O Outono da Idade Média

O Outono da Idade Média Johan Huizinga




Resenhas - O Outono da Idade Média


31 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Ogaiht 04/04/2023

Uma Enganação
Esta edição de O Outono da Idade Média foi muito alardeada por ter as imagens que a versão da Penguin não tinha. Mas ao ler o livro nos deparamos com uma versão resumida, com vários trechos omitidos. O pior de tudo foi que isso nem foi mencionado. Uma enganação total! Não recomendo esta versão. É melhor comprar a versão da Penguin ou desembolsar uma fortuna para comprar a edição esgotada da Cosac Naïf de algum vendedor mercenário.
comentários(0)comente



Apolo.Lima 02/08/2022

Leitura excepcional. Muito boa para o entendimento mais humano e como enxergava-se a vida. Abrange muito a literatura da idade média tardia que permite-nos compreender além dos documentos históricos.
comentários(0)comente



Bárbara 08/03/2013

Não tenho muitos comentários originais a fazer, até porque a outra resenha do Felipe Pimenta está aí e é ótima, como todas as que ele faz!

Mas o que talvez tenha mais me chamado a atenção neste livro foi o fato de que, dada a época em que foi escrito, o autor me parece ter um viés surpreendentemente moderno, focado em investigar uma época através da cultura, tentando compreender a sua mentalidade, e não meramente uma seqüência de fatos e de mudanças sociais. Tudo isso, inclusive, dando-se conta das limitações de se enxergar um outro tempo com o olhar inevitavelmente também marcado pela própria época.

Apesar de muitas licenças que o autor toma me parecerem um tanto passíveis de crítica - como inclusive eu vi no posfácio que é realmente um ponto comum entre vários críticos da obra -, e o fato de ele se propor a julgar sem maiores desculpas certos comportamentos medievais como medíocres, medianos, toscos etc, o brilho da obra nada perde com isso. Pelo contrário, pra mim, só ressalta a inspiração e, ousadia mesmo, talvez, do autor ao escrever o texto. Em uma época tomada pelo pensamento positivista, o prenúncio de Huizinga de um novo tipo de historiografia, que não tinha medo de usar inclusive uma certa intuição, é mais do que louvável. Mas talvez eu esteja me precipitando em afirmar esse tipo de ocisa, uma vez que estou longe de ser especialista em história ou historiografia.

Em todo caso, é um belo livro, de escrita cativante, extremamente bem pesquisado. Além disso, vem com uma coletânea de textos e imagens que por si só também são muito interessantes.
CISSAX 27/04/2018minha estante
Melhor resenha




Cleyton Abreu 27/03/2016

Sabe de nada, inocente.
Professor: Fulano, quando termina o período medieval?

Aluno: Como o sr. disse anteriormente, professor, a Idade das Trevas termina com a tomada de Constantinopla pelos otomanos.

Professor: E o que acontecia na Idade das Trevas?

Aluno: Ora, como o próprio nome diz, as pessoas eram incapazes de raciocinar, presos em castas sociais e dominados pela espada ou pela cruz. Para além disso, tudo é morte, peste, guerra, estupro e dor. Toda a recompensa viria depois da morte, onde a justiça divina alcançaria a todos.

Professor: Exatamente, siga sua vida com essas informações.

Décadas depois desse diálogo, encontro esse livro, cuja mulher na capa me diz com o olhar: Sabe de nada, inocente.

****
O livro é "O outona da idade média"; o escritor é Joseph Huizinga; e a mulher que me reprovou aparece no quadro "Retrato de uma jovem" do pintor Petrus Christus.

Joseph Huizinga é um historiador e culturalista holandês. "Sonhador acordado", como se denominava, não gostava do seu mecânico século XX, nem das novidades que trazia (Estados Unidos, Marx, capitalismo, Freud, arte abstrata, etc).

O livro trata de diversos aspectos da baixa idade média na região da Borgonha. Apesar de a região central da Europa concentrar os maiores e melhores estudos medievais, Huizinga é pioneiro por ser um historiador do pensamento, por estudar a vida medieval através das mentes, vontades e sentimentos dos que viviam lá.

