O avesso da pele

O avesso da pele Jeferson Tenório




Resenhas - O avesso da pele


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Andresa 26/10/2021

Leitura favorita da vida...
Não esperava que esse livro se tornasse meu favorito assim. Mas, conforme a leitura avançava, conforme Tenório escrevia cada linha com uma profundidade, com um sentimento, eu me apaixonava cada vez mais.

O livro tem vários trechos marcantes, mas não é forçado, você se envolve, se apaixona, se magoa junto e no final tá completamente envolvido. A leitura é imagética: fico indignada que esses personagens não existiram.

Mas existem. Eu sou negra. Eu existo. A gente existe. E a gente provavelmente já sentiu/vai sentir tudo que tá descrito ali. Tanta coisa importante a ser debatida...
Enfim, leiam! Obrigada Tenório!!!
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Janaina.CrisAstomo 20/11/2021

Relações entre familiares e violência de raça.
Uma das melhores leituras desse ano. A narração começa em 3° pessoa e depois parte para a 1° pessoa. É uma história de pessoas pretas e com muita ênfase nas relações familiares e nas relações entre pais e filhos. Pedro é filho de Henrique, professor de literatura de escola pública, e Marta, tradutora. Além disso Pedro conta como foi a criação dos seus pais, como a cor da pele influenciou na vida de todos, no comportamento, na psique dos personagens, e como a violência contra as pessoas pretas está disseminado na sociedade. A história se passa em Porto Alegre que, segundo a história, é a cidade mais racista do país.
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Perdida_nas_Estrelas 30/03/2024

Obra necessária!
O enredo de "O Avesso da Pele" traz como narrador o personagem Pedro, que está decidido a contar a história de vida de seu falecido pai, Henrique, um professor de Língua Portuguesa. Personagens negros em locais de predominância branca, esse é contexto da obra; Henrique vive em Porto Alegre e é ali que sofre diariamente sob a cultura racista e opressora, ambas vindas tanto dos cidadãos comuns como da autoridade estatal, a polícia.
AS minhas impressões são positivas, e giram em torno de como essa obra é interessante para ser trabalhada com adolescentes, pelo fato de trazer aspectos do racismo a partir da visão de uma pessoa negra, a narração acaba sendo um ponto acertado, pois é o filho falando sobre a vida do pai (a mãe também tem seu protagonismo), assim, além da visão de ser um homem negro na nossa sociedade atual, também temos capítulos com a abordagem da mulher negra. Então, o enredo engloba diversas situações vividas no cotidiano das pessoas negras, questões simples que pessoas de pele branca não precisam se preocupar, essa é uma obra sensível ao extremo, triste e necessária para um grande público, o que se lê aqui e que faz o leitor refletir vai mudar completamente a visão de mundo. É aquela leitura que marca a vida das pessoas, e acredito que principalmente se o leitor estiver em idade escolar.
*
Um trecho que me tocou profundamente: "Mas elas [as pessoas] nunca saberão nada sobre o que você tinha antes da pele".
*
Encerro minha resenha dizendo que recomendo muito essa obra e que devemos seguir dizendo #nãoàcensura
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Gustavo Ayres 27/02/2023

A normalidade do desconforto
Acho que é um livro necessário pra qualquer pessoa que queira ir afundo e entender tudo que tem de errado no país que a gente vive.

Por outro lado, a sensibilidade apresentada aqui foi uma das coisas mais bonitas que eu poderia ler, cru, honesto e verdadeiro.
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Adriana Scarpin 11/11/2022

Certa vez acompanhei uma discussão de uma pessoa que clamava que ler textos de filosofia e sociologia nos prepara tanto para a alteridade quanto textos literários. Certamente discordei porque a fruição artística de um texto literário nos coloca na função empática de uma forma que um texto teórico jamais o faria. Ler O avesso da pele de Jeferson Tenório só é mais uma prova disso.
Não tenho a tendência de chamar todos os livros relevantes da literatura brasileira contemporânea de obras-primas, por isso é bem sincero dizer que esse livro é de fato uma obra-prima. Sabe um livro que é extremamente didático sem soar assim? Tenório nos pega pela mão com sua linguagem deliciosa e fluída e cava em nosso coração um poço de empatia e consciência social sem sequer nos darmos conta. Essa é a beleza da grande literatura, adentramos profundamente no âmago humano e deixarmos nos desfazer por ele.
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heriks.ribeiro 14/08/2023

"Esta história é ainda a história de uma ferida aberta"
Um trecho: "É necessário preservar o avesso [...]. Preservar aquilo que ninguém vê. Porque não demora muito e a cor da pele atravessa nosso corpo e determina nosso modo de estar no mundo."

