um livro de formação sobre sua construção enquanto mulher trans. Todos deveriam ler livros assim para entenderem os efeitos que a mente pequena, a limitação e o preconceito exercem sobre as vidas dos outros, que em nada interferem nas nossas. Livro crucial.
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olivinhaon 18/04/2024

MEUS MAUS HÁBITOS
Chorar não foi um mau hábito, mas se isolar do mundo? Definitivamente. Não há como definir uma obra sem senti-la. Esse livro é cru e visceral. Ao me deparar com a autobiografia de Alana, posso perceber que há experiências que não são únicas a pessoas trans, principalmente para mulheres trans.

Ao descobrir-se travesti, vive-se sob um véu, uma linha tênue entre a existência e a invisibilidade. Entre ser selvagem e ser presa. Vive-se uma dualidade que não há como escolher nada além de si.

Alana ao contar sua trajetória conta muitas outras. Ultrapassando limites continentais para se chocar com uma história como a minha.
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Caê 09/04/2024

Sem palavras.
Esse livro deveria ser leitura obrigatória para todas as pessoas, seja trans ou cis, me emocionou em tantas línguas, tocou na ferida, mas foi algo tão importante.
O último capítulo me deixou sem palavras, foi um abraço tão apertado que me deixou sem ar.
Não sou fácil em chorar com livros, mas esse me fez chorar rios.
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Maysa 30/03/2024

"Ainda não havia aprendido que a violência machista acontece independentemente do que nós, mulheres, façamos ou deixemos de fazer".

Quando li a sinopse desse livro tinha certeza que iria gostar muito da leitura e, felizmente, foi isso que ocorreu.

O livro lembrou muito a história e narrativa de outro livro, "O parque das irmãs magníficas", então não há como ser ruim.

Nos é narrada a história de uma mulher trans, desde como foi sua infância até a fase adulta e por tudo que ela passou. O livro mostra a realidade: o mundo não é seguro para quem faz parte da comunidade LGBTQIAP+.

Pessoas trans nascem assim, então se deve ver com normalidade crianças trans, pois é nessa fase que começa as descobertas e não é diferente sobre o gênero. Devemos acolher nossas crianças.

A narração em primeira pessoa nos deixa mais próximos da protagonista, e das lutas internas em aceitar quem de fato ela é. Podemos sentir todo seu sofrimento, seja pelo preconceito ou pelo medo. Ser parte da comunidade LGBTQIAP+ é resistência e também saber lidar com o medo de existir, quantas pessoas da comunidade saem para as ruas e nunca mais voltam para suas casas?

É uma narrativa forte, reflexiva e emocionante. Não consigo imaginar alguém realizando essa leitura e não sentindo revolta pela grande parte da sociedade preconceituosa que existe.

É um livro sobre amar a si mesmo e também se aceitar. É sobre luta por ser quem você é. É sobre ter medo, mas também ter coragem para ser quem é.

Um livro perfeito para ser abordado o tema com nossos alunos em escolas e os ensinar a se amarem como são e também o respeito ao próximo, a aceitação ao diferente de você e sobre a empatia.
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Luana Terra 26/03/2024

Mau Hábito - Alana S. Portero
Os livros realmente tem um poder fantástico de expressar em palavras o sentimento não só do autor mas do leitor também.
Como é importante ler e se reconhecer, se perceber, saber que você não é a única; que seus medos são compartilhados com outros milhares.

Durante a leitura foi impossível não me identificar. A culpa por ser quem se é, que por tempo demais se fez companheira, estava ali muito bem descrita. Os medos e fantasmas; olhares julgadores e palavras ?inocentes? proferidas por pessoas próximas tem um poder que a gente só descobre que pode acabar com ele quando se empodera totalmente de si.

Tudo fica e te marca de alguma forma. A sua existência ser motivo da raiva e indignação alheia é surreal.

