aliuscha 30/04/2021
A escuta como caminho para desestruturar a política do ódio
Uma frase na música do BNegão e Seletores de Frequência tem sempre me ecoado ?esmagamos a nós mesmos com nossa autoimagem, a tal da egoesclerose, e como diria o prof Hermógenes, hoje pavão, amanhã espanador?. O antropoceno, as redes sociais e toda esse culto à figura humana nos põe cada vez mais refém do regime de extrativismo das grandes corporações e sua política do ódio!
A escuta ativa, como caminho de conhecimento, de formação de alianças, tecitura de redes, construção de pontes é uma ferramenta poderosa de recuperação da nossa humanidade, dos nossos valores civilizatórios.
Esse regime de condomínio, de relações mediadas por contratos, de produtividade medida pela burocracia, o neoliberalismo individualista e seu circuito de afetos produz sofrimentos cada vez mais evidentes: ansiedades, depressões...
Se debruçando sobre a escuta na educação, sobre o processo de alfabetização, sobre nosso analfabetismo digital, sobre as contradições na relação entre a psicanálise e a universidade e até mesmo atentando para os erros crassos cometidos durante a escrita de uma tese, o prof Dunker nos faz reconhecer nossa carência de falar e ser visto, ser reconhecido, valorizado, mas principalmente, cria alertas para
a urgente necessidade de escutar, de estabelecer relações íntimas e profundas pra ancorar nossa existência.