A loteria e outros contos

A loteria e outros contos Shirley Jackson




Resenhas - A loteria e outros contos


20 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Priih | Blog Infinitas Vidas 12/02/2023

Não tenho outra palavra que não seja "enfadonho"
O tema central dessa coletânea é destrinchar a prisão da mulher de classe média do início do século XX às situações familiares e cotidianas. A maior parte dos contos é protagonizada por mulheres na faixa dos 30 anos, e quase todas elas são donas de casa ou almejam ser. Para ser sincera, quando solicitei esse livro eu achava que encontraria contos de terror e suspense, devido às premissas dos outros livros de Shirley Jackson. Por isso, acabei um tanto frustrada com a repetição de temas e a monotonia deles, que refletem bem o cotidiano entediante dessas mulheres.

Gostaria de dizer que fui cativada pelas problematizações e pela narrativa de Shirley Jackson, mas seria mentira. Comecei o livro entusiasmada por finalmente conhecê-la e, sem demora, me senti quase tão presa quanto as protagonistas dos contos. A verdade é que não existem bons plot twists nas histórias e grande parte delas mal parece ter sequer uma conclusão lógica. [...]

Existem alguns contos dos quais consegui tirar alguns pontos positivos, sendo eles: "O amante diabo", "A renegada", "Charles" e o conto que dá nome ao livro, "A loteria". O poema que encerra o livro também é bacana, e alguns outros contos tem uma ou outra tiradinha interessante, como "Estátua de sal" (que fala sobre ser esmagado pelo ritmo alucinante de uma cidade que não para e que parece se desfazer à plena vista) e "É claro" (que mostra como decisões masculinas imbecis podem alienar uma família). Além disso, existe ainda uma denúncia ao racismo, que aparece mais claramente no conto "Jardim florido".

Enfim, como mencionei no início da resenha, esse livro não me proporcionou uma boa experiência. Porém, enquanto escrevia esse post, fiquei contente por ter conseguido extrair alguns aspectos positivos dela. Acredito muito que a experiência de cada leitor é única e, por isso, as pessoas devem se arriscar nas leituras que façam sentido pra elas. Mas também não posso dizer que recomendo esse título, porque foi bastante desafiador chegar até a última página. Por isso, deixo por sua conta e risco se aventurar nas palavras de Shirley Jackson por meio de A Loteria e Outros Contos.

A resenha completa, na qual conto mais sobre os contos que gostei, espera por você no blog. =)

site: https://infinitasvidas.wordpress.com/2023/02/12/resenha-a-loteria-e-outros-contos-shirley-jackson/
Nanda 06/03/2023minha estante
Oi, que pena que não gostou da obra.
O estilo da escrita da Shirley cria diferentes emoções
dependendo do leitor rs.

Ah, você planeja se desfazer do livro, já que não gostou?


Priih | Blog Infinitas Vidas 05/06/2023minha estante
Oi Nanda!
Pois é, acho que comecei com o pé esquerdo rs
Eu li em ebook cedido pela editora, então o livro tá direto no meu Kindle!




Amanda 03/01/2023

Quem tem medo de Shirley Jackson?
Livro de contos até então inéditos no Brasil, registros imperdíveis de uma escritora que viveu boa parte das mudanças do século passado e faz um registro dessas alterações em seus contos, ora de forma clara e concisa, em outros momentos utilizando metáforas e suspense psicológico.
Uma coletânea para leitor nenhum colocar defeito!( e se houver algum o último conto é de deixe qualquer leitor de queixo caído).
comentários(0)comente



Leila de Carvalho e Gonçalves 09/01/2023

24 Contos E Um Poema
Lançado em 1949, A Loteria E Outros Contos é o único livro do gênero publicado por Shirley Jackson em vida. Reunindo 24 narrativas e um poema, a maioria é ambientada na Nova Inglaterra, região onde viveu após se casar com o professor de literatura Stanley E. Hyman. Por sinal, ele foi o responsável pela compilação e divulgação de boa parte da obra da escritora que faleceu precocemente em 1965, vítima de um ataque cardíaco, sem presenciar o reconhecimento da crítica e a influência que exerceria sobre escritores como Stephen King, Neil Gaiman e Richard Matheson.

