Resenhas - A longa marcha

Nilo10 15/09/2023

A Longa Marcha
100 adolescentes selecionados para fazer uma marcha ao infinito com uma velocidade mínima pré estabelecida. A cada quebra dessa velocidade, uma advertência. Cada competidor podendo chegar a 3 advertências possíveis. Após a terceira, recebe um bilhete para o além. Com essa trama, dificilmente viria algo ruim de Stephen King.

Para quem julgou ser uma cópia de Jogos Vorazes, Battle Royale ou algo do tipo, informo que este livro é mais antigo! É que marcha angustiante!

Sem spoilers, mas isso aqui é fantástico!!!

Livro deixa diversas perguntas possíveis sobre o mundo sem respostas, mas a narrativa é excelente e não falha!

O final é de explodir a cabeça!!! Já esperava algo assim, mas fui muito surpreendido!

Leitura indicada demais!!! Aproveitem.

Duda.bae 09/04/2024

2 reais ou um bilhete misterioso?
Isso não vai ser uma resenha muito elaborada, apenas um registro geral da minha opinião sobre a obra.
Quero começar dizendo que a sinopse deste me chamou bastante a atenção, fiquei curiosa para saber como iria ser o decorrer da história. Achei a ideia muito interessante, apesar de não ver tanto sentido, mas o King não seria ele se não fosse suas ideias bizarras e fascinantes ao mesmo tempo.

"Ande ou morra, essa é a moral da história. É simples assim. Não é a sobrevivência do mais apto fisicamente, foi nisso que errei quando me permiti entrar nisto. Se fosse, eu teria uma chance."

O livro tem alguns capítulos bem lentos, mas há outros com cenas bem tensas, como por exemplo o Garraty cochilando e chegando a sonhar enquanto continua a caminhar, nos deixando apreensivos e querendo que ele acorde para não levar as três advertências. Ou então quando um dos garotos surtam e começa a levar advertências até o limite (são três no total, na quarta vez ganha o bilhete e é eliminado). São vários momentos assim, que nos deixam querendo saber o que vai acontecer a seguir, isso prende atenção.

"A única coisa que importava era a brisa fresca que soprava no alto da colina. E o som de um pássaro. E a sensação da camisa úmida na pele. E as lembranças na mente. Essas coisas importavam, e Garraty se agarrou a elas com consciência desesperada. Eram dele, e ele ainda as tinha."

Vamos conversar um pouquinho sobre o personagem principal, o Garraty. Ele é um bom garoto, daquele tipo que cresce sem dar muito trabalho para os pais, teve uma boa educação e aparentemente tem um bom relacionamento com eles na medida do possível. Tive a impressão que ele tem mais afinidade com a mãe quando o pai ainda não havia "ido embora", aliás, Garraty fala do pai como se ele tivesse sido mais rígido na criação, apesar do livro não aprofundar nada com relação a isso. O garoto também passa a impressão de ser afetuoso, sempre pensando na namorada Jan e às vezes na mãe também, inclusive o que motiva ele a continuar caminhando é encontrar as duas que estariam esperando para vê-lo em uma das cidades por onde a marcha passaria, isso o ajudou a continuar por muito tempo.

"Mas algo ia mais fundo, uma lógica mais verdadeira e mais assustadora. Harkness era parte do grupo do qual Garraty fazia parte, um segmento do subclã dele. Parte de um círculo mágico ao qual Garraty pertencia. E se uma parte daquele círculo pudesse ser quebrada, qualquer parte podia ser quebrada."

Sobre os outros personagens, Olson, McVries, Baker, Harkness, Abraham, Barkovitch, Parker, Scramm e Stebbins, são os personagens que mais aparecem, pelo que me lembro, mas tem mais alguns. Uns são apenas chatos e irritantes, entretando, Olson e McVries são aqueles tipos de personagens meio irritantes metidos a engraçadinhos, que falam bastante e que acabam ganhando a empatia do leitor de alguma forma, pelo menos a minha eles ganharam, porém Olson perde essa personalidade com o decorrer da história. É gritante a diferença da pessoa que ele é no início para a pessoa que ele se torna depois dos 35%; ele se fecha no seu mundinho e praticamente se perde por lá.
Enfim, é legal ver a amizade dos garotos se construindo aos poucos, e da mesma forma que amizades são construída também são destruídas, afinal, apenas um poderia sair vencedor.

"Toda a Marcha parecia não passar de um ponto de interrogação. Disse para si mesmo que uma coisa daquelas devia ter algum significado mais profundo. Só podia ter. Uma coisa daquelas devia oferecer resposta a todas as perguntas; era só uma questão de manter os pés em movimento."

