Soteropolitanos

Soteropolitanos Matheus Peleteiro
Gabriel Veronez




Resenhas - Soteropolitanos


7 encontrados | exibindo 1 a 7


Gabriel Perez Torres 05/04/2024

Uma Celebração Soteropolitana
A antologia "Soteropolitanos" é uma vibrante coleção de textos que celebra a diversidade e a riqueza cultural da Bahia através das vozes de seus escritores. Organizada com um olhar atento para capturar a essência da vida soteropolitana, a obra é um mosaico de estilos e temáticas que refletem o dinamismo e a pluralidade da região.

Os textos, variando entre contos, crônicas e poesias, navegam por diferentes facetas da experiência baiana, desde suas raízes afro-brasileiras até as influências contemporâneas que moldam sua identidade hoje. O leitor é convidado a mergulhar em histórias que vão do humor ao drama, do místico ao cotidiano, cada uma oferecendo uma visão única da vida na Bahia.

Um dos pontos altos da antologia é sua capacidade de evocar o lugar de forma tão palpável. As descrições vívidas de cenários, personagens e dialetos transportam o leitor para as ruas de Salvador, suas praias, mercados e festas. Essa imersão é enriquecida pela autenticidade dos diálogos e pela profundidade com que explora temas universais como amor, perda, resistência e alegria, sempre através do prisma da identidade baiana.

Entretanto, "Soteropolitanos" vai além da mera representação cultural. A antologia desafia o leitor a refletir sobre questões sociais importantes, como desigualdade, racismo e a luta pela preservação da cultura e da história afro-brasileira. A seleção de textos demonstra uma consciente inclusão de vozes marginalizadas, proporcionando uma plataforma para que sejam ouvidas e valorizadas.

Em suma, "Soteropolitanos" é uma obra que celebra a Bahia em todas as suas cores, sabores e sons. A antologia é um testemunho do talento literário da região e um convite para conhecer suas histórias mais íntimas. É, sem dúvida, uma leitura obrigatória para quem deseja compreender a complexidade e a beleza da cultura baiana.
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Literatura & outros blues 21/03/2021

A cidade é desnudada a cinquenta e quatro mãos
Eu tinha em mente compartilhar aqui algumas leituras. Uma coisa semanal. Uma espécie de exercício para me ajudar a escrever, nem que fosse uma resenha. Nem isso tem saído. Sinto meus músculos produtivos atrofiando nesses dias de peste. Mas vamos tentar. Também é de meu interesse debater aqui e ali o que tem sido produzido pela(o)s autora(e)s contemporânea(o)s. Vamos tentar. Não esperem muito de mim, neste caso. Minha especialidade é deixar tudo pela metade.
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Nada mais justo do que começar pelo Matheus Peleteiro. Não só pelas obrigações de camaradagem, mas porque a nova antologia que ele organizou me deixou com vontade de escrever. E, acreditem, isso tem sido muito. Vinte e oito soteropolitanos conduzem nossos passos pelos becos e pontos apreciáveis de Salvador, “mas, ao mesmo tempo, tendo que enfrentar os caminhos perigosos de uma periferia que morre e ninguém vê.” Crítica social. Humor. Olhar sobre nossos dias. Falando nisso, o livro não poderia ser aberto por um conto melhor: “Desde que começamos a contar os mortos, nunca mais o sono por inteiro. Nunca mais os pássaros fofoqueiros da manhã. Logo agora, justo agora, esse vazio na selva de prédios.” A musicalidade, a poesia, a angústia presentes nesse conto da Kátia Borges ecoarão em outros contos. Um deleite.
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Coisas que muito me agradam nesta antologia: 1. A forma como os espaços são divididos. O Matheus, com toda sua sensibilidade que conhecemos, foi bem assertivo aqui. Ocupam esses espaços homens e mulheres, escritores com experiência no mercado e escritores se inserindo no mercado através da antologia – mas com a qualidade e rigor de veteranos. 2. A forma como os textos fogem das caricaturas que pintamos sobre os “baianos”. Por tabela, a caricatura do nordestino também não reproduzida nos textos. Eu sei, às vezes a gente esquece que a Bahia é um país no Nordeste de um país. Isso é um tema que tenho muito interesse enquanto nordestino. Gosto de obras que nos retratam através de selfies, que sabem que não estamos mais na década de 30 do século passado. (Pensando agora em escrever sobre o Mailson Furtado). É isso, vale conferir esses vinte e oito Soteropolitanos. Nestes contos, a cidade é desnudada a cinquenta e quatro mãos.

site: https://www.instagram.com/p/CMrxYG5MuDz/?igshid=w5u8agjsk75y
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Alexandre 22/01/2021

Para conhecer Salvador
Com a organização cuidadosa do escritor Matheus Peleteiro, Soteropolitanos apresenta ao leitor 28 contos diversos em suas poéticas, sonoridades e temáticas. Por isso mesmo, o livro nos chega como um convite para conhecer mais, buscar mais dos escritos daqueles autores/autoras dos contos que mais nos tocaram.

