Brubs² 01/09/2023
"Aonde você for, eu vou. Foi a promessa que fizemos" ?
Um Assassino nos Portões era tudo que eu imaginava pra essa saga! Que livro saboroso do começo ao fim!! Eu, novamente, duvidei da minha capacidade - quase sendo enrolada pela escrita da Sabaa Tahir -, fiquei sentimental, com a mente a mil e louca pra saber mais!
Era esse tempero que tinha faltado no segundo livro (que foi pura enrolação); intrigas, revolta, revelações, tragédia, coragem (!!), e um aparente fim da raça humana. Só coisa boa, de qualidade.
Eu pude, finalmente, sentir a dor da Águia de Sangue; todo o remorso que ela sente, a coragem e o amor impregnados nela, me foram abertamente revelados nesse livro e, apesar de entender que ela ainda precisa aprender muito com o respeito para com outros povos, senti nesse caos todo a verdadeira essência da Helene Aquilla sem a perversão de Blackcliff: Leal até o fim.
Foi muito prazeroso ver que (agora sim) Laia tomou as rédeas da própria vida, do destino dos povos, e quer desenvolver suas habilidades. (Eu disse o mesmo sobre o livro anterior e o progresso que ela deveria ter feito para com seus poderes foi simplesmente ignorado e jogado pra baixo dos panos? Sim, foi, mas agora vai).
Antes era muita falação da própria autora sobre quando e como Laia treinaria e se aperfeicoaria (em parte porque já saquei que a escrita da Sabaa é composta de uma pitada de enrolação + retroceder avanços na tentativa de perdurar e adiar as coisas pro último minuto como se nunca tivesse falado daquilo antes, usando a mesma base pros diferentes plots? Isso mesmo), mas agora que realmente surgiu uma oportunidade e ela tomou consciência do que é necessário, sinto que toda a pose de fodona que ela é capaz de ter, ela terá.
Falar em Laia é falar em Elias. E falar de Elias dói.
O coitado só queria ser livre, desde o primeiro minuto dele nesse universo ele só queria liberdade... e essa é a única coisa que ele NUNCA consegue. Ah é, ele não tem UM SEGUNDO de paz também; nada de felicidade ou o amor que ele merece. É SÓ LAPADA.
Adorei o drama desse livro, a construção dos fatos me manteve presa à narrativa, lendo facilmente metade dele em um dia; mas ainda sinto que a Sabaa peca no romance. Ela foca tanto no desafios que eles irão enfrentar que só presume a relação amorosa e mete goela baixo... Entendo que não é o foco, mas um amor que brota na falta de interação é meio difícil sustentar. Consigo sentir o romance dos meus bebês Elias e Laia porque eles tem uma química boa demais desde o livro 1 (é Elias né vei, quem não quer esse homem?). Mas as cenas de interações deles - principalmente as românticas - reduziram drasticamente a medida que um amor avassalador cresceu. Ficou meio "hm tá ok, aceito porque já era óbvio", não um "uau que desenvolvimento fodástico"? Sim, ficou - mas eu amo eles e aceito.
Em contrapartida, o slow burn que está tendo entre Avitas e Aquilla é de tirar o fôlego!! Isso sim tá sendo bem desenvolvido - nossos protagonistas sofridos deveriam ter o mesmo tratamento!
Em resumo, os fatos foram muito bem colocados; os segredos revelados na hora de maior drama; o sentimento - luto, tristeza, aflição, coragem e amor fraternal - que a Tahir quis trazer, foram transmitidos com maestria. Esse foi o livro dessa saga que tive mais marcações, todas tocando em algum lugar profundo da alma que os livros anteriores não conseguiram alcançar.
Toda a dor de um povo, a revolta, a incongruência na escravidão foi passado da maneira mais cortante possível. O choque de realidade e o confronto com a verdade foram essenciais para que cada personagem evoluísse no que tangia a eles.
"Eu sobrevivi a esse sentimento antes e sobreviverei de novo. Neste mundo infernal e causticante, nesta confusão de sangue e loucura, a justiça existe apenas para aqueles que a tomam para si. Que eu arda nos infernos se não for um deles." ??