Tornar-se Negro

Tornar-se Negro Neusa Santos Souza




Resenhas - Tornar-se Negro


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Roseane 21/07/2018

Eu me torno a cada dia
Neusa Santos Souza foi uma pesquisadora muito respeitada. Com cerca de 60 anos de idade, suicidou-se sem antes jamais ter dado sinais de depressão ou de que pudesse um dia recorrer ao gesto extremo de tirar a própria vida.

Em seu livro trás para o debate a branquitude, o mito da democracia racial e as sequelas emocionais de negros que rechaçam a própria imagem em busca de um padrão, que não é o negro. Não existe democracia e sim uma ditadura racial onde o referencial é o branco.

Neusa, mulher negra, militante, trabalhadora da saúde mental fez o trabalho utilizando o método estudo de caso e a técnica de história -de-vida, assim ela entrevista 10 pessoas negras do Rio de Janeiro que estão em ascensão social.
Ler esse estudo é como se estivesse lendo a própria mente. Todas as situações aqui relatadas ou é vivenciada ou testemunhada pela população negra em ascensão.

Aqui fala- se em ser negro dentro de uma sociedade branca. O branco é lido como padrão e como única possibilidade de ?tornar-se gente?.

Para isso existe o desconhecimento e negação de toda uma história e ancestralidade. Propositalmente a história do povo negro vem sento contada por livros escritos por pessoas brancas onde a trajetória inicia-se com a escravidão, o negro é inferiorizado, subjugado, desumanizado, infantilizado. Ao ascender socialmente, tem-se a intenção de romper com todas essas desqualificações inicia-se o processo de deixar de ser negro.
Geralmente esse processo de inicia em casa, na família, no local de convívio:
*penteia esse cabelo, tá parecendo uma negrinha
*passa um creme nessa perna, tá parecendo nega de morro
*se arruma direito tá parecendo um preto
...

Ser o melhor é uma das perspectivas pra compensar seu ?defeito? porém ser Branco lhe é impossível então cria-se um ciclo de auto desvalorização, timidez, retraimento, ansiedade, submissão...

A identidade negra é um processo em construção. Oxalá estamos mais avançados do que em 1983 quando foi feito a pesquisa. Esse avanço só foi possível quando nós tomamos de assalto o protagonismo de nossa história. Passamos nós a escrever e contar a nossa história.

Ainda temos muito que crescer, como conclui a autora ?ser negro não é uma condição dada, a priori. É um vir a ser. Ser negro é tornar-se negro.?

Livro essencial para quem estuda auto cuidado, saúde mental da população negra, auto ódio, reprodução de racismo pela população negra...
Bons estudos
Cleide 24/08/2020minha estante
Maravilhosa sua resenha


Millet 25/11/2023minha estante
Excelente perspectiva




Marita13 25/06/2021

O livro "Torna-se negro" traz uma reflexão sobre negritude, racismo e mito da democracia racial pelo viés da Psicanálise e autora mostra um pouco da ascensão do negro e o seu ideal de Ego de se aproximar da Branquitude. O livro é uma importante introdução para o estudo sobre negro no Brasil, pude tirar importantes reflexões mesmo entendendo pouco a psicanálise. Recomendo bastante a leitura, a única coisa para pontuar é que o livro deixa com um gosto de quero mais, então ele podia ter mais páginas hahaha.
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Samael 02/11/2020

Essencial para o entendimento do psiquismo negro
A autora lança mão da teoria psicanalítica sobre o Ideal do Ego e da teoria materialista histórica sobre ideologia para analisar 10 estudos de casos sobre negros em ascensão social no Brasil. A escrita da autora é fluída, direta, demonstrando domínio teórico do assunto e cuidado com o rigor metodológico na médica do possível.

É um ótimo livro para se pensar sobre o psiquismo negro, tanto para o público "leigo", quanto para estudantes de psicologia, uma vez que, em geral, o curso aborda pouco ou quase nada sobre relações raciais.
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Luiz 23/07/2020

Dolorido
Li "Tornar-se negro" na esperança de suprimir, com alguma racionalidade, as angústias que tem surgido da minha reconstrução enquanto homem negro (e gay?) no mundo. Apesar de ser interessante ver a visão da psicanálise sobre essas questões, é muito triste ler esses relatos, mas ainda mais surpreendente é me encontrar em todos eles; é ver espelhado neles, às vezes quase em integridade, os discursos que já tive sobre mim. Que fique claro, de qualquer maneira, que entre os diversas expressões do livro, aquela em que mais me encontro, hoje, é a de esperança.

"Num contato direto, vi e ouvi pessoas entristecerem-se, baixarem e levantarem a voz, calarem-se de repente, afogadas de emoção. Vi sorrisos que, inequivocamente, ocupavam o lugar do choro. Vi raiva, dor, perplexidade e, vez por outra, esperança"

Obrigado, Neuza. Sinto muito pela sua partida.
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Laris 03/07/2020

Leitura obrigatória
Neuza Santos Souza nos apresenta seu trabalho a partir de estudo de caso de 10 entrevistas.

