O arquipélago

O arquipélago Erico Verissimo




Resenhas - O Arquipélago - Vol. 3


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Carolina.Gomes 15/11/2023

Um livro da vida?
Hoje chego ao fim da leitura dessa obra fantástica que me acompanhou, ao longo desse ano?

Coração repleto de gratidão e orgulho de ter concluído a leitura dessa maravilha da literatura brasileira.

Érico é um gigante. Digo É pq, para mim, os grandes escritores nunca morrem. Estão eternizados em suas obras.

Meu amor por Érico nasceu da leitura de Olhai os lírios? a partir dali, soube que teria que ler tudo que ele escreveu. Tinha a impressão de que ele falava diretamente à minha alma.

Eu posso dizer com certeza, que sou outra Carolina após essa leitura.

Como foi maravilhoso fazer uma autoanálise, junto com Floriano! Como foi emocionante acompanhar o difícil diálogo entre pai e filho, tão semelhantes e distintos e pensar no medo que tenho de nunca ser capaz de dizer tudo que sinto ao meu próprio pai.

Vou levar para sempre as lições do Tio Bicho, sobre bem viver e conviver, respeitar as diferenças e ser você mesmo.

A dinda, com sua resignação e firmeza, sustentando o Sobrado e a família. Me fez refletir sobre a nossa capacidade de resiliência. A coragem q a vida requer de nós ( já dizia Guimarães Rosa)?

Toríbio, forte, corajoso, um homem tosco, porém, coerente em suas convicções, me encantou, me divertiu e me emocionou.

Ana Terra, Bibiana, Capitão Rodrigo são lendas da literatura nacional.

Rodrigo Terra Cambará ícone da passionalidade, da vaidade, do cabotinismo, contraditório em si mesmo e, absolutamente apaixonante. Eu, com certeza, passei pano para ele e o MOP, tb!

Essa resenha é uma declaração de amor ao Érico e aos seus personagens marcantes e maravilhosos.

Foi lindo e eu espero revisitá-los um dia desses, em Santa Fé.

"Existir é estar aberto a todas as paixões do mundo e às suas consequências..."
Craotchky 15/11/2023minha estante
Belíssimo texto, Carolina. Dá pra sentir seu carinho pela obra e pelo autor.
Espero que outros mais livros do Erico lhe encantem; embora você tenha começado justamente com os mais consagrados... heheeheheh


13marcioricardo 15/11/2023minha estante
Também as tuas resenhas são literatura ?


Carolina.Gomes 15/11/2023minha estante
Ah! Fico feliz Craotchky


Carolina.Gomes 15/11/2023minha estante
Marcio, vc é suspeito ?


Yasmin V. 15/11/2023minha estante
Ahhh que resenha linda!! ? Pretendo começar ano que vem!! Incidente em Antares talvez venha primeiro rs


Eliza.Beth 18/11/2023minha estante
Acompanhar sua leitura foi um deleite! Com certeza lerei um dia.




Craotchky 20/11/2019

Bastidores, curiosidades e o-que-Cem-anos-de-solidão-tem-a-ver-com-isso
(Mais uma vez, assim como fiz nas resenhas dos dois volumes anteriores, usei as palavras do próprio Erico, extraídas de suas memórias Solo de Clarineta, para confeccionar este texto. Os trechos do próprio Erico além de estarem entre aspas também aparecem em itálico para aqueles(as) que estiverem lendo pelo site e na página de resenhas.)

BASTIDORES
Com frequência Erico conta, em suas memórias, que o processo de escrita de O Arquipélago foi difícil e complexo. Não foram poucas as vezes que o autor postergou a tarefa de escrever o livro, ora porque nada lhe vinha à mente, ora porque (ele mesmo admite) fugia da tarefa ao dedicar-se a outras ocupações.

Em 1953 Erico Verissimo muda-se para os EUA com a família e lá permanece até 1956 no cargo de diretor do Departamento de Assuntos Culturais da União Panamericana. Em abril de 1957, já em Porto Alegre, durante um discurso que pronunciava em um congresso, teve uma angustiante taquicardia. Era o primeiro aviso. Em janeiro de 1958 Erico e sua esposa Mafalda vão para a praia de Torres para uma pequena temporada de verão:

"Quando chegamos, chovia torrencialmente. Nossa casa ficou ilhada em meio de charcos e pequenas lagoas. A chuva continuou quase ininterruptamente durante três ou quatro dias. Assim, foi contra um fundo musical feito por um coral de sapos que escrevi as páginas iniciais do último volume da trilogia."

