A Moradora de Wildfell Hall (eBook)

A Moradora de Wildfell Hall (eBook) Anne Brontë




Resenhas - A moradora de Wildfell Hall


415 encontrados | exibindo 226 a 241
16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 |


Mari Doroteu 13/01/2022

Minha primeira experiência lendo um livro da terceira irmã Brönte, Anne. É inegável que essa família tinha muito talento, porém algumas coisas nesse livro me incomodaram.

O livro é considerado por muitos como o primeiro romance feminista da história e, de fato, se levarmos em consideração que foi escrito no século XIX, há muitas discussões e situações abordadas que são muito à frente de seu tempo, como por exemplo a situação das mulheres em relacionamentos abusivos, os debates sobre a forma de educar filhos (e as diferenças quando eram meninos ou meninas), o fato de as mulheres não terem direitos aos seus próprios bens e propriedades após casadas, de ficarem presas à casamentos infelizes e sem sentido por não poderem se divorciar, a preocupação constante com a imagem na sociedade e as fofocas e escândalos, etc.

Basicamente o livro narra a história de Helen Graham, a nova inquilina de Wildfell Hall, uma mulher que vive sozinha com o filho e que ninguém sabe de sua história ou de onde veio, até que Gilbert Markham se aproxima dela e acaba tendo acesso ao seu diário. Por meio dele, descobrimos o que aconteceu no passado e como ela veio parar ali em Wildfell Hall.

O enredo é muito bem escrito e realmente me prendeu, pois fiquei curiosa para descobrir tudo o que tinha se passado com Helen. Ela, como muitas mulheres na era vitoriana, casou-se muito jovem com Arthur Huntington, um homem bonito e encantador que acabou a conquistando.
Apesar de todos os avisos de sua tia, que vivia lhe dizendo que ele não era uma boa escolha, que tinha fama de ser um libertino, festeiro, mulherengo, beberrão, etc, Helen ignora tudo, confiando que sua superioridade moral fará com que ela possa mudá-lo e torná-lo um homem melhor e direito.

E é aí que eu já comecei a ficar incomodada. Detesto plots em que a mulher acredita que pode magicamente transformar o homem, como se fosse uma reabilitação ou a psicóloga dele. Todos sabemos que isso não vai acontecer, porque o desejo de mudança tem que partir da própria pessoa. Então já comecei a ficar revirando um pouco os olhos nesse momento.

Daí em diante, passamos a conhecer melhor Arthur, que é completamente detestável e babaca, e Helen, que acaba se mostrando como um perfeito exemplo de mulher da época, moralista ao extremo, e muito religiosa.

Sei que era característica da época, mas esse moralismo exacerbado o tempo todo e os discursos religiosos da Helen faziam com que muitas vezes eu sentisse que estava lendo um livro religioso, que tentava me converter e impor aquelas crenças de qualquer jeito. Acabei ficando bastante irritada e entediada com as lições de moral e visão de mundo de Helen.

Ela é uma pessoa muito radical, convencida de que está sempre certa em tudo, e está constantemente tentando melhorar e corrigir os outros, o que acaba ficando um pouco maçante.

(Pode conter leves spoilers abaixo)

Após tudo que ela passou com Arthur, que era um homem desprezível e nojento, que a tratava feito lixo, a Helen ainda tem a pachorra de voltar pra ele no final, quando ele estava doente e morrendo, para cuidar dele e servir como a perfeita esposa e beata santíssima. Nossa, nessa hora eu fiquei com vontade de sacudir essa mulher e gritar. Era inacreditável que ela iria fazer esse papel de palhaça e ainda tendo que ouvir o homem debochando dela o tempo todo.

Por fim, o final do livro também foi um pouco tosco, pois todos os personagens maus/incorretos/pecadores terminaram com finais horríveis e tristes, enquanto que os bonzinhos/ moralmente certos terminaram com um felizes para sempre, tudo muito conveniente.

