As mulheres de Tijucopapo

As mulheres de Tijucopapo Marilene Felinto




Resenhas - As mulheres de Tijucopapo


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Toni Nando 15/09/2022

Mulheres Fortes!
LIVRO: AS MULHERES DE TIJUCOPAPO
AUTOR: MARILENE FELINTO
PUBLICAÇÃO: São Paulo, 2021
EDITORA: Ubu
ONDE SE PASSA: Brasil
DATA: 30 / 07 / 2022
NOTA: 10

Marilene Felinto é uma escritora Pernambucana, graduada em letras e romancista, tradutora e cronista. Responsável pela obra As Mulheres de Tijucopapo, foi premiada com o Prêmio da União Brasileira dos Escritores (1981) e o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, em 1982. A obra conta a história de Rísia, uma retirante nordestina em São Paulo, com uma infância traumática, vivida ao lado do pai ausente e uma mãe rude. Em São Paulo, é obrigada a lidar com o racismo, xenofobia e humilhações. A personagem também lida com o abandono constantemente, até o momento em que ela é quem decide deixar de lado aquela São Paula hostil e excludente. Resolve então voltar à terra da sua mãe, Tijucopapo, lugar onde as mulheres são fortes. Com o fardo pesado de sua história, ela faz o trajeto de São Paulo a Tijucopapo a pés, e essa caminhada faz com ela questione e revisite o seu passado triste, pois suas lembranças marcantes e assombrosas são sua constante companhia. Marilene Felinto apresenta uma escrita forte, impactante, a qual desperta revolta no leitor por conta das muitas injustiças às quais Rísia é submetida.
Se você procura uma obra que trate de mulheres fortes essa é minha indicação.
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Toni 16/03/2023

Leituras de 2022 | Literatura & Resistência

As mulheres de Tijucopapo [1982]
Marilene Felinto (PE, 1957-)
Ubu, 2021, 240 pág.

Lançada às vésperas do romance de estreia de Marilene Felinto completar 40 anos de sua primeira publicação, a presente edição de As mulheres de Tijucopapo, repleta de textos de apoio, celebra com muita propriedade uma obra potente (poética e rascante, mítica e ontológica), marco da lit. bras. contemporânea. Muitos rótulos poderiam ser atribuídos a esta narrativa – romance de formação ou de estrada, romance psicológico ou utópico – mas nenhum sozinho é capaz de dar conta da experiência de leitura ou da complexidade de sentidos que a obra enseja. Em primeira e última análise, talvez seja melhor defini-lo com as palavras de sua narradora, Rísia: “Sou [este romance é] uma mulher indo sozinha pela estrada.”

É a partir deste caminhar telúrico, de retorno às origens e que, não por acaso, dura os mesmos 9 meses de uma gestação, que Rísia volta de São Paulo a Pernambuco, mais especificamente à cidade de sua mãe, Tijucopapo, vilarejo onde, em 1684, um grupo de mulheres resistiu à invasão dos holandeses com armas improvisadas. Essa matriz histórica, no entanto, apesar de ser ponto de partida e de chegada do livro, não é explorada pela narrativa de forma literal (como se fosse um romance histórico), mas consiste no suporte mítico de resistência feminina que atravessa o percurso e o discurso de Rísia, em direção a uma renovação da luta contra o patriarcado e a desigualdade social.

Marcada por negligências (“Mamãe me cansava de indiferença, mamãe era uma merda.”), traumas coletivos e por uma reiterada estraneidade – uma nordestina em São Paulo, uma mulher negra em São Paulo, uma estudante pobre em Higienópolis (“As pessoas, menino, são fogo do inferno. Dos quintos do inferno. As pessoas me esculhambam, só sei disso.”), Rísia é uma personagem complexa que nos preenche com seu ódio, sua rebeldia criativa e seus momentos de dúvida e ternura. Perdido em reminiscências, seu caminhar de volta à terra da mãe, onde encontra uma revolução em fomento, é ele próprio um lugar de transformação no qual “pessoas são jeitos perdidos” e “o mundo mesmo dói demais."
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Alê 28/12/2020

Deslumbramento
Desconhecido por muitos, Mulheres de Tejucupapo é uma pérola da literatura brasileira.
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Leila 04/08/2022

