O Retrato

O Retrato Erico Verissimo




Resenhas - O Tempo e o Vento: O Retrato - Vol. 1


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Paulo 02/11/2020

Continuação
A saga fica melhor a cada livro! Este primeiro volume de O Retrato é uma continuação mais do que digna de O Continente.

Com figurões já conhecidos das obra anteriores e com tantas outras personagens novas, O Retrato é mais uma amostra de que o gaúcho Érico Veríssimo não tem limites para criar personagens característicos, cada um com suas personalidades e opiniões, e de criar com eles ricas histórias. Os ideais progressistas de Dr Rodrigo, o anarquismo do castelhano Pepe, as ilusões positivistas de Cel. Jairo, as opiniões desprezíveis de Rubim, os pontos de vista de um homem da terra igual a Toríbio, o espírito fofoqueiro de Cuca, os costumes tradicionais (mesmo que de fachada) de tantas outras pessoas da cidade etc, tudo isso forma a paisagem social onde esse romance está ambientalizado. Acrescento também algumas palavras sobre a personagem Maria Valéria: depois de Rodrigo, ela foi para mim a principal personagem dessa história. Mesmo de personalidade fechada e com falas curtas (algumas divertidas para quem lê), ela tem influência na história e se tornou aquilo que Bibiana foi por muito tempo para o Sobrado. Se no livro anterior ela surgiu como personagem um pouco apagada, aqui ela é presente.

Rodrigo Terra Cambará é aqui o protagonista e, na minha opinião, o personagem mais marcante da obra até o momento. É como se todas as histórias anteriores da família Terra e da família Cambará tivessem como destino tão somente convergir nesse exato ponto. Não sei se me faço entender, mas vejo que Rodrigo seria o ponto chave que reflete o passado das duas famílias, e que molda o presente de forma a deixar consequências até o final da obra - seja lá ela qual for.

É aqui também que começamos a ver nossa Santa Fé às portas do progresso (com todas as coisas boas e ruins que isso implica), e o romance conta quem será esse fio condutor que trará a energia necessária para tirar a cidade do atraso e do marasmo. Assim como nas obras anteriores, Santa Fé é o microcosmo do que foi o Rio Grande do Sul e boa parte do Brasil.

Diferente dos dois volumes do primeiro livro, O Retrato segue uma linha mais linear da história. A leitura é tão fluída e as conversas são tão gostosas de ler que se o livro tivesse mais mil páginas eu nem me importaria.

Vamos em frente! Continuemos na leitura dessa saga pois é agora que a história promete mais.
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Ebenézer 25/07/2020

