Amada

Amada Toni Morrison




Resenhas - Amada


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Leila de Carvalho e Gonçalves 03/07/2018

Emocionalmente Devastador
Em 1993, Toni Morrison foi a primeira negra a receber o Prêmio Nobel de Literatura. Seu romance mais conhecido é "Amada" que virou um filme com Oprah Winfrey e Danny Glover nos papéis principais. Publicado originalmente em 1981 e agraciado com o Pulitzer no ano seguinte, sua história é ambientada em 1873, oito anos após o final da Guerra de Secessão, quando o país estava começando a lidar com as feridas da escravidão.

Inspirado num fato real, sua protagonista é Sethe, uma negra que vive com Denver, sua filha mais nova ainda adolescente, numa comunidade em Ohio, um estado livre. A partir de 1820, não havia mais escravos acima do paralelo 36, daí, a frequente fuga para o norte do país. A própria Sethe cruzou a fronteira poucos dias após dar à luz.

Apresentando uma fantasma enfurecida, Amada, um negro tentando reconstruir a vida, Paul D, e um segredo trancado a sete chaves, esse romance é emocionalmente estarrecedor. Além de tortura, estupro, perseguição, loucura e morte, ele trata de um aspecto pouco mencionado: o curto período que as escravas permaneciam com seus filhos. De propriedade dos fazendeiros, as crianças eram logo postas à venda, muitas vezes, mesmo ainda bebês. A sina era "amar pouco" para sofrer menos, desprezando a ligação mais forte que há na natureza.

Exibindo diversas vozes e uma narrativa não linear, Morrison prima pela impecável construção das personagens. No livro, nao há alguém inteiramente bom ou ruim, todos possuem qualidades e defeitos, se vítimas das circunstâncias também escrevem a própria história e é impossível não se identificar com eles.

Outro aspecto interessante é o realismo mágico que permeia o romance. Tema de inúmeras discussões, a autora não deixa pistas se Amada, filha mais velha de Sethe, retornou do mundo dos mortos ou trata-se de um caso de identidade equivocada. Assombrada pela morte dos pais, uma jovem assume ser Amada, enquanto que Sethe, saudosa da filha morta, facilmente se convence de que está diante dela.

Reforçando a importância dos laços familiares e a superação dos traumas do passado para a construção da própria identidade, de acordo com a dedicatória, esse texto é uma homenagem aos sessenta milhões de africanos que desembarcaram na América, sessenta milhões de vítimas de uma tragédia que envergonha toda a humanidade.

Um grande livro que superou minhas expectativas.
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Shaqit 23/10/2017

Sessenta milhões e mais
Uma das mais poderosas narrativas sobre a escravidão, e não apenas, pelas suas consequências, pelas cicratizes nas vidas da gentepreta, como grifa Morrison em sua mais aclamada obra, pelas marcas nas vidas das mulheres, que a literatura podefia produzir. As mulheres sabem, diz Morrison. Sabem porque era delas que as vidas foram tiradas pela escravidão. De suas filhas e filhos que foram destruídas as trajetórias por esse sistema que continua, mesmo após seu fim oficial, a massacrar as vidas. O fantasma, a casa, o leite: imagens poderosíssimas que nos transformam, que nos fazem pensar a nossa realidade. Se tornou, de longe, um de meus livros favoritos. Traz, afinal, o poder dessas mulheres, dessas vidas destruídas. Dos sessenta milhões e mais, esmagados por esse sistema que ainda persiste. Por isso mais. Infelizmente, muito mais.
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Sílvia 05/06/2017

Maravilhoso.
Para quem tem consciência dos problemas raciais por conta da pele negra esse livro é essencial. Expõe a falsidade a sociedade em uma das mais infames formas de degradação humana reconhecida e aprovada pela mesma elite que só pensa em si própria. Causou-me uma tremenda ressaca literária, mas valeu a pena esperar que ele aparecesse na biblioteca. Recomendo com veemência.
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Gláucia 28/03/2016

