Hitler

Hitler Ian Kershaw




Resenhas - Hitler


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Rosangela Max 12/01/2021

Leitura rica e intensa.
Agora entendo o por que esta é considerada a biografia mais completa sobre Hitler.
São cerca de 1000 páginas recheadas de detalhes (datas, eventos, pessoas, acontecimentos...) que tornam a leitura riquíssima, mas um tanto cansativa.
Recomendo para todos que gostariam de conhecer um pouco mais sobre o perfil emblemático de Hitler e as marcas que suas ações (e, falta de ações) deixaram no mundo.
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Guga 01/04/2011

Hitler é retrato como um dos homens mais perversos que já existiu, o assassino, o louco. Sempre quis conhecer a história do homem que veio do nada e foi líder de uma nação durante doze anos, cometeu crimes irreparáveis e deixou uma marca profunda na história do século passado. Não poderia ter escolhido livro melhor.
Desde o início o autor vai nos revelando a psique mórbida de Hitler, como ela funciona, como ela surgiu e por que era tão forte. É impossível fazer um relatório claro e preciso sobre isso, mas o autor parece ter levado anos de estudo e ter chegado bem perto das respostas a essas três perguntas.
Hitler tinha um pai atemorizante, que o batia quase todos os dias. E o próprio antônimo dessa figura era sua mãe, provavelmente a única mulher a quem Hitler veio amar em sua vida.
Vivia com a cabeça nas nuvens, sonhava com altos planos, ser arquiteto, pintor, mas nenhuma desses sonhos veio a se concretizar. Adorava Wagner, ouvia-o todos os dias.
É impressionante notar como ser dono de uma retórica brilhante pode levar longe um homem sem experiência política. De orador de cervejaria ao cargo mais poderoso da Alemanha. Não podemos esquecer-nos da sorte que tinha, escapando de atentados de formas quase irreais.
As grandes bajulações de seus seguidores foram uma das grandes causa de seu egocentrismo extremado e de sua certeza quase doentia de sempre estar com a razão, e quando percebia algum erro buscava logo um bode-expiatório.
É primordial esclarecer que Hitler não seria Hitler se não fosse os tempos em que se encontrou, com a Alemanha devasta depois de uma guerra perdida, com a moral do povo assolada e com a necessidade de um salvador da pátria. Não seria ninguém se nascesse em outros tempos.
Não colocarei toda culpa em seus ombros, todas as pessoas ao seu lado, inclusive grande parte do povo alemão são causadores desse mal.
O que aprender com a história de Hitler? Não acreditar em políticos salvadores da pátria, prometedores de ações grandiosas e donos de uma ótima retórica e oratória. Porque, às vezes, eles são verdadeiros demônios.
Léo Araújo 10/04/2011minha estante
Guga, gostei de sua resenha. Só um adendo, assim como Mussolini, Hitler aproveitou o momento de descrenças e desesperanças para se tornar o salvador do Estado germânico. Ou seja, o povo não tinha escolha. O moral do povo estava no lixo. É triste saber que pessoas aproveitam das desesperanças dos outros.


Gleici 16/04/2011minha estante
Ótima Resenha!


LeoCarreira 09/11/2015minha estante
Sua resenha me deixou com vontade de ler este livro


Zac Lampard 18/01/2016minha estante
Sem dúvida,fora um homem muito inteligente em estratégia...embora que ela culminou na sua própria derrota.


Vinicius Lemos 02/02/2016minha estante
Olá Guga, sua resenha me tirou totalmente a dúvida sobre ler ou não ler esta obra, agora com certeza ela fará parte da minha estante. Muito obrigado.


Rodrigo 07/04/2017minha estante
Alguem teria o Ebook para compartilhar? Comprei a versão fisica.. mas nao consigo ler... mto pesado aquele demonio


Deysiane 14/07/2020minha estante
Amei sua resenha! Preciso ler este livro.


Raquel Lima 12/10/2020minha estante
Excelente resenha. Já coloquei a obra em minha estante por sua culpa !!




marta.caregnato 31/05/2021

Leitura necessária
É comum associarmos a figura de Hitler a um monstro demoníaco. Mas, ao ler essa biografia, podemos ver um homem comum, inclusive, semelhante a tantos conhecidos nossos, que são cegados por uma ideologia. No caso de Hitler, o que o levou a ascender ao poder e exercê-lo de forma tão perversa, foram circunstâncias bem precisas, "demagogia, oportunismo e uma boa dose de sorte", como observa Kershaw.
O autor mostra como o legado da Primeira Guerra Mundial tornou Hitler possível. A humilhação da perda da guerra, o Tratado de Versalhes, os problemas econômicos... A Alemanha precisava de um líder que levantasse o ânimo do povo e salvasse o país, e encontra essa figura em Hitler.
Ao longo da vida de Hitler, vemos um indivíduo que mantinha uma atitude fora da realidade e que não aceitava perder. Talvez por ter sido muito mimado pela mãe (embora também tivesse um pai autoritário). Inclusive, diante de uma operação bem sucedida, Hitler atribuía o sucesso a si mesmo. Mas diante de um fracasso sempre encontrava um "bode expiatório" para colocar a culpa ou acusar os outros de traição. Durante seu tempo na prisão, após o fracasso do putsch de 1923, Hitler entendeu que não seria o golpismo que abriria caminho para "a revolução nacional", mas a propaganda e mobilização de massa. E foi nessa época que ele se reconheceu como "o líder predestinado em pessoa".
Em 1925 há a refundação do partido. Um detalhe que é digno de menção se refere às divergências na "ideia" de "nacional socialismo" entre os próprios líderes nazistas. Embora, muitos gostem de associar o nazismo à direita, "Goebbels e outros líderes do Norte se consideravam revolucionários com mais coisas em comum com os comunistas do que com a odiada burguesia". Fato é que Hitler, como oportunista que era, aproveitava todas as oportunidades para conseguir apoio, seja incitando o ódio aos judeus nas cervejarias, seja incitando o ódio aos comunistas entre os burgueses.
O livro é rico de informações e seria impossível resumir aqui. Traz em detalhes informações sobre as operações e pactos durante a Segunda Guerra, mostra as rivalidades entre os membros do partido, traições, o caso Röhm, a noite dos longos punhais, a propaganda transformando mentiras em verdades, a noite dos cristais, o programa de eutanásia, os assassinatos em massa nos asilos, a "ordem negra" de Himmler para "limpar" o Leste, a "solução final" culminando no holocausto, a sorte de Hitler de sair vivo em todas as tentativas de assassinato, dentre outros eventos. Mas o que mais me chamou atenção foi a lealdade incondicional de Goebbels, sua esposa Magda e de Eva Braun, amante de Hitler. Magda foi a que mais me chocou, antes dela se suicidar, ela mata seus seis filhos, pois não conseguia imaginar os filhos vivendo em um mundo sem o nacional socialismo.
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Isa 23/04/2012

Altamente recomendado!
Monstro, sociopata, preconceituoso, implacável.... sim, Hitler era tudo isso. Mas falar apenas isso dele, sem entender sobre ele DE FATO, é não entender fatores internos e externos que moldaram a Alemanha no início do século XX, no qual a sua personalidade foi sendo construída.

Hitler foi uma criança mimada por uma mãe submissa e, talvez, segundo o autor, a única pessoa que ele amou verdadeiramente em sua vida, e maltratado por um pai arrogante, exigente e autoritário. Seria muito abusivo defender Hitler e dizer que o fato de ele ter sido um genocida e fanático se deve à sua infância. Mesmo durante os seus primeiros anos de vida, já é possível observar traços marcantes de sua personalidade doentia. Sua juventude foi marcada pela preguiça, pelo idealismo exagerado, pelo egocentrismo e pela autoconfiança exacerbada. Isso fica muito nítido ao percebermos como Adolf se sentiu ao ser recusado na Escola de Artes de Viena (onde ele queria se tornar um famoso artista). Interessante observar, nessa época, sua amizade com Kubizec, seu amigo de infância e seus sonhos de reconstruir cidades, bem como seu apreço pelas óperas e pela arte em geral.

O livro me fez viajar pela Primeira Guerra Mundial e me fez ter uma ideia do sentimento de uma nação moderna que perde esse conflito. Não sabia que Hitler participou do front na primeira grande guerra e não imaginava como foi a entrada dele na política totalmente dependente da sorte e do seu poder de retórica. Nunca ia imaginar como aquele homem insignificante, palestrante de cervejaria se tornaria o Führer-todo-poderoso de um país em que ele nem tinha nascido (Hitler era austríaco).

O livro Hitler de Ian Kershaw me mostrou como um país moderno como a Alemanha deixou-se influenciar por um ditador e apoiou uma cultura antissemita (já disseminada na Europa). Me mostrou também o outro lado da moeda: como eram tomadas as decisões, como foi o desespero da perda iminente da segunda guerra, como a Alemanha não tinha noção do preparo superior russo, em termos militares.

Recomendo esse livro por tudo que eu aprendi, por tudo que eu nem imaginava... Só uma coisa me fez ter certeza: que jamais podemos aceitar a existência de outro Adolf Hitler...
Fabito 19/06/2015minha estante
Muito boa resenha ^^. Ah, só uma coisa.. não era a Alemanha que era inferior, é que Hitler achou que ia fazer algo que Napoleão não conseguiu: invadir a União Soviética no inverno russo. A Batalha de Stalingrado (dentro disso, o detalhe de queimar os suprimentos que a Alemanha saqueava) foi um fator CRUCIAL pra derrota alemã.

A Alemanha na segunda guerra era uma potência sem igual. Tanto que, para derrotar a Alemanha, o mundo uniu quase todas as potências bélicas da terra.

Se fosse apenas Alemanha x União Soviética, ia dar até dó das Vodkas.


Rodrigo 07/04/2017minha estante
Alguem teria o Ebook para compartilhar? Comprei a versão fisica.. mas nao consigo ler... mto pesado aquele demonio




Adiel.Guimaraes 11/01/2022

!!!!
Que as profundezas de desumanidade, nunca antes exploradas como pelo regime nazista, puderam contar com ampla cumplicidade em todos os níveis da sociedade, isso também ficou claro. Mas justifica-se que o nome de Hitler permaneça para sempre como o principal instigador do mais profundo colapso da civilização nos tempos modernos. A forma extrema de mando pessoal que um pouco instruído demagogo de cervejaria e racista preconceituoso, um pretenso salvador nacional narcisista e megalomaníaco, pôde obter e exercer numa terra moderna, economicamente avançada e culta, conhecida por seus filósofos e poetas, foi absolutamente decisiva no terrível desenrolar dos eventos daqueles fatídicos doze anos.
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Vargas 19/06/2023

Já ouvi pessoas dizendo que admiravam Hitler pois ele foi um grande estrategista de guerra... quem afirma algo assim, definitivamente não conhece a história dele e muito provavelmente o admira por todos os motivos e não só por esse, mas não tem coragem de admitir.
Ao ler essa biografia é perceptível que ele era extremamente burro e só conseguiu chegar aonde chegou, porque tinha uma equipe de baba ovo que faria qualquer coisa para não vê-lo dando chilique.
Egocêntrico, arrogante, cruel, desequilibrado, mentiroso, covarde, dissimulado, imaturo, incompetente, amargurado. Ele era podre, e infelizmente conseguiu convencer uma nação com um discurso emocionante.
Conhecer essa parte da história é necessário para que possamos identificar quando um acéfalo esteja ascendendo ao poder. E se ele conseguir chegar lá, devemos saber tirá-lo e devolvê-lo ao limbo de onde nunca deveria ter saído.
O nazismo foi a podridão da humanidade e se você concorda com qualquer ponto desse movimento político, as fezes da barata que eu esmago têm mais valor do que você.
Carol Kowalski 07/02/2024minha estante
Estou lendo a outra biografia dele, e ao que percebi, a única coisa que ele fez foi prestar atenção em como desenvolver um discurso (sem autoritarismo, sempre focando nas pessoas mais humildes, focado TB só nas emoções e nunca na razão...). Ele conseguiu ler muito bem essas entrelinhas entre dois antissemitas que ele gostava, detalhes que outras pessoas não viram ou não tiveram a chance de perceber antes dele. Isso e a característica afetada dele nos discursos, sendo impossível não ser uma figura lembrada em seu entorno. Porém todo o resto foi resultado de uma equipe de vários "hitlers" tentando sufocar o "nada" que eram sendo absolutamente egocêntricos, narcísicos e sádicos.




Naah. 23/04/2021

A outra face
Gostei mais nem tanto .. pude ver a outra face do hitler porem contado por outra pessoa oque não é legal pq as vezes me deparei com partes do livro que pensei será que foi assim mesmo ...
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Éllen Marianne 29/05/2022

?Nunca na história tamanha ruína, física e moral, foi associada ao nome de um único homem.?

Uma obra detalhada e completa.
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Luna. Potter 27/04/2021

Terceiro Reich
Livro grande! Foi um desafio para mim! Mais eu amo livro sobre segunda guerra mundial e esse livro me fascinou nos detalhes e sobre os acontecimentos naquela época! Adorei esse livro! A história de Hitler de quando ele era criança até a sua morte que até hoje não sabemos a verdade é bem contextualizado, logo que eu vi esse livro me senti atraída em ler ele apesar do tamanho... muitas pessoas falaram que eu não iria conseguir ler... Mais eu li tudo!
As fotos que tem nesse livro deixa a gente ainda mais fascinado! Quem gosta desse tipo de assunto vai adorar e nem vai ligar para o tamanho dele.
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BeatrizFonseca1 18/04/2024

autor vai explicar que o nazismo vai se aproveitar da grande crise econômica, que o mundo passou em 1929, devido a quebra da bolsa de valores, de Nova Yorque pra ganhar cada vez mais influencia poltica na sociedade alemanhã, até chegar ao poder, ele argumenta que Hilter usava da teoria evolucionista de Darwin de forma deturpada,para que a raça ariana fosse considerada superior aos outros povos/etnias. Hilter teve sorte, porque a população mais jovem estava insatisfeita, com outros partidos devido a casos de corrupção e crise no sistema , que fragilizou a democracria, até sua queda, definitiva em 1933, quando Hilter se tornou o chancler, e aboliu todos os partidos políticos e perseguiu judeus e negros . Ian dá muitas explicaçoes, complexas e detalhadas , sobre as eleiçoes, como dados e índices de votos, que cada partido obtivesse, nas eleições, antes de 1933.

Ele argumenta que a questão de Hilter, com relaçaõ a mulheres, sempre foi estranha, embora ele tenha se apaixonada na adolescia, mas nunca chegou a revelar a garota, que gostava dela, talvez por medo de não aceito, mas suas relações com as mulheres, sempre foram frias e distantes, até mesmo com Eva, com quem conviveu muitos anos,até seu suicídio no final da guerra.
Lutou na primeira guerra mundial, como um soldado qualquer, e depois assumiu o cargo de entregador de mesagens, na qual entregava recados de um pelotão para outro e corria sempre grande perigo de ser morto.
Quando Hilter subiu ao poder, investiu muito na produção de carros e de armas, de forma segreda,já que não poderia produza-las devido ao tratado de Versalhes, todavia no aspcto econômico, os donos da as empresas privadas, estavam insatisfeitos com seus posicionamentos e suas ações.
O autor problematiza se Hilter teria ou não batido em sua sobrinha, mas que ele era uma pessoa com a personalidade autoritária e controladora, Ian defende que disso ele não tem nenhuma duvida.
O autor defende que Hilter, criou um programa de eutanasia, de forma ilegal, para que pessoas com deficiências, pudessem serem mortes,um juiz tentou intervir nessas praticas, mas acabou sendo afastado do seu cargo , de forma forçada, pessoas que nasciam nem os membros ou algum algum tipo de deficiência, não tinham espaço no cultura Alemanha de suposta superioridade da raça, é uma obra que nos faz refletir sobre a ética e sobre os valores humanos.
A maioria da população ariana acreditava que os deficientes e judeus tinham que ser eliminados, porque contaminariam, seu sangue
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PedroSF 01/05/2023

O tirano, seu sistema e toda a essência.
Nunca na história tamanha ruína, seja ela física ou moral, foi associada ao nome de um único homem. E é nessa grandiosa biografia que conseguimos ver nos mínimos detalhes o do porque disso. Ao entender e imaginar toda a vida de Hitler, vemos um ser egocêntrico, narcisista, mimado e, claro, totalmente apático para com a vida do outro. Faltam adjetivos para escrever o quão maquiavélica e podre era sua mente. Porém, o livro nos mostra também que não foi só de Hitler que viveu os 12 anos do regime nazista. Ele era a grande imagem, o líder messiânico, mas por trás existia uma imensa máquina, na qual diversas pessoas possuíam papeis fundamentais para a manutenção desse sistema opressor e brutal. As intrigas políticas eram praticamente um teatro, em que todos os atores davam sua alma para o grande senhor como forma de lealdade. Naquela época, frases como "Tenho o direito de pedir a qualquer soldado alemão que submeta sua vida" eram ditas com total convicção e certeza, sem nem pestanejar. Apesar de ser uma leitura muito forte, massiva e detalhada, o autor não poderia fazer diferente, afinal uma realidade tão impactante e sensível como fora essa, merece a devida representação. Não há como colocar em uma simples resenha todos os sentimentos e ideias que as mais de mil páginas me trouxeram, mas convido todos a tentarem entender e ler essa grande obra.
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@thereader2408 16/08/2021

A biografia de uma "não pessoa"
Como o demagogo de cervejaria, o vagabundo de Viena, o desajustado social instituiu o terceiro Reich? Fez o mundo tremer nas bases e quase destruiu a Europa? Ian Kershaw, um dos mais importantes historiadores da Alemanha nazista, propõe responder essa questão nessa biografia que é considerada uma das mais completas. A escrita do autor é maravilhosa, ele conduz sua narrativa como uma ficção histórica que é muito boa de acompanhar. Triste saber que tudo foi real e esse homem realmente existiu.

