A mão esquerda da escuridão

A mão esquerda da escuridão Ursula K. Le Guin...




Resenhas - A Mão Esquerda da Escuridão


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KiraLunna 12/10/2021

Gostei muito desse livro! Confesso que estava um pouco receosa com a sinopse, mas no fim eu gostei bastante. Acho que a autora soube trabalhar muito bem as relações políticas entre os dois países centrais. Inclusive gostei mais do trabalho com a trama política do que do trabalho sobre a questão de gênero em si. Acho que dava para tratar essa questão de maneira mais real (achei os comentários do protogonista em relação a isso um pouco sem sentido). Achei, também, que às vezes faltaram algumas explicações ou explanações sobre o planeta e seus habitantes; e que a quantidade de nomes não explicados confunde um pouco quem lê, mas não prejudica o entendimento da história. Gostei principalmente de como a autora constrói uma trama que nos faz criar expectativas e depois questionar o por quê de esperarmos que certas coisas aconteçam, me fazendo refletir sobre como o meu contexto social molda o que eu vejo e como eu vejo, me deixou mais atenta às minhas limitações de perspectiva, e isso é o que mais levo do livro e da discussão com o clube! Dei 4/5, pois é um livro que fala muito ao não falar.
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ragnaei 13/10/2022

Eu não pretendia escrever uma resenha sobre este livro, no entanto, dois meses depois de eu ter terminado a leitura, ele ainda não deixou minha memória. E acho que livro bom é assim mesmo, aquele que dá saudade e fica ensinando mesmo depois de lido.

Não tenho muito mais a falar da história do que todas as outras pessoas que já falaram sobre esta obra, mas queria falar um pouco do sentimento que ficou. A mão esquerda da escuridão debate gênero, sexualidade, mas também, patriotismo, nação, humanidade. Acredito que no momento em que estamos, existem muitas ocasiões onde as falas dos personagens, principalmente de Estraven, me voltam à mente. Ele se tornou meu personagem favorito do livro, e vejo nele um papel muito importante até hoje. A leitura me prendeu de um jeito que eu começava e não queria parar (mesmo com parágrafos enormes que podem assustar à primeira vista). Me senti envolvida, emocionada, animada e inconsolável durante a trajetória de Genly (e de Estraven).

Foi meu primeiro livro da Le Guin, e pretendo ler mais ficção científica, em especial, as obras dela.
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Wania Cris 06/11/2022

Gênero é necessário?
Uma obra de ficção científica nos traz questionamentos sobre gênero, heteronormatividade, relações pessoais, sexo e sexualidade. Ursula, a dama do sci-fi, não tem medo de colocar em cheque comportamentos e sexualidade.

Genly Ai também tem essas questões como resolvidas e fica impactado com uma sociedade em que isso é secundário. Não há necessidade de se ser homem ou mulher até que se entre em kemmer, período mensal de relacionamento sexual. Pode um ser que não seja totalmente homem comandar um país? Pode alguém que não é apenas mulher ser sensível?

Le Guin leva essa discussão adiante numa obra sensível, porém densa. A escrita dela é maravilhosa, mas, por algum motivo, não conseguia me manter na leitura. Sabe quando qualquer coisa te atrai mais que se manter lendo? Então. Quer dizer que o livro é ruim? Definitivamente não, é muito bom, meu momento é que não colaborou, por isso levei tanto tempo pra terminar... Uma pena.

A tradução de Susana L. de Alexandria é tão maravilhosa quanto a escrita de Ursula e fico imaginando que desafio foi traduzir um texto de gentherniano para português. Parabéns, Susana, por fazê-lo e com tanta qualidade.