Em linhas gerais, essas histórias apresentam situações prosaicas ? como a visita a uma livraria (Sete Tipos De Ambiguidade) ou a mudança de novos vizinhos (Jardim Florido) ? que pouco a pouco saem do controle, provocando desde uma sensação de mal estar (Como Mamãe Fazia) até o vislumbre de uma iminente tragédia (Estátua de Sal).

Porém, a cereja do bolo é indiscutivelmente A Loteria, o conto mais famoso e que encerra a lista. Publicado originalmente em 1948 pela The New Yorker, a narrativa provocou um enorme estardalhaço pela crueldade anunciada em seu desfecho, inclusive, muitas assinaturas da revista foram canceladas na época. Em poucas linhas, sua história detalha um rito há muito estabelecido que culmina em um assassinato.

Curiosamente, as narrativas também reúnem aspectos em comum. Por exemplo, grande parte parte das personagens principais são mulheres, ainda jovens e preocupadas, até inseguras, com questões domésticas que cabem a elas resolver. Por outro lado, a recorrência do nome Harris entre as personagens masculinas é bastante sugestiva ao longo das histórias e atenção a O Amante Diabo em que a escritora insere o leitor numa espécie de pesadelo.

Finalmente, também merecem atenção os contos com a participação de crianças. Charles é marcante, difícil de esquecer, e não deixe para trás A Bruxa, Primeiro Você, Meu Caro Alphonse e Tarde Entre Linhos.

Boa leitura!
comentários(0)comente



Alexandre Kovacs / Mundo de K 14/01/2023

Shirley Jackson - A loteria e outros contos
Editora Alfaguara - 264 Páginas - Tradução: Débora Landsberg - Capa: Elisa von Randow - Imagem: Nightfall, de Will Barnet - Lançamento: 2022

Apesar de ter escrito romances, livros de memória, novelas e narrativas curtas, a carreira de Shirley Jackson (1916-1965) ficou marcada – para o bem e para o mal, como ocorre geralmente nesses casos – por um único conto, A loteria, que consta obrigatoriamente em qualquer seleção de grandes contos norte-americanos do século XX, sendo considerado um marco moderno na literatura de terror e influenciado alguns famosos autores contemporâneos do gênero. A narrativa, publicada originalmente em 1948 pela New Yorker, descreve uma estranha tradição anual em uma pequena comunidade fictícia no interior dos Estados Unidos, que provocou uma forte reação nos leitores mais conservadores na época por meio de várias cartas de reclamação e até mesmo o cancelamento de assinaturas, devido à crueldade e brutalidade sugeridas no desfecho.

No entanto, esta coletânea não se limita a um único gênero, muito pelo contrário. Lidando com o aspecto psicológico de suas personagens, que representam o universo bastante limitado de mães e donas de casa da classe média norte-americana na segunda metade do século XX, a autora – ela própria tendo sido uma típica esposa do interior e dona de casa com quatro filhos – apresenta algumas situações do cotidiano que se tornam inusitadas e desconfortáveis, escapando ao controle. Além das questões feministas (A moça do Village, É claro, Elizabeth, Homens e seus sapatos grandes), também são abordados outros temas sensíveis como o racismo (Jardim florido, Primeiro você, meu caro Alphonse), o confronto entre ingenuidade infantil e instinto diabólico (A bruxa, Charles) e, é claro, o suspense psicológico e horror em um estilo que se convencionou chamar de gótico (A renegada, A loteria).

