Aline 10/02/2021
Este livro não é sobre sexo.
É um livro didático mas com uma linguagem um pouco informal.
Sendo o primeiro estudo de marca que eu leio integralmente (sem achar maçante), considero um ótimo livro, primeiramente pelo fato de que eu não escolhi ele, mas foi por acaso que comecei a ler.
Em segundo, gostei da forma como o livro é organizado faz com que a história da Playboy não fique confusa e você entende o ponto a ponto de cada mudança de marca.
Além de muitas lições de branding, o livro nos situa em muitos fatos históricos e sociais, o que ajuda muito a entender logicamente a gestão de marca e negócios da Playboy, além disso, é um livro muito instigante (mesmo sendo didático), então ele faz você querer saber o que acontecerá a cada virada de página, qual será a nova estratégia? Qual será o novo produto lançado? Como será a nova edição da revista? E assim por diante...
Muito além da história da Playboy, o livro traz ensinamentos importantes que por vezes deixamos de observar na criação e gestão de uma marca, seja ela para um pequeno negócio ou para um movimento social de grande escala.
Por fim, segue 5 lições do livro Nos Bastidores da PLAYBOY:
1- Para conquistar a fidelidade da sua marca, são necessárias coerência e persistência (em relação a mensagem da marca). Os consumidores são volúveis e esquecem rapidamente uma marca;
2 - Após conquistar essa fidelidade é preciso manter a Solidez, Sustentabildiade e Segurança da sua marca. Solidez: Quando a marca envia uma mensagem coerente. Sutentabilidade: quando os consumidores esperam que este produto os acompanhe por muito tempo ou pelo menos por um período com um fim claramente definido. Segurança: Os consumidores estão féis a esse produto (ou marca) quando este lhes causa a sensação de conforto e segurança;
3 - É mais fácil criar um produto para satisfazer uma necessidade existente do que criar uma necessidade percebida para atingir os objetivos de um produto;
4 - Venda um sonho: a Playboy vendeu um estilo de vida invejável para muitos homens, o que se refletia em sua marca, e as pessoas compraram a revista pensando em concretizar esse sonho.
5 - Tenha um diferencial. Muito além de nudez, a Playboy ofereceu aos seus consumidores a possibilidade de realizar desejos, que até então eram "PROIBIDOS" na sociedade conservadora. Mostrar oque é diferente, mostrar outras perspectivas de um mesmo produto, levar para as pessoas novas possibilidades é influenciar diretamente no emocional delas. E é isso que elas precisam.
Obs.: Coisas que eu jamais imaginava sobre a Playboy:
- Com o aumento dos casos de AIDS nos EUA nos anos 70', as pessoas ficaram apavoradas e pararam de consumir pornografia, o que resultou em uma grande crise financeira para os negócios da Playboy;
- Presidentes dos EUA já se apoiaram na marca para se eleger;
- O inicio do movimento feminista nos anos 60' deu brecha para que o estilo de vida "Playboy" sofresse alterações, visto que a mulher mudou de papel para a sociedade;
- Playboy foi uma empresa gerenciada pelas atitudes impulsivas de Hugh Hefner, então quando ele tinha uma ideia de fazer algo com os negócios, ele simplesmente fazia (sem nenhum estudo de mercado);
- O que levou a Playboy ao sucesso levou ela ao fracasso. Ser a pioneira no mercado da pornografia é ótimo, mas o tempo passou e começou a existir mais conteúdos pornográficos de todos os tipos, para todos os gostos... e nesse tempo a Playboy saiu de cena e caiu no esquecimento.
- Em seu pico, a Playboy era a empresa que mais faturava no MUNDO.
- Hugh Hefner nunca gostou dos negócios, sua paixão sempre foi o editorial da revista;
- A Playboy deu seu primeiro passo com U$8.000 (Oito mil dólares), dinheiro que Hefner em parte juntou e em parte emprestou de amigos e familiares;
- A primeira edição da revista (que teve na capa Marilyn Monroe), foi montada na mesa de cozinha de Hefner;
- Como Hefner não tinha fotos de mulheres, comprou as fotos de Monroe em uma agência por U$800;
- Muitos duvidavam do projeto de Hefner, inclusive sua primeira esposa, extremamente conservadora, Mildred Williams;
- Antes de dar início ao projeto da revista, Hefner trabalhava em uma editora, a qual pediu demissão após pedir um aumento de U$5 (isso mesmo, apenas 5 dólares).
- Queria uma edição da Playboy para guardar junto com esse livro, mas descobri que a revista parou de ser vendida no Brasil em 2015; #chatiada
- A revista parou de ser vendida nos EUA em 2020 (durante o pico do Corona Virus), apesar de ter um aumento no consumo da pornografia nesse período, a crise bateu na porta da Playboy e não teve jeito.
É COMO DIZ O ÚLTIMO PARÁGRAFO DESTE LIVRO:
"Apesar de parecer óbvio que a Playboy nunca voltará a ser tão grande quanto foi no fim dos anos 1960 e início dos anos 1970, simplesmente porque o mundo mudou e porque o produto principal da empresa, o sexo, se tornou um commodity, isso não significa que não haja lugar para a Playboy no mercado. Os consumidores já se pronunciaram. Agora é com a Playboy Enterprises."