Se você, assim como eu, for uma pessoa negra, vai se identificar em algum relato apresentado. São dezenas de reflexões a partir da leitura, Neuza pontua que ser negro é um vir a ser, um tornar-se, pois temos que reconhecer essa negritude.

É um processo que temos lutar contra o embranquecimento de anos para entender quem somos, pois nos ensinam que ser uma pessoa negra é receber dezenas de estereótipos negativos.

Como Neuza pontua em seu último texto, precisamos lutar. Um leitura que deveria ser obrigatória.
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Janaina 24/09/2020

O livro apresenta relatos e pessoas negras em ascensão. A autora mostra que essas pessoas não se setem confortáveis em serem negros, tendo uma busca por uma identidade branca.
A autora posteriormente excluí essa ideia e não concorda com o escrito no livro.
A leitura não fluí
Lau 19/04/2021minha estante
Pq vc acha q a autora se contradiz?




Martony.Demes 09/04/2023

O livro apresenta uma reflexão acerca do negro, do racismo e outros conceitos relacionados. Curioso que essa obra foi escrita em 1990 e muita coisa ainda é a mesma no Brasil. A escritora apresenta uma análise pela psicanálise, o ponto de vista da ascensão do negro, um pouco do contexto histórico, que, óbvio, não pode faltar quando se constrói a análise do racismo no Brasil.

Há histórias sobre vivências negras e o desdobramento dessas no âmbito de uma comunidade amplamente enraizada com o racismo estrutural e que, em alguns casos, até negros que emergem de patamar de classe se tornam racista.

Uma leitura obrigatória se quer iniciar estudos da negritude no Brasil!
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Thi Acrisio 01/05/2023

Estudo de Caso.
É um excelente livro, que trás uma analise sobre a ascensão do negro na sociedade brasileira, os desafios, o preconceito, a branquitude, a afirmação, a politica, a luta e a construção do tornar-se negro.
Confesso que me surpreendi, principalmente pela linguagem ser direcionada ao publico da psicanalise, é um estudo voltado para essa área da medicina, mas que pode ser lida e interpretada por todos. ele tem muito a dizer e ensinar, feliz por ter tido um aventura de autoconhecimento e afirmação com esse livro.
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Daiana.Gaignoux 29/05/2021

Apesar de me interessar muito por Psicanálise, a sentia muito distante da realidade que vivemos e dos locais que pretendo atuar profissionalmente. Infelizmente, demorei a conhecer essa obra de Neusa e as de vários outros intelectuais negros, cujos trabalhos falam ou não sobre questões étnico-raciais - o curso de Psicologia, tanto os docentes quanto as referências bibliográficas, são tão brancos e ocidentais que às vezes chegam a não fazer sentido!
A autora explicita brilhantemente como se dá a busca dolorosa e sem fim pelo Ideal do Ego, ou seja, se encontrar o mais próximo possível da branquitude, e os custos psíquicos desse processo para o negro brasileiro que buscou a ascenção social.
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gislele 23/03/2021

Extremamente necessário
Para quem se interessa por psicologia, psicanálise e por pautas raciais no Brasil recomendo muito! Uma leitura extremamente importante e essencial que aprofunda sobre a ascensão social do negro no Brasil e como isso afeta o psicológico e suas percepções acerca de ser negro.
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Biblioteca Álvaro Guerra 26/06/2023

"A descoberta de ser negra é mais do que a constatação do óbvio...
Saber-se negra é viver a experiência de ter sido massacrada em sua identidade, confundida em suas perspectivas, submetida a exigências, compelida a expectativas alienadas.
Mas é também, e sobretudo, a experiência de comprometer-se a resgatar sua história e recriar-se em suas potencialidades.
Ser negro não é uma condição dada, a priori. É um vir a ser. Ser negro é tornar-se negro."

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9786559790296
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Giovanna Pina 14/05/2021

Neusa traz uma análise do negro em ascensão social a partir do olhar da psicanálise. Retrata de que forma o pensamento eurocentrico cristalizou, por décadas, um ideal de ego inalcançável para mais da metade da população brasileira, a população negra. E de que forma essa incapacidade de se alcançar os padrões de beleza e poder geraram uma série de inseguranças e problemáticas psicológicas e sociais.
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TatianaRJ 03/07/2020

Neuza consegue tocar a ferida. Mas essa ferida precisa mesmo ser tocada. Há uma democracia racial inexistente e que precisa ser repensada, ser desconstruída, ser abolida. Nunca existiu.
Os depoimentos ajudam neste sentido. São potentes. São tocantes. São necessários.
Missão cumprida e com louvor!
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@leitoraincomum 09/12/2022

Vale muito a leitura
Por mais que atualmente a pauta que envolve as vivências de pessoas negras esteja em alta, acho que sempre temos que voltar pra base desses estudos e esse é um ótimo livro. Perceber que há mais de 30 anos, Neusa já estudava o que estamos debatendo fervorosamente agora que é a questão do não lugar de muitas pessoas negras na sociedade.
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