"Havia um policial na esquina, e ela ponderou, Por que não procuro a polícia? A gente recorre à polícia quando alguém some. E em seguida pensou, Que boba eu ia parecer. Teve um rápido vislumbre de si mesma em uma delegacia, dizendo, 'Sim, íamos nos casar hoje, mas ele não apareceu', e os policiais, três ou quatro ao seu redor, escutando, olhando para ela, para o vestido estampado, para a maquiagem luminosa demais, sorrindo uns para os outros. Não poderia lhes contar mais nada além disso, não poderia dizer, 'Sim, parece uma bobagem, não parece, eu toda arrumada tentando achar o rapaz que prometeu se casar comigo, mas e tudo o que vocês não sabem? Eu tenho mais que isso, mais do que vocês enxergam: talento, talvez, e certo tipo de humor, e sou uma dama e tenho orgulho e afeto e delicadeza e uma visão clara da vida que poderia deixar um homem satisfeito e produtivo e feliz; existe mais do que vocês pensam ao olhar para mim'. / A polícia era obviamente uma impossibilidade, para não falar de Jamie e do que poderia pensar ao saber que ela pusera a polícia atrás dele. 'Não, não', ela disse em voz alta, apertando o passo, e alguém que passava parou e olhou para as costas dela." (pp. 25-6) - Trecho de O amante diabo

Uma das características mais interessantes de Shirley Jackson é saber como descrever os piores pesadelos; não aqueles povoados por monstros, pois estes identificamos logo de início como pesadelos, mas sim aqueles que reconhecemos como parte do nosso próprio cotidiano, nos envolvendo em uma sensação de afogamento na qual não percebemos se chegamos ao fundo ou à superfície. É o caso de algumas crises de suas personagens descritas de forma magistral, como o surto de pânico da protagonista em Estátua de Sal durante uma estadia em Nova York ou os pesadelos induzidos por anestésicos na personagem após uma visita ao dentista em O dente. A leitura de A loteria e outros contos é mesmo uma experiência perturbadora que não consegue ser facilmente explicada ou resenhada.

"Não faz sentido me preocupar, disse a si mesma outra vez, como se fosse um feitiço contra bruxas, e se levantou, achou o casaco e o chapéu e os vestiu. Vou só comprar cigarro e um papel de carta, ela pensou, vou só até a esquina. Foi dominada pelo pânico no elevador: ele descia rápido demais, e quando pisou no saguão, só as pessoas paradas a impediram de correr. Do jeito que estava, ela saiu apressada do prédio e ganhou a rua. Por um instante, hesitou, querendo voltar. Os carros passavam tão ligeiros, as pessoas apressadas como sempre, mas o pânico do elevador por fim a impeliu adiante. Foi até a esquina e, seguindo os que passavam voando à sua frente, desceu correndo da calçada e ouviu uma buzina quase em cima dela e um grito de alguém às suas costas, além do barulho de freios. Seguiu em frente às cegas e chegou ao outro lado, onde parou e olhou ao redor. O caminhão seguiu o trajeto previsto, dobrando a rua, e as pessoas passavam a seu lado, afastando-se para dar a volta nela, que estava plantada na calçada." (p. 212) - Trecho de Estátua de sal

O grande conto do livro é mesmo A loteria, um verdadeiro clássico na forma como a tensão narrativa é lentamente construída a partir de um inocente cenário rural: uma manhã clara e ensolarada em um pequeno vilarejo, crianças em recesso de verão brincam recolhendo pedras e formando uma enorme pilha em um canto da praça, logo começam a chegar os fazendeiros falando de plantio e chuva, tratores e impostos, assim como as mulheres com vestidos e casacos desbotados que usavam para ficar em casa. O leitor percebe que algo muito estranho e brutal está sendo preparado e prestes a acontecer quando tem início um sorteio no qual ninguém espera realmente ser contemplado.

"A parafernália original da loteria havia se perdido fazia muito tempo, e a caixa preta que agora repousava sobre o banco tinha sido posta em uso antes mesmo de o Velho Warner, o homem mais velho da cidade, nascer. O sr. Summers volta e meia falava com os aldeãos sobre a fabricação de uma caixa nova, mas ninguém queria comprometer nem mesmo a tradição representada pela caixa preta. Havia uma história de que a caixa atual fora feita com alguns pedaços da caixa que a precedera, aquela que fora montada quando as primeiras pessoas se instalaram ali para formar um vilarejo. Todo ano, após a loteria, o sr. Summers começava a falar outra vez sobre uma caixa nova, mas todo ano deixavam que o assunto morresse sem que nada fosse feito. A caixa preta ficava mais desgastada a cada ano: a essa altura já não era mais completamente preta, mas bastante lascada em um dos lados, exibindo a cor original da madeira, e em alguns pontos estava desbotada ou manchada." (pp. 247-8) - Trecho de A loteria

Sobre a autora: Shirley Jackson nasceu em São Francisco, Califórnia, em 1916, e faleceu em 1965. Uma das principais autoras americanas do século XX, conhecida principalmente por suas obras de horror e mistério. Durante suas duas décadas de carreira, ela escreveu seis romances, dois livros de memórias e vários contos. Influenciou escritores como Stephen King, Donna Tartt, Neil Gaiman e Richard Matheson. Sua obra é leitura obrigatória em diversas escolas dos Estados Unidos, e seu trabalho é aclamado pelo público e pela crítica. A loteria e outros contos foi a única coletânea publicada enquanto Shirley Jackson ainda era viva.
comentários(0)comente



Aldemir2 08/02/2023

Mini resenha: A Loteria e outros contos (Shirley Jackson)
Shirley Jackson foi uma escritora americana muito conhecida pelos suas histórias de terror, tendo como algumas das obras mais conhecidas A Assombração da Casa da Colina (um clássico que ficou mais conhecida ainda pela adaptação The Haunting of Hill House na Netflix), Sempre Vivemos no Castelo e o conto A Loteria, presente na antologia em questão. A Loteria e outros contos foi a única antologia de contos escritos por Jackson e publicada em vida, no ano de 1949.

São 24 contos que compõem essa antologia, divididos em 4 partes, com temas bem variados, mas que possuem uma similaridade: diferenças e conflitos. Sejam elas entre diferentes classes sociais, entre pessoas de gêneros diferentes ou entre pessoas de cor diferentes, Shirley Jackson traz ao leitor não um terror sobrenatural, mas um terror pior ainda, o terror social.

Tratando do racismo, quero destacar os contos Primeiro você, meu caro Alphonse e Jardim Florido que traz duas perspectivas de como a sociedade trata pessoas negras de formas diferentes: no primeiro tratando com pena como se precisassem de esmola e doações quando, e no segundo tratando com desprezo não só a pessoa em si, mas também quem se relaciona com ela. Lembrando que são contos escritos por uma mulher branca na década de 1940, são histórias que continuam atuais até hoje e com certeza merecem mais destaque. Outros contos que também merecem são Minha vida com R. H. Macy, A renegada, Elizabeth, Estátua de sal e, claro, A loteria.

É um livro que eu adorei ler, por mais que alguns contos eu não tenha entendido, o que não é um problema pois só me deixou mais curioso para saber do que eles falavam. Curto, rápido de ler e com uma escrita tanto gostosa quanto assombrosa, Shirley Jackson conseguiu me pegar mais uma vez.

❧ A Loteria e outros contos (publicado originalmente em 1949)
❧ Shirley Jackson
❧ 264 páginas
❧ Editora Alfaguara
❧ Tradução de Débora Landsberg

site: https://lendocomogilmore.blogspot.com/2023/02/mini-resenha-loteria-e-outros-contos.html
comentários(0)comente



Ana 09/02/2023

Narrativas prosaicas com finais abruptos.
Esse livro é um conjunto de 25 contos da autora Estadunidense Shirley Jackson publicado em 1949. Temos aqui uma narrativa do cotidiano da sociedade Estadunidense do século XX. As estórias giram em torno de pessoas comuns, com vidas normais, porém aos poucos vão ganhando um ar de mistério, de estranheza e isso nos faz questionar como irá terminar. E esta aí um ponto para refletir porque a maioria dos contos termina de forma abrupta. Cria-se um clima de suspense que provoca expectativa, mas aí não se conclui. E fica aquela sensação de estar faltando algo. Um encerramento.
Não tem nada muito assustador ou elementos sobrenaturais aqui até porque a autora nao gostava desse estilo. O que encontramos é uma narrativa que começa de uma forma muito habitual e corriqueira que sua poucos vai ganhando uma ar de estranho, desconfortável como se algo fosse dar muito errado a qualquer momento. Gostei dos seguintes contos: O amante diabo, Julgamento por combate, A renegada, Charles e O dente. Mas o destaque é o conto A Loteria. Ele exemplifica bem como é a escrita da Jackson. Inicia de uma forma prosaica. Um grupo de vizinhos se reúne para fazer uma loteria. Da a entender que já fazem isso há muito tempo. Mas a medida que a estória evolui e vemos as reações das personagens percebemos que o prêmio não deve ser lá muito bom. Esse foi meu primeiro contato com essa autora e gostei.
comentários(0)comente



Jeane Tertuliano 09/02/2023

Singulares
Narrativas de excelente qualidade, gostei bastante de cada desfecho! Recomendo àqueles que gostam de sentir um frio na barriga de leve!
comentários(0)comente



Luiz Pereira Júnior 24/02/2023

O horror nosso de cada dia...
Primeiro, uma observação já feita por muita gente: não há como ler o conto “A loteria” e não pensar em que ele foi uma das possíveis fontes de “Jogos Vorazes” (a sequência dos momentos que precedem o sorteio e o próprio sorteio em si de “Jogos Vorazes” e do conto “A loteria” são muito semelhantes, mas não chegaria ao exagero afirmar que Shirley Jackson foi plagiada). O mais impressionante talvez seja o fato de que o conto visivelmente tem uma inspiração bíblica em seu aspecto mais cruel (sem spoiler, mas leia o conto e compare-o com a narrativa bíblica do bode expiatório).

Uma citação na contracapa recomenda “A loteria e outros contos”, de Shirley Jackson, como apresentando alguns dos contos mais assustadores que a autora da citação já leu. Francamente, um exagero publicitário típico, mas com o dom de vender a um público que está em busca de outro tipo de narrativa que não as do livro. Se o leitor estiver procurando algo próximo a Stephen King ou a Lovecraft, certamente, dará com os burros n’água, usando uma frase antiga.

Melhor dizer que os contos de Shirley Jackson estão mais próximos de uma sutil (mas contundente ao mesmo tempo) crítica social e de costumes, abordando temas como a discriminação racial (“Um jardim florido”), a mudança de paradigma de gênero (“Como mamãe fazia”), o sonho de um status mais elevado (“A moça do Village”), a rotina absurda do trabalho comum (“Minha vida com R. H. Macy”), a imaginação infantil e a brutalidade do mundo adulto (“A bruxa”), a difícil arte de ser vizinho (“A renegada”), os transtornos infantis (“Charles”), a diferença entre futilidade e bom caráter (“O boneco”), a superficialidade das convenções sociais e sua relação com sentimentos mais profundos (“Uma firma boa e tradicional”), o amor pelos livros e o sonho alcançado após anos de profundo desejo (“Sete tipos de ambiguidade”)... enfim, para não me alongar muito, posso dizer que os contos giram em torno do que somos, do que aparentamos ser, do que gostaríamos de ser e de como nos relacionamos com os outros.

E nisso reside o maior mérito dos contos: a compreensão da intrincada rede de ideias e sentimentos de que todos nós somos formados...
comentários(0)comente



Sens0 11/03/2023

Os terrores de ser mulher
Eu realmente gostei dessa leitura, uma mistura de contos, muitos fracos, entre outros bons, uma boa coletânea para conhecer a autora. Talvez ele seja vendido um pouco errado, apesar de ter um terror, a maior parte das histórias são críticas.

