A Mão Esquerda da Escuridão

A Mão Esquerda da Escuridão Ursula K. Le Guin...




Resenhas - A Mão Esquerda da Escuridão


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fatimaria 22/03/2024

Esse livro me surpreendeu, e muito. achei que receberia uma ficção científica política, sobre movimentos e relações entre planetas e nações que procuram se aliar (ou não). e no fim além disso tudo recebi também dois estudos de dois personagens fascinantes, reflexões absurdas de boas sobre nacionalismo e o papel do gênero na sociedade, e uma história direta e concisa como a muito tempo eu não via.

a primeira metade do livro é mais lenta e focada em worldbuilding, o que de jeito nenhum é um defeito (apenas foi meio difícil pra mim superar essa parte), pois inclusive um dos maiores destaques dessa história é seu mundo e suas construções e relações. fiquei fascinada do início ao fim. só comento isso porque depois que passei da metade o livro começou a tomar direções que eu realmente não esperava, mais pessoais.

e a escrita da le guin é absurda! ao mesmo tempo que nos distancia ela nos aproxima, fazendo o leitor se esticar e se contrair igual um elástico pronto para estourar. achei que seu estilo coube perfeitamente com o tom e as discussões e mensagens que ela busca trazer. é realmente um livro muito bem pensado e executado, recomendo demais
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Andrea 19/03/2024

Genial
A ideia de uma sociedade sem gêneros é muito interessante para gente perceber claramente o quanto os estereótipos são nocivos e destrutivos para as relações. Tem um momento que me marcou muito no qual a personagem percebe que por não haver diferenças entre as pessoas, não haver hierarquia entre os sexos, todos se interessavam genuinamente pela personalidade do outro. Achei uma perspectiva interessantíssima.
Além disso, a autora é muito talentosa e não deixa nada a desejar para outros livros de ficção famosos.
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Fernanda Menon 17/03/2024

Quem sabe na próxima
Minha primeira experiência lendo a famosa Ursula Le Guin.
Em "a mão esquerda da escuridão" temos a construção de um mundo em que não existe diferença clara de gênero e acompanhamos Ai, um enviado para estabelecer contato com esse novo mundo. Tudo é muito bem amarrado e construido, porém, senti que faltou algo a mais... talvez um final mais impactante, talvez mais ação durante a leitura.
Em muitos momentos achei a leitura arrastada e não tão interessantes quanto outros.
Apesar disso foi uma leitura agradável, mas não espere muita aventura.
Vou tentar mais um vez com outro livro e espero que seja melhor!
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Alison 16/03/2024

Interessante, porém esperava mais
Gostei bastante dos temas abordados pela história e achei a escrita muito boa, no entanto, não me cativou completamente.

A autora explora questões filosóficas, sociais e políticas, com um foco particular nas diferenças de gênero na sociedade do nosso mundo real, as quais são contrastadas com o planeta fictício Gethen, onde essas diferenças não existem.
A narrativa possui um ritmo agradável, equilibrando os diálogos políticos com doses de aventura. No entanto, para mim, a obra como um todo não alcançou o mesmo impacto de outros clássicos da ficção científica. Senti que faltou uma conclusão mais impactante. Talvez eu tenha perdido algum detalhe, mas minha percepção foi de que algo estava faltando; gostaria que a história tivesse um desfecho mais elaborado e menos abrupto.

Recomendo a leitura, mas sugiro não criar expectativas muito altas.
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Rauecker 15/03/2024

A mão esquerda da escuridão
Mesmo sendo um grande fã de ficção científica e tendo curtido muito o mundo que Lê Guin criou, o livro não me cativou. Mas acredito que a culpa maior foi minha, muitas expectativas e o prefácio escrito também ajuda a jogar a expectativa nas alturas. E no fim acredito que não foi o que eu esperava.