Bão...então comecei aqui a ler As mulheres de Tijucopapo e estava amando o comecinho, pensei pah, vai ser massa, aí de repente fica maçante, começa uma repetição e repetição e logo a autora foi me perdendo. A história é boa, afinal foi baseada em fatos históricos (nada mais legai do que pegar um levante de armas feminino contra holandeses na cidade de Tejucupapo em Pernambuco no séc. XVII), porém pra mim a coisa foi degringolando. Tenho que enfatizar "sempre" que sou uma leitora do coração e não adianta o livro ter trocentos mil textos de apoio e fortuna crítica como essa linda edição da Ubu tem, falando da importância da obra e tals (entendi tudo isso, ok, concordo), mas sou turrona e continuo batendo na tecla de que o livro tem que se bastar por si só, ele pode crescer com todas as informações extras mas não se valer delas para o leitor gostar ou não da leitura. Seguindo...
Rísia é uma personagem nordestina e pelo que eu entendi negra, está revoltada com a vida, com Deus e com o mundo por todas as agruras que sofreu (ok, não tiro sua razão), passa 1/3 do livro esbravejando e xingando, o outro 1/3 chorando um amor perdido dizendo que vai morrer junto com ele (o cara morreu, não é spoiler, o livro começa com isso já) e o 1/3 restante tentando se reencontrar ao voltar para a terra natal de sua mãe, no caso Tijucopapo (a autora mudou a grafia da cidade original) e é isso. Aí você vira e me pergunta: Mas Leila, por que você não gostou? O livro não tem emoção! Eu que sou uma manteiga derretida, choro até com desenho do pica-pau (sim, as aparências enganam, tem muita gente que me considera uma ogra, né?) não consegui me conectar com Rísia, e cara, ela tá putaça, ela tá xingando, ela tá gritando e eu super entendo, mas não comprei a briga dela, sabe? e eu queria muito ter tido os sentimentos certos quando li, porque eu concordo com tudo, sei que a vida dela foi uma bosta. Queria ter sido tocada, queria caminhar ao lado dela esbravejando também e mandando todo mundo para aquele lugar, mas não deu. Fico triste, mas não tenho mto o que fazer, é isso!
Aí quando li os textos de apoio e as fortunas críticas pensei, bah, esse livro não é para leitores "normais", é para críticos literários, só pode!, porque esse povo enxergou umas coisas que só tirando leite de pedra merrmo, a minha xará Leila Lehnen então, nossinhora, parece até que leu a oitava maravilha do mundo. E com essas e outras paro e penso, será que li errado? rsrsrsrs
Quem aí leu e gostou, please me conte porque gostou!
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NathaliaEira 26/02/2024

Poesia que transborda na literatura
"Aqui parece que não se morre, Nema. Aqui parece que só se dói muito. Nema, eles me fizeram dolorida como só a dor pode ser. Eu sou uma dor, Nema."

leitura poética, com muitas curvas, descidas e subidas, como a estrada que a personagem navega; corta caminho entre os tempos desnivelados.

a vontade é de grifar cada punhado de palavras escritas por Marilene Felinto, numa tentativa de absorvê-las, torná-las suas!
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Lud 24/01/2022

Não fluiu pra mim, não consegui me envolver com a história, com a protagonista, principalmente pela maneira como é contada. Há muita repetição de frases, meio que numa ideia de poema ou poesia, e quase tudo acontece na menta da personagem, reflexões, lembranças. Depois que a história termina, há vários textos apontando a importância do livro, e acredito que seja mesmo relevante, só não foi pra mim.
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helissonpaiva 27/01/2015

Há real mensagem?
Leitura muito maçante, de pouquíssimo envolvimento com personagens ou caracterizações. Um ritmo único de leitura, sem sobressaltos que poderiam dar ao livro alguma vida.
Polliana 15/02/2021minha estante
concordo, o enredo é bom, mas a historia não foi bem escrita.




kiki.marino 29/11/2021

Um livro com valor representativo cultural e literário, de épocas,presente e passado. Mesmo que sua mensagem com forte oralidade,assim como de outras minorias na América Latina se perca um pouco na trama,que parece dispersa e repetitiva.
Se centra na protagonista Rizia, uma jovem negra,que decide voltar a sua terra natal, onde sua mãe nasceu, Tijucopapo,o palco de guerra, de seu amor e de seu ódio, como toda mulher ela carrega uma chama irascível contra toda injustica que sofre na sociedade. Durante a viagem começa a desenterrar memórias de um típica família disfuncional, além de patriarcal e tradicional nordestina, do qual "fugiu" pra encontrar sua identidade.

Uma volta pra casa . Talvez um paralelo com exilados da ditadura
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Michele Duchamp 24/05/2022

Como diria Jordan Peele, "Nope!"
Abandonei logo nas primeiras páginas porque definitivamente é o oposto do meu estilo de leitura. Comecei a ler para participar de um clube do livro, desisti de ambos.
karlinismo 25/05/2022minha estante
"...desisti de ambos." Kkkkkkk Michele, ai lóv u!


Michele Duchamp 25/05/2022minha estante
Eu não entendi nada do livro kkkkkkkkkkkkk


Gislane Oberleitner 17/06/2022minha estante
Pensei que só eu não tivesse gostado?


Michele Duchamp 17/06/2022minha estante
Eu não compreendi NADA dos sentimentos expressados pelos personagens, não vou mentir.




Wandsson 04/02/2011

Várias mulheres, em uma só Tijucopapo
Esse livro é o retrato de várias mulheres, que existem nas vozes de Rísia, mulheres fortes, fracas, mulheres derrotadas pelo amor, ou pela dor de nunca terem o sentido.
As histórias se confundem, e se unem em uma só nesse brilhante livro, dessa autora tão pouco conhecida, livro esse que caracteriza bem a vida da mulher em conflito, com ela e como mundo, ao qual ela nasceu, e ao qual ela vive hoje. Uma vida repleta de conflitos, entre a menina que teve uma infância dura, entra a mulher que sonha,e entra mulher que já não sonha mais, pois a vida lhe permite mais.
Para isso ela precisa voltar ao inicio de tudo, como se fosse começar tudo novamente, e se liberta de tudo que sofreu em outra língua, em uma língua estrangeira, pois a sua língua não é mais suficiente.
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Carol 24/09/2021

?não mais?
Mulheres nordestinas pobres imigrantes em São Paulo que sabem se reinventar.

A crítica social de ?As Mulheres de Tiju­co­pa­po? sugere, e às vezes aponta diretamente, que os nordestinos que foram para São Paulo foram para encontrar uma vida melhor tal como se vê no cinema, mas não acharam vida nenhuma e per­deram a que tinham na terra natal. Alguns vol­taram, como Rísia, mas ficaram perdidos entre a lembrança da terra natal e o novo cenário en­contrado no lugar de origem. Perderam sua identidade.

?Nessa cidade de onde saio, essa cidade tão enorme de prédios e pessoas e carros e lixo passando e vida de cidade, as pessoas são jeitos perdidos. As coisas acontecem, as histórias se fazem aos milhares, mas as histórias se perdem também aos mi­lhares, morrem onde nascem. Cada pessoa é uma história perdida.?
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pfbibiana 26/12/2021

Indignação e inconformismo
Raiva, rancor, dor e melancolia estão bem presentes nessa obra que me pareceu cruamente fiel a tantos descontentamentos que são passíveis em uma mulher não abastada. “Eu já chorei como nunca, de tão ruim que é ser pobre”, a narradora nos conta em um momento.
Apesar de duro, é uma leitura catártica para aquelas que sentem às injustiças ao redor e no percurso de uma vida. Recomendo.

*Particularmente, nessa edição da Ubu, eu não apreciei um dos textos extras, o ensaio. Me pareceu demasiado acadêmico e distante de leitores fora do meio.
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Lurdes 24/12/2022

"Jamais vou admitir que me definam."

Este romance de estreia de Marilene, escrito quando ela tinha apenas 22 anos é carregado de muita potência e muita revolta.

Me debati bastante tentando assimilar tamanho ódio. Racionalmente conseguia compreender as inúmeras razões para que Rísia fosse tão revoltada e movida por tanta raiva, mas em vários momentos custei a me conectar com a protagonista.
Sabe quando temos receio de falar qualquer coisa para alguém que costuma reagir de forma violenta?
Me senti um pouco assim em relação à Risia, como se não houvesse nada que eu pudesse falar para ela que aplacasse esta dor, esta revolta.

Estranho que demorei a escrever sobre a leitura e só agora, enquanto escrevo, e que reli alguns trechos marcados, tudo faz sentido.

Basicamente o livro, narrado pela protagonista Risia, conta de sua infância paupérrima, da acomodação e do desamor de sua mãe, das surras do pai, da ida para São Paulo onde perde seu grande amor e de sua decisão de retornar a Tijucopapo, em Pernambuco, onde sua mãe nasceu.
Esta viagem de retorno é um pouco catártica.
Tijucopapo, terra de mulheres guerreiras, é sinônimo de força, de ancestralidade e de recomeço.

A vida até aqui foi dura demais para Risia mas em Tijucopapo ela espera se reconciliar com seu passado e consigo mesma.

Enquanto lia não cheguei a me emocionar, fiquei meio na defensiva, ouvindo seu desabafo.

Mas agora, enquanto escrevo, termino meu humilde texto com lágrimas nos olhos sentindo que eu seria capaz, sim, de sentir toda esta raiva e que ela é muito mais do que legítima.

Grande Marilene.

"Jamais vou admitir que me definam."
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fev 18/07/2021

Uma trajetória forte e marcante
Não tornou um favorito, mas consigo entender a importância e o diferencial de As Mulheres de Tijucopapo. A forma de narrar e a forte oralidade no texto foi uma das características que mais me chamaram atenção no texto de Marilene Felinto. A fortuna crítica presente nesta edição da Ubu engrandecem ainda mais a obra trazendo um paralelo sobre as discussões presentes ao longo da história. É uma viagem ao mundo de uma mulher negra procurando pertencimento e acolhimento no mundo permeado de violências. Rísia busca se impor naquilo que a tenta destruir.
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Lis.lis 28/11/2023

Meu livro favorito, amo a escrita e me prendi muito lendo. Com frases e momentos muito emblemáticos.
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