Continua:
"Acordava às oito da amanhã, às nove estava batendo na máquina de escrever, às onze ia para a praia, fazia a minha caminhada pela beira do mar[...]. Após o almoço[...] relia o que havia escrito pela manhã e de súbito, magicamente, entrava na dimensão do romance, e eu já não era mais eu, mas sim, alternadamente, Rodrigo, Floriano, Toríbio, Maria Valéria, Flora, Tio Bicho.."

Erico retorna a Porto Alegre em março e continua a trabalhar em O Arquipélago. Logo entra o inverno durante o qual Erico continua a escrever. Porém, no início de 1959 Erico interrompe o trabalho para uma viagem à Europa:

"Em meados de fevereiro de 1959 embarcamos para Portugal num navio italiano. As dramatis personae de O Arquipélago foram mais uma vez postas em câmara frigorífica, mas eu levava a bordo comigo uma personagem viva que me interessava e intrigava de maneira particular: meu filho [Luís Fernando Verissimo]."

Após perambulações pela Europa, Erico e família vão para os EUA onde o autor faz tentativas fracassadas de dar continuidade ao livro:

"O que eu não coseguia divisar era Santa Fé e as personagens de O Tempo e o Vento, e isso me preocupava. [...] Não conseguia escrever uma linha sequer..."

"Muitas vezes, estendido num sofá, depois de passar várias horas na vã tentativa de entrar em Santa Fé e no Sobrado, eu ficava a pensar outra vez no tempo que se arrastava e se perdia para sempre e chegava a senti-lo de forma concreta como um peso sobre o peito."


Aos poucos o autor volta a escrever; de volta ao Brasil, trabalha intensamente no livro durante o ano de 1960:

"O sol do Rio Grande conseguira degelar por completo Santa Fé e seus habitantes, restituindo-os à vida. E eu voltara a frequentar o Sobrado, como amigo íntimo e confidente dos Terra-Cambará."

Entretanto, em 1961, o trabalho é interrompido novamente por conta do infarto que acomete o autor e faz com que ele fique sessenta dias em regime de repouso. Neste ponto Erico faz curiosas confissões:

"Ninguém pronunciava a palavra enfarte. Eu queria aceitar a explicação que Faraco [seu médico] me dava - para não me alarmar - de que eu havia sido vítima duma 'crise hipertensiva'."

"[...] um jornal e uma estação de rádio haviam anunciado que eu falecera. Tive o bom senso de não acreditar na notícia..."

"Destruí o primeiro capítulo, o em que Rodrigo sofre seu edema pulmonar agudo, e reescrevi-o por inteiro, usando da experiência adquirida durante a minha própria doença."


Recuperado, Erico finalmente conclui O Arquipélago em março de 1962. No total foram mais de 1600 páginas datilografadas.

CONFISSÕES/CURIOSIDADES
"Vinham-me de vez em quando grandes dúvidas a respeito da estrutura e do ritmo de O Arquipélago. Talvez eu tivesse dado no pão do tempo histórico do Rio Grande do Sul uma mordida maior que minha capacidade de mastigar e digerir."

"Depois que publiquei O Arquipélago, muitos leitores quiseram saber se a personagem Floriano Cambará é autobiográfica. Ora, parece-me ter deixado claro que, no que diz respeito a fatos, nossas vidas diferem muito uma da outra. Nem todas as coisas que aconteceram a Floriano aconteceram a este contador de histórias. Poder-se-ia dizer, isso sim, que psicologicamente Floriano e eu somos irmãos gêmeos ou sósias."


Última curiosidade: Na página 269 de O Arquipélago volume II aparece um certo major Nestor Verissimo, e para não deixar dúvida, o bagual é de Cruz Alta. Bem, Nestor Verissimo é um tio de Erico. Nestor, conta Verissimo, realmente foi guerrilheiro e tomou parte em batalhas e até mesmo na Coluna de Prestes.