Amada - Toni Morrison
Publicado em 1987 e vencedor do prêmio Pulitzer, é o primeiro da trilogia que aborda o preconceito racial, juntamente com Jazz e Paraíso. E foi o último que li.
Como aconteceu com os outros dois livros dela, o enredo é incrivelmente atrativo, do tipo que a gente lê a sinopse e fica louco pra ler. Mas o desenvolvimento não me prende, acaba me cansando.
De forma bem fragmentada, iremos reconstruindo a terrível e dolorosa história de Sethe em torno de uma episódio importante em sua vida, a fuga da fazenda onde era escrava juntamente com suas duas filhas, Denver e Amada.
Gosto de narrativas fragmentadas onde aos poucos vamos descobrindo os acontecimentos todos. O problema é a escrita dela, algo que se aproxima do fluxo de pensamento e serve para tornar a narrativa difícil e muito cansativa.
Dos três, meu preferido foi Paraíso.
SLMM 29/09/2016minha estante
É bem isso mesmo, ela usa uma técnica de explorar as falas dos personagens como falado na época e na maneira em que se passa a estória e muitas vezes fica até difícil entender o que é dito e que está acontecendo. Eu abandonei na metade. Mas que ela constrói uma bela estória não há dúvidas, a questão é gostar do estilo.


Gláucia 29/09/2016minha estante
Pois é. Tive a mesma dificuldade com os três livros que li dela




Carol 23/03/2016

Neste vídeo eu conto o que achei deste livro.

site: https://www.youtube.com/watch?v=YWUIKOUpN3g
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Rafaela 08/12/2015

Mesmo Sethe vivendo dezoito anos em liberdade, ela ainda é assombrada por seu passado. Ela é assombrada pelo que aconteceu na fazenda onde ela era uma escrava, o que aconteceu com seus filhos, o que aconteceu com seu marido e os outros escravos na Doce Lar. E acima de tudo, ela é assombrada pelo fantasma de seu bebê morto que vive na casa com Sethe e sua filha Denver. O bebê morto em cujo túmulo apenas uma palavra está escrita: Amada.

O que torna este livro incrível não é a história em si, que é inspirada por eventos reais. Não são as personagens, embora eles destacam-se no decorrer da historia. É a escrita. A maneira que Toni Morrison usa palavras é a verdadeira estrela deste livro, é a maneira hábil como ela diz muito, mas não tudo. Você nem sempre tem certeza do que está acontecendo, às vezes tem que voltar e reler uma passagem várias vezes, mas é sempre devastadoramente bela. Você tem que usar sua imaginação para juntar todos os pedaços - e de alguma forma, que torna alguns fatos mais assustadores do que esta escrito. A narrativa não é contada de uma forma linear, e algumas vezes me senti confusa, mas é uma confusão boa, do tipo que te faz ter cuidado com a leitura.

De todos os livros que li sobre a escravidão e racismo, este é o que parece ter um relato tão mais íntimo e real, que me fez sentir na pele dos personagens. Amada deveria ser leitura obrigatória para aqueles que acreditam que esse período histórico já foi superado e o racismo é apenas mais uma forma de vitimização.
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petite-luana 05/12/2015

Toni Morrison é uma autora norte-americana, foi a primeira mulher negra a ser laureada, em 1993, com o Prêmio Nobel de Literatura, antes disso, em 1988, a autora recebeu o Prêmio Pulitzer de Ficção por "Amada", lançado no ano anterior. A história de "Amada" se ambienta nos anos posteriores ao fim da Guerra Civil, quando a escravidão havia sido abolida na maior parte dos Estados Unidos, mas a norma Fugitive Slave Act ainda operava, esta norma permitia que senhores de escravos fossem atrás de seus escravos fugitivos mesmo em estados livres (onde a escravidão já era proibida), pois os escravos ainda eram vistos como propriedades de seus senhores. O livro foi baseado na história real de Margaret Garner, uma escrava norte-americana que fugiu, juntamente com com sua filha de 2 anos, para o estado-livre de Ohio e para evitar ser recapturada juntamente com a filha, Margaret comete um crime que chocou a população da época. Diante desse fato, Toni Morrison desenvolveu o livro, em "Amada" a autora nos apresenta uma história não linear, construída em uma narrativa próxima do fluxo de consciência que transita entre as perspectivas de cada um dos personagens, ora no presente, ora no passado. Nele acompanhamos a história de Sethe, uma escrava que é mantida cativa na fazenda Sweet Home/Doce Lar juntamente com seus 3 filhos pequenos: Howard, Buglar e uma menininha que ainda não ganhou nome. Decidida a fugir e refugiar-se na casa da sogra Baby Suggs, em Cincinnati, Sethe resolve mandar os três filhos na frente em uma fuga planejada. Durante a sua fuga solitária, Sethe dá à luz um bebê, a menina Denver, que vai acompanhá-la ao longo da história.