Aprendi com esse vídeo (https://youtu.be/FU8Itg58oIY) que nossa história bebe muito da visão de mundo iluminista, positivista e crítica. Essas visões tecem críticas à Idade Média, seja por não se prender aos fatos, datas e nomes, seja por sua estagnação social.

Como assim 1000 anos de avanço e complexidade do poder político, o período rico e fértil para pensadores e artistas se unirem em universidades e formarem categorias, como esse período pode ser chamado de Idade das Trevas? Como pode ser simplificado em domínio social pela Igreja ou chamado de "vácuo" entre a Antiguidade e o Renascimento?

Mais do que a visão da morte, o significado de cavalaria ou a ideia de belo e amor no medievo, vejo o livro todo como duas mensagens do autor:

1) Não sejamos tolos. A história humana é muito mais do que luz e sombra e seu período medieval foi essencial para formar o Renascimento, além de preservar o patrimônio imaterial da Antiguidade. Veja como Huizinga chama a baixa idade média de "outono" com a clara alusão à riqueza e abundância da estação.

2) Somos parecidos. Várias vezes vi, nas contradições de vícios e virtudes do sujeito medieval, nossa própria contradição contemporânea. Isso me deixou meio sem chão, meio pessimista (fomos, somos e seremos esse povo incoerente)... mas já passou, hehehe

Esse livro me ensinou algumas coisas além da história: Como somos parecidos com esse pessoal de 1000 anos atrás e, consequentemente, como nós aprendemos história sob influência do meio cultural, tratando o conhecimento adquirido como se fosse verdade absoluta. Toda a história humana é extremamente rica e múltipla.

Fora isso, a edição da Cosac Naify é excelente por ter colocado várias ilustrações, notas de rodapé, entrevistas e um apanhado geral para entendermos o que o autor queria dizer e um pouco mais.

Huizinga é um generalista. Talvez a leitura seja um pouco incômoda no começo pelo fato de não se parecer com os livros de história que encontramos por aí, mas é justamente por isso que é bom.
Sarah 18/02/2017minha estante
undefined


Gustavo 11/05/2017minha estante
Excelente resenha. Estou lendo a obra e também me impressiona como temos muito em comum com o pensamento e comportamento medievais, isso também pode ser observado pela leitura do Decamerão de Bocaccio


Heron 27/05/2017minha estante
Parabéns pela resenha :)




ThayAvalon 10/06/2022

Um excelente material de pesquisa histórica e academia , abrange basicamente um pouco de todos os temas que foram determinantes na construção da era medieval. Excelente edição linda, de capa, boa abertura de miolo , n conhecia essa editora e tá de parabéns !
comentários(0)comente



Wilton 14/08/2015

O livro que abalou as minhas convicções
O livro tomou a minha atenção. Foi uma leitura que absorveu o meu espírito e fez-me viajar através do tempo e do espaço até à baixa Idade Média. A principal virtude da obra foi não ter uma visão preconceituosa daquela época tão ridicularizada em outros livros. A leitura leva-nos a concluir que a Idade Média não foi a Idade das Trevas, muito pelo contrário, representou um ponto de partida que possibilitou a chegada do Renascimento e até da Idade Moderna.
Ana Cristina 15/08/2015minha estante
Aceito de presente viu?! Kkkkkk
Como sempre, boas resenhas


Wilton 15/08/2015minha estante
Minha filha já se presenteou com ele (rs!). Abraço. Wilton


Ivan.Silva 30/12/2017minha estante
Onde voces compraram o livro? Estou caçando ele, mas acho apenas por mais de R$ 300,00.




Carol 17/07/2022

Impressões da Carol
Livro: O outono da Idade Média {1919}
Autor: Johan Huizinga {Holanda, 1872-1945}
Tradução: Francis Petra Jansen
Editora: Cosac Naify
656p.

Há seis anos a jovem quatrocentista de Petrus Christus me julgava: Vossa Graça lerá "O outono da Idade Média" ou irá usá-lo como enfeite de estante? Aceitei o convite da @lilieolivro para, juntas, galgarmos esse monumento literário.