Eu confesso que esperava que tivesse um motivo por trás dessa Marcha, mas é apenas isso, uma competição criada pelo governo apenas como um entretenimento para o público, entretenimento esse que aparentemente não deveria ser questionado pelos cidadãos, pelo menos foi isso que eu entendi.

"Estava tudo bem, no fim das contas, não estava? Ele estava vivo e não adiantava pensar no futuro, um em que ele talvez não existisse mais"

Algumas mortes passam batidas, porém, outras me tocaram tanto que me arracaram lágrimas. Eles eram apenas garotos participando de uma competição, e ao meu entendimento a maioria não estava ali pelo prêmio, é triste, mas tive a impressão que alguns deles estavam ali porque não sabiam o que fazer da vida, talvez até mesmo um desejo subconsciente de morte, isso é até citado por um dos personagens. E por mais triste que isso seja, eles estavam ali por vontade própria, e o fim a gente já imagina. Ah e algumas cenas são bem violentas e gráficas, então cuidado se você sensível a isso.

"Pensar, pensou Garraty. Esse é o trabalho do dia. Pensar. Pensar e se isolar, porque não importa se você passa o tempo do dia com alguém ou não; no fim das contas, você está sozinho."

No geral, é uma obra que traz várias reflexões, acho que foi o livro do King que eu fiz mais marcações por enquanto. E por ser um livro mais reflexivo ele acaba sendo mais lento, às vezes até cansativo um pouco, apesar de ser curto. Enquanto eu lia parecia que estava ali com os garotos andando enternamente sem chegar a lugar algum, e a história é exatamente isso, eles andando sem parar em linha reta, mas sem uma linha de chegada, apenas caminhando para continuarem vivos.



SPOILER:

Não posso falar muito sobre o final sem dar tantos spoilers, mas vou tentar falar o menos possível.
Eu estava desde ontem pensando sobre esse final, e cheguei a conclusão que foi bem coerente, depois de tudo o que vencedor passou; depois de todas as perdas; as dores; cansaço, achei a a reação dele ao vencer foi sim coerente, ele não quis saber do prêmio, não quando tinha o sangue dos seus amigos e até um pouco do seu também e mesmo depois de tanto marchar ele teve forças para correr pra longe de tudo aquilo, ou pelo menos tentar, porque a gente não sabe o que acontece depois que ele corre.

" ? É a única coisa que espero. Se existir um? um além, eu espero que não seja escuro. E espero que dê pra lembrar. Eu odiaria andar por aí no escuro pra sempre, sem saber quem eu era ou o que estou fazendo lá, sem nem saber que eu já tinha vivido algo diferente."

Nazli.Dias 25/08/2023

Como aquela história da sereia que queria ter pernas
Um livro muito bem escrito e com narrativa angustiante ? não esperava nada menos do mestre.

Senti falta de desenvolvimento do universo em que a história se passa, apesar do contexto estar pincelado pela obra ainda deixou um pouco a desejar.

O final em aberto não me agrada muito, mas também não prejudicou minha experiência com esse livro.

Paloma.Rocha 23/07/2023

Legalzinho
Gostei, fiquei agoniada do início ao fim, querendo saber o que houve. Se o King escrevesse pelo menos um parágrafo a mais, talvez eu saberia por completo ?

Clara 21/04/2023

Diferente
A Longa Marcha é um evento anual dos Estados Unidos, onde 100 garotos são selecionados para andar até não aguentar mais. Existem algumas regras, um total de três advertências e, quem atingir todas elas, morre. Literalmente. O prêmio final é qualquer coisa que eles desejassem. Ray Garraty decidi participar.

Esse livro fica em uma área cinzenta do meu cérebro em que eu não consigo decidir se eu gosto ou se eu desgosto. Com toda a experiência que eu tive com King, que não foi muita, esse é o livro mais diferente pra mim mas, ainda assim, tem muitas coisas na escrita dele que me recordam os outros livros. É um livro muito descritivo, humano e especialmente lento, a cada página eles confrontam a morte e a vida e a pergunta que ?sustenta? o livro é: porque eles decidiram participar da Longa Marcha sendo que eles sabiam do desfecho final?

Nos traz muita reflexão, porque querendo ou não a única coisa que temos certeza na vida é a morte e eles entram nesse desafio macabro sabendo que podem morrer, então porque participar disso?

Eu ainda não estou 100% certa se gostei ou não do livro, como eu gosto dos demais do King, foi uma experiência totalmente diferente e inusitada. Pra quem tiver curiosidade e já tiver certa experiência com King eu indico a leitura, mas pra quem nunca leu nada dele eu não indico o começo por esse livro.