O QUE CEM ANOS DE SOLIDÃO TEM A VER COM O TEMPO E O VENTO
Não é muito difícil perceber que há muitos elementos em comum entre O Tempo e o Vento (1949-1962) e Cem Anos de Solidão (1967). De fato, nas duas obras, por exemplo, temos a fundação e história de um povoado: Santa Fé/Macondo. As duas histórias giram em torno de uma família: Terra-Cambará/Buendía. Nas duas famílias é comum, ao longo das gerações, a repetição de nomes entre seus membros. Há também, nas duas obras, mulheres que se destacam pela força e que vivem muitos anos.

Curioso com todas essas semelhanças, fui ao Google pesquisar sobre essa aparente ligação e o resultado foi o seguinte: descobri que existe até mesmo um TCC com o tema: "O TEMPO E O VENTO E CEM ANOS DE SOLIDÃO: SAGAS EM CONTATO". Mais: logo no princípio deste TCC o autor conta que Gabriel afirmou ter estudado a saga de Verissimo para escrever Cem anos de solidão! Aponta como fontes desta informação a Revista Cult e um livro do próprio Márquez chamado Me alugo para sonhar. Indo mais fundo nas pesquisas encontrei elementos suficientes para acreditar na veracidade da informação. Para quem quiser verificar pessoalmente ou saber mais sobre o assunto, eis alguns links:

TCC citado: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/26889

Artigo da Revista Cult ano VII número 86, citado como fonte secundária (Este artigo cita inclusive as seguintes palavras ditas pelo próprio Gabo: "Coño! O tempo e o vento foi um dos três livros que estudei para escrever Cem anos de solidão. Verissimo foi genial ao manejar a saga de uma família através dos tempos."): https://revistacult.uol.com.br/home/a-saga-que-se-move/ (Leia online)

Livro Me alugo para sonhar, de Gabriel Garcia Márquez, citado como fonte primária: https://www.skoob.com.br/me-alugo-para-sonhar-7732ed8983.html

Outra edição do mesmo livro: https://www.skoob.com.br/como-contar-um-conto-16740ed18134.html

Chega, não vou escrever uma conclusão pois este já é o maior texto que publico aqui e tenho que terminá-lo sem mais delongas. Mentira, não vou escrever uma conclusão pois não gosto de despedidas. Explico: agora que já li todos os romances produzidos por Verissimo para onde vou?! Fim da linha. Não vejo mais nenhum romance inédito de Verissimo quando olho para meu horizonte de possibilidades. Muito triste. Só me resta revisitar sua obra no futuro. Bem, viva Erico Verissimo!, viva meu autor nacional favorito!
Márcio_MX 20/11/2019minha estante
Rapaz, imagino o vazio que está sentindo, mas parabéns por completar a obra de Veríssimo, não é para qualquer um.


Craotchky 20/11/2019minha estante
Sim, a obra ficcional adulta. Foram 21 livros se não me engano. Ainda há os livros juvenis e os livros de viagens, porém não sei se vou ler eles. Contudo, todos que li valeram muito a pena.


Babi 08/12/2019minha estante
gostei mt de saber das curiosidades, gabo! :)


Craotchky 09/12/2019minha estante
Obrigado Babi. Sim, todas as resenhas dos livros que compõem O tempo e o Vento foram feitas assim: compostas de curiosidades. E essa do Gabo é das mais curiosas mesmo.


Babi 09/12/2019minha estante
:)




Natalie Lagedo 10/06/2016

Na última parte de O Arquipélago foi dissecado o caráter do então Presidente Getúlio Vargas, o que instigou bastante a curiosidade, pois percebemos que em vida aquela personalidade já despertava admiração ou ódio pela sua forma de ser, constituindo-se como um mito antes do óbito. Veríssimo fala como se ele fosse indecifrável, capaz de agradar a todos os ramos da sociedade.

Cumpre salientar que é notável o desejo do escritor de passar a mensagem sobre como todo o tipo de fanatismo é autodestrutivo. O judeu Stein é o representante dessa teoria: trabalhando e sendo torturado por toda uma vida em prol do comunismo, foi ao final expulso do Partido Comunista e acusado de traição à Causa. Vendo não possuir outro horizonte que não fosse a luta contra o sistema de classes, suicidou-se.

Nos capítulos intitulados “Caderno de Pauta Simples” e “Diário de Sílvia” a narrativa toma a forma de cartas ou confissões pessoais. São trechos muito importantes para se entender o sentido de tudo, é como se naquelas páginas toda a obra, desde O Continente, se fundisse e ganhasse proporções maiores. É o romance sendo citado por ele próprio.