Não sei se pela edição da Cosac conter tantas ilustrações ou pelo marketing, eu acreditava que 'O Outono' fosse um estudo de pinturas medievas de artistas franceses e dos Países Baixos. Mas não. É um livro muito mais amplo em termos culturais.

Que tipo de ideia podemos formar de uma época, se não olharmos para as pessoas que a viveram? - parece nos questionar Huizinga - e, assim, nos apresentar figuras como o cronista da corte, Georges Chastellain, Carlos, o Temerário, o pregador de multidões, Olivier Maillard, o místico Dionísio Cartuxo, o orgulhoso Filipe, o Bom, a poetisa Christine de Pizan, entre outros.

A partir da paixão dessas pessoas, da condição espiritual de uma época, ele percorre temas como o declínio, a importância do simbolismo na arte, o pensamento medievo tardio, a preocupação com a morte, a literatura, o sonho do amor e do heroísmo, os códigos de honra e a religião. E apresenta sua tese fundamental - a que cravou o nome de Huizinga no Hall da Fama historiográfica - a íntima imbricação entre o Medievo e o Renascimento: não há rupturas profundas na história, apenas continuidades.

Como todo estudo, existem fragilidades no 'Outono', é preciso lê-lo numa perspectiva atual. Huizinga trata da época como um só bloco e ignora variações regionais e sociais. Há passagens em que o tom do texto torna-se condescendente, puramente pela visão pessoal do autor, como quando ele afirma que a pintura medieval é superior à literatura e prossegue sem justificar tal apontamento. Outro ponto negativo é o tanto que Huizinga se repete ao longo do 'Outono', a falta de um editor cobra um preço.

O veredito de uma leitora curiosa, fora da área de História ou das Artes, é que ler "O outono da Idade Média" dá trabalho, mas é muito recompensador.
comentários(0)comente



Lucas1429 17/10/2023

História, arte e literatura: Huizinga
Trata-se de obra escrita por Huizinga lá em 1919, ainda assim, mais de um século depois, continua sendo referência no estudo medieval. E não é por menos.

Vanguardista no tocante à história cultural, Huizinga nos apresenta um panorama cultural e de imaginário em finais do medievo, com foco mormente em reinos franceses e dos Países Baixos, sua nação.

Seu livro abarca questões que envolvem a morte, a religião, a literatura, a arte e o cotidiano no imaginário dos povos desse período. Sua escrita é poética e bem desenvolvida, sempre amparado em excelentes fontes e com discussões profundas.

É uma obra obrigatória para os amantes do medievo e para os pretensos estudantes da história. Trata-se de um clássico de primeira linha no que diz respeito à análise histórica acompanhada de uma boa narrativa. Traz trechos surpreendentes que lhe fazem refletir muito sobre o período e, também, espantar de uma vez por todas a vaga e tola ideia de que o período medieval foi, de alguma forma, um período de 'trevas'.

Recomendo com força aos interessados no período e aos fãs e estudiosos da área da história.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



It's me, Cami 04/03/2023

Uma obra de arte
Uma baita aula de história para quem gosta do tema!
Huizinga se preocupou em dar detalhes de como a sociedade medieval pensava sobre alguns tópicos pertinentes como religião, morte, amor, beleza e outros aspectos que, geralmente nos livros de história, não são os protagonistas escolhidos pelos autores.
Mesmo o livro sendo considerado um clássico, a escrita do autor é leve e bastante fluida, não parecendo ser um livro escrito há mais de cem anos!! O mais incrível para mim foi a preocupação de Huizinga em trazer as obras de arte para complementar o que ele queria trazer em, praticamente, cada página. Felizmente, tenho a edição da Cosac e pude ler vendo as imagens que são descritas pelo autor.
Enfim, é um livro incrível para quem gosta de história e tem interesse em maiores detalhes emaranhados na idade média.
comentários(0)comente



Thiago275 27/06/2022

Bom, mas denso
Publicado pela primeira vez em 1919, O Outono da Idade Média, do historiador e linguista Johan Huizinga, tem por objetivo tentar mostrar que o modo de vida dos séculos XIV e XV não eram o princípio do Renascimento, mas sim o último sopro do pensamento medieval; o auge, por assim dizer, de um modo de vida que brevemente entraria em declínio.