Em meio a narrativa somos apresentados a pulos temporais que trazem muitos outros personagens que tiveram a vida transpassada pela crueldade humana e as barbáries da escravidão, vemos a história se revelar com as estradas e saídas dessas pessoas marcadas pelas dolorosas lembranças. A história central se passa 8 anos após a fuga de Sethe, já instalada na antiga casa de sua sogra, a casa de número 124, ali moram apenas ela e sua filha Denver, atormentadas por lembranças e pelo fantasma da menininha que ainda não tinha nome, filha de Sethe, que ali morreu. Somos, então, levados em suspense ao que aconteceu: por que restam apenas elas? Quais lembranças as atormentam e por quê? Aliado a isso, Sethe e Denver recebem a visita de Paul D., um também ex-escravo da fazenda Doce Lar, que traz em seus relatos as feridas permanentes deixadas por esse período obscuro do fim do século XIX nos Estados Unidos.

Toni Morrison possui uma escrita muito lírica, fala com poesia sobre temas e momentos muito dolorosos e vai nos apresentando a história de forma fragmentada, abrindo a ferida aos poucos. Esta é uma história de fantasmas, fantasmas que são, não necessariamente, espectros, mas lembranças fortes demais para serem pensadas como reais. Um relato ficcional da escravidão, mas que trabalha tão profundamente com as emoções, as relações e a identidade, que é passível de ser lido como uma verdade.
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Aléxia 28/04/2015

Amada, Toni Morrison
Resenha disponível no canal "Entre devaneios e aforismos", no youtube.

site: https://www.youtube.com/watch?v=fNReaKU_vq8
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Luciana Lís 11/04/2015

Toni Morrison é pseudônimo de Chloe Anthony Wofford, escritora norte-americana. É a primeira mulher negra a ser laureada com o Premio Nobel de Literatura (1993). A autora é conhecida por relatar em suas obras as experiências dos negros na história americana. Em Amada (1987), ela traz a perspectiva de uma comunidade negra sobre os anos de escravidão. Sethe é uma ex-escrava negra que vive com Denver, sua filha caçula. A casa delas é permanentemente assombrada pelo fantasma de Amada, a filha que Sethe degolou quase 20 anos antes. Howard e Buglar, também filhos de Sethe, fugiram da casa de numero 124 - "[...] a casa cinza e branca da Rua Bluestone, um lar rancoroso e cheio de veneno de bebe" (p. 17). Sethe e Denver permaneciam sozinhas até a chegada de Paul D., um ex-escravo da fazenda Doce Lar, onde ambos, Sethe e Paul, trabalharam muitos anos antes. Paul D. foi, num primeiro momento, a luz na vida de Sethe, ele trouxe a esperança de uma nova vida, mas a chegada de Amada, uma moça de 19 anos, que surge repentinamente e é acolhida no 124, faz as memórias, as marcas físicas e psicológicas de tantos anos de vida escrava passarem a salpicar as páginas do livro. Com a presença de Amada, a reencarnação da filha assassinada por Sethe, as memórias latentes passam a conduzir a estética do livro - em capítulos alternados, as personagens divagam com dor sobre as inúmeras violências sofridas, os abusos e a culpa de Sethe pela morte da filha. A fragmentação do tempo, os flashbacks e a narração polifônica compõem este livro arrebatador, violento e lírico. Toni Morrison construiu em Amada personagens femininas fortes e libertadoras, combatentes contra o sexismo e a sociedade hierarquizada que silencia mulheres há séculos; e legitimou a literatura como representação ideológica das vozes mais íntimas da avassaladora natureza feminina.

site: Mais resenhas no Instagram: @coletivoleituras
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Hel 14/12/2014

Soube da existência desse livro graças ao ilustrador Jason Porath, autor da fantástica série Rejected Princesses, que é sobre mulheres - reais e fictícias - que jamais apareceriam num filme da Disney, mas que tem histórias incríveis. E Amada, ou Beloved, faz parte dessa lista - http://www.rejectedprincesses.com/princesses/beloved/

Mesmo antes de ler as resenhas, já imaginava que a história seria bem pesada, mas ainda assim, tenho muita curiosidade de conhecê-la... ainda mais sendo história de fantasma.
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cid 24/06/2013