Já afirmei anteriormente que as personagens viraram amigas minhas. Tão íntimas que já sabia o que ocorreria com elas no final. Porém, mesmo sabendo não contive as lágrimas. O término da trilogia é sensacional, é só esse o adjetivo que consigo achar.

Dois meses na companhia de O Tempo e o Vento foi encantador. Agora sinto aquele vazio que somente quem já leu obras que falam intimamente com você vai entender. Aproveitei pra escrever enquanto estou tomada de fascinação pelo desfecho da história. O enredo é tranquilo, direto e o autor não usa acontecimentos mirabolantes pra deixá-lo mais chamativo. Ele simplesmente não precisa disso porque não são os fatos em si que tornam a leitura interessante, mas sim a maneira como foram contados.
Ricardo Rocha 11/06/2016minha estante
"não são os fatos em si que tornam a leitura interessante, mas sim a maneira como foram contados" é isso, lindinha


Ricardo Rocha 11/06/2016minha estante
agora não tem jeito, tenho de achar um tempo... (=


Ricardo Rocha 11/06/2016minha estante
agora nao tem jeito. tenho de ler. o unico do autor que gostei foi O prisioneiro (acho que é esse título). Olhai os lirios etc, não muito, embora me lembre que quando li a primeira vez, faz tempo, noutra encadernação, até me comovi


Natalie Lagedo 11/06/2016minha estante
Fico feliz de ter despertado sua vontade de ler a trilogia. De Érico, além dessa saga, li Olhai os Lírios do Campo e amei. Pretendo ainda ler mais coisas dele. Acho que vou adquirir Solo de Clarineta pra desvendar um pouco mais sobre a sua vida.




Cy 27/07/2017

Buenas e m'espalho!
Esta não tem a menor pretensão de ser uma resenha. Deseja apenas ser a despedida de amigos que me acompanharam pelo último ano. Pois 'O Tempo e o Vento' não é qualquer coisa que entra e sai da vida sem causar barulho. Ele entra, se espalha, causa "entreveros" internos, te modifica e você o carrega para sempre. É o romance das nossas vidas, da nossa História, da nossa Literatura, do nosso povo. E o Érico é um artista magistral, que concebeu uma obra prima fascinante, de personagens VIVOS (amáveis, detestáveis, sempre genuínos), num texto claro, direto e ao mesmo tempo profundamente poético. As páginas finais do livro são encantadoras e foram um pouco difíceis de ler, devido às grandes poças de lágrimas que de repente brotaram nos olhos. rsss

Enfim, terminei o ciclo de leitura de algo que vou levar para a vida; estou grata por isso. Aliás, quero retirar a despedida do início. Um "até mais" é como a gente se despede daqueles que desejamos rever. =)
Natalie Lagedo 27/07/2017minha estante
Já estás com saudades de Rodriguinho, hein? rs


Lili 27/07/2017minha estante
Kkkkkkkkkk... Tb acho, Natalie!


Cy 28/07/2017minha estante
Não meeeeeeeeeeesmo! Eu estava que nem torcida esperando o gol do título. E nada daquele chato bater as botas, minha nossa!!! O "hombre" é irritante até pra virar o cabo da Boa Esperança. HAHAHAHAHAHAHAHA O Érico me trollou com força nessa, viu. u.u


Débora 22/11/2018minha estante
Cy agora que li sua resenha, amei, concordo plenamente. Rodriguinho difícil de engolir, achei que não morreria nunca kkkk




Leonardo.H.Lopes 14/05/2021

Uma declaração de amor
Quando ler vira um hábito e você já leu tantas coisas na vida, acaba que ler algo que realmente te surpreenda se torna algo raro. Não que ler se torne alguma coisa que a gente faz por fazer, quem é leitor sabe do prazer de simplesmente ler, mas quando a leitura vem acompanhada de emoção, paixão, êxtase, estupor, respeito, admiração, a literatura é elevada a outro patamar. Nesse exato momento, acabo uma jornada de três meses por uma obra que nem sei ao certo como descrever, há tantas coisas a ser ditas e contempladas nesse texto que esse é apenas um breve relato de uma experiência.