Ursula merece sempre ser lida, mas Lembrem-se de reservar muito tempo e dedicação para suas obras. É necessário...
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Marcelo.Castro 02/11/2022

A Mão Esquerda da Escuridão
Segundo livro do ciclo de Hain, sem que necessariamente seja uma continuação de Despossuídos, ou haja uma relação de dependência entre as histórias. Portanto, como a própria autora diz, os livros podem ser lidos na ordem em que chegarem até suas mãos. O que aproxima as duas histórias é a incrível capacidade de Ursula trazer para nós a riqueza de novos mundos, sociedades e filosofias a partir de conceitos já conhecidos por nós - mas aplicados em situações completamente diversas. Assim, formas de governo, relações sociais, estruturas familiares, sexualidade, religião, são criadas (ou recriadas) e trazidas para nossa reflexão e questionamento. Mais uma vez temos um choque de realidades, entre o Enviado e o povo local de Inverno, que abre um campo riquíssimo para o desenvolvimento da obra. Assim como em Despossuídos, estamos diante de uma ficção científica de grande qualidade, mas que não se limita aos temas típicos do gênero (ciência, viagens espaciais, raças alienígenas), explorando questões atinentes a própria humanidade, sempre instando o leitor a reflexão sobre a própria condição humana. Muito recomendado!
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Marlon.Abel 30/12/2022

"? O desconhecido ? disse a voz suave de Faxe na floresta ?, o não previsto, o não provado: é nisso que se baseia a vida. A ignorância é a base do pensamento. A não-prova é a base da ação. Se houvesse certeza de que Deus não existe, não haveria religião. Nem Handdara, nem Yomesh, nada. Mas também, se houvesse certeza de que Deus existe, não haveria religião... Diga-me, Genry, o que sabemos? O que é certo, previsível, inevitável... a única certeza que você tem sobre seu futuro, e o meu?
? Que vamos morrer.
? Sim. Só existe realmente uma pergunta que pode ser respondida, Genry, e já sabemos a resposta... A única coisa que torna a vida possível é a incerteza permanente e intolerável: não saber o que vem depois."
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Paula 16/01/2023

O prólogo da Ursula é tão maravilhoso, que me deixou bem animada mas a história não funcionou para mim.
Não acontece nada na história, e a sensação é que ele é muito mais longo que 300 páginas de tão cansativo que é.
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bea 25/06/2020

é um livro muito interessante e embora tenha certas falhas, como é apontado na introdução desta edição, sua temática é muito atual.
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Machado 11/07/2020

Tirando a capa que é bonita e a sinopse que chama bastante atenção, o livro deixa muito a desejar. Achei a história muito confusa e vi muitos erros de português
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Marcelo Marques 22/07/2020

Uma experiência antropológica
Adentramos junto com Genly Ai num mundo onde somos, assim como ele, alienígenas envoltos em uma cultura totalmente nova, ficando perdidos com as palavras ditas, atos realizados e as maneiras de agir, o que acaba complicando o inicio da leitura, mas diverte muito de acordo com o avanço de nosso entendimento, fazendo com que encarnemos na pele a sensação de descobrir e compreender uma civilização diferente da nossa, tal como um antropólogo estudando uma tribo aborígene. Outro fato muito interessante é imaginar Inverno (Gethen) de acordo com as descrições da autora, o que possibilita lindas imagens mentais do congelante clima e grandioso aspecto do planeta, quase podendo sentir o frio que assola os personagens.

Apesar de ser um dos temas principais do enredo, a ambissexualidade não foi tão bem desenvolvida como eu esperava, mas talvez seja uma questão pessoal, já que acreditava que o tema teria uma maior relevância para história. No entanto, ainda é um aspecto muito bacana de se ler, visualizando o esboço do que seria uma sociedade não baseada totalmente em gêneros e como ela funcionaria de contraponto dos estereótipos aos quais estamos, infelizmente, acostumados. A autora também cria temas políticos, construindo governos com funcionamento deveras semelhantes com os da Terra. Um exemplo é a Sarf, polícia secreta de Orgoreyn, que se assemelha muito com a KGB ou CIA. Outra semelhança como nossa própria história é a religião de Gethen, que pode ser comparada ao budismo e até mesmo ao taoísmo em diversos pontos. Visto todas essas semelhanças, começamos a enxergar certo padrão que pode seguir nossa espécie, não importa por onde nos aventuremos.
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jiangslore 26/04/2023