Caio Victor 08/02/2024

Leitura cansativa
Um possível precursor de jogos vorazes, mas onde os competidores não sabem nem pelo q estão competindo e por que decidiram competir.
Alguns momentos do livro fazem você querer saber mais o que vai acontecer e outros só fazem você querer acabar loga para ler algo melhor.

Joseane 18/08/2023

Angústia e emoção
O livro me prendeu assim que eu iniciei a leitura, mesmo sem entender o porquê dessa marcha dos infernos acontecer, eu logo embarquei no livro e me apeguei demais ao Garraty e aos outros meninos.
Fiquei curiosa com o que iria acontecer no final, mas na verdade, foi o desenvolvimento que me conquistou. Até sonhar com essa porcaria de marcha eu sonhei kkkk

Caio 22/02/2024

Mais ou menos
Fazer resenha de livros do King é um pouco complicado. Porque ele é meu escritor favorito e sinto que dou aquela passada de pano mesmo inconsciente. A longa marcha é um livro ruim? Ai que está a questão. Não sei julgar, por ser um fã "idiota" do escritor. Faltou explicar muitas coisas, quem já leu com certeza vai entender, e o final continua sendo o calcanhar de Aquiles do velhinho. Porém o forte dele está ali... construção de personagens, coisas bizarras e uma narração envolvente. Então vou ficar no meio termo: É ruim mas não é péssimo, É bom mas poderia ser melhor.
Está mais para menos do que para mais, está menos para mais do que para menos.

hiqueamon 12/04/2023

Achei que não ia conseguir acabar
O livro tem uma proposta interessante, mas o desenvolvimento não funcionou muito pra mim.

Os capítulos passam e parece que você está lendo a mesma coisa repetidas vezes.

Não via a hora de acabar a leitura, o que dificilmente acontece quando se trata de King.

Enfim, não dá pra curtir sempre.

Vick S 11/08/2023

Genial!
É a minha primeira vez lendo os livros do Stephen King, desde então só ouvia elogios dele. Lendo esse livro tenho a autoridade de elogiar também. Achei genial, o final é bem óbvio, eu descobri no desenvolver da história. Mas isso não afetou a leitura em nada, uma vez vi um vídeo de uma menina na Internet ela disse que " Os livros do Stephen King tem um final óbvio, mas ele mostra a sua genialidade no desenvolver da história".
Esse foi o primeiro de muitos livros que quero ler dele, eu amei e indico essa leitura.
Acontece cada coisa absurda, que agonia ler esse livro misturado com que livro bom quero ler mais.

Enfim, eu amei!

Lukas_Gabriel 13/06/2023

A longa marcha é a nossa própria vida.
Inaugurando a coleção "Os Livros de Bachman", "A Longa Marcha".

"A Longa Marcha" trata de literalmente uma marcha muito famosa, realmente um evento, onde 100 jovens fazem um percurso sem fim até que o último permaneça de pé e receba o famoso prêmio da sua vida. A marcha é cheia de regras e possui diversos espectadores, pois ela passa por várias cidades dos Estados Unidos e as pessoas podem vê-los durante a caminhada. Eles podem receber até 3 advertências e depois de 1 hora caminhando (sem levar mais nenhuma) elas serão zeradas, mas no caso a quarta advertência seria uma passagem pra outra vida, se é que vocês me entendem.

É um dos livros distópicos do King e é essa competição sinistra da primeira página até a última, com os personagens conversando, se implicando, surtando e vendo os outros competidores morrendo. O Bachman aplicou sua descrição mais crua da violência novamente, mas agora, diferente de Fúria (estreia do Richard), possui mais descrições, e por ser um livro que ele escreveu ainda jovem dá pra ver claramente a diferença de obras como "Salem’" e "O Iluminado", que foram escritos depois mas publicados antes de "A Longa Marcha".

Desde o início é possível saber quem vai vencer, mas vemos os laços entre eles se formando, a morte de 99 participantes, e quando finalmente temos o vencedor (alerta spoiler): acaba o livro. Literalmente depois, mas por se relacionar com a nossa vida achei muito significativo a determinada cena dos últimos parágrafos, me arrepiei quando parei para raciocinar. Durante os diálogos eles dizem o que farão com o prêmio, mas confesso que queria ver o major perguntando a ele, ou a família aparecendo, ou qualquer coisa, porque não tem cerimônia, então fico indeciso se poderia ser melhor se tivesse pelo menos um posfácio.