Dos 28, destaco os seguintes contos que me fizeram rir e chorar.
-Helena não fala, de Laize Ricarte
-A falta, de Matheus Peleteiro
-O sonho de nossa senhora, de Amós Heber
-Invasão de território, de Luara Batalha
-O plágio, o riso e a dor, de Franciele Cruz
-O fio, de Anna Luiza Rocha
-Duas identidades, de Daniel Pasini
-Só o amor une pessoas especiais, de Edgard Abbehusen
-O casamento do astronauta, de Murilo Melo
-Clínica do povo, de Achel Tinoco
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Marcio.Carvalho 18/01/2021

Ótima coletânea de contos
Uma ótima coletânea de contos organizada pelo autor Matheus Peleteiro. Como todo livro desse estilo, há contos que funcionam melhor para cada perfil de leitor, e o importante é conhecer novos autores. Achei a seleção bastante plural e há histórias das mais diversas temáticas e gêneros literários. Recomendo para todos que queiram conhecer alguns dos autores contemporâneos de Salvador.

Meus favoritos foram:
- Desde que começamos a contar os mortos - Kátia Borges
- Invasão de território - Luara Batalha
- O sal da terra - Breno Fernandes
- Só o amor une pessoas especiais - Edgard Abbehusen
- Contorno - Jaisy Cardoso
- Um cidadão de bem - Victor Mascarenhas
- O casamento do astronauta - Murilo Melo
- A falta - Matheus Peleteiro
- A morte de uma puta mulher - Iggor Chiacchio

PS: o destaque negativo fica para Meu tio Geraldo (Paulo Bono). Conto com teor machista e homofóbico que destoa do restante da coletânea.
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Mila | @milaeoslivros 14/01/2021

Adorei te ver, Salvador!
Impossível ler esses contos e não me imaginar passeando pelas ruas baianas, alguns mais leves e outros mais pesados, todos os contos com potencial de nos tocar. Um leitura fluida e que vale muito a pena!
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Mari 21/11/2020

MUITO MASSA VEI
✰ Em um bom baianês, QUE LIVRO MASSA! Soteropolitanos é uma antologia organizada pelo escritor baiano @_matheuspeleteiro produzida de forma colaborativa por autoras e autores que viveram/vivem na cidade de Salvador.

✰ O livro conta com mais de 25 contos, e apresenta inúmeros escritores/as, desde os mais consolidados na literatura os mais novatos. Eu adorei conhecer esses escritores, alguns dos quais já me apaixonei e quero ler outras produções literárias.

✰ Fiquei muitíssimo feliz em ver a cultura de Salvador tão bem representada, com contos tão ricos, cheios de detalhes da nossa capital, com nossos bairros, nossas gírias, nossos jeitos, nossos cantos e nossos encantos. E foi assim que Soteropolitanos me encantou. Carregando tudo isso para muito além de Salvador, Brasil afora, e apresentando um pouquinho desta terrinha cheia de coisa boa...

✰ Aqui vai os meus contos favoritos:
- Invasão de Território (Luara Batalha);
- O Sal da Terra (Breno Fernandes);
- O Casamento do Astronauta (Murilo Melo);
- A Falta (Matheus Peleteiro);
- Clínica do Povo (Achel Tinoco);
- A morte de uma puta mulher - ou - o anel e o broche (Iggor Chiacchio).

✰ Quer adquirir uma unidade da Obra Soteropolitanos? Confere no perfil de Matheus -@_matheuspeleteiro - o que fazer. Espero que vocês leiam e levem um pedacinho de Salvador pra casa de vcs.
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Rafael Mussolini 27/10/2020

Soteropolitanos
"Soteropolitanos" (Edição do autor, 2020) é uma antologia de contos de escritoras e escritores da Bahia. O livro conta com a organização do Matheus Peleteiro que também é baiano e assina um dos contos. Além desse projeto, Matheus é autor de seis livros que transitam pelos gêneros do romance, conto e poesia. Peleteiro já publicou em parceria com editoras e também possui publicações lançadas de forma independente, como é o caso de Soteropolitanos que chega com participação de outros 27 escritores. Matheus Peleteiro chama atenção pela qualidade de seu trabalho literário e pela sua atuação em prol da democratização do acesso à leitura no que diz respeito à escrita onde "Soteropolitanos" representa mas um capítulo com seu chamado de vozes consagradas e iniciantes da Bahia para exaltar a literatura enquanto expressão criativa. Publicar de forma independente no Brasil é uma maneira de se posicionar contra uma realidade onde poucos falam e de mostrar a força da nossa literatura que floresce apesar da falta de incentivo e de políticas públicas de leitura.