Foram quase três mil páginas caminhando, cavalgando, guerreando, amando, sofrendo e, por que não, morrendo com as aventuras das famílias Terra e Cambará.
(Tentarei rascunhar apenas uma página em uma pobre homenagem a Érico Veríssimo.)
Guerra e Paz de Tólstoi é uma excelente narrativa e disso poucos duvidam.
O Tempo e o Vento de Veríssimo também é uma aventura ainda mais longa, e tão excelente quanto à de Tólstoi, só que melhor....
Leitor dessas duas longas narrativas, a russa e a brasileira, me sinto à vontade para gostar de ambas e até mesmo preferir a nacional.
Dito assim de forma apressada, 'O Tempo e o Vento' pode parecer algo simples. Mas não é...
O Tempo e o Vento tece um feixe narrativo em sete volumes formando um todo único e indivisível:
- O Continente I, 415 páginas
- O Continente II, 495 páginas
- O Retrato I, 413 páginas
- O Retrato II, 368 páginas
- O Arquipélago I, 384 páginas
- O Arquipélago II, 376 páginas
- O Arquipélago III, 488 páginas
Um universo de muita ação, muita história política, muita filosofia, muita reflexão e muita vivência humana em sua mais dura e crua realidade.
Veríssimo tem um jeito bastante peculiar de narrar a saga das famílias Terra e Cambará na formação do povo gaúcho riograndense com reflexos importantes que se espraiam no contexto nacional.
A narrativa de Veríssimo não é uma trajetória linear e progressiva na qual o leitor possa se sentir seguro na sucessão dos fatos, como se isso fosse natural esperar. Veríssimo transgride essa expectativa.
Fica evidente na obra que o autor prioriza o foco narrativo num movimento bastante dinâmico que se assemelha às ondas do mar, ou como o vento, já que o tempo parece um vetor inamovível.
Como as ondas e o vento são indomáveis, a narrativa, num vai-e-vem constante, vai influenciando a percepção do leitor fazendo-o experienciar a vitalidade das personagens em episódios atemporais.
Nenhum leitor fica incólume às asperezas do tempo, tampouco do vento, que sopram em cada personagem, e cujas agruras saltam das páginas de Veríssimo para fazer parte das nossas próprias experiências.
Como negar que das peripécias na política pouco evoluímos? Como negligenciar os ainda modestos avanços do espaço feminino? Seria irrelevante constatar que o patriarcado ainda encontra fortes vínculos na cultura nacional? Ou não reconhecemos ainda em versão sofisticada as chinocas, as Laurindas e os Bentos? Quem não conhece ou vivenciou grandes paixões frustradas?
O Tempo e o Vento proporciona ao leitor infindáveis momentos de pura reflexão sobre a vida em sua plenitude que abrange aspectos da nossa intimidade que preferimos deixar às sombras em sua quietude, mas que estão lá, aguardando que as enfrentemos com coragem e serenidade.
Como o passar de uma grande lanterna o autor vai iluminando subterrâneos das personagens que são também os nossos como leitor.
Como esquecer personagens fortes como Rodrigo e Toríbio Cambará, Floriano, Jango, Roque Bandeira, Maria Valéria, Silvia e Flora?
Para sempre os teremos conosco porque sobre eles nem O Tempo nem o Vento apagarão do nosso imaginário.
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Thay 29/06/2020

Incrível como Erico consegue se superar - o primeiro tomo de "O Retrato" é tão bom quanto seus antecessores!
Aqui o tom bélico predominante em "O Continente" perde força, mas nem por isso a continuação deixa a desejar em termos de qualidade, e o leitor que se viu instigado pelas disputas do Capitão Rodrigo contra os maragatos, não ficará de todo sedento por disputas, afinal, um sangue belicoso corre nas veias dos Cambarás! Mas, aqui o ritmo correrá substancialmente ao modo dos Terra - miudinho... picando fumo enquanto a história acontece; o estímulo ficará por conta da trajetória do personagem Rodrigo Cambará - um narcisista incorrigível, que aludindo ao galo Chantecler, personagem da peça Cyrano de Bergerac de Edmond Rostand, atribuí a si a responsabilidade de levar a "luz" à prosaica Santa Fé. Em meio a embates políticos, diálogos filosóficos, na companhia de autores renomados e ao som da ópera de Caruso, a figura de Rodrigo - tão cativante quanto seu homônimo - é tecida em uma composição onde ficção e realidade mesclam-se de uma forma primorosa!

Ao longo do enredo Tolstói é citado algumas vezes, em uma delas Rodrigo atribui-lhe título de um dos maiores escritores que a humanidade produziu; bem, não tenho propriedade crítica suficiente para dizer o que vou dizer, mas direi como uma humilde leitora que ao fim do livro reafirma a admiração pelo autor: Erico Verissimo também é um dos grandes escritores que a humanidade teve a honra de produzir!
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Barbara Hellen 26/04/2020

@cactosliterarios
“O Retrato” é a segunda parte da trilogia “O tempo e o vento”, escrita por Erico Verissimo, e nele entramos em uma nova geração da família Terra Cambará. Esse primeiro volume é centrado em Rodrigo, bisneto do Capitão Rodrigo, que volta a cidade após se formar em medicina na esperança de acabar com o coronelismo e modernizar sua terra, Santa Fé.

Anos mais tarde, Rodrigo irá para o Rio de Janeiro durante o governo de Getúlio Vargas. Por isso, esse volume é voltado a nos mostrar que o sangue Terra Cambará não foge à luta, ou seja, o que levou Rodrigo às brigas políticas locais. É um livro repleto de emoção – embora eu tenha achado menos que os volumes anteriores. A história é muito bem amarrada, associamos personagens e suas características, é maravilhosa a passagem de tempo que o autor faz e os ângulos que ele escolhe para contar o romance. Enfim, já me sinto parte dessa história, porque – de fato – somos.

site: www.instagram.com/cactosliterarios
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Barbara Hellen 26/04/2020

@cactosliterarios
“O Retrato” é a segunda parte da trilogia “O tempo e o vento”, escrita por Erico Verissimo, e nele entramos em uma nova geração da família Terra Cambará. Esse primeiro volume é centrado em Rodrigo, bisneto do Capitão Rodrigo, que volta a cidade após se formar em medicina na esperança de acabar com o coronelismo e modernizar sua terra, Santa Fé.

Anos mais tarde, Rodrigo irá para o Rio de Janeiro durante o governo de Getúlio Vargas. Por isso, esse volume é voltado a nos mostrar que o sangue Terra Cambará não foge à luta, ou seja, o que levou Rodrigo às brigas políticas locais. É um livro repleto de emoção – embora eu tenha achado menos que os volumes anteriores. A história é muito bem amarrada, associamos personagens e suas características, é maravilhosa a passagem de tempo que o autor faz e os ângulos que ele escolhe para contar o romance. Enfim, já me sinto parte dessa história, porque – de fato – somos.

site: www.instagram.com/cactosliterarios
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23/04/2020

Éricoooooo, eu te amo!!!! Como alguém consegue fazer uma sequência melhor que CONTINENTE? Fala sério! Gostei ainda mais do RETRATO. A gama de personagens é riquíssima. Não dá pra deixar de amar Rodrigo Cambará.
Marcone.Jose 23/04/2020minha estante
Essa saga é uma das coisas mais incríveis que li na vida ?


24/04/2020minha estante
Incrível demais!!!!




lisovskig 01/04/2020

Bom!
Nesta obra que é a parte II da saga o tempo e o vento, acompanhamos Rodrigo em dois momentos de sua vida. Em primeiro, ao voltar do Rio de Janeiro, já velho e com a saúde fraca (apenas um capítulo do livro), e em segundo, quando volta da faculdade, retrocedendo vários anos e contando as experiências deste personagem. A trama é lenta, sem acontecimentos extremamente marcantes, como alguns que aconteceram na parte I, pois a política torna-se o centro das atenções. O que me deixou um pouco frustado, mas não tirou por completo minha experiência. Deste modo, o primeiro volume da parte II é rico em descrições a respeito de Rodrigo, de Santa Fé, e da política, restando a esperança de um melhor desfecho no segundo volume.
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Anienne 31/01/2020

O Retrato 1
Difícil para mim resenhar obras como essa em que me envolvo até a última gota.

GENIAL!

ESPETACULAR!

Érico Veríssimo é um Mestre! Seus personagens são muito complexos e humanizados. O personagem principal deste é Rodrigo Terra Cambará, bisneto do Capitão Rodrigo. Sua personalidade é muito revolvida nesse livro. Seus sentimentos, pensamentos e ações não se coadunam. Humano! Admirável em ações, mas desprezível, pelo simples fato de podermos ler seus sentimentos e pensamentos. Sua real intenção é sempre atarir a aprovação e admiração do mundo inteiro.

A história de ficção é daquelas que nos faz querer saber o que vai acontecer, com acontecimentos menos dramáticos que O Continente 1 e 2, mas não menos genial.

Veríssimo é perfeito em misturar a ficção com a História do Rio Grande do Sul e do Brasil, tornando tudo muito, muito, muito interessante.

Traz com força preconceitos arraigados na sociedade da época e que continuam firmes, como o racismo, o machismo, etc, etc, etc.

Sua escrita traz filosofia, poesia, cultura... Minhas palavras são escassas. Perfeito!!!!!!!

Partiu O Retrato 2....
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Craotchky 25/08/2019

Bastidores da obra ou Erico por ele mesmo
(Este texto segue os moldes daquele texto que fiz para O Continente, portanto, também contém as palavras do próprio Erico Verissimo, extraídas de seu livro de memórias intitulado Solo de Clarineta. Há aqui, então, uma parceria entre Erico e eu. Os trechos do próprio Erico além de estarem entre aspas também aparecem em itálico para aqueles(as) que estiverem lendo pelo site e na página de resenhas.)

"Comecei a escrever O Retrato em janeiro de 1950, na praia de Torres, num apartamento com vista para o mar."

Assim Erico começa a parte 26 do capítulo V de seu livro de memórias Solo de Clarineta. Continua:

"Em março voltei para Porto Alegre com algumas centenas de páginas já prontas."

De volta à capital, Erico continuou o trabalho em casa. Na sala de jantar colocou a máquina de escrever em cima da mesa, ladeada por pilha de volumes contendo números do jornal Correio do Povo correspondentes aos anos de 1910 a 1915. Quando escrevera O Continente, Erico tivera que lidar com a falta de documentos e de maiores conhecimentos dos primeiros anos de vida do Rio Grande do Sul. Ao escrever O Retrato não houve este empecilho pois o autor dispunha de recursos acerca da época:

"Para escrever essa sequência de O Continente eu contava naturalmente com documentos abundantes e fáceis de obter."

Erico já havia decidido seu protagonista:

"Tinha decidido dedicar todo o livro a um 'retrato de corpo inteiro' do Dr. Rodrigo Terra Cambará, bisneto e homônimo do bravo capitão. O novo Rodrigo [...] devia representar um largo passo dos Cambarás rumo de sua urbanização e também o princípio da intelectualização de sua família"

Nas suas memórias Erico diz também que não vai muito com a cara de Licurgo Terra Cambará, ao mesmo tempo em que admite sua simpatia para com o Dr. Rodrigo:

"Não esconderei que me sentia perfeitamente à vontade na companhia do Dr. Rodrigo, porque, como ele participasse um pouco da minha aversão à vida campestre [...] eu me livraria da obrigação de estar constantemente no Angico, a estância da família."

O personagem Rodrigo Terra Cambará constituiu-se como, nas palavras do próprio Erico:

"uma espécie de sósia psicológico de Sebastião Verissimo [pai de Erico]". Assim "era natural que eu pensasse também na possibilidade de entrar no livro como personagem, caso em que teria de meter-me na pele de Floriano[...]"

Entretanto salienta:

"Queria, porém, que Rodrigo Cambará fosse parecido mas não idêntico a Sebastião Verissimo. Teriam ambos em comum a sensualidade, o amor à vida, a bravura, a generosidade, a vaidade à flor da pele, a autoindulgência e a mágica capacidade de fazer dos homens amigos fiéis até o sacrifício e das mulheres amantes apaixonadas. Diferente de meu pai, a personagem central de O Retrato seria fisicamente um belo espécime masculino e teria o que o velho Sebastião nunca pareceu ter tido: ambição política[...]"

Em outro momento Erico conta que Toríbio Terra Cambará foi inspirado em seu tio Nestor Verissimo:

"Tomei desse meu prodigioso tio o físico, a coragem cega, o gosto pela ação guerreira, um que outro episódio de sua aventurosa vida, e o seu insaciável apetite sexual."

Aderbal Quadros, segundo Erico, carrega muitos traços físicos e psicológicos de seu avô paterno. Em algum momento do processo de escrita, Erico percebeu que Flora estava correndo o risco de transformar-se num retrato da sua própria mãe. Erico admite que seu temor de transformar Flora em D. Bega (mãe de Erico) terminou fazendo-o tratar esta personagem sem verdadeira intimidade.

"[...] talvez isso explique a razão por que Flora é das figuras mais apagadas tanto de O Retrato como de O Arquipélago."

Segundo o texto da orelha desta minha edição de O Retrato, em uma entrevista, ao ser perguntado se este segundo tomo da trilogia é superior ou inferior ao primeiro, Erico respondeu:

"A única coisa honesta que lhe posso dizer é que jamais escrevi um livro com tanto prazer como este segundo volume de O Tempo e o Vento."

Mesmo assim, em suas memórias, Erico também diz que

"A despeito do prazer com que o escrevi, achei-o literalmente inferior a O Continente. Para principiar, falta-lhe o elemento épico."

Bem, acho que já me alonguei demais. Meu objetivo aqui foi trazer algumas curiosidades pouco conhecidas e que julguei interessantes para quem já leu a obra. Apenas lamento que, para quem não leu, este texto possa parecer insípido. Até.
Ro 01/02/2021minha estante
Adorei os trechos, obrigada por trazê-los até aqui. Eu tbm achei O Retrato inferior (em muito) ao Continente. Me senti melhor ao ler que o próprio Érico também o achou. Interessante que eu sempre gostei mto do Licurgo, enqto o próprio Dr Rodrigo me enfadava.


Craotchky 12/02/2021minha estante
Olá, Ro. Obrigado. Procurei fazer dessa resenha algo diferente e trazer para os(as) leitores(as) dessa saga que tanto gosto os bastidores da criação pelo próprio Erico. O livro de memórias dele, Solo de clarineta, é uma boa pedida também.




Cassiano 02/06/2019

O tempo e o vento [O retrato - parte 1] (1951)
Fechando neste domingão chuvoso o primeiro capítulo desta segunda parte da trilogia de "O tempo e o vento". E, mais uma vez, de forma espetacular! "O retrato" continua a história da família Terra-Cambará (e do Rio Grande do Sul), agora sob a perspectiva do Dr. Rodrigo Terra Cambará, bisneto do lendário capitão Rodrigo, que retorna à Santa Fé após concluir a faculdade de medicina. Em casa, no velho sobrado da família, o jovem idealista, e civilista, inicia intensa campanha a favor do então candidato à presidência da república, Ruy Barbosa. Lança mão de um jornal de oposição que mexe com o situacionismo político da cidade, agora nas mãos (de ferro e cabresto) do intendente Titi Trindade. Com isso, Rodrigo faz muitos inimigos e coloca sua vida, e a de todos que vivem no sobrado, mais uma vez em risco. Esta fatia da história rememora os últimos capítulos do primeiro tomo da saga durante um cerco da Revolução Federalista de 1895, na disputa entre os maragatos e os chimangos na cidade de Santa Fé, e vai até meados de 1910 com as eleições de que saiu vitorioso o candidato Marechal Hermes da Fonseca. Embora um pouco mais lenta que as narrativas anteriores, "O retrato" perfaz no enredo exatamente o que chama seu título: traçar o retrato da pequena Santa Fé com a chegada da modernidade e do século XX em que telégrafos e jornais, bem como gramofones e protótipos do avião, ainda rivalizavam com o coronelismo de armas, e rebenques, sempre à mão. Um livro ES-PE-TA-CU-LAR! #ericoverissimo #otempoeovento #literaturabrasileira
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Thiago Barbosa Santos 04/03/2019

Tomo 3
Terceiro volume da saga O Tempo e o Vento, o Retrato 1 se concentra basicamente no Sobrado da família Terra Cambará. É um livro que vemos ainda mais fortemente a ficção se misturar com fatos históricos do Brasil e do Rio Grande do Sul. Personagens da obra de Erico Verissimo e personalidades da política na vida real dialogando no enredo do livro.

A personagem central desse volume é Rodrigo Cambará, filho de Licurgo, que aparece nessa parte já idoso e viúvo, com os filhos Rodrigo e Toríbio já adultos. Os três vivem no casarão com a tia dos garotos, Maria Valéria.

Rodrigo Cambará correu mundo, se formou em medicina e voltou para Santa Fé para exercer a profissão. É um jovem corajoso, com a política nas veias, amante das causas populares, defensor dos mais necessitados, um idealista. Ele volta para a terra natal com o sonho de transformá-la, modernizá-la, mas se depara com todo o atraso da pequena cidade, que no momento está sendo comandada pelo Intendente Titi Trindade, um homem sem escrúpulos, violento, que oprime a população, todos têm medo dele, menos a família de Rodrigo e aliados próximos, porém, são minoria.

Rodrigo conhece Flora, uma moça filha de um comerciante com sérias dificuldades financeiras e logo investe para tê-la como esposa. Enquanto isso, cuida do próprio futuro como médico na cidade e se envolve nas questões políticas locais.

