Lurdes 17/05/2022
O Retrato I, de Érico Verissimo.
Finalizado o terceiro volume de O Tempo e o Vento. Agora só faltam quatro, e a gente nem sente.
Érico é um contador de estórias tão envolvente que nos deixamos levar, e ao terminar cada volume já queremos saber o que vai acontecer no próximo capítulo.
Após acompanharmos a fundação da cidade de Santa Fé, o encontro das famílias Terra e Cambará, as disputas políticas resolvidas a tiro ou na ponta da faca, entramos em um período mais calmo, moderno e civilizado.
Será?
Rodrigo Cambará, bisneto daqueeeele Rodrigo do primeiro livro, volta à cidade, em 1909, com 24 anos, após se formar em Medicina, em Porto Alegre.
Volta para ficar, cheio de sonhos e ideais.
Rodrigo não apenas se dedicou aos estudos de Medicina, mas apurou seu paladar para bebidas e comidas refinadas, desenvolveu o gosto pelas artes, boa música e literatura. Veste-se com esmero e gosta de tudo que é sofisticado e, em muitas ocasiões, usa de seu poder econômico para conseguir o que quer.
Entre seus planos está: ajudar Santa Fé a se modernizar, atender os pobres, ser visto como um cidadão de respeito, formar família e, se necessário dar pitacos na política local.
Tudo muito tranquilo se... ele não tivesse sangue Cambará correndo nas veias.
É muito interessante esta virada de chave, de um ambiente (e uma população) retrógrados que vão se deparando com novas possibilidades de pensar as relações, a sociedade e, principalmente, a política.
Vamos descobrir o quanto o moderno vai conseguir abrir caminho entre o conservadorismo.
E Rodrigo?
Seus sentimentos de mudança e seus ideais são sinceros?
O que o move?
Idealismo ou Vaidade?