Todas os contos se baseiam em uma vida de dona de casa, dedicada ao marido, filhos ou a proteger sua reputação, as vezes as protagonistas são perversas, e em outros ficam até loucas, em um misto de sátiras e críticas a esse estilo de sociedade.

Alguns personagens e nomes se repetem bastante, o que era interessante pois eles sempre tinha a mesma índole do conto anterior.

Por motivos diferentes, mas entre os meus preferidos ficaram: ?Como mamãe fazia?, ?Primeiro você, meu caro Alphonse?, ?Dorothy e minha avó e os marinheiros?, ?O boneco?, ?Estátua de sal?, ?O dente? e por fim, a cereja do bolo, ?A loteria?.

Eu realmente gostei da autora, ela constrói boas narrativas de crítica dentro do contexto que ela viveu, e quero conhecer mais dela.
comentários(0)comente



Andreia 14/03/2023

Este livro conta com 24 contos e um poema escritos pela autora estadunidense Shirley Jackson. São contos que mostram histórias cotidianas, a maioria tendo como protagonistas mulheres. As histórias apesar de mostrarem situações banais, sem nenhum aspecto sobrenatural, possuem uma atmosfera claustrofóbica e com grande tensão, que despertam angústia e ansiedade no leitor acerca do desfecho das histórias.

Tive uma boa experiência com outro livro da autora, Sempre Vivemos no Castelo, e, por isso, me interessei em ler este livro. Infelizmente, não tive uma boa experiência com A Loteria e Outros Contos. Acredito que para a época em que foi lançado, os temas abordados no livro possam ter sido relevantes e levantado diversas críticas pertinentes. Porém, para o momento atual, os temas não chamaram minha atenção e não consegui me conectar, tampouco me importar com os personagens de cada conto. A leitura do livro acabou sendo bastante enfadonha.

Apesar de não ter funcionado para mim, ainda assim, recomendo a leitura, pois o livro não funcionou para mim, mas pode funcionar para outro leitor. Além disso, Shirley Jackson é uma autora reconhecida e famosa, tendo influenciado diversos outros autores importantes.
comentários(0)comente



Janaina 08/08/2023

Gostei, mas esperava outra coisa
Acredito que as minhas expectativas apontavam para a direção de A Assombração da Casa da Colina. Nesse sentido, foi frustrante, mas os contos entregaram mta coisa que eu curti. Uma crítica precisa da sociedade da época.
comentários(0)comente



Mikael_13 13/08/2023

Confesso que esperava bem mais desse livro depois de ouvir falar tão bem dos contos da autora. Alguns contos são bons, pois conseguem transformar situações cotidianas em crises claustrofóbicas, mas num todo, os contos foram medianos.
comentários(0)comente



Na Tancredi 14/08/2023

Maravilhoso
Simplesmente perfeito. A estranha normalidade das histórias dela é minha paixão. Algumas são incomodas e não sei nem explicar o porque. Só é. As personagens são tão diferentes.
comentários(0)comente



Yasmin O. 17/08/2023

Depois de ler (e amar) Assombração na casa da colina e Sempre vivemos no Castelo, conheci a Shirley contista. Aquele horror cotidiano, nas entrelinhas, inserido no dia-a-dia da classe média norte-americana em meados do século passado. A gente vai lendo, as coisas parecem estar indo bem, e de repente começam a ir muito mal rs. Alguns nem chegam a ser horror, mas deixam aquele incômodo, expondo as hipocrisias, pequenas maldades e mesquinharias cotidianas. E fiquei positivamente surpresa porque ela aborda questões de gênero e raça em vários dos contos. E eu não sei o que eu esperava do conto A loteria, o mais famoso da antologia, mas certamente não era aquilo rs. Adorei.
comentários(0)comente



20 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2