No mais o livro se passa em um planeta congelado no espaço, onde os humanos evoluíram a um determinado ponto onde são assexuados por maior parte do tempo, e em um determinado ciclo os hormônios desenvolvem o desejo sexual, os órgãos geniais para assim terem a relação com o parceiro ou parceira. Tudo é bem interessante tal qual uma ficção científica tem que ser.

O protagonista faz parte de uma espécie de ONU galática e está neste planeta para convencê-los (convencer o rei) a participar do seu comércio ligado que já inclui diversos outros planetas.

Neste ambiente temos choques culturais, reflexões sobre vida e sociedade e muita política, muita mesmo.

Recomendo a leitura pois as reflexões agregam demais e é sempre muito legal viajar entre um mundo imaginário e extrapolado como esse.

Citação preferida:

?A ignorância é a base do pensamento.?
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@thereader2408 13/03/2024

A mão esquerda do gênero
A história se passa no planeta gelado de Gethen, habitado por seres humanóides chamados Gethenianos. O romance segue a jornada do enviado especial da Ekumen, Genly Ai, que é encarregado de convencer os governantes de Gethen a se juntarem a uma comunidade galáctica de planetas.

Le Guin usa a ficção científica como um meio para explorar questões sociais e antropológicas, e "A Mão Esquerda da Escuridão" é profundamente enraizado em temas de gênero e política. A sociedade de Gethen é particularmente intrigante, pois seus habitantes são andróginos na maior parte do tempo, mas podem assumir características masculinas ou femininas durante o período de reprodução ou "Kemmer".

Durante o "kemmer" os getherianos experimentam mudanças físicas e hormonais que os levam a assumir características sexuais masculinas ou femininas, dependendo da interação com um parceiro kemmeriano. Este é o único momento em que eles se tornam sexualmente ativos e podem conceber filhos. Isso permite a Le Guin explorar as ideias sobre identidade de gênero, relações sociais e poder de maneira única.

Le Guin cria uma atmosfera de estranheza cativante e apresenta personagens complexos e multifacetados, como Genly Ai e Estraven, adicionando profundidade emocional à narrativa. Um dos aspectos mais interessantes do livro é a maneira como Le Guin desafia as convenções de gênero e sexualidade, questionando as noções binárias de masculino e feminino e explorando alternativas. Ela apresenta uma visão do mundo onde as diferenças de gênero não são fixas, mas fluidas e dependentes do contexto cultural.

No entanto, apesar de suas muitas qualidades, "A Mão Esquerda da Escuridão" pode ser uma leitura desafiadora para alguns leitores, especialmente aqueles que não estão acostumados com a ficção científica ou que preferem tramas mais diretas. A abordagem filosófica e contemplativa de Le Guin pode parecer lenta para alguns, e o foco em questões sociais e políticas pode eclipsar a trama principal para outros.

Em suma, "A Mão Esquerda da Escuridão" é uma obra-prima da ficção científica que explora temas universais de identidade, poder e comunicação e convida à reflexão sobre o que significa ser humano.

@thereader2408
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Geov 12/03/2024

Quanta imaginação!
Nunca tinha lido algo dessa autora antes, estou impressionada com tamanha complexidade dessa história toda a criatividade que a autora teve pra criar um planeta, intrigas políticas próprias e até mesmo o aspecto biológico e sexual.
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Fabio.Nunes 08/03/2024

Transgressor
A mão esquerda da escuridão - Ursula K. Le Guin
Editora: Aleph, 2019
Março de leituras só das minas.

Planeta Gethen. Também conhecido como Inverno.
Um planeta habitado por uma espécie humana um tanto diferente da nossa: os gethenianos são andróginos ambissexuais. Vivem um ciclo de 26 a 28 dias em que em 21 ou 22 são sexualmente inativos e, portanto, não manifestam biologicamente qualquer diferenciação de gênero em seus corpos, parecendo andróginos. Esta é a fase sommer. Nos demais dias entram numa fase chamada kemmer, uma espécie de cio, onde os indivíduos podem manifestar características sexuais caso haja parceiros para tal. Em não havendo parceiros, permanecem andróginos. Encontrando um parceiro também na fase do kemmer, o indivíduo começa a desenvolver características sexuais (hormônios e órgãos genitais) de um dos gêneros, enquanto o outro se desenvolve no sentido oposto, havendo também a possibilidade de parceiros Kemmer do mesmo sexo, mas que são muito raras.

"Luz é a mão esquerda da escuridão
e escuridão, a mão esquerda da luz.
Dois são um, vida e morte, unidas
como amantes no kemmer,
como mãos entrelaçadas,
como o fim e a jornada."

Como emissário do Ekumen (uma espécie de ONU interplanetária) conhecemos Genly Ai, um homem terráqueo e negro que chega a Gethen para propor aliança com as outras humanidades espalhadas pelo universo conhecido. Por meio desse protagonista tomamos conhecimento dos povos e países do planeta Inverno, e passamos a conhecer sua complexidade, tanto no âmbito sociológico quanto em termos mitológicos, biológicos e psicológicos.

Saliente-se que Genly Ai mostra-se um narrador não confiável, cheio de seus próprios preconceitos de gênero que acaba por se transformar enquanto convive e estuda, tal qual um antropólogo, os gethenianos.

Esse é o mote da obra. Mas não toda ela. Um livro curto para aquilo que se propõe e para a miríade de assuntos que aborda. Não se espante com o início, pois ele causa bastante estranheza. Aguente firme, pois depois a coisa deslancha.

Ursula Le Guin nos presenteia com uma obra de impacto criativo, acima de tudo ? transgressora. Uma ficção científica, publicada no auge da contracultura (1969), de viés feminista que discute a normatividade de gênero e nos instiga a sair do lugar-comum. Este é um livro cheio de subtextos, de sagacidade nas entrelinhas, que não se dispõe a dar respostas, mas a apresentar questões que devem ser pensadas ? sobre política, religião, patriotismo, papel de gênero, sexualidade, amor.

Por ser uma ficção que se desenrola num mundo totalmente novo, eu, como leitor organizado que sou, senti falta de um mapa - pelo amor de Simone de Beauvoir né Ursula! Personagens zanzando pra lá e pra cá o tempo todo e nenhum mapinha pra ajudar ao leitor a se achar (Tolkien se revira em seu túmulo). Mas claramente essa era a intenção da autora, chamar a atenção para aquilo que realmente importa nessa obra.

Em resumo, um bom livro para se realizar leitura conjunta viu. Dá o que falar.

"a verdade é uma questão de imaginação. O fato mais concreto pode fraquejar ou triunfar no estilo da narrativa: como a joia orgânica singular de nossos mares, cujo brilho aumenta quando determinada mulher a usa e, se usada por outra, torna-se opaca e perde o valor. Fatos não são mais sólidos, coerentes, perfeitos e reais do que pérolas. Mas ambos são sensíveis."
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"- (...) você sabe, por experiência própria, o que é patriotismo?
_ Acho que não sei. Se por patriotismo você não queira dizer amor pela própria terra, pois isso com certeza eu sei o que é.
_ Não, não quero dizer amor, quando falo em patriotismo. Quero dizer medo. Medo do outro. E suas expressões são políticas, não poéticas: ódio, rivalidade, agressão. Cresce dentro de nós esse medo."
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"Choque cultural não era quase nada comparado ao choque biológico que sofri como macho humano em meio a seres que eram, oitenta porcento do tempo, hermafroditas assexuados."
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"Lendas sobre previsões são comuns em toda a Família Humana. Deuses falam, espíritos falam, computadores falam. Ambiguidade oracular ou probabilidade estatística fornecem escapatórias, e as discrepâncias são eliminadas pela fé."
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"_Ainda não percebeu, Genry, porque aperfeiçoamos e praticamos a vidência?
_ Não...
_ Para demonstrar a completa inutilidade de saber a resposta à pergunta errada."
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"Fardo e privilégio são compartilhados de modo bem igualitário; todos têm o mesmo risco a correr ou a mesma escolha fazer. Portanto, ninguém aqui é tão completamente livre quanto um macho livre, em qualquer outro lugar."
(...)
"Considere: uma criança não tem nenhum relacionamento psicossexual com sua mãe ou seu pai. O mito de Édipo é inexistente em Inverno."
(...)
"Como ocorre com todos os mamíferos, exceto o homem, o coito só pode ser realizado por convite e consentimento mútuo;"
(...)
"Considere: não existe nenhuma divisão da humanidade em metades forte e fraca, protetora/protegida, dominante/submissa, dona/escrava, ativa/passiva."
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"Por ser tão estritamente limitado pela natureza, o ímpeto sexual dos gethenianos não sofre realmente muita interferência da sociedade; há menos sexo codificado, canalizado e reprimido do que em qualquer sociedade bissexual que eu conheça. Abster-se é uma decisão inteiramente voluntária; entregar-se ao prazer é um ato inteiramente aceitável. Medo e frustração sexuais são ambos extremamente raros. Este era o primeiro caso que eu via de um propósito social indo de encontro ao impulso sexual. Por ser uma supressão, e não meramente uma repressão, não causava frustração, mas algo mais funesto, talvez, com o decorrer do tempo: passividade."
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" Como se pode odiar, ou amar, um país? (...) Conheço pessoas, conheço cidades, fazendas, montanhas, rios e rochas, sei como o sol poente do outono se esparrama pela face de um certo tipo de terra arada nas montanhas; mas qual o sentido de impor uma fronteira a isso tudo, dar-lhe um nome e deixar de amar o lugar onde o nome não se aplica? O que é o amor pelo seu país? É o ódio pelo seu-não país?"
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"Amigo. O que é um amigo, num mundo onde qualquer amigo pode ser um amante quando muda a fase da lua? Não eu, trancado em minha virilidade: não era amigo de Therem Harth, ou de qualquer outro de sua raça. Nem homem nem mulher, nenhum dos dois e ambos, cíclicos, lunares, metamorfoseando-se sob o toque das mãos, crianças defeituosas colocadas no berço da humanidade, não eram carne da minha carne, não eram meus amigos; não haveria amor entre nós."
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"É bom ter um objetivo na jornada que empreendemos; mas, no fim das contas, o que importa é a jornada em si."
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"Acho que a coisa mais importante, o fator isolado de maior peso na vida de alguém é se nasceu macho ou fêmea. Na maioria das sociedades esse fator determina as expectativas da pessoa, suas atividades, seus pontos de vista, sua ética e conduta... Quase tudo. Vocabulário. Usos semióticos. Roupa. Até a comida. (...) É extremamente difícil separar as diferenças inatas das aprendidas. Mesmo onde as mulheres participam, em igualdade com os homens, na sociedade, ainda são elas, afinal, que ficam grávidas e cuidam praticamente sozinhas da criação dos filhos..."
(...)
"(...) não posso lhe dizer como são as mulheres. (...) De certa forma, as mulheres são mais estranhas para mim do que você. Com você eu pelo menos compartilho um dos sexos..."
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"Vi então novamente, e de uma vez por todas, o que sempre tivera medo de ver e vinha fingindo não ver nele: que ele era uma mulher, assim como era um homem. Qualquer necessidade de explicar as origens desse medo desapareceu junto com o próprio medo; o que me restou, finalmente, foi a aceitação dele tal como era."
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"Não tinha pensado, quando falei, no desprezo dessa gente pelo suicídio. Para eles, assim como para nós, não se trata de uma escolha. É a renúncia à escolha, um ato de traição. Para um karhideano que lesse nossos cânones, o crime de Judas não estaria na traição a Cristo, mas no ato que, selando o desespero, nega a chance de perdão, mudança, vida: seu suicídio."
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"não havia sombra para revelar nada."
Mel 08/03/2024minha estante
Parabéns pela resenha, Fabio!!!! Já tinha o interesse de ler esse livro, e lendo sua resenha só me deixou com mais vontade!!
Você é brilhante com as palavras!!


Fabio.Nunes 08/03/2024minha estante
Ôh Mel, obrigado pelo "brilhante". São seus olhos. ?


Max 08/03/2024minha estante
Fábio, quando eu crescer, juro, vou fazer resenha igual você! ?


Max 08/03/2024minha estante
Senti, Fábio, como você bem disse, o tema é maior que o livro, devia ser, no mínimo uma trilogia, com mapa né!


Fabio.Nunes 09/03/2024minha estante
Kkkk que isso Max, vc é o cara. E sim, trilogia com mapa!


Flávia Menezes 09/03/2024minha estante
Como diriam os cariocas: aulas!
É o que eu tenho pra dizer de uma resenha de um livro que eu achei ter uma trama bem complexa (e totalmente fora da minha zona de conforto), mas que já dá vontade de conhecer só de ler sua resenha.
Mas uma vez?amigo? aulas! ??????


Fabio.Nunes 09/03/2024minha estante
Flávia querida, grande bju e mto obrigado


Regis 10/03/2024minha estante
Quando for iniciar esse livro, voltarei aqui para ler essa maravilhosa resenha e não me espantar, tanto, com o início da leitura, Fábio.
Parabéns pela resenha instigante e esclarecedora! ???


Fabio.Nunes 10/03/2024minha estante
Querida Regis, agradeço o carinho. Grande bju




Michele Boroh 29/02/2024

O pé esquerdo da propaganda
Eu esperava pelo menos um pouco de coerência com a publicidade superlativa em torno da obra e da autora, mas foi uma leitura recheada de clichês; de críticas já batidas antes; uma tentativa de afetar complexidade em elementos - nomes de pessoas, lugares, calendário... - que, além de não somar, atrapalham a fluidez; trechos arrastados e longos muito além do necessário e a "criação" de um mundo - ela que é elogiada como, entre outros, uma 'criadora de mundos' - não só muito pobre em criatividade, mas cheio de falhas e inconsistências Físicas e Astronômicas.

Na época da publicação, e acredito que esse foi o principal motivo de ser resgatado atualmente, ela pode até ter sido ousada com a abordagem dos papeis de gênero, mas até isso eu achei raso. No raso, aliás, fica toda a sua abordagem da psicologia humana.

Terminei na força que assumi com o clube de leitura, caso contrário teria abandonado.
Alê | @alexandrejjr 05/03/2024minha estante
Eu fiquei curioso com o título e com a tua posição política, Michele. Confesso. ?


Michele Boroh 07/03/2024minha estante
Oi, Alê! O título foi só um trocadilho mesmo com o próprio título do livro. Mas, sim, pode ter alguma pista sobre minha posição, não nego. ? E ela é: não ser paquita de nenhum político nem partido nem ideologia, me manter lúcida e limpa o máximo possível. ?


Alê | @alexandrejjr 07/03/2024minha estante
Boa, Michele! Manter a dúvida talvez seja a melhor maneira de exercer a lucidez.


Alex 13/03/2024minha estante
Talvez você não goste muito do tipo de ficção científica dela ou mesmo da escrita. Acontece.


Ricardo Tavares 08/04/2024minha estante
Minha opinião é semelhante a sua. Li Philip K. Dick e Isac Asimov. Dois mestres da ficção científica. Ursula não me fisgou. Só terminei a leitura porque escolhi o audiolivro. No modo Epub


Ricardo Tavares 08/04/2024minha estante
Não consegui ler o livro (e-book). Ouvi no modo áudio e achei muito arrastado e confuso.


Michele Boroh 09/04/2024minha estante
Nossa, Ricardo! A leitura também pode ser definida como o áudio: arrastada e confusa. Terminei para não falhar com o clube de leitura e o efeito foi igual em todos os membros: ninguém gostou do livro. Valeu por conhecer a autora e uma obra, mas infelizmente caímos na eficiência da publicidade. Obrigada pelo comentário! Abraço!




Luanna.Noronha 28/02/2024

Fazia bastante tempo que eu estava namorando esse que é o livro mais famoso da autora estadounidense Ursula K. Le Guin. Confesso que desanimei um poquinho nos primeiros capítulos pela quantidade de informações novas e pouco contexto, mas ter um bloquinho por perto para anotar nomes importantes ajudou bastante.

Superado esse primeiro susto, o livro vai nos familiarizando aos poucos à missão do diplomata enviado da Terra, Genly Ai, ao planeta Gethen e a seus habitantes humanos. Os getilianos são um povo que não tem diferenciações sexuais permanentes e não inventaram categorias de gênero. Eles não conhecem a guerra e, como se poderia imaginar de habitantes de um lar que nunca abrigou animais alados, jamais sonharam em alcançar as estrelas.

“A mão esquerda da escuridão” é uma síntese de uma belíssima reflexão que dá nome ao livro e também representa a revolução interna do protagonista, cujas descobertas acompanhamos simultaneamente ao desenrolar de trama política resultante de sua chegada ao planeta Inverno. Nesse planeta, os engessamentos dos moldes de expressão de gênero de Genly não apenas são irrelevantes, como um empecilho para que ele entenda com profundidade aquela nova humanidade e, consequentemente, o funcionamento de sua política. A autora tem uma linguagem um tanto objetiva que deixa a leitura bem fluida, mas que também me deixou com um gostinho de quero mais. Fiquei desejando que o livro fosse mais extenso e detalhado.

Cheguei a ver pessoas que se desapontaram porque o livro não chega a discurtir diretamente dilemas sobre gênero. Nesse sentido, fica o lembrete de que este livro não é um ensaio crítico, mas uma obra de ficção cientifica que tem como ponto forte justamente a qualidade mais fascinante e característica desse gênero literário: a imaginação de como seria a vida e os dilemas humanos num mundo radicalmente diferente do nosso. Qualidade essa que está, ironicamente - mas não surpreendentemente - ainda tão atada aos sistemas socioeconômicos e de gênero vigentes. Além disso, uma leitura um poquinho mais atenta deixa claro que o desvio a tais sistemas é explorado através dos detalhes que a narração do diplomata deixa escapar: através dos estranhamentos que ele tem em relação a como os getilianos se relacionam entre si e com seu mundo, nos motivos que levam Genly a desconfiar ou não de cada pessoa, em como percebe que eles não classificam seus sentimentos em válidos versus vergonhosos como fazem os terraqueos e etc.

Ler um livro que, em 1969, explorou aspectos da ficção científica ainda pouco explorados foi um bom refresco. Apesar de amar o gênero, por vezes me canso de ver fantasias com pouca criatividade na concepção de possibilidades para a humanidade. Este livro merecia uma sequência, mas parece que existem apenas outros que compartilham o mesmo universo, não dando continuidade à história, infelizmente.
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Paula.Campos 21/02/2024

A culpada fui eu
Antes de ler, criei grandes expectativas sobre o tema de uma humanidade sem gênero. Reflexões políticas, sociais e sexuais. O livro não traz isso, mas ele nunca prometeu trazer. Me decepcionei e a culpa foi minha. É uma ficção científica, uma distopia muito bem descrita, porém fui com muita cede ao pote.
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Susan.Kelle 19/02/2024

Desafio 12 livros - @clube.da.may
https://www.instagram.com/p/C2jXhAhMhHz/?igsh=c3RzenByOGYwdzEx

