Alana Salomão Nicodemus 22/03/2024
Uma viagem ao Egito | Siga a @aleituracria no Instagram
Livro: Esfinge
Autor: Robin Cook
Páginas: 308 | +14 anos
Esfinge, mesmo que ironicamente não tenha nenhuma menção à Esfinge no livro, é uma verdadeira viagem pelo mundo egípcio e seus diversos encantos. As páginas são recheadas de passagens verídicas sobre a historiografia egípcia, e ler sobre as ruas e monumentos atiça a imaginação de qualquer um que, ao imaginar todo o cenário, se vê junto à protagonista do livro.
Erica Baron é egiptóloga, e pela primeira vez, mesmo desafiando a vontade do namorado Richard e de sua mãe, faz uma viagem sozinha para o país, na ânsia de colocar em prática tudo o que aprendeu e poder fazer estudos in loco. Mesmo ao chegar ao Egito, Erica é simplesmente assediada por vários homens locais, e para fugir dos assédios, encontra uma loja com artefatos - falsificados - e faz amizade com o dono da loja, Abdul Hamdi. Pela primeira vez em horas, ela se sente segura ao lado de um homem que não passa dos limites, e a nova amizade até mesmo faz com que ele mostre a ela uma estátua verdadeira de Seti I, o que a deixa em estado de admiração e choque.
Mas, nos instantes seguintes, uma tragédia inicia uma série de perigos para Erica, pois o simpático dono da loja é assassinado e a estátua é roubada. Assustada com essa situação, ela se esconde na loja, até que Yvon de Margeu, um colecionador rico e francês, surge. Após uma breve conversa, Erica expõe os últimos acontecimentos e constrói um laço de "amizade" com o francês, que por sua vez, se vê também encantado por ela. Presenciar a morte do comerciante, e a estátua verdadeira, coloca Erica em uma trama incrivelmente perigosa, na qual vários personagens matariam apenas por uma informação sobre a peça em questão. O autor expõe e faz críticas ao mercado negro recorrente no Egito, relacionado às peças que deveriam ser preservadas e destinadas a museus.
Outro personagem que ganha destaque no livro é o chefe do Departamento de Antiguidades, Ahmed Khazzan, que também se mostra encantado com Erica, ao mesmo tempo que nutre sentimentos negativos por Yvon de Margeu. O livro apresenta vários estereótipos ruins da figura feminina; todos a sexualizam, além do autor ter uma imagem machista de certos aspectos dela. Ao mesmo tempo, da metade para as páginas finais, a personagem ganha mais confiança e se mostra extremamente corajosa e inteligente, e compreende que todos a queriam por sua aparência e não por sua inteligência. É um livro
muito bem escrito, descritivo, e encanta o leitor com cada passagem sobre o Egito e suas riquezas.