Enfim, o livro no geral não é ruim, pois a escrita realmente é muito boa e prende o leitor. Além disso, o enredo todo é um grande novelão, com muitas fofocas e situações que ora te deixam indignado e ora exultante de alegria. Mas os personagens em si não me agradaram tanto, e várias vezes tinha vontade de xingar essa bondade e paciência infinita da Helen.
comentários(0)comente



Eva 09/01/2022

O romance começa com uma viúva misteriosa indo morar com seu filho em Widfell Hall. Nos primeiros capítulos, Anne já nos mostra o quão a frente de seu tempo ela estava, já contestando a diferença na educação entre homens e mulheres, algo que não mudou muito ainda nos dias de hoje. Na minha opinião é nesses primeiros capítulos que está a maior ousadia da autora, assim como no prefácio à segunda edição em que Anne Brontë responde as críticas ao seu livro, que já vale o livro inteiro.

A estória começa sendo contada por um dos personagens, Gilbert, através de cartas, e no decorrer a narrativa passa a ser contada por Hellen (a inquilina) através de seus diários. Essa é parte mais enfadonha e arrastada para mim, pois a narrativa é contada nos mínimos detalhes com todos os diálogos do dia a dia dos personagens, é sim importante pro desenvolvimento do romance, mas que não comprometeria o entendimento do leitor se tivesse sido resumido a umas 100 páginas, por exemplo.
E é nesse momento da narrativa que a autora expõe os momentos antes e durante o casamento de Hellen e Arthur. Nesse ponto da narrativa nos é mostrado os temas violência doméstica em suas diversas formas, relacionamentos tóxicos e como os vícios podem levar ao declínio. Interessante ver também como a autora trabalhou o amadurecimento da personagem Hellen que começa achando que seu amor e suas crenças são capazes de mudar uma pessoa de caráter duvidoso e após passar por provações e sofrimento entende que as pessoas só mudam quando há a vontade própria.

O romance é um clássico que deveria ser tão conhecido quanto Jane Eyre e Morro dos Ventos Uivantes, pois traz discussões ainda muito importantes nos dias atuais.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Vane Chase 31/12/2021

A Helen definitivamente é uma mulher a ser admirada. Difícil não perder a paciência com as atitudes dela em alguns momentos, mas é incrível a determinação dela em se manter firme no que acredita, independente das ações dos outros. Prioriza sempre ser fiel a sua consciência, por mais difícil que seja. Uma lição e tanto com certeza, assim como uma ótima leitura. A forma como os relacionamentos são retratados, como os personagens se comportam e pensam, a sensação de tragédia pelos acontecimentos. Tudo é escrito de forma realista e atraente e o ritmo é agradável de acompanhar. O talento das irmãs Brontë continua me surpreendendo.
comentários(0)comente



Flávia Menezes 28/12/2021

A Brontë que era senhora de si mesma!
Após ler ?O Morro dos Ventos Uivantes?, de Emily Brontë, e ?Jane Eyre?, de Charlotte Brontë, eu tinha muita curiosidade para conhecer a escrita da mais nova das irmãs, Anne Brontë, e tenho que dizer: fui imensamente surpreendida!

?A Senhora de Wildfell Hall?, publicado em 1848, foi uma obra que desafiou as convenções sociais do século XIX, ao trazer uma protagonista feminina muito à frente do seu tempo, por ser uma mulher forte e independente, que tem para si o comando da sua própria vida. E é claro que toda essa quebra de paradigmas, resultou em duras críticas à sua autora.

Muito embora cada uma tenha características singulares, algo em comum na escrita das irmãs, é que todas utilizam de suas histórias para denunciar os excessos e vícios da sociedade da época, com narrativas ousadas, e protagonistas mulheres que não se calam diante de uma sociedade onde imperava o direito dos homens. E muito embora todas tenham uma escrita impecável, das três, confesso que a Anne foi a que me agradou mais.

A história é contada por dois narradores, Gilbert Markham e Helen Huntingdon, com uma diferença de ritmo entre elas. As partes narradas por Gilbert, em alguns momentos, acabam se tornando um pouco mais lentas, pois são mais voltadas a expressar os sentimentos e impressões do personagem. Com essa característica mais descritiva, é de se esperar que a leitura se torne um pouco mais lenta, porém nada que nos faça querer abandonar a história. Porém, preciso advertir que Gilbert é um personagem bastante emotivo.

