Luiz 23/07/2020DoloridoLi "Tornar-se negro" na esperança de suprimir, com alguma racionalidade, as angústias que tem surgido da minha reconstrução enquanto homem negro (e gay?) no mundo. Apesar de ser interessante ver a visão da psicanálise sobre essas questões, é muito triste ler esses relatos, mas ainda mais surpreendente é me encontrar em todos eles; é ver espelhado neles, às vezes quase em integridade, os discursos que já tive sobre mim. Que fique claro, de qualquer maneira, que entre os diversas expressões do livro, aquela em que mais me encontro, hoje, é a de esperança.
"Num contato direto, vi e ouvi pessoas entristecerem-se, baixarem e levantarem a voz, calarem-se de repente, afogadas de emoção. Vi sorrisos que, inequivocamente, ocupavam o lugar do choro. Vi raiva, dor, perplexidade e, vez por outra, esperança"
Obrigado, Neuza. Sinto muito pela sua partida.