Esse livro quebrou vários preconceitos que eu tinha e, tenho certeza de que vou olhar com mais empatia e gentileza pros próximos que cruzarem meu caminho.

Vou olhá-los como quero que me olhem: que me enxerguem.

Somos perfeitos como somos. ?
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Livros e Pão 24/03/2024

Queria mais
O livro é bem escrito, mas me incomodou um pouco o diferente grau de profundidade nos capítulos, que acaba culminando também em diferentes ritmos narrativos ao longo do mesmo livro. Gostaria que a autora tivesse se alongado mais em certos momentos da história. Nem sempre senti o apego com os personagens que gostaria de ter sentido.
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Luana 24/03/2024

Angústia e delicadeza
Alana S. Portero nos conduz em uma história de autodescoberta em um mundo profundamente violento com qualquer dito desvio da suposta "normalidade". A narrativa é carregada da delicadeza de acompanhar um processo tão interno na vida da protagonista, de enxergar o mundo sob os olhos dela e entender como tudo aquilo que ela vive a transforma e constrói. A maneira dela de olhar as mulheres ao seu redor, que beira o fantástico, é uma delicadeza a parte. No entanto, o livro também nos conduz na mesma trilha de angústias vividas pela protagonista e é possível, apenas lendo, sentir um pouco de toda a ansiedade vivenciada por ela e, principalmente, como ela vai encontrando a coragem em si e em outras para viver a vida que ela merece.
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Randriely 10/03/2024

Mau hábito é um presente para a humanidade e uma poesia de adversidade. Com muita leveza eu termino o livro conhecendo um pouco mais do mundo trans.
Sugiro a leitura pra todos, mas principalmente para pessoas que, como eu, são filhas dos anos 90 e criadas na sombra de uma sociedade hipócrita e cruel.
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luli 08/03/2024

Obra de arte <3
Terminei o livro aos prantos, e morri de tanto chorar em vários momentos durante também. historia linda e envolta em muita dor contada de forma crua, melancólica e com uma sensibilidade e beleza de outro planeta - sensibilidade que pertence a quem desenvolveu esse olhar desde muito pequenina. te faz olhar, de forma delicada e fragil para as dores e a magia envolvidas na vida da mulher trans
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isaliravieira 05/03/2024

Um livro brilhante e necessário
?Mau hábito? é um romance de formação, narrado na perspectiva de uma menina trans moradora de um bairro operário na Espanha, após a ditadura franquista. Com uma escrita poética e comovente, o livro nos conecta com a história, ao retratar as angústia e dificuldades de viver em uma sociedade que te oprime apenas por sem quem você é.
Em meio a exploração trabalhista da década de 80 e os preconceitos herdados de um governo conservador, acompanhamos o desenvolvimento da consciência de classe da protagonista, juntamente ao seu próprio autoconhecimento. As personagens que a rodeiam são complexas e gostaria que o livro tivesse dado mais concretude às suas histórias. De qualquer forma, essa obra é necessária e atemporal!
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Ludmyla15 05/03/2024

Livro muito bem escrito e impressionantemente triste. A realidade das mulheres trans é muito dura. Leitura obrigatória.
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lipelimma 29/02/2024

Mau hábito - Alana S. Portero
Lido 29/02/2024 📖
Nota: 4.0 ⭐
⭐⭐⭐⭐⭐ Premissa ou Primeiras Impressões
⭐⭐⭐⭐ Protagonista(s)
⭐⭐⭐⭐ Personagens secundários
⭐⭐⭐⭐⭐ Conexão com a História
⭐⭐⭐⭐ Page-Turner
⭐⭐⭐⭐⭐ Temas importantes ou Representatividade
⭐⭐⭐ Universo ou Ambiente
⭐⭐⭐ Elemento Surpresa ou Plot Twist ou Final
⭐⭐⭐⭐ Escrita ou Narrativa
⭐⭐⭐ Frases ou Citações
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