Já as partes narradas por Helen são as que mais prendem, especialmente pela coragem da narração de uma história de vida difícil e de muitos sofrimentos!

Através dela, conhecemos seu relacionamento desde o momento em que se conheceram, até o instante em que se casam, e como se dá essa vida em comum. Conhecer como era um casamento em uma época como aquela, por uma autora que vivia os costumes, é algo tão rico! Me senti transportada para um ano muito diferente, e pude ver como as pessoas pensavam e agiam.

A cegueira da paixão... Os casamentos feitos por conveniência... A pressão da sociedade para que as mulheres se casem... Por mais que o nosso mundo tenha mudado, a verdade é que concepções como essas ainda existem. Ou talvez eu deva dizer, que ainda resistem, apesar de todas as transformações que a nossa sociedade sofreu ao longo dos anos.

A protagonista desta história é uma mulher muito corajosa e bastante decidida. A verdade é que não há como não admirar os diálogos da Helen, porém, isso não quer dizer que ela seja algum modelo de perfeição, muito embora seja descrita dessa forma no livro.

De fato, Helen Huntington é uma mulher dura demais, e que constantemente se coloca muito acima dos outros, como se fosse um ser beirando à perfeição. E quer saber o que é o mais curioso nessa história? É que no final, tudo isso é facilmente perdoável, porque por trás de toda essa dureza e arrogância existe uma mulher sábia que nos conquista porque sua causa é justa, e ela nos faz acreditar nela.

Minha última leitura finalizada no ano de 2021 foi uma grata surpresa. E levo comigo todas as lições de uma mulher que viveu séculos antes de mim, mas que conseguiu me mostrar o quanto não devemos nunca abandonar nossos valores enquanto mulheres, buscando acima de tudo sermos respeitadas, para que possamos fazer a nossa voz ecoar sem medo em todos os cantos do mundo, e para todas as gerações.
@Estantedelivrosdamylla 28/12/2021minha estante
Também li esse livro este ano, e Anne me surpreendeu muito. Achei a narrativa tão madura. Concordo mt com tudo que você escreveu. De fato, um grande livro.


Flávia Menezes 28/12/2021minha estante
Hadamylla, a Anne foi mesmo uma escritora incrível, não é? E que grande leitura. Enriqueceu nosso 2021! ??


Dani 28/12/2021minha estante
Já vou encomendar o meu!!! Rs


Flávia Menezes 28/12/2021minha estante
Dani, encomenda sim!!! Garantido que vc vai gostar. ?




Nayany 27/12/2021

A escrita da Anne Brontë é bem envolvente e logo no começo já desperta uma curiosidade para saber quem é essa misteriosa inquilina de Wildfell Hall.

No momento que Helen aparece com seu posicionamento e críticas bem contundentes sobre a educação de homens e mulheres, a curiosidade só aumenta querendo saber mais dessa mulher. Posso dizer que o livro despertou os mais variados sentimentos.

Anne foi mto corajosa e ousada em relatar abuso psicológico, vícios e como a mulher na época não tinha direitos. Após ler o prefácio que ela escreveu na época, depois das críticas recebidas, foi impossível não admira-la e ver o quanto estava a frente de seu tempo.
comentários(0)comente



Bruno Malini 26/12/2021

Esperava mais
Um clássico vitoriano à frente do seu tempo, porém, diferente de ?O morro dos ventos uivantes? e ?Jane Eyre?, a obra da irmã Brontë mais nova não me impactou. Ainda assim, admito sua importância e o destaque nas mudanças da personagem principal ao longo da história.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Mimi 21/12/2021

Das irmãs Bronte eu já li o livro O morro dos ventos uivantes que é um dos meus favoritos.

Agora li esse da Anne e gostei também.

Uma leitura fluída e muito bem escrita.

