As mulheres de Tijucopapo

As mulheres de Tijucopapo Marilene Felinto




Resenhas - As mulheres de Tijucopapo


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Melissa 18/05/2024

Terminei de ler a me bateu uma tristeza por saber que nunca poderia ler esse livro pela primeira vez outra vez. Genial
Brilhante. Irreverente. Acho que um dos melhores que já li. Arrisco dizer que um dos melhores que vou ler na vida.
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Nichelle0 17/05/2024

As mulheres de Tijucopapo
Livro publicado pela primeira vez em 1982, de rimas poéticas e linguagem crua, fala da infância de Rísia em Tijucopapo, comunidade de marco histórico em Pernambuco onde desenrolou-se uma batalha das mulheres da região com os holandeses por volta do século XVII. Marilene Felinto usou a batalha como pano de fundo para contar a história de mulheres que sofriam violência doméstica, e pontua outros assuntos ainda muito atuais como o racismo, o êxodo rural, a xenofobia e a o preconceito com quanto as diferenças de classe social através da história de Rísia que rompeu os padrões da avó e da mãe, quebrando um ciclo que se perpetuava a gerações de mulheres da sua família. Um livro com uma escrita muito gostosinha de ler, fala da nossa região, do meu País Pernambuco, ele dá muito orgulho de saber que na minha terra houve (e ainda há) mulheres corajosas e guerreiras.
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Diogo518 24/03/2024

A viagem geográfica e mítica de Rísia revela uma jornada de autodescoberta. E de identificação com mulheres ancestrais, mas também de pertencimento a lugar nenhum. Um pequeno monumento de Marilene Felinto.
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João Pedro 28/02/2024

"Num intervalo de fantasias e sonhos"
Publicado pela primeira vez em 1982, o livro narra a peregrinação de Rísia de São Paulo até Tijucopapo, em Pernambuco, localidade fictícia na qual sua mãe nasceu. É a viagem, que é de encontro (ou de retorno) consigo mesma, que dá corpo à obra. Esse livro é, mais do que destino, sobre caminho. O "caminho árido de babaçus e mocambos" percorrido por Rísia, em um gigante fluxo de consciência do início ao fim, por vezes confunde a leitora, mas logo reassume a forma de contação de uma história - a história da vida de Rísia, para quem "tudo aconteceu mesmo nesse tempo de menina. O resto, a vida, é redundância".

O livro é de uma poesia crua belíssima. Rísia me lembrou um pouco a Macabéa de Clarice Lispector, mais pelo sofrimento semelhante do que pela resignação diante da vida. Rísia, que é cheia de opiniões, sente - e narra - o peso de viver uma vida difícil. "Eu só vivo no mundo porque não há outro lugar para viver. Porque o mundo, de São Paulo a Recife e aos lugares todos onde se rodam os filmes de cinema, o mundo mesmo dói demais".

O romance de Felinto é, definitivamente, uma experiência. Tanto pela potência da linguagem, cheia de repetições de palavras e de narrativas que não seguem uma ordem cronológica aparente, mas que depois se concatenam, como pela força de Rísia, que tem um quê muito autobiográfico da autora, que conta sua história "como se tudo acontecesse num intervalo de fantasias e sonhos".
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NathaliaEira 26/02/2024

Poesia que transborda na literatura
"Aqui parece que não se morre, Nema. Aqui parece que só se dói muito. Nema, eles me fizeram dolorida como só a dor pode ser. Eu sou uma dor, Nema."

leitura poética, com muitas curvas, descidas e subidas, como a estrada que a personagem navega; corta caminho entre os tempos desnivelados.

a vontade é de grifar cada punhado de palavras escritas por Marilene Felinto, numa tentativa de absorvê-las, torná-las suas!
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Ana Barbalho 04/02/2024

Uma história fascinante e difícil de explicar...
O texto é cru, direto, cheio de palavrões. É guiado pela raiva que a protagonista sente, mas ao mesmo tempo é repleto de poesia e tem uma oralidade extremamente rica.

Entendi todo a história? Não. Mas pretendo reler para observar melhor alguns pontos do contexto histórico (1964/ditadura).

Recomendo o audiobook. Li o e-book quanto ouvia e a narração da Roberta Estrela D'Alva é maravilhosa!
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Dandara 17/12/2023

As mulheres de Tijucopapo
Dois dias após a leitura e ainda busco digerir a história de Rísia rumo a Tijucopapo, cidade fictícia em Pernambuco. Mais incrível se torna, quando descobrimos que esse livro foi escrito por Marilene quando essa tinha, apenas, 22 anos, e sendo esse seu livro de estreia. Que estreia! Conhecer a história de Risia é reconhecer um pouco de cada uma de nós, é estar, como a protagonista, em estado morro não morro.
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Lis.lis 28/11/2023

Meu livro favorito, amo a escrita e me prendi muito lendo. Com frases e momentos muito emblemáticos.
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Kasimoes 27/11/2023

Tijucopapo
Publicado em 1982, As mulheres de Tijucopapo, continua sendo muito atual. Uma história carregada de oralidade e repetições que enfatizam a força e as entranhas dessa narrativa.
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Bia 25/09/2023

As mulheres de Tijucopapo é um livro para começar a ler e não largar mais. A genialidade pela qual a escritora encaminha o leitor, é inigualável. Quero reler!
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Paola 02/07/2023

Publicado em 1982, quando a autora tinha 22 anos, o livro relata a jornada de retorno da personagem Rísia à fictícia Tijucopapo, inspirada na história real de Tejucupapo, em Pernambuco. No século XVII, a cidade foi palco de uma batalha entre mulheres locais e holandeses. Entre as linhas de "As mulheres de Tijucopapo", é contada a história das guerreiras de Tejucupapo.

A obra ressalta elementos históricos, feministas e antirracistas. A narradora explora as contradições da sociedade e da cultura multirracial brasileira ao regressar a essa terra mítica. Contudo, apesar de todo o contexto impactante, não consegui estabelecer uma conexão com a personagem principal.
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Toni 16/03/2023

Leituras de 2022 | Literatura & Resistência

As mulheres de Tijucopapo [1982]
Marilene Felinto (PE, 1957-)
Ubu, 2021, 240 pág.

Lançada às vésperas do romance de estreia de Marilene Felinto completar 40 anos de sua primeira publicação, a presente edição de As mulheres de Tijucopapo, repleta de textos de apoio, celebra com muita propriedade uma obra potente (poética e rascante, mítica e ontológica), marco da lit. bras. contemporânea. Muitos rótulos poderiam ser atribuídos a esta narrativa – romance de formação ou de estrada, romance psicológico ou utópico – mas nenhum sozinho é capaz de dar conta da experiência de leitura ou da complexidade de sentidos que a obra enseja. Em primeira e última análise, talvez seja melhor defini-lo com as palavras de sua narradora, Rísia: “Sou [este romance é] uma mulher indo sozinha pela estrada.”

É a partir deste caminhar telúrico, de retorno às origens e que, não por acaso, dura os mesmos 9 meses de uma gestação, que Rísia volta de São Paulo a Pernambuco, mais especificamente à cidade de sua mãe, Tijucopapo, vilarejo onde, em 1684, um grupo de mulheres resistiu à invasão dos holandeses com armas improvisadas. Essa matriz histórica, no entanto, apesar de ser ponto de partida e de chegada do livro, não é explorada pela narrativa de forma literal (como se fosse um romance histórico), mas consiste no suporte mítico de resistência feminina que atravessa o percurso e o discurso de Rísia, em direção a uma renovação da luta contra o patriarcado e a desigualdade social.