Em uma obra de poucas páginas, Jeferson Tenório consegue compilar as tantas misérias da alma humana. Com enfoque no racismo, uma miséria que transcende o tempo e espaço para deixar sempre claro o quão fraca é a natureza humana.

O livro é forte. Narrado sob o ponto de vista de um filho que conta a vida do pai, considerando as crises existenciais causadas pelos relacionamentos, trabalho e cotidiano de uma região do país considerada como uma das mais racistas.
"No sul do país, um corpo negro será sempre um corpo em risco."

Prevejo um ganho inestimável de empatia naqueles que lerem esse livro. Portanto, leitura obrigatória!
A linguagem é suave e acessível.
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Mandark 29/03/2024

Uma ideia inteligente. Talvez uma execução didática demais.
Um bom livro. Com toda visibilidade causada por seu recolhimento das escolas em alguns estados, eu admito que esperava mais. A ideia de reconstruir uma história de vida a partir da dor do luto e de refazer os passos do pai sob um olhar inventivo, me empolgou. Mas, a forma didática como a questão racial foi abordada me decepcionou um pouco. Acho que já somos bombardeados por tantos textos com esse cunho que eu esperava outra pegada. Mas, caminhando totalmente contra o fluxo do usual, não pude deixar de me identificar com sua visão cruel sobre a docência e os pequenos gestos de gentileza que ainda sustentam tantos professores em uma jornada tão ingrata. Suas pequenas experiências como leitor também fizeram toda a diferença pra mim. Me identifiquei demais. E, finalmente, a relação silenciosa entre pai e filho tocaram meu coração. Não pude deixar de sentir no peito o vazio familiar das semelhanças e da identificação. Realmente um bom livro.
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tici 27/06/2023

Brasil brasileiro
Esse livro de impacta do começo ao fim, é tudo e mais um pouco. A realidade nua e crua na cara do leitor, desde microagressões - que muitas vezes passam despercebidas ou é sempre "sem maldade -, até aos extremos. É perceptível como nosso país é de cabo a rabo racista, tivemos projetos para embranquecer a população, não tem como apagar o passado, ainda mais se ela está tão presente no futuro.
Sobre a parte da educação, é bom, ser representada, dois anos na educação, e o cansaço mental e físico é extremo. Leitura obrigatória.
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Jane.FAlix 17/11/2022

O Avesso da pele
Pedro é um jovem que está de luto com a perda repentina do pai.
Nisso ele começa a narrar a história de vida do pai, da mãe e dele próprio numa tentativa de resgate de suas origens retomando acontecimentos da vida deles desde a infância. Acontecimentos esses marcados pelo racismo.

É uma narrativa extremamente forte e delicada ao mesmo tempo com temas tão importantes que nem sei como o autor conseguiu abordar tanta coisa em tão poucas páginas. É linda a maneira com ele fez isso.

Luto, negritude, ancestralidade, culpa, violência, tudo isso tratado com delicadeza e simplicidade.

E com um final que me destruiu completamente!
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Leticia2256 07/01/2024

??metade dos seus problemas estava contida na cor da pele.?
Que livro espetacular! Estou completamente sem palavras pra descrever a bomba de pensamentos que vêm na minha cabeça - e prevejo uma ressaca literária daquelas.

Gostei muito da maneira como o autor discorre sobre a descoberta do personagem em sua negritude e de todos os reflexos que isso traz em sua vida. A história não ?joga? o racismo como tema e sim vai desbravando seus reflexos na vida de quem o sofre, começando nos mínimos detalhes e indo até a máxima violência.

O livro nos abre a mente para tantas questões importantes? É de dilacerar o peito saber que toda essa violência é presente em nossa sociedade e que a todo momento essa dor e esse luto é vivido por tantos.
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isinhaaaw 01/01/2024

Todos deveriam ler esse livro
Como uma pessoa branca, essa leitura foi literalmente um tapa na cara. Minha Nossa Senhora.

