spoiler visualizarRonan 25/07/2022
O ínício do universo de Duna
Aos 15 ou 16 anos eu costumava frequentar bibliotecas, um hábito que me acompanhou por boa parte da adolescência e do qual eu gostava muito. Uma dessas bibliotecas era abandonada e ficava no colégio de ensino médio técnico no qual eu estudava, lá, em uma das estantes eu encontrei o livro Duna, que como qualquer ficção cientifica me chamou muito a atenção, simplesmente amei o livro, em uma época em que não havia internet não tinha ideia de quem era o autor ou mesmo de que ele tinha uma série de 6 livros (o que eu tinha lido era apenas o primeiro).
Recentemente, com o lançamento do filme de mesmo nome pela HBO, lembrei-me do livro e fui pesquisar sobre ele na internet, qual não foi minha surpresa ao descobrir que o autor tinha muitos outros livros sequenciais ao que eu tinha lido e de que seu filho tinha dado sequência ao trabalho do pai, já falecido, escrevendo uma série de prequelas. Certamente um universo ficcional a ser explorado. Dei uma chance para o primeiro livro das prequelas, que explica o início do universo de Duna. Uma das maiores curiosidades no primeiro livro que li era o fato de que num futuro milhares de anos à nossa frente, em que o ser humano havia colonizado vários planetas, as pessoas não faziam uso de computadores, eles haviam sido banidos há tempos imemoriais e a Terra já não era mais habitada.
É nesses tempos imemoriais que o autor cria a ficção aqui mencionada, nela ele explica que o universo estava dividido entre os planetas sincronizados, aqueles dominados por computadores sencientes (onde humanos viviam como escravizados pelas máquinas) e aqueles habitados por seres humanos livres que formavam uma liga. Tudo isso em decorrência de uma guerra entre humanos e computadores que teria quase aniquilado o domínio humano sobre a galáxia. Complementarmente aos computadores havia os Cymeks, cérebros humanos com corpos de máquinas e que por isso eram imortais, que trabalhavam sob suas ordens como seus aliados e inimigos dos humanos livres.
A Terra era o centro dos mundos sincronizados, sendo dominada pelo computador superpoderoso Omnius. Nela ocorre uma revolta dos escravizados humanos que acabam por derrotar as máquinas, no entanto, para garantir a eliminação de Omnius, os humanos dos planetas livres, numa ofensiva inédita, bombardeiam a Terra com armas nucleares aniquilando toda a vida sobre ela. No livro três personagens se destacam: “Xavier Harkonnen” líder militar dos planetas humanos livres, “Serena Butler” uma política dos planetas humanos livres escravizada na Terra e que vai ajudar a fomentar a rebelião humana e “Erasmus”, um robô inteligente e independente de Omnius e que se destaca pela frieza e sadismo em suas experiências.
O filho até que faz um bom trabalho, mas não espere o brilhantismo e o ineditismo do pai, o livro é bom, mas às vezes cansa e o seu universo narrativo e descritivo nem de longe é tão rico quanto o de Duna. Dando esse desconto ao filho, o de que o pai era um gênio da ficção científica, é possível aproveitar melhor a obra sem maiores pretensões e talvez ler os próximos livros de suas prequelas.