Não tem um grande ápice, é monótono algumas vezes, no final eu estava meio cansado e querendo só que morresse logo todo mundo, mas os capítulos ficaram mais curtos então motivou mais. Esse cansaço também é da imersão que o livro traz, pois os competidores estão exaustos, o protagonista caminha demais, mas com esperança, e eu estava cansado mas queria terminar para presenciar o final. Não é um livro pra entreter, também não é terror, e a proposta ficou clara para mim só depois que terminei.

Mal podia esperar para iniciar essa leitura, desde que a Suma iniciou esse projeto que paquero esse livro. Eu gostei muito, não sei dizer se é meu favorito do Bachman pois li poucos até agora, mas é legal. Bacana também que nessa edição tem, em todo início de capítulo, detalhes do que seria os participantes caminhando, e à medida que o livro vai encerrando esse número também diminui até restar somente um. É um detalhe talvez besta mas achei legal.

Mostrou ser um livro bem reflexivo, pela conversa dos personagens tem passagens até filosóficas. A lista de livros do King é muito extensa e por isso não é um dos meus favoritos, mas valeu a pena.

Marcos 24/09/2023

A Longa Marcha
O jovem Ray Garraty resolve participar da Longa Marcha, que consiste em uma caminhada sem fim na qual o último a ficar de pé é o vencedor.

?Qualquer coisa que ele desejar, pelo resto da vida?

A Longa Marcha é uma história fluida e angustiante! Cair de paraquedas nessa prova de resistência, sem saber a motivação dos competidores nos prende na história.

A obra faz uma crítica contundente ao militarismo através da violência banalizada.

Durante a prova, é evidenciado a insegurança dos competidores/personagens, que coincidentemente são todos homens menores de idade? cheios de insegurança e sem objetivo na vida, com uma necessidade absurda e desnecessária de se reafirmar para terceiros.

Destaque para Ray e McVries, que são personagens com mais destaque.

O mestre não erra! Eu recomendo a leitura!

Gabriel1994 17/07/2023

"A Longa Marcha" foi escrito pelo King sob o pseudônimo de Richard Bachman, ou seja, já era de se esperar um livro mais "seco", direto ao ponto, mas igualmente chocante ao restante de suas obras.

Achei os personagens bem desenvolvidos (destaque para Garraty, McVries -meu favorito, aliás-, Stebbins e Olson). No ambiente mais improvável, surgem "amizades" bonitas. Por diversos momentos os personagens demonstram sentimentos, afetos e empatia uns com os outros e King sabe narrar como ninguém laços de amizades e personagens crianças/adolescentes.

O livro fluiu super bem na primeira metade e nos últimos 20%. Esse meio achei bem arrastado e repetitivo, mas sei que esse era justamente o propósito da obra: transparecer a exaustão que os competidores estavam sentindo para o leitor.

Senti um pouco de falta também de aprofundamento a respeito do "Governo", que por se dar em um mundo distópico, merecia mais construções e detalhes.

Quanto ao final, não acho que ele seja aberto, como muitos dizem. É bem à lá Richard Bachman, por sinal. Mas foi corrido demais, poderia ter sido desenvolvido com mais calma.

Entre algumas críticas, é um livro muito bom!! Dificilmente você vai se esquecer de tê-lo lido e mesmo depois que você o acaba ainda se pega refletindo acerca dele.

(SPOILER!!!!!)
Achei que quem ganharia seria alguém que não fosse o personagem principal. Seria mais interessante se Stebbins ou McVries tivesse sido o ganhador.

Vanessa Santos 29/04/2023

Eis um Vencedor!
Comecei a ler este livro no dia 07/03/23 às 12:11 e terminei agora 29/04/23 às 00:11, incrível. A Leitura fluiu de forma pesada não pelas palavras, mas pelos acontecimentos e expectativas. É cansativa, gera suspense e ansiedade dos fatos, até fome porque os participantes vivem comendo o que leva a gente pensa em comer também. confesso que não sei dizer o que eu gostei. mas tbm n me decepcionei. Meu personagem favorito foi McVries.

aliciagiovana 01/03/2024

"? Nós queremos morrer, é por isso que estamos aqui."
"A Multidão precisava ser satisfeita. A Multidão precisava ser idolatrada e temida. No fim das contas, um sacrifício seria feito para a Multidão."

A Longa Marcha, escrita por Stephen King e publicada sob pseudônimo de Richard Bachman, nos traz a história de 100 adolescentes homens maiores de 12 anos que estão participando de uma prova de resistência/reality anual que ocorre nos EUA (no Maine, especificamente), de mesmo nome. Nesse reality, os adolescentes devem andar numa velocidade específica sem parar, e o prêmio é qualquer coisa que o ganhador escolher. Cada um pode receber três advertências, se passar disso o participante é eliminado permanentemente. Não tem pausa pra dormir nem pra fazer as necessidades básicas, mas tem água a vontade e eles recebem suprimentos pra comer. Quem será o último a ficar de pé?