[4/5]
Desde quando li "Aqueles que Abandonam Omelas", tive vontade de ler mais da Úrsula K. Le Guin. Não estava planejando que minha próxima leitura da autora fosse "A Mão Esquerda da Escuridão", mas, como surgiu a oportunidade de participar de uma leitura coletiva dele, acabei resolvendo ler. E fico feliz em dizer que não me arrependi, pois gostei bastante do livro. Apesar de a questão do gênero ser colocada como um ponto central na sinopse, não foi o que mais gostei do livro; mesmo pensando que a abordagem da autora teve muitos aspectos positivos.

Como é dito na introdução escrita pela a autora, a ideia da ficção científica é mostrar certos aspectos já existentes no ser humano e em nossa sociedade. Ou seja, a intenção não é dizer como as coisas deveriam ser; e não há, necessariamente, a vontade de criticar ou transformar algo. Acredito que ter essa noção é importante para não esperar do livro algo que ele não se propõe a entregar - é importante entender que, embora a perspectiva de gênero apresentada no livro seja interessante e gere reflexões, ela não parece ser formulada com uma finalidade primordial de criticar a estrutura de gênero da nossa sociedade.

Além disso, há uma questão que não tenho certeza se deve ser atribuída à escrita original ou à tradução: são usados muitos termos que podem gerar um desconforto compreensível em leitores dos dias atuais. Eu não diria que elas possuem uma intenção pejorativa dentro da própria obra, até porque são palavras usadas para descrever criaturas que não são da mesma espécie que nós. E, claro, para o mainstream da época da publicação de "A Mão Esquerda da Escuridão" - para o mainstream, mas não para algumas subculturas, visto que a publicação foi no mesmo ano das manifestações de Stonewall - a perspectiva apresentada no livro é quase revolucionária. Mas é normal que, décadas depois, alguns termos não sejam mais considerados tão adequados. Essa questão não fez com que eu não gostasse da leitura, mas acredito que ela deve ser mencionada, especialmente considerando o tipo de público que a sinopse da obra atrai.

Nesse contexto, também é importante mencionar que um dos narradores, Genly Ai, muitas vezes associa o feminino com características negativas. No início da leitura, pensei que tal fato era atribuído ao preconceito do próprio personagem, nascido e criado em uma sociedade binária. Entretanto, esse aspecto não foi completamente revertido até o final do livro, apesar de se tornar bem menos frequente.

Acredito que o que mais gostei em "A Mão Esquerda da Escuridão" foi a construção de mundo, rapidamente seguida pelo desenvolvimento dos dois protagonistas e pela escrita. A construção de mundo é ótima, pois, ao mesmo tempo em que são apresentados aspectos relevantes do planeta Gethen para a missão de Genly Ai, também são mencionadas e desenvolvidas coisas que parecem ser parte da rotina; algo natural do planeta.

Há vários aspectos do planeta que, ao se entrelaçarem com o enredo, tomam a forma de alegorias. Para algumas pessoas, isso pode consistir em uma "falta de desenvolvimento", mas eu não concordo com essa perspectiva. Como disse anteriormente, o objetivo da autora não era criticar ou mudar aquela sociedade fictícia. O que ela pretendia era mostrar o seu funcionamento, tanto em coisas positivas quanto em coisas negativas. Por isso, acredito que mostrar certas questões na obra não trazia, consigo, uma necessidade de crítica ou desconstrução desse tipo de local.

Um dos temas abordados no livro é a ambivalência, ou a necessidade do humano de viver nela, e, ao mesmo tempo em que o livro aborda esse assunto, ele é narrado por dois pontos de vista, por duas pessoas que são, simultaneamente, humanos e alienígenas: Genly Ai e Estraven. Eu adorei ver as diferenças entre os pontos de vista, que, muitas vezes, se encaixavam, em outras, se contradiziam. No início, vemos que os personagens observam suas interações de formas muito diferentes, o que cria problemas de comunicação que são muito bem desenvolvidos, porque nós, como leitores, temos acesso aos pensamentos e preconceitos que levaram determinado personagem a pensar ou agir de certa forma.

À medida que o livro avança, vemos mais casos em que os pontos de vista se complementam - às vezes, o que não era mencionado ou explicado por um, por motivos expressos ou implícitos, era pelo outro. E essas escolhas deles no que revelar ao leitor, além de transformarem a leitura em algo mais dinâmico, serviu muito bem para entendermos os personagens de forma ainda mais profunda. Também há um desenvolvimento profundo do relacionamento entre esses dois personagens, que, em certo ponto, torna-se o foco da narrativa. Penso que é importante mencionar que os personagens coadjuvantes não possuem o mesmo nível de desenvolvimento, mas, como o livro é muito focado nos personagens principais, isso não atrapalhou tanto a leitura.

O enredo do livro é bem interessante. Ele apresenta alguns aspectos bem clássicos, como a presença de uma profecia no início da história - que demonstra que o que é previsto vai ocorrer, mas, com certeza, não será da forma que se espera. Nada que é previsto em uma visão do futuro ocorrerá de forma direta e reta. Apesar de não ser muito inovadora, esse tipo de narrativa é algo que gosto bastante; principalmente quando o desenvolvimento é bom (o que, na minha opinião, foi o caso).

Em suma, "A Mão Esquerda da Escuridão" foi um livro que me agradou bastante, apesar de eu, objetivamente falando, reconhecer que há aspectos negativos nele. Úrsula K. Le Guin tem uma forma extremamente interessante de abordar as contradições e estranhezas que formam um ser humano - algo que só vi ser feito com esse nível de excelência e nessa forma de ficção por uma única pessoa: N. K. Jemisin. Acredito que pessoas que gostam da obra de uma vão gostar dos livros da outra. E, se você não conhece nenhuma delas, definitivamente recomendo ambas.
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Raphs 03/08/2020

Interessante
Gostei bastante da história, os encontros entre alienígena e os habitantes locais é bem descrito , bem como as suas diferenças...O grande lance da obra são as diferenças entre as duas raças e por mais que a aparência de ambos não sejam tão diferentes o comportamento de certa forma é, o que da o ingrediente para uma excelente história. Aqui temos aventura, politica, traição e um pouco de romance também, um romance bem leve e até as vezes difícil de perceber.

Algumas partes do livro achei bem arrastado( andar por milhares de km, tudo bem detalhado me cansou um pouco) mas no geral vale muito a pena, uma obra única :)
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Fabio293 07/06/2021

Surpreendeu
O livro tem uma construção de mundo espetacular. Traça paralelos entre as civilizações desses mundos de forma espetacular. É a história tem uma narrativa espetacular. Com certeza procurarei mais obra da autora.
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Lucianalg 17/08/2020

Longa jornada
Após ler Os despossuídos acreditava que iria ler algo tão bom quanto, mas achei um pouco cansativo.
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Erica 19/08/2020

Fui esperando uma super ficção científica e me deparei com um travel diary sem graça...
Começou bem, mas dá metade pra frente, que coisa arrastada!
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Ricardo 18/04/2021

Definitivamente...
...eu perdi algumas intenções da autora durante minha leitura. Mesmo assim, foi uma obra incrível. Foi uma leitura conjunta do canal Literature-se da Mel. :3
De todos os ficção-científica que li, esse é singular.
Quem é o outro? Alguém do "meu gênero" é mais próximo de mim do que o "gênero oposto"? Ou seria o contrário? Quais são os papéis de cada um? O que é uma nação? O que define um povo?
E tantos outros questionamentos.
Quero definitivamente ler esse livro novamente e continuar a ler obras dessa autora.
Por fim, vou levar essa frase do livro comigo (não é spoiler):
"No fim, quando tudo estiver terminado para nós, o sol irá devorar a si mesmo e a sombra engolirá a luz, e não restará nada senão o gelo e a escuridão".
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