karlinismo 25/02/2020
"... as palavras com que me untei."
Dos mais ou menos 110 poemas contidos neste livro, encantei-me, realmente, por nenhum.
Me assusta como os poetas modernos só falam sobre tristeza. Me incomoda como todos os poemas, sem exceções, parecem falar de uma única coisa; a mágoa da melancolia. Quando me entrego a Fernando Pessoa me afogo em furiosas ondas de ira, paixão, alegria, insanidade, rancores, mas também me salvo, descansando em puras infâncias, suaves prazeres, amizades fortes, promessas de juvenil amor e vivos sentimentos de coragem e liberdade. Tenho a fome, mas também a saciedade. Por outro lado, a maioria dos autores de agora, que atrevo-me a conhecer, decepcionam-me. A tristeza e o sentimento de vazio nessa geração parece ser o único motivo capaz de sensibilizar-lhe o coração.
Tirando isso, essa autora em particular me irritou com seu vocabulário excessivamente repetitivo; é vento, é fruta, é tempo, é osso, é pássaro toda hora.
Consigo nomear uns três poemas que considerei bom do início ao fim, todo o restante tem um ou dois versos dispersos que valem a pena ler.
"...Que a poesia diga
O que não pode ser dito
Pedra e sentimento."