O início é um pouco confuso e difícil, mas quando você consegue finalmente se localizar o brilhantismo de Leguin se revela. Num primeiro momento eu simplesmente não dei bola pra dualidade sexual dos gethenianos e realmente não entendia a desconfiança
De Genly em relação a eles, só depois de conhecer melhor Genly foi que entendi que, para ele, eles eram incompreensíveis simplesmente por não poderem ser enquadrados em nenhum papel de gênero ao qual Genly estivesse acostumado. Achei de uma complexidade incrível a mitologia que Leguin criou para Gethen, o sistema social e político, a religião dos gethenianos. Tudo foi tão bem colocado em seu lugar que o planeta pareceu mesmo real. Genial.
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Iago 19/02/2024

A mão direita da Luz
Uma ficção científica de qualidade, das boas mesmo. Detalhes maravilhosos sobre intrigas políticas, medo do novo, medo do desconhecido, sobre o que é a humanidade, sobre o que é o patriotismo e sobre adaptação. Em um mumdo ambissexual, nosso protagonista, um homem da terra, se vê confrontado com dinâmicas sociais novas e como um mundo sem gênero se desenvolve... A guerra é algo masculino?, ele se pergunta. Muitas perguntas são feitas e nós acompanhamos as possíveis respostas no mundo gelado de Gethen, carinhosamente apelidado de Inverno. É o tipo de livro que mexe com bases de convenções sociais, isso hoje, imaginem na década em que foi lançado. Um ótimo ponto de partida para quem quer conhecer Úrsula K. Le Guin.
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Irina.Alfonso 15/02/2024

A Mão Esquerda da Escuridão
Um clássico da ficção científica! O livro conta sobre um terráqueo que é representante de uma espécie de ONU entre planetas que está em expedição no planeta Gethen. Sem dúvida, a parte mais interessante são os habitantes de Gethen, que são assexuados em sua maior parte do tempo, só desenvolvendo sua parte binária em um momento específico do ciclo (desempenhando um papel feminino ou masculino em diferentes ciclos, nunca padronizado). Esse fato nos leva a questionar os papéis de gênero que nossa cultura impõe, propondo um exercício de imaginação, de como seria um mundo em que os indivíduos desempenhassem papéis em igualdade.
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Bruno 15/02/2024

O desconhecido é real
Acho que muito do que se fala sobre esse livro se reduz à questão de gênero que ele levanta. Apesar de achar isso relevante, penso que isso seja um meio para o desenvolvimento de uma experiência maior.
"A mão esquerda da escuridão" é uma referência aos versos que Harth (Estraven) recita em determinado momento. Esses versos falam sobre como luz e escuridão andam juntas, com a mão direita da luz e a mão esquerda da escuridão. O uso do termo "escuridão" aqui parece representar o todo daquilo que é desconhecido. Genly Ai é um enviado de uma sociedade avançada para tentar convencer a população de Gethen a se juntar a um tipo de aliança interplanetária que contempla mais de 80 planetas. Esse enviado, muito parecido com nós humanos da vida real, se vê num planeta de clima hostil e com costumes muito diferentes, incluindo a questão da "ambissexualidade" dos habitantes.
Os habitantes desse planeta também são desconfiados do enviado, afinal eles não o conhecem. Isso tudo acaba por nos colocar na pele do estrangeiro, do desconhecido, mostrando como ímpetos patrióticos e diferenças sexuais acabam por nos isolar em tal lugar. Essas diferenças levam ao medo, medo daquilo que não se conhece, do que existe na escuridão.
Em outro momento do livro, Faxe diz a Genly que ele deve aceitar as incertezas da vida, abraçando a escuridão e não vivendo apenas na aceitação da luz. De fato, essa escuridão (o desconhecido) contempla também a morte. Curiosamente, a única certeza da vida é completamente desconhecida pra nós.
O grande ponto de virada é quando Genly aceita uma das personagens como ela é de fato e não mais a vendo pelas lentes da sua própria criação e socialização. Ele passou pela escuridão e lá encontrou o contato de verdade, a amizade.
Sendo um livro sobre o desconhecido, nada mais justo do que terminar com uma pergunta vinda de uma missão que parecia inútil. Nada traria de volta o que foi perdido, apenas jogar luz em pequenos pontos de escuridão.
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