Marjory.Vargas 16/11/2021“Sorrisos e lágrimas são tão parecidos para mim, nenhum dos dois é limitado a quaisquer sentimentos específicos: eu com frequência choro quando estou feliz e sorrio quando estou triste.”
Que obra leitores e leitoras! Bem diferente de Agnes Grey, que eu particularmente achei bem arrastada. Aqui, temos um pouco de mistério no início, um mocinho que vai pagar com a língua e uma mocinha que teve uma grande jornada de vida (e sofrimento).
O livro é um romance epistolar, onde conhecemos a história de Gilbert e Helen. Achei a obra ser narrada do ponto de vista de um homem bem original para um romance do século XIX.
Gilbert, em correspondência com seu amigo, conta como conheceu Helen, suas primeiras emoções sobre a mulher fria e arrogante que se mudou para o condado onde reside.
Depois, nós acompanhamos a vida de Helen antes de se mudar para Wildfell Hall por meio do seu diário. E somos então apresentados a um dos personagens mais repugnantes da literatura. Por favor, que criatura asquerosa. O capítulo XXXIII quase me fez passar mal de tanta raiva e ódio. Acho que nunca detestei tanto um “vilão”. Ainda bem que ele teve o final merecido.
E Helen é um anjo. Suportar tudo aquilo, em nome do filho... olha, não é pra qualquer um não.
Eu particularmente achei a narrativa do Gilbert mais fluída, mas acho que por ser uma carta de um homem para outro homem kkkkk o diário de Helen tem uma carga dramática maior, e mais pensamentos e divagações, ficando um pouco monótono em alguns momentos.
A inquilina de Wildfell Hall é a segunda obra da Anne, e acho que uma das menos conhecidas, apesar de eu achar a história bem melhor do que a de Agnes Grey, que também é dela. Das irmãs Brontë, ainda falta ler Shirley e Villette, ambas de Charlotte. Espero que sejam tão boas quanto Jane Eyre.