A Terra Devastada

A Terra Devastada T. S. Eliot




Resenhas - A Terra Devastada


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Isabelle Lopes 06/01/2023

Um mosaico inorgânico das vissicitudes humanas em busca da paz que ultrapassa todo o entendimento.

"(...) DA
Datta: que foi que nós demos?
Meu amigo, sangue a agitar-me o coração
A tremenda ousadia de um instante de entrega
Que tempos de prudência jamais revogarão
Foi por isto, e só por isto, que existimos
O que não aparecerá nos nossos necrológios
Ou em memórias vestidas pela caridosa aranha
Ou sob lacres quebrados pelo seco procurador
Nos nossos quartos vazios (...)"
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medderao 25/06/2022

Não se traduz poema
Parem, por favor...

Não tem impacto, não tem a estética, não obedece um raciocínio próprio e autêntico... Fica um grande vazio, nada com nada.
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Thais CardBeg 09/04/2022

Essência do romantismo
É necessária muita intertextualidade para se apropriar da dimensão da obra. Como apenas peguei algumas referências tentei ler por fluxo de conciência, associação livre. E sentir mais os poemas do que investigá-los. Sobre Eliot, até agora preferi o formato de crítico
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Leonardo.Lenner 15/11/2021

Denso, profundo e enigmático
Eu sempre vi muitas referências às poesias de "A Terra Devastada", do T. S. Elliot, e isso me estimulava a querer apreciar a referida obra. Então, numa breve tarde, tive essa nobre oportunidade e percebi que se trata de um conjunto de poesias que refletem toda uma visão de mundo do ser humano pós-guerra: alguém que, perante os escombros, horrores e cicatrizes da guerra, não contempla mais os pilares espirituais que, até então, sustentavam a existência. O autor deixa claro, linha por linha, o vazio que se apoderou e permaneceu na alma humana, utilizando de imagens, símbolos e verdadeiros enigmas que nos convidam, pela última vez, a olharmos para os nossos abismos interiores e darmos meia volta com a convicção dantesca de que não há mais esperança nem consolo.
É uma obra para ler e reler, como um exercício filosófico.
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Steph.Mostav 09/06/2021

Abril é o mais cruel dos meses
T.S.Eliot transmite muito bem a angústia, o luto e a desorientação daqueles que sobreviveram à primeira guerra mundial. Se utiliza de muitas metáforas e também muitas imagens que, mesmo que não compreendamos, conseguimos sentir parte do que ele quis passar. Meus versos preferidos são os que iniciam a primeira parte:

"Abril é o mais cruel dos meses, germina
Lilases da terra morta, mistura
Memória e desejo, aviva
Agônicas raízes com a chuva da primavera.
O inverno nos agasalhava, envolvendo
A terra em neve deslembrada, nutrindo
Com secos tubérculos o que ainda restava de vida.
O verão; nos surpreendeu, caindo do Starnbergersee
Com um aguaceiro. Paramos junto aos pórticos
E ao sol caminhamos pelas aleias de Hofgarten,
Tomamos café, e por uma hora conversamos...
Que raízes são essas que se arraigam, que ramos se esgalham
Nessa imundície pedregosa? Filho do homem,
Não podes dizer, ou sequer estimas, porque apenas conheces
Um feixe de imagens fraturadas, batidas pelo sol,
E as árvores mortas já não mais te abrigam,
nem te consola o canto dos grilos,
E nenhum rumor de água a latejar na pedra seca. Apenas
Uma sombra medra sob esta rocha escarlate."
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Carolina 15/09/2020

Poemas são sempre muito bem vindos, o meu preferido desse autor foi "o que disse o trovão."
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Zé - #lerateondepuder 07/06/2020

A Terra Devastada
A resenha que ora se inicia é sobre um livro conhecido por vários títulos em português, como A Terra Devastada, Terra Desolada e, ainda, por Terra inútil, com seu título origina em inglês, como The Waste Land, publicado em 1922. Escrita por T. S Eliot, é um poema de pouco mais de vinte páginas, mas com uma leitura de alta complexidade que demanda ler e reler, por vezes, até compreender a mensagem principal. O dicionário à mão é essencial para compreensão de vários termos imprecisos nessa tradução.
Eliot observou em detalhes os horrores da Primeira Guerra Mundial, procurando se valer de lugares e do clima, descrevendo, uma Europa em versos, onde o potencial de autodestruição dos homens relegou a humanidade a um mundo estéril. Esses versos contêm muitas metáforas, simbolismos e enigmas, passando de um significado rude para outro mais cruel, sempre denotando a desesperança advinda do pós-guerra.
As estações do ano são citadas como a decorrência da morte e a retomada da vida, mesmo que desolada, principalmente pelas citações da primavera. As águas e rios têm uma presença constante no poema, talvez, como se fossem para lavar todo o passado ruim. Há citações em alemão e francês ao longo da obra, sendo que ossos e ratos são palavras encontradas em várias passagens.
Divide-se em cinco partes, sendo a primeira nominada como O Enterro dos Mortos, que descreve a ação das estações sobre a terra, a chuva de primavera, a neve e os aguaceiros de verão. Subentende que o protagonista vê um monte de cadáveres em Londres e espanta-se que o aniquilamento destruísse tantas vidas, terminando com uma citação em francês: tu, hipócrita leitor, meu companheiro, meu irmão. Essa primeira parte apresenta os versos clássicos:
Abril é o mais cruel dos meses, germina
Lilases da terra morta, mistura Memória e desejo, aviva
Agônicas raízes com a chuva da primavera.
O inverno nos agasalhava, envolvendo
A terra em neve deslembrada, nutrindo
Com secos tubérculos o que ainda restava de vida.
A segunda parte se denomina Uma partida de xadrez e começa descrevendo o ambiente, detalhando cada objeto e como estes se compunham na cena, cada um com sua representação simbólica, como: um candelabro, a chama de uma vela, os perfumes e uma estátua de cupido que espreita e outro cujos olhos se escondiam sob as asas, dentre outros. Segue apresentando o conto de Filomela, uma personagem que representa uma figura mitológica que foi violentada pelo Rei Tereu e se vinga, junto com sua irmã, matando seu sobrinho, tendo que pedir ajuda aos deuses para escapar da vingança, sendo transformada em um rouxinol.
A terceira parte tem o título de O sermão do fogo e relata que as ninfas não mais se encontram nos rios. Elas já partiram e rios não suportam restos de festas, mas apenas chocalhar dos ossos e os ratos. Pescando, observa toda a desolação e ouve os rumores da cidade, que anunciam a primavera. Volta a citar o cantar do rouxinol e destacar “tão rudemente violada, Tereu”, como uma metáfora à terra tão rudemente devastada.
A quarta é a mais curta das partes, sendo conhecida por Morte por água, quando aborda que uma vida que se encerra pelo redemoinho das águas, fazendo uma solicitação a quem comanda os destinos, um alerta que também poderá ser atingido e perecer.
Por fim, chega à quinta e última parte, nominada por O que disse o Trovão, a rima parece tratar dos fantasmas dos diversos mortos que agora com os vivos convivem. Comenta a falta de água e apenas a evidência de rocha, como se a água fosse a vida e rocha a ruína e o trovão sem chuva. É incisivo no fato de não haver água. Destaca que apenas existimos e ninguém se importará com nosso término, nem contará os nossos necrológicos
Seu autor, Thomas Stearns Eliot nasceu em St. Louis, nos Estados Unidos, nos finais dos anos 1800 e faleceu em Londres, no século passado, sendo um poeta modernista que se considerava classicista, dramaturgo e crítico literário. Pela excelência de sua obra, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura de 1948. Nascendo no Missouri americano, mudou-se para a Inglaterra em 1914, no auge de seus 25 anos, vindo depois a tornar-se cidadão britânico.
Esta resenha se baseou na tradução do poeta Ivan Junqueira, que a denominou como "Terra Desolada". Disponível para ser baixada no site LeLivros. Veja a vídeo resenha em: https://youtu.be/OrDse1nEmao, acesso em 05 jun. 2020.
Paz e Bem!


site: https://lerateondepuder.blogspot.com/2020/06/poema-terra-devastada.html
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Fernando 09/05/2020

Uma poesia que exprime a angústia do pós guerra; as palavras sangram. Incrível!
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arthur966 31/03/2020

null
"que faremos amanhã?
que faremos jamais?"
eu na quarentena.
amei o poema só tem uma coisinha é entendi nada. mas ainda assim perfeito
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Lara 07/03/2020

Achei interessante apesar de não gostar muito de poesia, especialmente a moderna. Cheio de referências que sem a ajuda de guias eu não poderia entender, admito. Mas para alguém que lê sem ajuda de guias, ainda assim é possível captar a essência do poema e os sentimentos que ele traz.

Frases:

- Penso que estamos no beco dos ratos onde os mortos seus ossos deixaram.
(Me lembrou as trincheiras da primeira guerra)

- Que faremos amanhã? Que faremos jamais?
(Em meio às alusões à superficialidade das relações humanas, que é tema comum ao romance modernista americano O Grande Gatsby, essa frase me lembrou uma praticamente idêntica proferida pela Daisy)
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Julio.Argibay 08/02/2019

Poesia
A Terra Desolada

THE WASTE LAND

T.S. ELIOT



Se trata de uma poesia, penso eu. Bem leve, tocante (triste?)... boa para aliviar as tenções; Relembrar um lugar simples, passageiro, efêmero. Finalmente, sem compromisso, sem obrigações. De boa. Acho que é isso ai.
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Ricardo Rocha 10/04/2016

acho que é o único caso de um escritor de quem a vida nãso me passa nada, mas a obra nada sofre por conta disso. talvez seja tentado a relevar pq um dia ele disse quando perguntado o que ele quis dizer com a terra devastada Sei lá o que quis dizer, quando tem algo apertando o peito vc quer que isso saia dali, e quando sai, vc quem sabe descobre o que era, ou não, mas está feliz porque a dor passou. é a melhor resenha de sua poesia.
Marcelo Stepon 13/07/2016minha estante
A TERRA DESOLADA ( T.S. Eliot )
( por Marcelo Steponkevicius, poeta )

Realizado entre 1920 e 1921 e publicado em 1922, ?The Waste Land?, de T. S. Eliot (1888-1965) é considerado por muitos críticos o mais importante poema do século XX, quiçá dos mais importantes de todos os tempos. Faz uma vasta exploração poética da esterilidade da vida moderna tendo como referência a destruição da Europa após a Primeira Guerra Mundial. Logo no primeiro verso da obra : ?Abril é o mais cruel dos meses...? percebemos metaforicamente a noção de uma agonia , qual seja , a da chegada incerta da primavera ao hemisfério norte, ao mundo. Ao final do poema, o leitor se depara com questões fundamentais à humanidade : ainda germinará a primavera para a humanidade? Uma humanidade auto-destrutiva e impotente diante de seu próprio destino.

Após os horrores da Primeira Guerra Mundial, T. S. Eliot, descreveu em seu poema liricamente um mundo no qual o potencial humano de destruição deixou a humanidade estéril e aponta para a crise da cultura ocidental repleta de destruição e contaminada pela barbárie desde seu início até o pós primeira guerra mundial.

Das cinco partes do poema A Terra Desolada há muitas referências e citações, como um caleidoscópio , um verdadeiro diálogo com a literatura européia, à literatura indiana e à Antiguidade clássica. Homero, Dante Alighieri (1265-1321), Virgílio (70-19 a.C.), William Blake (1757-1827), William Shakespeare (1564-1616), Baudelaire, etc além de canções populares, passagens e citações em seis línguas estrangeiras, inclusive frases em sânscrito aparecem metaforicamente para dar corpo à obra.

O Poema está repleto de ricas e densas metáforas ligadas a temas recorrentes como a chuva, a esterilidade principalmente , a violação, a barbárie , a ruína da civilização e da vida pessoal e social , costuradas numa ligação entre passado e presente ?atemporal ? remetendo-se a toda experiência da vida e da organização social humana.

Em The Waste Land a cultura, a moral, estética, religião, sociedade e sujeito aparecem mutilados metaforicamente ; Eliot cria uma ? estética da fragmentação? tentando construir uma imagem e história do homem a partir de imagens rotas, fragmentadas.

Símbolo da civilização sem rumo do pós-Primeira Guerra, este grande poema contribuiu decisivamente - ao longo de seus mais de 400 versos - para sedimentar as bases do modernismo tentando traduzir o universo de infertilidade do pós guerra, das incertezas do homem diante de seu passado e de seu futuro .

O poema é dividido em cindo capítulos ; saindo do lugar comum não organizados exatamente dentro de uma sequência lógica ; são eles : I. O Enterro dos Mortos II. Uma Partida de Xadrez III. O Sermão do Fogo IV. Morte pela Água V. O Que Disse o Trovão

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A Terra Desolada (T. S. Eliot)

I. O Enterro dos Mortos

Abril é o mais cruel dos meses, germina
Lilases da terra morta, mistura
Memória e desejo, aviva
Agônicas raízes com a chuva da primavera.
O inverno nos agasalhava, envolvendo
A terra em neve deslembrada, nutrindo
Com secos tubérculos o que ainda restava de vida.
O verão; nos surpreendeu, caindo do Starnbergersee
Com um aguaceiro. Paramos junto aos pórticos
E ao sol caminhamos pelas aleias de Hofgarten,
Tomamos café, e por uma hora conversamos...
Que raízes são essas que se arraigam, que ramos se esgalham
Nessa imundície pedregosa? Filho do homem,
Não podes dizer, ou sequer estimas, porque apenas conheces
Um feixe de imagens fraturadas, batidas pelo sol,
E as árvores mortas já não mais te abrigam,
nem te consola o canto dos grilos,
E nenhum rumor de água a latejar na pedra seca. Apenas
Uma sombra medra sob esta rocha escarlate.
(Chega-te à sombra desta rocha escarlate),
E vou mostrar-te algo distinto

De tua sombra a caminhar atrás de ti quando amanhece
Ou de tua sombra vespertina ao teu encontro se elevando;
Vou revelar-te o que é o medo num punhado de pó...

Cidade irreal,

Sob a fulva neblina de uma aurora de inverno,

Fluía a multidão pela Ponte de Londres, eram tantos,

Jamais pensei que a morte a tantos destruíra.

Breves e entrecortados, os suspiros exalavam,

E cada homem fincava o olhar adiante de seus pés.

Galgava a colina e percorria a King William Street,

Até onde Saint Mary Woolnoth marcava as horas

Com um dobre surdo ao fim da nona badalada.

Vi alguém que conhecia, e o fiz parar, aos gritos: "Stetson,

Tu que estiveste comigo nas galeras de Mylae!

O cadáver que plantaste ano passado em teu jardim

Já começou a brotar? Dará flores este ano?

Ou foi a imprevista geada que o perturbou em seu leito?

Conserva o cão à distância, esse amigo do homem,

Ou ele virá com suas unhas outra vez desenterrá-lo!

Tu! Hypocrite lecteur! - mon semblable -, mon frère!"



(Trechos de Terra Desolada, de T. S. Eliot. Tradução de Ivan Junqueira)




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