O final do livro é extremamente comovente, e é uma leitura muito dolorida.
Li o livro super rápido porque fiquei bem imersa nele, ele te prende a atenção muito rápido.
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Ka Cruz 03/01/2024

Leitura dolorida, mas necessária
Uma das leituras que mais me doeu ler. Acredito que a parte difícil é sentir na pele um pouco do que é colocado e ver que para o nosso mundo ?a gente se acostuma?.. livro com gatilhos, mas que é necessário nossa sociedade conhecer
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André Vedder 10/07/2021

Tocante
Ótimo livro que retrata fielmente nossa sociedade preconceituosa e hipócrita.
Para mim o grande trunfo do autor é sua escrita fluída em segunda pessoa travestida de primeira, ou vice-versa, permeado pelo total conhecimento do autor sobre o assunto.
Tenório prende a atenção do leitor através de sua escrita simples, mas ao mesmo tempo tocante, e nos conduz por um caminho em que não saímos incólumes.

"Não amei certo, você pensava, e se punia. Mas a vida seguia porque, mesmo quando se ama errado, ainda temos que viver. O amor não impedia a vida. Continua-se porque os carros não para, homens e mulheres se levantam e vão trabalhar. Todos os dias. Segue-se, não por bravura ou altivez, mas porque simplesmente não há o que fazer. E não há aí nenhum ensinamento ou lição a aprender. A não ser domar a tristeza e aceitar a conviver com ela, você pensava."
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xlhealy 13/02/2023

GRANDIOSO.
Quem consola a pessoa negra que no instante que se percebe negro no meio de um mundo totalmente odioso contra a sua própria cor, tem que ser involuntariamente resistente, forte e compreensível em situações que atravessam a sua alma pro resto da vida?

Uma vez eu ouvi de uma booktuber que livros como O Diário de Anne Frank não tem como ser opinado, ser julgado, porque é o relato de uma pessoa real que viveu um momento vergonhoso da nossa sociedade. Dito isso, eu atribuo tudo isso também à este livro. Esse livro é um conjunto de relatos, um conjunto de situações e vivências que pelo menos uma vez na vida o corpo negro já viveu, infelizmente. Esse livro tem ancestralidade, tem nomes, tem rostos, tem famílias, tem mães, país, filhos. Esse livro tem a representatividade da junção de pessoas que são classificadas como "minorias".

O avesso da pele conversou muito comigo, me mostrou que meu subconsciente guardou memórias doloridas demais que foram escancaradas de volta durante a leitura, e nossa, como foi difícil. Aliás, como é difícil ter a percepção de que quando você nasce negro, o seu destino já tem situações certas pra você passar, em prol de uma sociedade tão descaradamente doente e racista.

Todos os assuntos sensíveis possíveis são retratados aqui, por isso é muito comum ler em resenhas que é um livro que incomoda, porque incomoda mesmo. Dentre todas as discussões importantíssimas e dolorosas que foram tratadas, uma das que mais me chamou atenção é a construção da auto estima da pessoa negra. Como é importante se ver representando em todos os ambientes, em todos os lugares possíveis. Na época dos nossos pais isso não era de forma alguma pensado, e o retrato disso é o quão tardiamente eles se reconheceram como parte da sociedade, como pessoas dignas de tudo o que é bom no mundo. Todo o meu repúdio pra aquelas pessoas que se incomodam em ver uma Ariel negra nas telas de cinema.

O livro inteiro vai te deixando triste e abatido em doses homeopáticas, mas parece que nos capítulos finais tudo vai ficando mais pesado. O leitor é preparado a leitura inteira para o fato final, mas quando chega o momento ainda é tudo muito difícil e real de digerir. Sejamos iguais ao Pedro ao terminar a leitura desse livro: "Vou em frente, na direção do Guaíba. Tenho Ogum em minhas mãos porque agora é a minha vez."
Cristiano15 13/02/2023minha estante
Livro muito potente...eu me emocionei muito




Pedro 28/03/2024

?você não teve a mesma chance de Dosteiévski, não é mesmo??
Um retrato duro, cru e doloroso de um Brasil marcado por tanta discriminação, e é por isso que, na minha visão, se torna um livro mais que necessário. leitura fluída mas pra mim foi difícil ler e se identificar com tantas situações abordadas no livro. um dos melhores que li esse ano e na vida toda tb! recomendo demais.
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