[spoliers a partir daqui]

Eu vi muita gente usando a palavra "visceral" pra descrever esse livro e é isso mesmo. É um livro angustiante, violento (com descrições daquele jeito), triste, sofrido, incômodo, revoltante. Você vai sofrer lendo ele, principalmente porque é impossível não se apegar aos personagens, e o pior é que a todo momento sabemos o destino de todos ali então se continuamos lendo é por nossa conta e risco. Como sempre, Stephen King tem muito talento pra escrever adolescentes. Aliás, esse livro foi escrito antes de Carrie mas eu achei que A Longa Marcha tem muito mais elementos da escrita do King do que Carrie... deve ser porque foi publicado depois, deu tempo de revisar e tal. Enfim, nem sei por onde começar a falar sobre a história.

Pode ser pelas críticas claras que esse livro tem, como o abuso de poder dos soldados através da violência, que fuzilam os meninos sem dó pra todo mundo ver... o que já entra em mais uma crítica que é a da alienação. As pessoas gostam desse reality, dão audiência pra essa atrocidade, e mais: tem torcidas, apostas e tudo. Me lembra o bbb, mas num nível mais doente pois se tratam de adolescentes perdendo suas vidas, caminhando até se acabarem.

Aproveitando o nicho, a maioria dos coitados dos meninos nem sequer tinham noção de onde tavam se metendo. Muitos fizeram por impulso como grande parte dos adolescentes costumam fazer as coisas, só que nesse caso era a vida deles que tava em jogo. Vemos eles sentirem todos os tipos de emoções e agirem de todas as formas, além de testemunhar a sanidade diminuindo mais a cada hora que eles passavam caminhando. Acredito que cada um deles tiveram atitudes questionáveis em algum momento, por isso digo que é um pouco difícil amar algum deles 100%, mas eu senti empatia por TODOS.

Apesar do livro focar mais no Ray Garraty, também é nos mostrada a perspectiva de alguns outros participantes. Cada um tem sua personalidade e algo que os torna únicos. Peter McVries, Olson, Art Baker, Gary Barkovitch, Stebbins, Davidson, Collie Parker, Harkness, Percy, Pearson, Scramm, Abraham... Stephen King nos mostra um pouco de todos e nos faz ter afeição por eles, mesmo que alguns não sejam flor que se cheire.
ps: a morte do oslon é algo que eu nunca vou esquecer. nunca. eu nem tenho palavras pra descrever o que foi aquilo, só lendo pra saber.

Preciso falar do tópico Garraty e McVries. Sabemos que Stephen King não sabia escrever mulheres (nem finais) no começo da carreira, mas em contraste ele sabe escrever homens TÃO bem que as relações entre alguns deles são intensamente homoeróticas. É o caso de Dennis e Arnie, de Christine; Richie e Eddie, de It; Gordie e Chris, de O Corpo (me falta ler esse); e também acontece com Garraty e McVries. Eu não consigo entender se o McVries tava totalmente na do Garraty ou é só o jeitinho dele, mas tem umas coisas que ele fala e demonstra (como salvar o Garraty umas 5 vezes) que me fazem acreditar que sim, ele sentiu algo romântico pelo Garraty. E o Garraty, por mais que ele meio que tenha tido uma experiência com um amiguinho na infância, ele parece muito confuso com tudo (até pq o mental deles fica super deteriorado), mas tem pequenas coisas que me fazem acreditar que ele também sentiu algo pelo McVries. Enfim, mais uma dupla de amigos que eu shippo que acaba com um deles morto. Proibido ser feliz.
ps: a morte do McVries foi a mais dolorida que já li entre esses que shippei ditos acima. nada se compara. ele morreu praticamente nos braços do garraty, esgotado e depois de salvar o garraty MUITAS vezes. doeu TANTO TANTO TANTO. chorei baldes

O final ficou suuuper em aberto. Eu particularmente não gosto, prefiro finais concretos. Mas pra mim isso não estragou a experiência de leitura. Eu senti que qualquer um que ganhasse aquilo sairia perdendo de todas as maneiras, então o prêmio já não era algo que me despertava o interesse. Como eu disse, é uma história de DILACERAR o coração então leia por sua conta e risco, mas fica aqui minha recomendação!

"Garraty perdeu o interesse. Ele se levantou e saiu andando. Os gritos preenchiam a terra e os fogos preenchiam o céu. [...]."