"Preparava a minha coletânea de contos oriundos de histórias baseadas em relatos de acontecimentos que escutei pela cidade de Salvador, até então planejada para ser um dia publicada sob o título "Soteropolitanos", quando fui acometido pela ideia de que, por mais que aquelas histórias tivessem sido vivenciadas por sujeitos reais, algo de maior simbolismo urgia para carregar tal denominação."

Foi assim que Matheus resolveu colocar outros autores na roda de forma a construir uma obra que carregasse mais vozes e que pudesse contribuir com a criação de mais um espaço de divulgação da literatura contemporânea da Bahia. Peleteiro salienta em seu texto de apresentação a impossibilidade de representar as inúmeras vozes que formam o cenário literário da Bahia, mas que essa é uma inciativa que ajuda a demonstrar a vastidão das narrativas e a diversidade de olhares dessas produções. Esse olhar para o próprio local de origem é algo interessante, pois ao mesmo tempo que abraça os seus faz um movimento de romper barreiras levando essas histórias para outros lugares.

Através de contos curtos e profundos os autores apresentam uma diversidade de temas. Encontramos histórias sobre encontros e desencontros amorosos, afetividade, sexo, diversidade sexual, solidão, pandemia, violência, saúde mental, desigualdade social, perdas, religião, relação com a cidade, morte, entre outros. Mesmo aqueles contos que nos levam a caminhar por caminhos reais da famosa cidade de Salvador, optam por não nos levar a lugares comuns e ideias pré-concebidas do que é a Bahia ou do que é ser baiano, mostrando que existe uma infinidade de maneiras de ser, estar e viver em uma certa localidade.

Em um dos contos intitulado "Só o amor une pessoas especiais" escrito pelo Edgard Abbehusen temos uma história que inicia dizendo: "Se Ana soubesse que, ao sair de casa, naquele dia, daria de cara com seu grande amor, capricharia mais no look". E Ana se encontra com um amor romântico em um conto que é também um amor pela cidade. Um amor sem filtros que consegue olhar para as mazelas que assolam as ruas - "negro, numa cidade de maioria negra, mas construída para brancos, maquiada para turistas, repleta de desafios e preconceitos."

A diversidade sexual aparece em mais de um conto como no "Contorno" de Jaisy Cardoso que relata o desalento da perda de um amor. Um rapaz assiste a partida do homem da sua vida sem poder fazer nada e por estar amarrado por uma das correntes que sustentam a homofobia. "Os anos se passaram e eu sabia que Leo era o amor da minha vida, mesmo me negando o direito de gritar isso ao mundo". E foi em Contorno que também descobri que lá em Salvador existe uma Avenida Contorno como aqui em Belo Horizonte.

No conto "O sal da Terra" o Breno Fernandes transcreve de forma criativa e muito divertida uma conversa de telefone com um objetivo muito justo. Foi um conto que me fez rir pela forma realista que retrata uma conversa informal entre duas pessoa íntimas, relatando um episódio banal do ambiente de trabalho e que revela muito sobre nossas ações quando em grupo, quando confrontados, quando diante de nossas superstições.

Em "A Falta" do Matheus Peleteiro as vivências de uma mulher em situação de rua são apresentadas de forma chocante e realista. É um conto que consegue nos fazer questionar sobre esse sistema que permite a existência de pessoas que simplesmente não tem onde morar e como essas pessoas precisam encontrar as próprias artimanhas para poderem continuar vivas. "É um negócio esquisito, mas quem vive em situação de rua sabe que é preciso incentivar a piedade alheia para não dormir de barriga vazia."

Essa fuga dos estereótipos e dos clichês sobre a Bahia, esses fortes posicionamentos sobre a realidade, elevam a qualidade das narrativas e nos apresenta a autores com intenções que vão mais para a entrega e a confissão de uma criação literária genuína e muitas vezes confessional do que para lugares comuns e que poderiam ser considerados mais palatáveis ou vendáveis. Sentimos um gostinho do que os soteropolitanos tem a nos mostrar e ficamos com sede de mais. Na obra os paralelepípedos do Pelourinho e tantos outros locais conhecidos e desconhecidos de Salvador são apenas passarelas onde desfilam personagens reais que verdadeiramente são o alicerce da Soterópolis.

site: https://rafamussolini.blogspot.com/2020/10/soteropolitanos-de-matheus-peleteiro.html
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