Pretendo ler mais das irmãs Bronte.
comentários(0)comente



@Estantedelivrosdamylla 21/12/2021

Um livro forte
A Inquilina de Wildfell Hall foi uma leitura que me surpreendeu bastante, assim como me causou certo desconforto. No início achei que não fluiu muito, não conseguia me apegar aos personagens, e o suspense quanto a protagonista não me "pegou" muito, contudo, com o desenvolver da história, comecei a ficar mais interessada.

Para um livro escrito há tantos anos, e por Anne Brontë ter crescido em uma sociedade um tanto opressora com relação às mulheres, achei que ela trouxe uma história super moderna, muito crítica e crua. O relacionamento abusivo que a protagonista sofre me causou muito desconforto, pois meu desejo era salvá-la da situação. A sociedade em que ela está inserida, tanto antes quanto depois de se tornar a Inquilina de Wildfell hall, é extremamente machista e maldosa. Porém, tudo isso não se difere da realidade; Infelizmente ainda é possível ver tanto sofrimento e julgamento na sociedade atual.

Algumas passagens religiosas me chamaram bastante atenção, pois realmente dava para identificar traços da personalidade da autora, já que a mesma era religiosa.

Por fim, Helen Graham foi uma personagem incrível, forte, cheia de princípios e moral. Um ser humano falho, que errou, se enganou, e que buscou sempre reconhecer seus próprios erros e aceitá-los, ao invés de se culpar e culpar os outros. Aprendi bastante com Helen, principalmente sobre o perdão, e sobre fazer o bem sem olhar a quem.

Um grande livro. Vale a pena ser lido.
comentários(0)comente



Supercut09 18/12/2021

Verdade nua e crua
Boa reflexão sobre a diferença da educação dada para os homens e mulheres.

E muito revoltante olhar a forma como as mulheres daquela época se submetem a tais requerimentos sociais,mesmo com todas as transgressões do seu marido Helen permaneceu no seu posto de esposa até o fim como acreditava perante os olhos de Deus.

O romance fluí muito naturalmente para mim , mesmo admitindo que as melhores partes eram sobre ponto de vista da Helen(através de cartas, relatos, etc).

Concluo que a autora para mim não teve o intuito de fazer uma obra militante(feminista) mas lhe foi atribuída essa narrativa de acordo com o tempo,visto que esse romance foi um dos primeiros a falar sobre a separação pelo ponto de vista feminino e pelas conclusões acerca da lei rígida para as mulheres daquela época
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Ana Claudia 25/11/2021

Helen é uma jovem muito bonita e viúva que vai morar com o filho em um casarão abandonado chamado Wildfell Hall. Sua reclusão faz com que os moradores fiquem curiosos a seu respeito e começam a conversar entre si sobre seu passado.

Gilbert Markham é que inicia a história contando a um amigo, através de cartas sobre essa jovem misteriosa. Ele é fazendeiro e logo inicia uma amizade com ela e por quem se apaixona. O comportamento de Helen os deixa com a pulga atrás da orelha o que faz com que ele queira investigar. O que ele descobre não o deixa nada contente.

Gilbert resolve questionar Helen sobre o que andam falando, mas ela, sem paciência para explicar, entrega seu diário para que ele conheça seu passado diretamente da fonte.

Através do diária de Helen, narrado por Gilbert, conheceremos a história de Helen desde o início. Ela, uma garota romântica e sonhadora, sempre colocava defeitos nos pretendentes que apareciam para ela. O que não acontece quando conhece Arthur Huntingdon. Mesmo sendo advertida pela tia de que ele não era uma boa pessoa, Helen acaba se casando com ele . Ela acredita que o casamento vai transformar seu marido festeiro, que gosta de beber e flertar, em uma homem sério.

Sua vida se transforma em pesadelo. Huntingdon passa a flertar com várias moças, leva seus amigos bagunceiros para ficar em sua casa por meses, ficava bêbado frequentemente, ofendia verbalmente e era violento com Helen, até chegar ao ponto de levar a amante para morar em sua casa. Helen, lívido, assistia a tudo calada, mas sem perder a fé. Quando se marido começa ensinar práticas erradas a seu filha, Helen não pensa duas vezes em sair de casa e foge para o lugar que morou na infância.
comentários(0)comente



415 encontrados | exibindo 226 a 241
16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 |