Os grupos políticos adversários de Santa Fé se dividem no apoio a dois candidatos à Presidência da República: Titi Trindade apoiando Hermes da Fonseca e os Cambarás Rui Barbosa. As disputas políticas estavam violentas, com trocas de agressões físicas e xingamentos. Rodrigo estava bastante inflamado, criou um jornal para ofender Titi Trindade, que contratou um capanga para matar o rapaz. Este reagiu e quase matou o capanga. A partir daí, até o dia das eleições, o clima ficou tenso. No dia da votação, houve mortes dos dois lados. O filho de um aliado dos Cambarás foi assassinado, antes, matou dois, inclusive o capanga que quase levou Rodrigo a óbito.Houve muitas fraudes nas eleições.

O livro termina com Rodrigo Cambará um pouso desiludido politicamente, achando que não havia muito jeito para o desenvolvimento de Santa Fé, que o povo de lá estava fadado ao atraso. Enquanto o pai e o irmão foram passar uns dias no Angico, nas terras da família, Rodrigo ficou na cidade, focado mais no seu futuro profissional e vislumbrando o casamento com Flora.
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monique.gerke 06/09/2018

Continuando a saga da família Terra-Cambará pelas paisagens do Rio Grande do Sul. Ainda não posso concluir minhas impressões sobre o personagem principal Rodrigo Cambará, pois o mesmo é bem contraditório.
Os personagens masculinos, até os que têm qualidades elevadas, são bem machistas, o que representa bastante a cultura da época, e me deixa um pouco decepcionada. Um romance histórico dos bons. Rumo ao Retrato, vol. 2.
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Felipe.Leonin 29/06/2018

Mestre em criar personagens
Mais leve que os seus antecessores da saga "O Tempo e o Vento", mas sem perder a genialidade de, com personagens vivos e inesquecíveis, tratar sobre fatos históricos, política, filosofia, cultura, religião...
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Fábio Valeta 29/08/2017

Terceiro livro da saga de Érico Verissimo sobre o Rio Grande do Sul. Nesse volume, o século XIX fica para trás e a modernidade avança para Santa Fé a passos largos, ao mesmo tempo em que a cidade enfrenta problemas antigos como líderes tirânicos e ausência da lei (ou pelo menos de uma lei que sirva para todos).

Os personagens também mudam, Bibiana e o Dr. Winters, protagonistas do livro anterior dão espaço à Rodrigo Terra Cambará, que personifica algumas das qualidades e defeitos de alguns de seus antepassados. Mulherengo e impulsivo como o seu bisavô homônimo ao mesmo tempo que defende ardorosamente seus ideais igual ao pai embora, assim como acontecia com Licurgo no volume anterior, parte dessa defesa apaixonada seja de boca para fora: prega o fim da tirania mas age ele mesmo como um tirano; fala de virtudes e “bons costumes” até que uma mulher lhe sorria sedutoramente e assim por diante.

A forma do livro também se altera, e ao invés de vários anos, toda a ação desse volume se passa em poucos meses e tem como pano de fundo a eleição presidencial de 1910, quando Hermes da Fonseca derrotou Rui Barbosa em um pleito permeado de fraudes descaradas, como acontecia em todas as eleições do período.

A história se mantém interessante, e deixa várias pontas soltas para o próximo volume. Justamente por isso, o livro parece carecer de um clímax. Há uma constante ameaça de um conflito direto entre a família Cambará e o Intendente Titi Trindade, mas pelo menos por enquanto, fica-se apenas na ameaça. Veremos com a situação avança no próximo volume.
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Cinthya4 25/06/2017

O Retrato vol. 1 vai contar a história do Rodrigo Terra Cambará após ele se formar e retornar à Santa Fé. Gostei do Rodrigo no começo, recém-formado, idealista, sonhador, com vontade de mudar o mundo. Mas ele é falho, é contraditório, meio que “filhinho de papai” e minha admiração por ele diminuiu bastante. O livro não tem muita ação, mas tem bastante política o que deixou a história bem interessante.
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