Kershaw apresenta as origens de Hitler, família, educação, primeiros passos como um jovem adulto, primeiras derrotas como artista e arquiteto que queria ter sido, participação na primeira guerra mundial, sua ascensão ao poder até sua queda. Os motivos que levaram essa figura a ascender foram bem específicos. Hitler e o partido nazista foram consequências um conjunto de crises na cultura política ocidental, entre o final do século XIX e o início do XX, e devido ao rancor alemão pelo resultado da Primeira Guerra Mundial. Hitler ascendeu dos escombros de uma nação arrasada e como uma alternativa de recuperação do orgulho alemão.

Ao longo das mais de mil páginas de texto, vemos o esboço do que foi Hitler, uma não pessoa, despreparado politicamente, criatura bizarra e oportunista. Em sua subida ao reichstag (misteriosamente incendiado coincidentemente no mesmo período que Hitler vira chanceler) ele não passou pelas etapas comuns que formavam lideranças políticas. Pouco a pouco ele foi eliminando todas as instituições até que concentrar poderes supremos dando um golpe fatal na instável democracia da República de Weimar. O fim das liberdades democráticas foi aceito em silêncio. Hitler posou como o salvador da Alemanha diante do perigo do fantasma do comunismo e sua popularidade foi para estratosfera. E com grande apoio popular o ditador nazista cometeu grandes atrocidades.

Kershaw nos fez entender de maneira racional como Hitler foi possível e essa leitura nos faz refletir sobre tudo o que o ser humano é capaz e, como um todo, conseguimos questionar a respeito das escolhas que nossas sociedades fazem. Hitler não aconteceu sozinho, não foi por acaso. Livro excelente!

@thereader2408

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lucasg502 18/11/2015

Biografia mais completa e cheia de detalhes que já li !
“Hitler”, a monumental biografia escrita por Ian Kershaw (1.024 págs., Companhia das Letras, 2010), é um livro altamente recomendado para quem quer entender o século XX e – em especial – as profundezas da natureza humana.
Confesso que o nazismo e Hitler são temas que despertam em mim um certo fascínio, menos pela morbidez propriamente dita que é atrelada a ambos e mais pelo interesse que tenho em - pelo menos - tentar entender a maldade humana em essência, e não há episódio histórico em que isto tenha acontecido com tamanha intensidade (e densas névoas) como no período em questão.
O mundo continua tão perigoso e contraditório quanto era no nem tão longínquo ano de 1939. O caldeirão de ódio, fanatismo, preconceito e intolerância continua cozinhando em fogo brando, mas sempre pronto para estourar ao menor descuido.
A diferença, para nossa acalentada esperança, é que hoje talvez haja muito mais gente atenta para identificar seus sinais e disposta a combatê-los.
Melhor seria, sem dúvida, nem ter que se preocupar com isso, mas a biografia de Ian Kershaw deve ser lida e recomendada como um alerta de que a História costuma não perder a chance de se repetir. Hitler sempre me fascina a vida dele , e não pelas atrocidades, mas pela forma que ele comandou tudo e acho que essa frase demonstra o que eu digo "'pode ter estado errado do começo ao fim, mas uma coisa está acima de qualquer dúvida: esse homem conseguiu abrir seu caminho de cabo lanceiro do Exército alemão até Führer de um povo de quase 80 milhões [...]"
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Roberto Soares 20/04/2020

Acho que em toda a minha experiência como leitor, nunca fiz uma leitura tão difícil quanto a desta biografia. E essa dificuldade veio por muitos motivos, principalmente pelo teor altamente político da narrativa, principalmente após o ínicio da guerra em 1939. Incontáveis descrições de táticas de guerra e assuntos de governo deixaram a leitura, confesso, bem massante em alguns momentos. Mas depois de pensar bem, notei que isso se devia principalmente à ideia pre-concebida que eu tinha de Hitler como um demônio mítico e sobre(ou sub)-humano. Porém, Ian Kershaw joga por terra o mito e expõe o homem Adolf Hitler, que, munido de uma capacidade demagógica e discursiva excepcionais e um rancor inabalável pelo passado, estava no lugar certo na hora certa, em que toda uma nação humilhada, ferida e furiosa precisava exatamente do que ele acreditava estar destinado o oferecer: uma salvação messiânica da grandeza e do orgulho da "raça" e nação. Aqui, descobrimos que Hitler não era detentor de nenhum poder sobrenatural ou oculto; ele era alguém que utilizou da força e posterior triunfo da vontade e da sorte, unido com o ódio, a megalomania e o ego próprio e de seus igualmente fervorosos e malignos seguidores, construiu o mais repugnante e doloroso episódio da história moderna.
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