Kramp

Kramp María José Ferrada
María José Ferrada




Resenhas - Kramp


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Rodrigo Leão 13/04/2024

Emocionante
Leitura muito boa, da pra dar aquela fita da ressaca, recomendo muito. Tem um pano de fundo muito bom.
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Cida Luz 02/03/2024

Em poucas páginas muito conteúdo!
Nesse Romance premiado de Maria José Ferrada que narra a história de uma menina a M que viaja com o pai comerciante pelo Chile dos anos 1980, é uma leitura rápida de poucas páginas mas de um conteúdo intenso e com muitos temas envolvidos!

Uma história envolvente, M que expõe a fragilidade das relações e questionamentos sobre um universo que parecia tão bem ordenado, na visão da pequena principalmente! Bem como a relação com seu pai!

Apesar de ser um livro de poucas páginas que favorece ler em uma sentada eu saboreie em 3 dias lendo e relendo então sim, gostei muito do livro e indico!
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@estantedamarcia 18/01/2024

A história é narrada a partir da ótica das memórias de M., qd tinha 7 anos e nos guiamos pelo encantamento dela pelo mundo do seu pai D.
Ao longo da narrativa vai se descortinando o período da ditadura de Pinochet e o desaparecimento de pessoas, de forma muito sutil e poética. Outro aspecto que vamos tendo acesso é a percepção dela sobre a relação de seus pais. E como ele é quase um super-herói, e a mãe uma pessoa apática e sem vida, que vive dentro de casa. Nos deparamos, ainda, com um rompimento implícito da educação formal de M. em contrapartida a uma educação de ordem prática e que se dá no cotidiano vivenciado (mesmo que com algumas passagens questionáveis).
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Ju Arrais 10/01/2024

O que há com livros curtinhos? Sempre fascinantes.
Kramp conta a visão de mundo de uma garotinha que cresceu e se desenvolveu nos anos 70 a partir de suas vivências com seu pai, que é caixeiro viajante.

A narração do livro é hipnotizante, acompanhamos aquele mundo se constituindo, cheio de associações, insights e mesmo com toda a esfera melancólica, ainda tem algo que nos tira um sorriso de canto.

Ao passar do tempo e decorrer do livro, a melancolia e desvanecimento toma conta. As relações, a identidade, as memórias se misturam e viram fantasmas, deixando o leitor com uma espécie de sentimento desconfortável, intangível e também melancólico.

Um livro com menos de 100 páginas e primeiro romance de María José Ferrada que me arrebatou com uma potência extraordinária.
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giovanna 05/01/2024

"Um naufrágio é sempre seguido pelo naufrágio seguinte"
Esse livro, tão curto e sucinto, foi uma das experiências mais completas que já tive com uma história. A percepção de mundo e das pessoas a sua volta que tem essa narradora que é criança pela maior parte do livro, nos leva por uma aventura em um par de olhos inocentes e moldados por seu entorno.

É uma experiência que carrega uma sensibilidade e uma melancolia que se equilibram, ou tentam se equilibrar, enquanto essa narradora descobre o mundo conforme vive nele, e a partir das ferramentas que tem ao seu alcance (no caso dela, as ferramentas Kramp). É curioso ver como ela enxerga as outras pessoas e as situações, e como essa maneira de ver tudo muda conforme os anos passam, e suas influências e vivências agora são outras. É também curioso a forma como ela lida com a memória e com a transformação inevitável pela qual as pessoas passam, inclusive ela própria.

A autora tem uma escrita poeticamente arrebatadora, e eu pretendo muito ler outros livros dela.
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Invasão Bárbara 05/11/2023

Kramp
Kramp é divido em duas partes. A primeira é narrada pela M, uma garotinha com 7 ou 8 anos que mata as aulas da escola para viajar de carro com seu pai, um caixeiro-viajante, pelas cidades interioranas do Chile e ajudá-lo a vender produtos de ferragem (da marca Kramp).

M é uma criança precoce, ela toma café, fala palavrão e fuma nas cafeterias onde se encontram os vendedores ambulantes. Sua função é acompanhar D, o pai, nas visitas aos clientes e fazer a carinha correta que amoleça o coração dos gerentes, para que eles façam comprar maiores ou perdoem os pedidos enviados errados.

Com isso, M vai fazendo um estudo da alma humana, tentando compreender a vida como se ela pudesse ser divida em categorias (como nas lojas de variedades que frequenta), ou através de distorcidas teorias científicas: os universos paralelos explicam as duas famílias de um dos vendedores, e a teoria da relatividade garante que o que ela está fazendo não é trabalho infantil.

Ela também tem uma relação bem estranha com o catálogo da Kramp, para M um livro sagrado.

Em certo momento, a menina passa a ter epifanias sobre sentimentos, o mundo estar preso por um parafuso que pode se soltar a qualquer momento, fantasmas e quais guerras decidimos lutar. Um dos trechos é esse:

“As epifanias, como eu comprovaria ao longo dos anos seguintes, seguiam-se quase sempre de uma revelação, e naquele dia eu tinha compreendido:

Que D estava sozinho.

Que eu estava sozinha.

Que a vida era um lugar solitário.

E que isso entrava na categoria das ‘Coisas Que Eram Simplesmente Como Eram’.”

Não fica claro em que momento o livro se passa, mas no decorrer da história a sombra da ditadura militar chilena começa a surgir, e ela deixa a segunda parte do livro, com a M já aos 13 anos e com uma compreensão melhor do mundo, mais densa e até triste.

Sem dúvida alguma, uma das obras mais bonitas que li este ano.

site: https://www.instagram.com/invasao_barbara/
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Vinder 04/11/2023

O livro conta a história de uma pequena família chilena, algumas décadas atrás, com relações instáveis e frágeis. A menina acompanha o pai, caixeiro-viajante, enquanto sua mãe fica em casa? até que ocorre uma tragédia?
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Luigi - Acrópole Revisitada 09/10/2023

Ao longo da história, o olhar dos adultos sobre as crianças mudou muito.

De adultos em miniatura que deveriam se casar tão logo chegassem à puberdade, passaram para seres que deveriam aproveitar ao máximo o momento efêmero com brincadeiras e diversões. Mais recentemente, uma super exposição nas redes sociais faz com que as crianças pareçam chegar à adolescência cada vez mais cedo. Isso cria pessoas “super antenadas”, mas emocionalmente imaturas.

Em muitos casos, crianças precisam amadurecer mais cedo por conta de inúmeros fatores: pobreza, trauma, questões familiares, entre outros. Nesse sentido, o esfacelamento paulatino de sua família e a falta de afetividade é um exemplo de situação que pode ter levado a personagem M, de Kramp, a amadurecer muito cedo.

O livro de Maria José Ferrada publicada pela Moinhos no Brasil em 2020 – em mais uma boa tradução de Silvia Massimini Félix -, traz essa narradora que alterna entre a ingenuidade e a maturidade precoce. Inteligente e observadora, narra uma parte de sua vida, ali pelo final da infância, em que ficou muito próxima do pai e passou a acompanhá-lo nas suas viagens de trabalho.

A mãe é uma pessoa distante e misteriosa, parecendo não se importar muito com a filha, além de também parecer desconectada do próprio marido. Ao mesmo tempo que parece depressiva e mergulhada em seu próprio mundo, também tem relações misteriosas que a filha descobre em determinado momento, parecendo apontar para um passado e um momento político do país em que vive.

Construída com toques biográficos da própria autora, M passa a ajudar o pai durante alguns dias no seu emprego. Ele é caixeiro-viajante e precisa visitar várias cidades para vender os produtos da marca Kramp, empresa para qual trabalha. O catálogo de artigos de serralheria que compõe o escopo da marca parece ser um guia, quase uma bíblia às avessas pela qual a menina descobre o mundo.

Com o desinteresse da mãe e a ligação crescente com o pai, M passa a faltar na escola para ser uma espécie de ajudante de caixeiro-viajante, fazendo “cara de pena” na frente dos possíveis compradores para que eles se compadeçam e comprem os produtos Kramp.

A presença da marca, que inclusive dá o título e a tônica do livro, parece uma crítica velada ao capital, em que grandes marcas dominam o imaginário das sociedades e das relações pessoais, enquanto a história e os direitos das pessoas são varridos para debaixo do tapete – explico essa questão mais à frente.

Sem exageros, podemos dizer que se trata de uma escrita saborosa e convidativa, daquelas que tecem uma narrativa que parece não prometer nada e entregar tudo. Com seu jeito despretensioso, M nos puxa pela mão para mostrar sua vida e nos apresentar sua própria visão do mundo e das coisas. É pelo olhar dela que sabemos de tudo o que se passa, sejam as coisas ditas às claras, sejam aquelas sugeridas sutilmente.

Parece faltar afeto na família. Já que sua mãe é distante, ela se aproxima do pai, que alterna entre o compreensível/afetuoso, à sua maneira, e o irresponsável. A menina M, aos oito anos de idade, além de deixar a escola para acompanhá-lo no trabalho, ainda fuma na frente do pai, que não diz nada a respeito – a capa do livro já nos antecipava isso, embora o efeito de estranhamento e incômodo não se perca.

Apesar de ter uma vida diferente do que se imagina e deseja para uma criança, a voz narrativa de M é totalmente verossímil. A autora consegue criar uma voz permeada por um olhar que faz jus à idade, sem infantilizar demais nem fazê-la uma adulta mirim – talvez sua experiência como escritora para crianças tenha ajudado nessa construção.

O livro então vai costurando esse distanciamento familiar com a descoberta do mundo pela narradora, enquanto, de maneira muito sutil, apresenta questões relacionadas à ditadura. O fotógrafo, amigo do seu pai, diz que quer fotografar fantasmas. Em um primeiro momento, nem a menina nem os leitores se tocam do que ele, de fato, quer dizer. À medida que o livro passa, entretanto, conseguimos visualizar, já que o livro se passa em um país latino que parece viver em uma estrutura controlada e vigiada.

É a partir do fotógrafo e, curiosamente, da mãe de M e seu passado misterioso que essa teia vai se tecendo. Em breve, algumas verdades serão desenterradas, enquanto M chega à conclusão de que a tônica da vida é estar sozinho/a.

Kramp é uma novela com certa delicadeza, parte verdadeira, parte falsa, que apresenta um mundo muito mais duro do que se imagina e muito pouco singelo para uma criança. M, apesar de remeter diretamente à Maria, autora, pode ser a representação de tantas meninas na nossa dura história latina.
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Mari Pereira 06/10/2023

Devastador
Como pode um livro tão curto ser tão profundo, complexo, repleto de reflexões tão densas?
Kramp já me havia sido muito bem recomendado, mas ainda assim me surpreendeu!
É uma preciosidade!

E me tocou profundamente por eu também ser filha de um tipo de caxeiro-viajante... me reconheci em várias daquelas situações.

Leiam e maravilhem-se!
Yasmin O. 08/10/2023minha estante
??




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LimaCamila 05/09/2023

Livro bom e rápido? Temos.
Eu fiquei encantada com a forma que o livro evolui. A história da menina parece que é mais focado em fantasias, mas bem...É delicado e te prende.
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Mary 08/07/2023

O poder do tempo
O tempo é poderoso, mais até que os produtos Kramp, D, S e M são, antes de tudo, produtos de um tempo e espaço, quando desvinculados deles, eles deixam de existir.
Maria José Ferrada apresenta a maternidade, a depressão, o suicídio e o desaparecimento sútil e transversalmente.
Ótimo livro, ritmo constante e impossível de ser largado.
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Marcia 21/06/2023

Minhas impressões sobre o livro
Conhecendo a escrita da escritora chilena: Maria Jose Ferrada
Impactada com a grandeza de conteúdo desse livro. É um livro pequeno com 88 páginas, capítulos bem curtos porém fortes com muito a ser refletido.
O livro vai nos contar a história de uma menina que acompanhará seu pai nas viagens de trabalho pelos vilarejos do Chile.
Ele é um caixeiro viajante que vende ferramentas da marca Kramp. Nessas viagens ela vai descobrindo a vida, a dura realidade que enfrentam pela sobrevivência diária e também vai aprendendo nao só com o pai mas com todos que encontram e com as situações que enfrentam.
A astúcia, a desenvoltura e rapidez de pensamento da menina nos impressiona. Ela vai "elaborando toda uma teoria poética e filosófica sobre o mundo, construída na fronteira entre a ingenuidade e a sabedoria, através de metáforas criadas a partir dos produtos que vende, dos filmes que vê, dos fantasmas da ditadura, e do contacto social e cultural com um mundo em ruptura, interna e externa." É incrível!
A narrativa do livro é feita por ela e de forma tão bem construída que prende nossa atenção do começo ao fim.
A mãe da menina sofreu uma espécie de trauma e fica meio ausente psicologicamente a maioria do tempo. No decorrer da leitura saberemos que tem haver com a ditadura chilena.
A escritora não nomeia os personagens, apenas coloca a primeira inicial do nome deles. A menina é a M, o pai é D e assim segue. O motivo disso só soube depois: a história é real e a escritora quis poupar as pessoas.
O livro foi vencedor dos prémios do Círculo de Críticos de Arte, do Ministério da Cultura e do município de Santiago do Chile.
Gostei demais e aprendi muito.
Valeu
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Nani84 19/06/2023

Que história poética. É uma narrativa tão simples, fatos cotidianos carregados ao mesmo tempo de muitos sentimentos controversos, mas com tanta sutileza. Eu amei.
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Matheus656 11/06/2023

Ambientado durante a ditadura de pinochet, ?kramp? narra a história de ?m?, uma menina de oito anos, e do seu pai ?d?, um representante da empresa de marcenaria kramp que viaja de cidade em cidade para vender seus produtos. ?m? acompanha o pai em seus trajetos, faltando às aulas e aprendendo lições valiosas sobre a vida, enquanto sua mãe, uma mulher distante e melancólica, permanece distante.

antes de mais nada, ?kramp? é uma narrativa sobre a vida e sobre como a solidão nos envolve, além de abordar o tema do ?fim das coisas?, em especial, dos relacionamentos que gradualmente se desvanecem.

a narradora do livro é extremamente carismática, combinando a inocência de uma criança com a sabedoria de uma viajante que enxerga em tudo uma oportunidade de aprendizado. embora curto e geralmente lido em uma só sentada (o que aconteceu por aqui), o livro exige bastante tempo para ser digerido.

os diálogos são breves e os capítulos curtos, mas as passagens e os devaneios são extremamente precisos. a personagem ?m? é psicologicamente bem construída e apresenta observações interessantes sobre a sua realidade e sobre a realidade dos que convivem com ela. maría josé ferrada tem um estilo de narração peculiar que torna a leitura precisamente fluida e envolvente.

?kramp? é uma história forte e impactante, mas contada com leveza e delicadeza. a narrativa em primeira pessoa é impecável, evidenciando sutileza, demasiadamente a melancolia e a beleza nas pequenas impressões do mundo.

um livro potente e com uma narrativa forte que realmente impressiona. sem dúvidas um dos melhores do ano.

recomendo muitíssimo a leitura.
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