douglaseralldo 18/08/2024
Vão-se os dedos, mas fica o anel ou 10 Considerações sobre O senhor do anéis: a sociedade do anel
1 - O primeiro desafio é o de justamente falar algo sobre um livro do qual tantas pessoas já falaram e ainda assim, apresentarmos novos olhares. Apesar do desafio tentaremos isso no decorrer deste post, ficando neste primeiro item nessa retomada contextual e breve síntese da trama que vocês já conhecem, como Frodo, um pacífico hobbit do Condado adentra na mais perigosa jornada das jornadas da Terra Média ao receber enquanto herança de Bilbo Bolseiro o Um Anel, aquele por qual Sauron perdeu os dedos, mas que está louco para retomar o poder do anel. A sociedade do anel, primeiro livro da sequência de três dos romances que constituem a obra, narra da partida de Bilbo do Condado, a chegada do anel a Frodo, o Portador-do-anel, em sua jornada até Valfenda onde o Conselho de Elrond constitui a Sociedade do Anel cujo objetivo seria destruir o anel, uma sina cabida a Frodo, mas que no Conselho recebe o apoio dos nove membros que constituem a sociedade; Como no filme de sucesso adaptado por Peter Jackson, o primeiro volume encerra-se quando as coisas tornam-se ainda menos esperançosas;
2 - Mas, aproveitando que citamos o filme, vale dizer que há importantes diferenças entre a obra literária e a adaptação (o que, obviamente, é bem comum afinal, cada obra é cada obra). Entre elas, forma que se dá a partida de Frodo do Condado, bem como a exclusão de passagens (até aqui, ao menos, interessantes) como as pelas terras do intrigante personagem Tom Bombadil. Tratamos de algumas dessas diferenças nesse post, e dentre as que não aprofundamos, cremos a que deve ser levada em conta numa análise do texto. Trata-se do foco narrativo. Se no cinema, possibilita-se e demanda-se a alternância de foco no acompanhar de diferentes personagens, até agora, pelo menos, já que a cisão mais drástica do grupo ocorre nos dois últimos capítulos, o foco está sempre a acompanhar o herói da narrativa, o seu único protagonista, ou seja, Frodo Bolseiro. Tolkien em sua narrativa de aventura privilegia Frodo concedendo-lhe a primazia do foco narrativo de tal modo que as informações relevantes de acontecimentos com outros personagens surgem nos reencontros e na retomada de suas histórias então, como exemplo, os resgates do que acontece com Gandalf em suas tantas viagens;
3 - Dito isso, precisamos reforçar o quão deleitosa é a leitura do livro. A narrativa é destas poucas a nos captar de maneira imersiva e voraz, pois quando iniciamos a leitura fica difícil desgrudar. Provavelmente pela soma de fatores positivos que tornam a leitura envolvente, os resquícios mitológicos, o privilégio das cenas, as descrições visuais que se para algum são minuciosas, a nós intensificam a imersão no universo tolkiano. Isso sem falar da ação e da constituição de personagens únicos, dotados de uma aura que os torna próximos ao leitor;
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