Cheguei ao fim dessa história homérica com personagens que deixaram marcas indeléveis na minha vida literária e que com certeza deixarão saudades. Sempre me lembrarei, naqueles momentos em que meus olhos brilham longe porque estou contemplando aquelas cenas que só existem na minha cabeça e que me foram dadas pelos livros, de cada personagem, desde Pedro Missioneiro até Floriano Cambará. Me recordarei do Angico, do Sobrado, de um certo Capitão Rodrigo, de Ana Terra, Dinda, Luzia, da figueira da Praça, das paisagens serenas gaúchas, das revoltas e revoluções, das aventuras de Bio, das superstições e folclores, dos ideais, d’O Retrato. Sentirei saudades de Santa Fé, uma cidade fictícia onde eu morei nesses três meses enquanto percorria essas duas mil e quinhentas páginas e que agora me sinto como um morador que fez as malas e se foi, sempre disposto a recordar de cada pedacinho como se fosse seu lar no mundo dos fatos. Toda vez que ventar, lembrarei da contenda entre o tempo e o vento, recordarei da velha Bibiana se balançando em sua cadeira e de todas as situações que as mulheres daquela família tiveram de suportar e o representaram, muitas vezes de modo anônimo, na história de um povo, tanto intra como extranarrativamente.

Com toda certeza, essa obra literária fez de mim uma pessoa melhor, uma pessoa capaz de sentir mais as nuances e sutilezas da vida, alguém com uma habilidade melhor de tentar traçar, nas medidas de minhas possibilidades, pontes entre as ilhas que cada ser humano representa no arquipélago que é a humanidade. Verissimo sai do desconhecido para se tornar um dos meus escritores preferidos, um dos que eu mais respeito, admiro, e um dos que escreveu algo que me fez recordar do poder da arte literária. O Tempo e O Vento é uma declaração de amor do Erico Verissimo para o Rio Grande do Sul, para esse país e para nossa literatura.


Daniel 14/05/2021minha estante
Fico até ansioso por me aventurar logo nessa saga também :)


Leonardo.H.Lopes 14/05/2021minha estante
Eu também queria ler faz anos, finalmente finalizei. Muito bom!!


Helder 14/05/2021minha estante
Linda resenha. Estou nesta empreitada este ano também e sentindo exatamente o que vc descreve.




Gláucia 26/04/2011

O Tempo e o Vento - O Arquipélago - Vol. 3
A Guerra dos caudilhos chega ao fim, porém a Grande Guerra acaba repercutindo de alguma forma na vida dos habitantes do sobrado. Floriano escreve um livro dentro de um livro e através dele Veríssimo termina essa saga.
Luiza 28/06/2011minha estante
Adoraria ler a saga, mas temo ser uma história lenta e arrastada. Vi alguns filmes baseados na obra, mas não sei se aguentaria os livros. O que vc me diz?


Mariana 30/10/2013minha estante
eu digo: leia e não vai se arrepender. Acho que nenhum filme foi e será capaz de passar essa trilogia como ela verdadeiramente é.




André Vedder 25/09/2022

Finito
Com olhos lacrimejados e um sorriso satisfeito. É nesse estado de espírito que chego ao término da série, e que já considero uma das leituras mais marcantes até então.
Nessa última parte da saga, além de todas as qualidades já descritas em resenhas anteriores, destaco o capítulo voltado ao diário de Sílvia, onde o autor esbanja sensibilidade e nos brinda com lindas passagens.
Érico entrega um desfecho a altura de toda a obra e após alguns meses imerso na cidade de Santa Fé e no mundo dos Terra/Cambará, me sinto como um vizinho próximo e íntimo do Sobrado, e desde já sinto saudades. Acredito que não me esquecerei tão cedo de Rodrigo, Floriano, Tio Bicho, Maria Valéria, Toríbio e tantos outros personagens brilhantemente trabalhados pelo autor.
O Tempo e o Vento é tão maravilhoso e tão rico em seu conteúdo, que é impossível descrever toda sua grandiosidade. Por isso só me resta agradecer. Obrigado Érico!

"(a vida não será um pouco isso - um repetido mudar de identidade, numa tentativa de despistamento dos outros e de nós mesmos? Quantos pseudônimos e máscaras usamos no decorrer de uma existência?)"

"Ora, um dia vais compreender que essa separação entre nós e os outros não é tão nítida quanto parece. Não descobriste ainda que para os outros nós somos os outros?"
Carla Verçoza 25/09/2022minha estante
Foi realmente uma das melhores leituras que já fiz. Que final excelente! Já terminei há alguns dias e ainda estou sob impacto dessa obra.


André Vedder 25/09/2022minha estante
Pois é Carla, um sentimento de orfandade toma conta da gente.




Lili 11/03/2015

O Arquipélago - parte 3
A saga chega ao fim. Considerando tratar-se do último livro, acho que o mais interessante é falar da história como um todo.

Esta é, sem dúvida alguma, a melhor obra de literatura nacional que já li. A melhor saga. E se não é o melhor, está pelo menos entre os três melhores livros que já li na vida. No comentário que fiz ao segundo volume de "O Retrato", eu mencionei tê-lo achado um pouco raso, em comparação com "O Continente". Retiro o que disse. Os livros foram escritos da maneira perfeita para que entendêssemos a história em diversos níveis: a família Terra-Cambará, o Rio Grande do Sul, o Brasil, a política, o regionalismo e o amor pela terra dos gaúchos, entre muitas outras dimensões. O livro é interessante de todas as maneiras possíveis e se "O Retrato" gira em torno de Rodrigo Cambará, tudo fica plenamente explicado em "O Arquipélago".

Quanto à ficção, fiquei FARTA de Rodrigo Cambará. Não do livro, de maneira alguma, mas da pessoa mesmo, como se eu estivesse vivendo com ele e não aguentasse mais o som da sua voz, seu perfume exagerado, seu egocentrismo, sua vaidade. Mas agora que não o "tenho" mais, sinto um imenso vazio. Que personagem intenso! O autor nos faz conhecê-lo tão profundamente, que ele se torna realmente algo palpável. E ele é cercado de tantos outros personagens cativantes, que nos ensinam tanto! Ideias políticas, filosofia, religião, amenidades... Todos enriquecem nossa vida e visão de mundo. Nem sei quais citar, pois são muitos. E todos os personagens que fazem realmente parte da vida de Rodrigo Cambará são ricos e acrescentaram muito à história.

No panorama político, observamos as raízes da corrupção na política brasileira. As contradições e rivalidades, de tão atuais assustam. Será que Erico estava vendo o futuro, ou realmente a maturidade política no Brasil não evoluiu nem um pouco? Infelizmente não acredito na primeira opção. Continuamos acreditando que os erros do nosso partido são mais bonitos que os dos adversários, continuamos querendo enfiar nossas ideologias goela alheia abaixo, continuamos acreditando que tudo vai melhorar quando o próximo herói assumir a presidência. E continuamos mal.

Para finalizar, devo dizer que pela primeira vez na vida chorei porque um livro terminou. Não porque algum personagem específico morreu, ou porque algo emocionante aconteceu, mas porque o livro terminou. Foi minha companhia nos últimos setenta dias, me fez rir, me emocionar, conhecer um pouco mais da história do "Rio Grande" e do Brasil (e até do mundo!), me fez pensar sobre diversos temas como a solidão, a força das mulheres, a alegria de viver que certas pessoas possuem (Cambarás em destaque!), a fé em Deus... E muitas outras coisas. Agora não o tenho mais. Reler não é o mesmo que ler, portanto jamais poderei ler esta magnífica obra da mesma forma novamente. Quem puder, por favor, faça isso.
Débora 22/11/2018minha estante
Amei a resenha, parabéns !!!!


Lili 22/11/2018minha estante
Obrigada, Débora! =)




Hannah Jook 12/09/2010

Tinha me esquecido porque essa obra do Érico(ou seria do Floriano?)me era tão agradável, cada página desses sete maravilhoios tomos tem o poder de nos remeter para a (nem sempre)tranquila e pacata Santa Fé!que Obra, Deus meu!é dificil se despedir dos meus amigos gaúchos, que de tanto ler acabo me acostumando com suas companhias, sim pq ultimamente minhas noites eram nos "serões do Sobrado" acompanha dos vários visitantes e moradores deste, enfim e h sempre uma aula prazerosa de Historia acompanhada por este personagens deliciosos...