O autor, um renomado especialista, adota em seu livro um método pouco utilizado até então: ele não se baseia em documentos oficiais, mas sim em crônicas, quadros, poemas, etc. Em sua opinião, analisar as expressões culturais traz uma visão muito mais fidedigna da época. Essa postura foi inovadora para a historiografia e, obviamente, recebeu críticas.

Por vezes, o livro é denso (e no posfácio somos informados de que a obra se destina a “leitores cultos”), mas alguns capítulos são imperdíveis para quem se interessa pela Idade Média e quer ir além da superfície.

Por exemplo, em certo trecho, o autor defende que a retomada do ideal cavaleiresco, com seus torneios e votos muitas vezes ridículos, foram uma forma de ocultar a violência e a baixeza da vida real, por meio da busca de uma beleza nostálgica.

Muito interessantes também são os capítulos que discorrem sobre a religião, que permeava toda a vida das pessoas, mas, ao contrário do que pensamos, tinha um forte elemento profano.

O livro não é imune a críticas, contudo. Alguns se ressentem da quase completa ausência de explicações econômicas para alguns hábitos descritos, e é sempre bom reforçar que não encontraremos na leitura uma análise da Europa, mas sim da França e dos Países Baixos.

Enfim, este é um livro que vale a pena ler se você se interessa pelo tema e não tem receio de encarar um texto muitas vezes técnico. Ao final, você vai descobrir que a diferença entre o fim da Idade Média e o início do Renascimento não é tão grande como parece. E isso pode ser surpreendente.
comentários(0)comente



CAMBARÃ 17/05/2020

Dei três estrelas pq tinha criado muita espectativa do livro.
Sempre tive muita curiosidade sobre a idade média então quando achei esse livro pensei q ele ia me dá tds as resposta e não foi isso q houver.
O livro é muito bom e ainda vou ler outro livros dele para buscar as outras respostas q faltam esclarecer.
Isaias Teodoro 02/02/2022minha estante
Tem interesse em vender?




Lista de Livros 20/01/2016

Lista de Livros:O Outono da Idade Média – Johan Huizinga
“Toda época anseia por um mundo mais belo. Quanto mais profundos o desespero e a consternação diante de um presente incerto, tanto maior será esse desejo.”
*
Mais em:

site: http://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2016/01/o-outono-da-idade-media-johan-huizinga.html
comentários(0)comente



Albert 05/04/2020

Perspectiva diferente da Idade Média
À luz da morfologia O Outono da Idade Média é fundamentado em estudos dos padrões de cultura como: temas, figuras, símbolos, estilos, motivos e sentimentos. Esses padrões são contextualizados com determinada época da idade média demonstrando tanto a maturidade quanto a decadência. Senti um livro com característica própria, peculiar e com uma leitura relativamente densa.

Talvez por possuir uma linguagem peculiar, Huizinga não explicou de forma generalizada ao ponto de que não seja chamado apenas de mais um livro de história. Vai além, muito mais que apenas história. Entretanto, como o próprio autor cita que a obra é mais apropriada para pessoas cultas (pessoas com certo conhecimento de arte, pinturas, etc.) não retiro sua razão. Sendo eu leigo, várias vezes tive que recorrer por exemplo ao dicionário por causa de palavras que até então eu desconhecia. É notório que o autor escreveu uma obra muito diferente (peculiar seria mais apropriado) na profundidade temática. Embora não seja uma leitura totalmente fluida, é rica em perspectivas. Eu diria que o ideal seria o leitor pelo menos se aprofundar mais na idade média (esqueça a temática rasa) para só então encarar o livro de Huizinga. Embora o livro não tenha sido o que eu esperava, foi uma ótima experiência. A edição da Cosac Naify é caprichada e espetacular.
comentários(0)comente



31 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR