Naty__ 30/01/2017Estamos em 1914, tudo está prestes a mudar. A Alemanha se prepara para a guerra e a Inglaterra precisa garantir o auxílio da Rússia. De forma silenciosa, Winston arquiteta uma negociação com o príncipe Orlov. Nem tudo pode ser tão fácil quanto parece, pois Feliks está disposto a impedir que seu país envie milhões de rapazes para os campos de batalha de uma guerra sem ao menos entender os motivos.
Um anarquista e sem nada a perder, Feliks decide se infiltrar na Inglaterra com o objetivo de assassinar o príncipe e acabar com essa possível aliança entre os russos e os britânicos. Parece fácil? Ledo engano.
O personagem se passa por segurança e decide arriscar todas as suas fichas. Numa sacada, quase genial, ele conduz uma charrete que o príncipe Orlov será levado. No entanto, nem tudo pode funcionar perfeitamente e alguns embaraços podem frustrar a sua tentativa de sequestro.
Feliks é o melhor personagem do livro. Astuto, inteligente, sagaz e sabe como se sair de uma boa cilada. Passa por muitos apuros, mas mesmo assim não deixa de lado sua ideologia por considerá-la difícil ou até mesmo inaceitável. Existem momentos ruins, sempre, mas ele não se deixa abater. Um mestre da manipulação, Feliks possui diversas armas a seu dispor, não no sentido literal da palavra. O cara sabe o que faz, mas não pode ser confiante todo o tempo, já que precisa enfrentar a força policial inglesa, Walden e Winston, que estão sempre prontos para prendê-lo e precisam contar com uma dose extra de sorte – o que nem sempre acontece. Afinal, quem é capaz de deter o homem de São Petersburgo?
A trama é inteligente, angustiante e nos priva da monotonia. Os diálogos são bem construídos e o enredo é bem desenvolvido. No entanto, isso não ocorre até o desfecho do livro. Embora a ideia seja mostrar o homem de São Petersburgo, a todo o tempo, atrás do príncipe para matá-lo por questões políticas, percebe-se que a própria análise sobre a guerra não é tão desenvolvida.
Foca-se muito em matar o príncipe, mas esquecem-se de mostrar, com detalhes, como isso influenciaria no país, na iminência da primeira Guerra Mundial.
Além de Feliks, conhecemos Walden, uma pessoa que possui um papel importante dentro do livro, sua esposa Lydia e a filha Charlotte também são fundamentais. Conhecemos pessoas que vão auxiliá-lo, tornar-se aliadas; assim como outras que vão tentar derrubá-lo e até mesmo criar armadilhas para destruí-lo.
O autor surpreende com os detalhes, ainda que tenha uma ideia um pouco clichê num determinado assunto. Porém, isso não tira a qualidade da obra e nem tampouco a desmerece.
Para quem nunca leu Follett, esse é um livro tranquilo para iniciar, mas não acredito que seja o melhor dele, já que li Noite sobre as águas e gostei bastante.