Marcada por negligências (“Mamãe me cansava de indiferença, mamãe era uma merda.”), traumas coletivos e por uma reiterada estraneidade – uma nordestina em São Paulo, uma mulher negra em São Paulo, uma estudante pobre em Higienópolis (“As pessoas, menino, são fogo do inferno. Dos quintos do inferno. As pessoas me esculhambam, só sei disso.”), Rísia é uma personagem complexa que nos preenche com seu ódio, sua rebeldia criativa e seus momentos de dúvida e ternura. Perdido em reminiscências, seu caminhar de volta à terra da mãe, onde encontra uma revolução em fomento, é ele próprio um lugar de transformação no qual “pessoas são jeitos perdidos” e “o mundo mesmo dói demais."
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Aniram 26/12/2022

A solidão que nos atravessa
As Mulheres de Tijucopapo é, acima de tudo, uma narrativa sobre racismo, desigualdade social e a solidão da mulher negra. A partir de um fluxo de consciência intenso (e, em certos momentos, difícil de acompanhar), Marilene Felinto aborda inúmeros temas pertinentes à sociedade brasileira, desde as estruturas patriarcais e machistas que afetam todas as mulheres sem distinção ao racismo que atinge especificamente mulheres negras. Não é uma leitura leve, nem fácil de digerir, mas importantíssima.
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Lurdes 24/12/2022

"Jamais vou admitir que me definam."

Este romance de estreia de Marilene, escrito quando ela tinha apenas 22 anos é carregado de muita potência e muita revolta.

Me debati bastante tentando assimilar tamanho ódio. Racionalmente conseguia compreender as inúmeras razões para que Rísia fosse tão revoltada e movida por tanta raiva, mas em vários momentos custei a me conectar com a protagonista.
Sabe quando temos receio de falar qualquer coisa para alguém que costuma reagir de forma violenta?
Me senti um pouco assim em relação à Risia, como se não houvesse nada que eu pudesse falar para ela que aplacasse esta dor, esta revolta.

Estranho que demorei a escrever sobre a leitura e só agora, enquanto escrevo, e que reli alguns trechos marcados, tudo faz sentido.

Basicamente o livro, narrado pela protagonista Risia, conta de sua infância paupérrima, da acomodação e do desamor de sua mãe, das surras do pai, da ida para São Paulo onde perde seu grande amor e de sua decisão de retornar a Tijucopapo, em Pernambuco, onde sua mãe nasceu.
Esta viagem de retorno é um pouco catártica.
Tijucopapo, terra de mulheres guerreiras, é sinônimo de força, de ancestralidade e de recomeço.

A vida até aqui foi dura demais para Risia mas em Tijucopapo ela espera se reconciliar com seu passado e consigo mesma.

Enquanto lia não cheguei a me emocionar, fiquei meio na defensiva, ouvindo seu desabafo.

Mas agora, enquanto escrevo, termino meu humilde texto com lágrimas nos olhos sentindo que eu seria capaz, sim, de sentir toda esta raiva e que ela é muito mais do que legítima.

Grande Marilene.

"Jamais vou admitir que me definam."
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anaana 10/11/2022

fugindo do ambiente hostil que foi são paulo ao longo de sua vida - repleto de racismo, xenofobia e machismo -, rísia encara uma jornada até suas origens. ela busca em sua ancestralidade a força necessária para sobreviver ao seu presente.

?Isso não se faz com uma pessoa - morrer.
Mas se você morreu, me deixe em paz. Não me apareça.
E se vá de vez. Não fique aí a sussurrar-me (o quê? a sua morte?) ou a bisbilhotar-me pelo olho da fechadura.
Isso eu não aguento.
Isso não se faz com uma pessoa - morrer e não morrer.?

?Às vezes pensava em política: nós somos um bando de bestas guiadas por um bando de bestas. Nós somos bestas. Nada mais há para ser feito. Somos bestas teleguiadas, controladas, massificadas, espiadas, vigiadas, enquadradas, enxadrezadas na prisão da rua. Uma penca de bestas. Uma reca de bestas mansas. Eu cuspo. Somos bestas. Eu escarro. Somos bestas. Eu vomito. Somos bestas.?
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