spoiler visualizarsoueuchrisjoy 30/01/2024
Rainha sem inteligência emocional
Considerada pelo próprio C. S. Lewis como a sua melhor obra, essa obra realmente é muito poético e ?culto? (digamos assim), e sua profundidade é algo fascinante.
Desde que ela vai visitar a Psyche pela primeira vez até o finalzinho do livro, eu estava julgando a Orual profundamente. Ela culpa os deuses por todos os seus problemas, quando claramente (na minha opinião) a culpa não estava nas deuses, e sim em ela mesma. Ela queria, mas não queria que a Psyche fosse embora ou amasse outra pessoa, então ela insistia em si fazer de tonta pra poder justificar as coisas extremamente tóxicas e manipuladoras que ela faz.
Depois que ela estraga a vida da irmã, ela vive a vida dela de rainha, mas totalmente depressiva. A Orual é uma rainha incrível, porém não sabe como agir perante as próprias emoções.
Enfim, no final da vida dela, depois de todas as coisas boas e (a maior parte) horríveis que ela vivenciou, ela começa a ter visões. Agora, não estou afim de falar de todos, e nem de falar da conclusão final. Quero apenas falar do começo das visões.
Em uma das primeiras visões que ela tem, ela aparece num tribunal para falar das suas reclamações contra os deuses. Só que, ao invés de falar de tudo que estava planejado, ela admite que foi tudo egoísmo. Foi tudo ciúme. Ela não queria perder o amor da irmã, a única coisa que realmente a pertencia, e se sente roubada pelos deuses.
Para mim, com essa declaração (e com o que vem em seguir) fez toda a diferença no livro. Como esse livro é de C. S. Lewis, eu pensei que ele fosse colocar toda a culpa sobre os deuses mesmo. Logo, essa fala dela me surpreendeu.
Com esse fim, e algo a mais que prefiro não comentar (caso quem estiver lendo isso ainda não leu o livro kakaka) o fim do livro é simplesmente incrível. É um final muito lindo e bem melhor do que eu imaginava.
Eu diria que a moral principal do livro (pelo menos na minha opinião) é o seguinte: precisamos aprender a perceber quando a culpa realmente é nossa. A Orual culpava qualquer um menos a si mesma e, então, viveu a vida toda com essa mágoa e ressentimento. Quando ela finalmente admitiu o erro, ela conseguiu se concertar com a irmã, e finalmente esteve feliz. (além das outras coisas que aconteceram depois disso)
enfim, o livro é muito bom, recomendo.