O gelo derretendo depressa demais no início da primavera
Adorei Amada. Uma bela história e Toni Morrison tem uma jeito todo especial de contar. Li em diversos lugares que Toni partiu de um fato real. Uma estória muito triste sobre exploração do ser humano por outro ser humano, mas contado com muito lirismo.
As reflexões de Seth, quando livre da escravidão,falam do libertar-se e do próprio corpo.
“Libertar-se era uma coisa, tomar posse do corpo libertado algo bem diferente”
Achei muito bonito o texto onde Paul D, busca o norte.
“Paul D finalmente acordou e,admitindo sua ignorância ,perguntou como poderia chegar ao norte. O Norte livre, mágico , benevolente.Os índios sorriram e olharam ao redor....Siga as flores das arvores .Só as flores das arvores. Estará lá onde quer chegar quando elas desaparecerem.Assim, Paul D correu das acácias para os pessegueiros em flor.Quando estes começaram a rarear ,tomou a direção das cerejeiras, e depois da magnólias , lilases, nogueiras e pereiras.Finalmente chegou a uma plantação de macieiras, cujas flores estavam se tornando pequeninos nós de frutos.A primavera dirigia-se para o norte e ele precisava se apressar para acompanhá-la. De fevereiro a julho correu atrás de flores. Quando as perdeu e encontrou-se sem nem ao menos uma pétala para guiá-lo , fez uma pausa, subiu numa colina e esquadrinhou o horizonte. Ao longe, avistou manchas cor-de-rosa e branca no mar de folhagem que o cercava. Não tocou-as, nem parou para cheirá-las. Simplesmente seguiu seu rastro, uma figura escura e esfarrapada guiada pelas ameixeiras em flor.”
Não é uma bela maneira de falar da procura e dos caminhos da liberdade? É muito poético, mas a metáfora é belíssima.
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AmandaPedra 28/12/2011

Pesado, profundo e poético
Não foi uma leitura fácil, não pela linguagem, mas porque a história transita entre entre o passado e o presente e fica fácil se perder na história.
Eu já tinha começado a ler este livro há alguns anos mas acabei abandonando. Depois assisti ao filme e isso ajudou para que eu me situasse na história.
o livro é muito triste, não é um dramalhão, mas um drama intenso que mostra o que a escravidão pode fazer com uma pessoa, até onde ela pode chegar para se ver livre disso.
As personagens são muito bem construídas, muito intensas, com muitas facetas.
A história não muito linear como disse no começo, entrelaça o passado o presente revelando em tempos diferentes os fatos de seus motivos. às vezes algo que está no começo do livro vai se justificar apenas no final, por isso a leitura requer muita atenção.

É pesado pois trata de um assunto que até hoje é uma ferida na cara da nossa sociedade que é a escravidão, e trata disso numa esfera muito íntima, nos efeitos que ela trouxe sobre uma mulher e sua família. Ler o que se passou com Sethe, a história de sua mãe e também da Baby Suggs é pesado. Mais pesado ainda e saber que são bem próximas da realidade.
É profundo ao mostrar os sentimentos mais obscuros daquelas pessoas, sentimentos que muitas vezes eles próprios enterravam numa lata de fumo, por ser triste demais ter de lidar com eles. Os sentimentos são muito bem retratados no livro.
Poético porque a linguagem usada pela autora é muito bem elaborada. A forma como escreve é realmente muito bonita.

Eu gostei muito de ler este livro, achei a história surpreendente. Quem imaginaria uma casa assombrada pelo espírito de um bebê, principalmente num livro que não é de terror?!

Embora seja uma leitura difícil eu recomendo, depois de se acostumar com a linguagem e as idas e vindas da história é realmente muito bom de ler.
rafaela 01/08/2014minha estante
Isso do fantasma do bebe foi um spoiler? heuaheua


AmandaPedra 23/09/2014minha estante
Não é spoiler raf, isso é do comecinho da história




Psicodideo 17/02/2011

Fenomenal
Descobri Toni Morrison, quase que pelo acaso. Este livro além de fazer um retrospecto da escravidão nos EUA, é uma história belíssima sobre as relações entre as pessoas. Escrita repleta de flashback fragmentados que dão um sabor de mistério à história.
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Rosa Santana 16/03/2011minha estante
Adorei AMADA!! 363 páginas de lirismo e de horror que a gente não quer parar de ler...




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