Maria Bia 29/01/2024+1 adicionado à listinha "ler em outro momento da vida"Não sei se consegui entender as sutilezas desse livro que é uma literatura psicológica/filosófica.
Achei muita coisa estranha e não foi uma leitura fácil pra mim, pelo contrário, achei bem maçante e enfadonha. Pensei em desistir várias vezes. Toda a questão da "marca" de Caim me pareceu um eufemismo que não sei direito se eu interpretei certo.
Apesar das ressalvas, a obra me trouxe momentos de reflexão profunda. Me identifiquei com Sinclair por várias vezes (na mesma proporção em que achava ele insuportável SHUASHUAS).
Não é uma leitura linear, no sentido de ter uma história envolvente com começo/meio/fim. Acompanhamos Sinclair por momentos da infância, adolescência e começo da vida adulta. Em todos esses episódios vemos nele uma pessoa solitária e espiritualmente inquieta.
Nascido em uma família cristã, desde tenra idade questiona a sua própria inquietação e é levado pela dualidade do "bem e do mal", pensando ser pessoa não merecedora do paraíso por conta de sua natureza.
A vida o introduziu a Max Demian, pessoa a qual ele sente uma forte ligação (forte até demais) e que o ajuda nos momentos de dúvida, mostrando outros caminhos para as suas inquietações.
E aí metade do livro vemos mais inquietações e questionamento sobre pertencimento e a falta que ele sente de Demian. Confesso que me prendi na leitura do meio pro final, com a aparição de outros personagens...
Não sei se considero uma leitura boa, mas senti vontade de reler no futuro considerando as inquietações que me trouxe e os pensamentos que levei para a terapia (sim, rolou SHAUSHUAHS).