Leila de Carvalho e Gonçalves 22/07/2018
Nada Suoera A Realidade
?O Lobo de Wall Street" sintetiza a imagem da decadência humana, ao expor as memórias de um dos homens mais admirados do mercado financeiro dos Estados Umidos, a encarnação do sonho americano, que acabou se revelando um dos maiores escroques de que se tem noticia.
Jordan Belfort, ao narrar sua vida, apresenta um mundo onde a ambição fala mais alto, ignorando ética, compaixão e solidariedade. Nele, só sobrevive quem engana mais e melhor. Quando foi lançado em 2008, o livro gerou muita polêmica e causou até mesmo surpresa, ao abordar os exageros cometidos por homens engravatados que fizeram de "Wall Street a meca do dinheiro volátil no mundo".
Jordan só resolveu iniciar sua autobiografia depois que já estava preso, e afirmou que sua principal inspiração fora o livro "Fogueira das Vaidades" de Tom Wolfe, mas também não nega a influência de Gordon Gekko, personagem interpretado por Michael Douglas no filme "Wall Street". Contudo, a ficção que me perdoe, mas nesse caso, nada supera a realidade.
Mesmo que você não esteja familiarizado com o mercado financeiro, o livro é bastante claro e as tramoias relatadas veem provar que, enquanto houver gente faminta por riqueza, existirão lobos para enganar os pastores e comer o rebanho.
Quanto ao filme homônimo, Martin Scorsese entrega ao público um trabalho ousado e sem qualquer moralidade, respeitando o material original, aliás, impecavelmente adaptado. Leonardo Di Caprio com um excelente elenco de apoio, está soberbo como protagonista e quanto as três horas de duração, mesmo eu já tendo lido o livro, passaram sem esforço.
Resta um único parênteses, se você tem algum preconceito quanto a palavrões, infindáveis cenas de sexo, drogas e devassidão, esqueça "O Lobo de Wall Street". No entanto, se não tiver problemas com isso, vá em frente, além de um bom entretenimento, livro e filme são um interessante exercício de reflexão.