Paulo 14/12/2020

O fim de uma jornada
Haveria tanta coisa a ser dita sobre essa obra. Eu nem sei ao certo como escrever uma resenha ao nível da grande saga que eu acabo de ler; talvez o que eu escrevo agora não é sequer uma resenha, mas um relato da experiência.

Chego ao fim de uma longa história com personagens que certamente deixaram suas marcas em minhas aventuras literárias, e deixaram também saudades; vou sentir falta de acompanhar as histórias da família Terra Cambará, que por séculos acompanhei a ponto de me sentir agora alguém de casa, ou melhor, alguém do Sobrado. Vou sentir falta dos finais de tarde de discussões no círculo social de Rodrigo, da Dinda, das paisagens serenas do Angico, das aventuras de Bio, das filosofias de Floriano, do diário de Sílvia, das superstições populares antigas e das memórias que guardei dos antepassados da família desde a época que Ana Terra era ainda uma moça. Por fim, sentirei saudade de Santa Fé como quem deixa uma cidade e leva na mala a saudade dos tempos em que lá viveu. Mas aqui é diferente, pois deixo agora uma cidade que acompanhei desde o dia da fundação, passando por todas as brigas de famílias, as gerações de pessoas e o lento desenvolvimento da cidade e seus habitantes.

Não sei se voltarei a ler essa obra no futuro, pois tenho outras tantas, mas caso não ler eu posso dizer que soube aproveitar o momento único de ter passado por essas páginas, eu soube aceitar essa eterna contenda entre o tempo e o vento, que nunca param.

Érico Veríssimo foi genial ao se jogar de corpo e alma na construção dessa obra tão vasta.

Por fim, recomendo essa saga a todos que gostam de literatura brasileira, de histórias longas, de discussões, de romances históricos e, claro, recomendo a todos os nossos conterrâneos do belo Rio Grande do Sul.
Jamile.Almeida 15/12/2020minha estante
Começo essa jornada em março! Espera ter uma experiência tao boa qnt vc!




Egídio Pizarro 11/03/2019

Fico triste por terminar de ler
O fascínio que a obra de Érico Veríssimo exerce em mim é imenso. Eu fico embasbacado de ver como ele consegue espalhar um pouquinho de si em cada personagem, em como eu consigo me ver em tantas passagens e como tantas passagens me iluminam as ideias.

Sou tão grato por ter existido uma pessoa como Érico Veríssimo que não consigo deixar de achar que ele é pouco valorizado pela cultura nacional.
Craotchky 11/03/2019minha estante
Também acho um pouco abaixo o reconhecimento que ele tem em relação a qualidade da literatura que ele atingiu.




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Laura Bernardes 19/05/2014

O Tempo e o Vento - O Arquipélago Vol. 3 - Erico Verissimo (Companhia das Letras)
Termino a série de livros certa de que Erico Verissimo é um dos maiores, se não o maior, escritor brasileiro. Fala sério, não sei nem como avaliar uma história dessas. É envolvente, bonita, real. Eu me sentia no lugar das personagens, e não é nem um pouco fácil escrever a evolução de uma família e de um país durante 2 séculos. Ele era genial e fim.
A arte dessa nova edição da série é linda também. Vale muito a pena! :)
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Ronan.Azarias 28/09/2014

Complexo e cativante
O último livro do tempo e o vento é com certeza um livro de muitíssimas camadas. Eu só fui fazer a ligação do Floriano com autor no meio do livro. De todos os livros este é o que tem maior carga filosófica ( o que não é a minha praia, mas que seja), as discussões políticas ficaram mais obscuras ainda mais com um Rodrigo totalmente diferente do que vemos nos outros livros, praticamente um Michel do Poderoso Chefão, no qual o protagonista acaba se tornando o anti-heroi no decorrer da trama. No capítulo final temos apenas acertos de contas e tudo ocorre de maneira muito mais natural e calma do que imaginava. Com certeza não tem tanta ação do que os primeiros, mas acho que foi um fechamento dentro da realidade. No mais é a melhor série brasileira que li até agora!
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Silvinha.Teles 26/10/2016

Viagem...
Viagem pelo Sul, amei, me entendiei, sofri e chorei... fantástica narração do povo gaúcho. Ana Terra, Dr. Rodrigo Cambará, velha Bibiana, Maria Valéria e Floriano, foi muito bom estar com vcs ao longo destes 7 volumes.
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