wendy. 06/06/2021
Emoções que nem consigo transcrever.
Nessa resenha vim falar sobre uma das melhores leituras e experiências que tive na minha vida. Já aviso que não sou muito bom falando de coisas que gostei, não sei o que acontece, mas travo um pouco e talvez eu não diga tudo que quero, mas vamos lá!
A Jadna é uma escritora incrível que tive o prazer de conhecer e que se tornou uma grande amiga, admiro muito o trabalho dela, acompanho desde da época do Wattpad. Em Para Onde Vão as Sombras é perceptível todo o seu crescimento. Valeu a pena esperar o tempo que esperei para ler esse livro, pois a sensação que tenho é que foi bem pensado e estruturado, sendo assim um livro bem escrito.
Cada linha tem seu propósito, inclusive, a autora conseguiu fazer com que a narrativa se desse muito bem nas suas 300 e poucas páginas, a história não ficou corrida e também não se perdeu em coisas que eram irrelevantes para o arco principal. Algo muito legal em relação as referências literárias, a maioria tem relação direta com a história e faz todo sentido estar nela, não tem como pensar nas obras citadas aqui depois de ter lido e não associar aos acontecimentos dentro de POVS (tive uma nova visão delas). A narração foi o que mais deixou a leitura fluída para mim e foi um dos pontos positivos do livro, foi um recurso bem ultilizado na história para torná-la interativa.
Sobre a protagonista, ela é uma personagem forte, cativante e principalmente decidida (sem aquele mimimi que geralmente encontramos com personagens do gênero). Ananda está entre as melhores protagonistas de fantasia ? para mim, é muito fácil a identificação com ela ao longo do enredo, principalmente por ela ser leitora ? todo esse amor pelos livros foi bem transcrevido em cada linha da história. Ananda cresce e aprende durante sua jornada, e isso que me fez amar ainda mais ela, todas suas decisões (apesar de algumas serem precipitadas), são motivadas pelo seu amor aos livros (eu entendi seus atos mesmo que não concordasse com alguns). Ela não gosta de ficar parada quando ver que precisam de alguém que faça algo, então ela vai lá e faz.
A mitologia criada pela Jady é fantástica em todos os aspectos, tudo foi bem custuradinho e pensado pela autora. Um dos elementos que mais gostei da história foi a Cidade Invertida, sem dúvidas.
Pontos para a representatividade do livro, dá para ver como a autora tomou cuidado ao criar esses personagens. Aqui tudo é tratando com sensibilidade e naturalidade, a função deles não ficam definidas em só serem parte da comunidade lgbtq+ ou serem negros ? não, isso é só mais um traço que os tornam especiais e bonitos. A protagonista da história é bisexual, e eu agradeço muito por não ter nenhum esteriótipo tosco que já estou cansado de encontrar em livros que leio. O melhor amigo da protagonista é gay e forma um casal aquileane lindo com o personagem Clay. Kalo também bisexual, foi uma das minhas personagens favorita da história. Axel também está entre os favoritos, e teve um dos melhores arcos do livro ? chorei muito, não te perdôo Jadna.
A crítica na história é muito relevante e importante para os tempos atuais, me fez refletir muito sobre como o fanatismo pode cegar as pessoas, sufocar e pregar o medo (em qualquer religião). A luta dos personagens contra todo esse sistema é o que move a história, a cada capítulo eu me via tenso e preso, querendo mais e mais. O vilão é desprezível, eu o odiei, mas isso é bom. Jadna soube fazer um bom vilão, com motivações terríveis e realmente ruim.
Quando terminei de ler a última frase desse livro, fiquei dias refletindo sobre e confesso que ainda não sei como me expressar em relação, mas eu sei que gostei muito. Talvez seja porque o livro me fez passar por muitas emoções, mas essa leitura me salvou, foi como um abraço amigo que eu precisava demais. Terminei o livro com uma sensação de conforto ? ri, chorei, gritei, fiquei tenso, vivi cada frase, cada linha e me apaixonei por cada personagem. Favoritado e 5 estrelas sem dúvidas. Recomendo muito para fãs de distopia, que estão a procura de um livro de fantasia único nacional e com algo que realmente não é mais do mesmo no gênero.